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AGENDA CULTURAL

Instituto Tomie Ohtake apresenta Yayoi Kusama

A exposição “Obsessão infinita”, de Yayoi Kusama, chega a São Paulo, depois de passar pelo Rio e Brasília, acrescida de duas obras especialmente trazidas para a exposição no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros. São grandes esculturas das séries “Accumulations”: “Sem título”, 1962-1963 e “Desire for Death”- “Desejo de Morte”, 1975-1976. “Sem título” – que foi destaque na retrospectiva de Kusama na Tate Modern, em 2011/12 – é composta por dez pares de sapatos femininos, de salto alto, repletos de formas fálicas feitas de tecido estofado, que fizeram sua primeira aparição na série de esculturas “Sex Obsession” da década de 1960. Já em “Desejo de Morte”, agrupamentos de apêndices, que nada mais são que formas excêntricas em tecido pintadas de prateado, emergem de panelas comuns e conchas de cozinha. Em ambas, objetos do cotidiano tornam-se palco para a projeção de obsessões particulares da artista, à medida que a repetição compulsiva do elemento tecido assume a aparência de um crescimento incontrolável, similar ao dos vegetais.

 

A exposição é a primeira apresentada no País que expressa uma pesquisa profunda do trabalho de uma das artistas mais originais e inventivas do pós-guerra. Produzida, em sua edição brasileira e latino-america, pelo Instituto Tomie Ohtake, em colaboração com o estúdio da artista, a mostra tem curadoria de Philip Larratt-Smith e de Frances Morris (curadora da retrospectiva da Kusama na Tate Modern de Londres). “Obsessão Infinita” oferece um panorama do trabalho da artista japonesa viva mais proeminente, por meio de aproximadamente 100 obras que cobrem o período de 1949 a 2012, entre as quais pinturas, trabalhos em papel, esculturas, vídeos, apresentação de slides e instalações, entre elas a famosa “Dots Obsession”.

 

“Obsessão infinita” traça a trajetória de Yayoi Kusama do privado ao público, da pintura à performance, do ateliê às ruas. A artista nasceu na cidade de Matsumoto, Japão, em 1929. Começou a realizar seus trabalhos poéticos e semi-abstratos em papel nos anos 1940, antes de iniciar sua celebrada  série “Infinity Net” (Rede Infinita), no final dos anos 1950 e no início dos 1960. Essas pinturas originais são caracterizadas pela repetição obsessiva de pequenos arcos pintados, aglutinados em padrões rítmicos maiores. Sua mudança para New York, em 1957, foi um divisor de águas para a artista. Foi nessa época que entrou em contato com Donald Judd, Andy Warhol, Claes Oldenberg e Joseph Cornell. Sua prática de pintura abriu caminho para esculturas delicadas, conhecidas como “Accumulations” (Acumulações) e, em seguida, para performances e happenings que se tornaram selos da subcultura marginal e renderam, para a artista, notoriedade e a atenção das principais correntes críticas de então.

 

Em 1973 Kusama retornou ao Japão e, desde 1977, vive voluntariamente em uma instituição psiquiátrica. O caráter psicológico singular e pronunciado de seu trabalho sempre foi combinado com uma generosa dose de reinvenção e inovação formal, o que lhe permite dividir sua visão única com um público mais amplo, através do espaço infinitamente espelhado e da repetição obsessiva de pontos que caracteriza sua obra. Em seus trabalhos mais recentes, a artista renovou o contato com seus instintos mais radicais em instalações imersivas e colaborativas – peças que fizeram dela, com justiça, a artista viva mais celebrada do Japão.

 

 

Até 27 de julho.

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