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AGENDA CULTURAL

NA ARTRIO: RAQUEL, IOLE, ARTNEXUS

A marchande Raquel Arnaud escolheu a ArtRio, Pier Mauá, Centro, Rio de Janeiro, RJ, como palco para o início das comemorações de seus 40 anos de carreira, marcados por parcerias duradouras com vários artistas e pela abertura de caminhos para a arte contemporânea no Brasil. Um dos eventos comemorativos é uma visita VIP – para 50 pessoas – ao Ateliê Sergio Camargo, no Paço Imperial. Incluída na programação oficial da ArtRio, a visita acontece no dia 5 de setembro, às 10h e será guiada pelo curador Ronaldo Brito. O espaço, dedicado à memória do artista, falecido em 1990, reproduz seu último ateliê, que ficava em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A criação do Atelier Sergio Camargo no Paço Imperial foi iniciativa de Raquel Arnaud – que representa o espólio do artista desde a sua morte. Foi inspirado no atelier de Brancusi no Beaubourg/Centre George Pompidou, em Paris. Em paralelo, no stand da ArtRio, Raquel  Arnaud exibirá obras de Iole de Freitas, Waltercio Caldas, José Resende, Sérgio Camargo, Carla Chaim, Carlos Nunes, Carlos Zilio, Celia Euvaldo, Elisa Bracher, Frida Baranek e Geórgia Kyriakakis. Daniel Feingold e Frida Baranek terão individuais no MAM-Rio em setembro e outubro, respectivamente.

 

 

 Visão da arte

 

Segundo o historiador e crítico de arte Rodrigo Naves, a trajetória de Raquel Arnaud se confunde com o período em que o meio brasileiro de arte se diversificou e tornou-se mais profissional e relevante, ao mesmo tempo em que a produção artística ganhava regularidade e consistência. Sob a direção de Pietro Maria Bardi, a futura marchande viveu os primeiros momentos do Museu de Arte de São Paulo – MASP – , na Avenida Paulista, em 1968. Em 1973 inaugurou sua primeira galeria, o Gabinete de Artes Gráficas, em sociedade com Monica Filgueiras. Ao mesmo tempo, a convite da Rede Globo, dirigiu a galeria Arte Global, na qual estreitou relações com artistas como Iole de Freitas, Anna Maria Maiolino, Lygia Pape, Roberto Magalhães, Milton Dacosta e Maria Leontina, entre outros. Em seis anos à frente da Arte Global, organizou mais de cem exposições.

 

Nesses anos de intensa atividade, o trabalho de Raquel Arnaud nessas galerias contribuiu para a divulgação de importantes artistas, principalmente os ligados à arte conceitual e ao construtivismo brasileiro e internacional. Introduziu no Brasil artistas cinéticos como Carlos Cruz-Diez, Jesus Raphael Soto e outros. Em 1980, terminada a sociedade com Monica Filgueiras, fundou sua própria galeria, o Gabinete de Arte Raquel Arnaud, com os artistas Amilcar de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Waltercio Caldas, Tunga, Carlos Cruz-Diez e Willys de Castro. Em 2011, após a mudança para uma nova sede o espaço tornou-se a Galeria Raquel Arnaud.

 

 

O olhar de Raquel Arnaud em retrospectiva e livro

 

Dois grandes projetos serão destaque nas comemorações: uma mostra retrospectiva e o lançamento de um livro, previstos para 2014. Com extensa pesquisa iconográfica, a publicação abordará as montagens, obras e artistas que passaram pelas três galerias comandadas por Raquel Arnaud. Esses trabalhos foram decisivos para a compreensão de parte significativa da produção artística dos últimos 40 anos. E a retrospectiva apresentará o olhar de Raquel Arnaud através das obras dos artistas que participaram de sua trajetória.

 

 

Iole de Freitas na ARTRIO

 

Mergulhada em projetos novos, Iole de Freitas marca tripla presença na ArtRio 2013. O primeiro momento tem como alicerce a gravura criada especialmente para o projeto que a Escola de Artes Visuais realiza em parceria com a Galeria Múltiplo, e as inéditas esculturas “Casa França-Brasil”, “Fridericianum” e “Akademie der Künste”, de pequenas dimensões, que estarão no stand da Galeria Raquel Arnaud. Os quatro trabalhos formam o primeiro conjunto de obras que Iole desenvolveu dentro do novo conceito, “Eu sou minha própria arquitetura”.  Em paralelo, a artista exibirá, no estande da Galeria Silvia Cintra, outras três obras inéditas que retomam as tonalidades solares – com predominância dos tons vermelhos e inspiradas na estética de cores dos filmes dos anos 1970. Por último, apresenta um múltiplo criado especialmente para a revista ArtNexus, que lançará em seu stand na ArtRio a edição número 90 da revista, cuja matéria de capa é o projeto desenvolvido por Iole para a Casa Daros, “Para que servem as paredes do museu?”.

 

 

Revelações da gravura

 

No stand da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Iole de Freitas participa, ao lado de outros artistas, de um importante projeto de gravuras.  A artista lançará sua gravura no dia 5 de setembro, às 18h; durante a sessão de autógrafos, dará explicações sobre o processo de confecção da obra. O projeto, resultado de uma parceria entre a EAV e a Galeria Múltiplo, objetiva enriquecer o acervo de gravuras da entidade e viabilizar uma tiragem especial de gravuras de grandes artistas. O processo de criação dessa gravura foi mais revelador do que Iole de Freitas esperava. – Foi durante esse processo que me veio o conceito dessa nova fase do meu trabalho, “eu sou minha própria arquitetura” – conta Iole. – “Persegui a dobradura, dentro do conceito de “origami curvo”, e acabei me dando conta de que o formato era bem parecido com o fundo da piscina do Museu do Açude, sempre sem água”.

 

– “Em sua bidimensionalidade, a gravura passa toda a referência de volume e de espaço” – explica Iole. “A geometria bem marcada me lembra o fundo da piscina do Museu do Açude. O primeiro raciocínio foi a gravura, que resume a obra feita para o Açude.  É como se a água que não existe na piscina se refletisse na gravura. A obra do Açude, na escala real, não depende de paredes – e marcou o início do meu trabalho com aço e policarbonato” – conta.

 

 

Trio de novas esculturas no stand da Galeria Raquel Arnaud

 

As três esculturas que estarão na Galeria Raquel Arnaud aprofundam o conceito de uma arquitetura própria da obra. – As “paredes” internas do trabalho, em aço, criam uma arquitetura que reforça a independência de outros suportes – diz Iole, ao explicar que as novas esculturas remetem a trabalhos realizados de acordo com o ambiente e com um espaço determinado, os chamados site-specific. As esculturas receberam os nomes das instituições que abrigaram as obras originais, em escala maior: Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, Fridericianum, Kassel, Alemanha e Akademie der Künste, Berlim. Cada nome é gravado em uma das paredes internas de aço e “espelhado” na outra.  As três peças são feitas em aço e policarbonato.

 

Múltiplo para ArtNexus conclui ciclo

 

O número 90 da revista ArtNexus, que também terá stand na ArtRio, apresenta na capa a foto do múltiplo que a artista criou especialmente para a revista – e que representa, em escala reduzida, a obra exibida este ano na Casa Daros, no Rio. – “O múltiplo criado para a ArtNexus, do qual haverá apenas quatro exemplares na ArtRio, veio fechar o conceito “Para que servem as paredes do museu?”, no qual vinha trabalhando desde o início das obras da Casa Daros” – diz Iole de Freitas. – “Esse foi o trabalho de pesquisa que realizei durante minha residência na instituição. Acompanhei todas as fases da obra de reforma e cheguei a desenhar instalações para os espaços improváveis que via à minha frente: salas sem piso, sem paredes etc. Desenhava sabendo que nunca as realizaria” – conta a artista.

 

O múltiplo é feito em aço inox 316 e lâminas de policarbonato, ora foscas, ora espelhadas. A proposta do trabalho é a desconstrução do espaço arquitetônico e a manutenção do pensamento plástico da obra que está na Casa Daros.

 

Aproximação do vermelho na Silvia Cintra

 

Na stand da Galeria Silvia Cintra, três obras de tamanhos diferenciados retomam as tonalidades solares,  com predominância dos vermelhos e inspiradas na estética de cores dos filmes dos anos 1970. O uso do policarbonato em tons avermelhados e alaranjados denota um outro percurso, predominantemente solar, que vem sendo trilhado pela artista, presente na última exposição que realizou na Silvia Cintra. – “São peças bem distintas dos outros conceitos que venho desenvolvendo, apesar dos materiais serem os mesmos” – conta Iole. – “Os tons vermelhos e avermelhados iluminam as peças com um toque de cinema” – antecipa.

 

 

De 05 a 09 de setembro.

 

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