A partir de memórias, sentimentos e materiais revisitados, o artista inaugura a partir de 09 de dezembro nova exposição com obras inéditas no Paço Imperial, Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, Tudo o que é frágil brilha sem medo do esplendor. Milhares de cacos de taças e copos de cristal, colecionados pelo artista ao longo de duas décadas e quebrados por ele na instalação que criou para sua primeira coletiva no Rio de Janeiro – Memórias Heterogêneas -, no Castelinho do Flamengo, em 2004 -, constituem o fio condutor da nova exposição, que contém uma série de sete trabalhos realizados a partir do vidro: Vidro como vídeo; Vidro como bordado; Vidro como desenho; Vidro amalgamado; Vidro como fotografia; Vidro como pó; Vidro como instalação sonora.
A exposição.
Um tablado central, paralelo ao chão, ocupa quase todo o espaço da Galeria Terreirinho, no térreo do Paço Imperial. Num jogo harmonioso de cores e formas, desenhos em cacos de vidro, construções lúdico-espaciais e círculos de vidro amalgamados por fusão em alta temperatura misturam-se a objetos/esculturas e composições com várias gramaturas de pó de vidro, como um grande e instigante quebra-cabeças.
Sobre o artista.
Nascido no Recife, Renato Bezerra de Mello migrou, inicialmente, para o Rio de Janeiro – e, mais tarde, da arquitetura para as artes visuais, quando iniciou, em 2000, sua atuação como trabalhador de arte (expressão cunhada por Cildo Meireles), depois de 16 anos dedicados ao restauro de bens tombados pelo Patrimônio Histórico. Essa virada aconteceu quando participou de um programa de intercâmbio entre a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e a École Nationale Supérieure des Beaux Arts, em Paris. Sua formação passou por artistas como João Magalhães (nos anos 1990, no Parque Lage), além de Annette Messager e Christian Boltanski (nos anos 2000, na ENSBA), em Paris. Dentre as suas mostras mais recentes, vale destacar Delírio tropical, Pinacoteca do Ceará, 2024-25; Que o nosso nome não caia no esquecimento, Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, 2021-22; Entre céu e água, Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2016; e De onde os rios se encontram para inventar o mar, Carpe Diem, Lisboa, 2014. Muitas de suas obras figuram em importantes coleções de museus como MAR/RJ, FUNDAJ/PE, CNAP/França e MOOLA/EUA – e também em outras coleções institucionais e particulares no Brasil, na França e na Inglaterra.
Sobre a curadora.
Paula Terra-Neale é historiadora da arte (PhD em História e Teoria da Arte, Essex University), pesquisadora e curadora independente. Em 30 anos de curadoria, trabalhou com projetos culturais e mostras em relevantes instituições culturais internacionais, entre as quais o British Council, The National Trust Waddesdon Manor, The Modern Art Oxford, ESCALA (Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex), Fistsite, Paço Imperial e Casa França-Brasil. Foi também professora e pesquisadora nos departamentos de História da Arte da EBA – UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Vive e trabalha na Inglaterra.
Até 1º de março de 2026.



