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AGENDA CULTURAL

Lançamento no Centro de Arte Hélio Oiticica

Será lançado, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, o livro “Nós, o outro, o distante na arte contemporânea brasileira”, da crítica de arte e pesquisadora Marisa Flórido Cesar, publicação selecionada no Edital Pro Artes Visuais 2012, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro. O livro aborda questões de fundamental importância para a reflexão sobre a arte e o mundo contemporâneo, a partir do contexto brasileiro. Seu tema certamente preencherá uma lacuna existente nos estudos e reflexões sobre a história da arte contemporânea brasileira.  O texto atualiza a tese de doutorado da autora, realizada sob orientação da Prof. Dra. Glória Ferreira e defendida em 2006 na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro -EBA/UFRJ.

 

No livro, encontram-se reunidas e analisadas práticas artísticas que, desde o final dos anos 90, eclodiram de norte a sul do Brasil. Ao cruzar espaço urbano e ciberespaço, comunicando-se pelas redes eletrônicas, expandia-se uma produção que se fazia muitas vezes fora do espaço expositivo convencional: das ruas das cidades aos espaços gerenciados por artistas. Operando em rede, em projetos coletivos ou individuais, os artistas buscaram redesenhar a geografia das artes colocando as periferias em contato, descentralizando seu circuito, criando outros paralelos.

 

Na contaminação entre arte, política, pensamento e afeto, indagando o esgotamento de seus repertórios, ensaiando meios de rearticular os domínios da estética, da ética e da política, eles enfrentavam as fraturas do mundo, a fluidez e o conflito das fronteiras, as esquivas de seus horizontes – não sem equívocos e ambiguidades de fundo; não sem receberem críticas contundentes e aclamadas celebrações. Mas se sentiram urgência em ir às ruas foi antes para ir ao encontro desse outro a quem a arte se endereça, para rever os modos desse endereçamento e as projeções de sua alteridade. Para interrogar esse nós obscuro e indistinto, para entender a frágil trama que liga as diferenças, o complexo aprendizado das vizinhanças. Nós, o outro e a distância que os intermediava perdem desenhos precisos e encaram seus estranhamentos: do outro distante e próximo, de uma dimensão do comum problemática e difícil, talvez impossível, talvez impensada. Pois algo se passa nos limites do que conhecíamos como homem e mundo: é preciso reinventá-los. Como fazê-lo? Eis a difícil, exaustiva e incessante interrogação. A humanidade é também a incógnita destes tempos em que se debatem fundamentalismos e dúvidas, eleições e desastres.

 

Essa produção possui diversas faces e frentes: são intervenções na paisagem, ou nos circuitos condicionados das sinalizações urbanas e na publicidade, questionando a familiaridade do mundo. São inserções nas mídias (como jornal, televisão, internet), utilizando-se tanto de um link, uma esquina, um outdoor ou a página de um periódico. São interferências nas pequenas táticas do habitat , a instauração de situações rápidas e perturbadoras, pequenos ruídos na entropia urbana, que afetam, ainda que momentaneamente, as práticas e os hábitos culturais de grupos sociais distintos que dominam ou se deslocam por determinado território.

 

Por vezes, os artistas adotam como tarefa dar visibilidade àqueles condenados à inexistência estética e política, buscando ajudá-los a fazer sua aparição como nos fazer responder a essa aparição. Em outras, se torna um mediador social que ativa temporariamente o convívio, ou um etnógrafo de microestratégias de territorialização. Ou, então, é um agenciador de campos de experiências e saberes antes especializados. Como um vírus na web, eles invadem sistemas codificados, desregulam o funcionamento e o controle dos espaços e dos tempos, tentam reconfigurar os modos e as relações entre o sentir, o agir e o pensar. Sob os nomes de intervenção urbana, arte participativa, colaborativa, documentário expandido, coletivos de arte, artistas em residências, entre outros, tais práticas, que ocorrem hoje no mundo contemporâneo, estão no foco de um debate teórico iniciado em meados da década de 1990.

Além de atualizar e aprofundar o debate ainda em aberto, o livro traz ainda um repertório de imagens cedidas pelos artistas, constituindo importante fonte de consulta e referência da arte brasileira contemporânea deste milênio.

 

 

Quando: 06 de julho –  das 16h às 18h – Mesa redonda com a participação da autora e os curadores e críticos de arte Fernando Cocchiarale e Marcelo Campos e das 18 às 19h: Noite de autógrafos

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