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AGENDA CULTURAL

Viva o Povo Brasileiro!

19/abr

O Centro Cultural Correios, Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Viva o Povo Brasileiro!”, um panorama poético da arte popular brasileira sob a curadoria de Denise Mattar. Em exibição cerca de 150 obras de arte popular criadas pelos mais representativos nomes de diversas regiões do país como Mestre Vitalino, Jadir, João Egídio, Nhô Caboclo, Zezinha, Isabel, Galdino, Ranchinho, Miranda, Bajado, Miriam, Paul Pedro Leal, Chico Tabibuia, Julião, Ana das Carrrancas, Noemisa, Rita Loureiro, Heitor dos Prazeres, J. Borges, Aurelino entre muitos outros.

 

A proposta da exposição “Viva o povo brasileiro!” é a de mostrar ao público a extrema beleza das diversas formas da arte espontânea brasileira. O conjunto mapeia obras de vários estados exibindo uma visão abrangente que enaltece a qualidade dos trabalhos. As técnicas vão da pintura à escultura em amadeira, cerâmica, ex-votos e tábuas votivas, relevos e objetos. O temas abordam desde os santos às festas, cenas do cotidiano e animais selvagens. Uma explosão de cor, ritmo e alegria, permeada de lirismo, poesia e até de certa melancolia.

 

Segundo a curadora Denise Mattar, estamos finalmente assistindo ao crescimento do prestígio da arte popular brasileira com museus e importantes coleções, ressaltando sua importância, originalidade e requinte: “A exposição Viva o povo brasileiro! pretende revelar esse tesouro e mostrar ao público obras que pertencem a coleções particulares e que nunca foram vistas. A arte popular brasileira sempre foi mais valorizada pelos estrangeiros, e isto acontece desde a colonização. Nomes como o francês Jean de Léry (1536 – 1613), que escreveu sobre a arte plumária indígena, o suíço Blaise Cendrars (1887 – 1961), que encantou-se com a arte do povo mineiro, a italiana Lina Bo Bardi (1914 – 1992), que criou na Bahia um Museu de Arte Popular e realizou a antológica exposição “A mão do povo brasileiro”, são apenas alguns exemplos.”

 

As obras selecionadas pela curadora Denise Mattar e pelo pesquisador Roberto Rugiero, que responde pela consultoria da mostra,  fazem parte das coleções de João Maurício de Araújo Pinho e Irapoan Cavalcanti, duas das mais importantes e completas do Brasil. O projeto expográfico é assinado por Guilherme Isnard.

 

 

Artistas participantes:

 

Agostinho de Freitas | Alcides Pereira | Alcides Santos | Ana das Carrancas | Ana do Baú | Anésio Julião | Antonia Leão | Antonio de Dedé | Artur Pereira | Bajado | Benedito | Bento Sumé | Cícera Fonseca | Chico da Silva | Chico Tabibuia | Dona Eli | Emídio de Souza | Geraldo de Andrade | GTO | Gina | Guma | Heitor dos Prazeres | Isabel | Jadir | João Egídio | J. Borges | J. Coimbra | João Alves | José Antônio da Silva | José de Freitas | Antônio Julião | Júlio Martins | Lafaete | Licídio Lopes | Louco | Luis Antônio |  Maria Auxiliadora | Maria de Beni | Mestre Cunha | Mestre Galdino | Mestre Guarany | Mestre Vitalino | Miriam | Miranda | Mudinho | Nhô Caboclo | Nilson Pimenta | Nino | Noemisa | Nuca | Oziel | Paulo Pedro Leal| Placidina | Ranchinho | Resendio | Rita Loureiro | Romildo | Roberto de Almeida | Roberto Vital |  Sil | Tarcísio Andrade | Timbuca | Tonico Scarelli |Ulisses Pereira | Valentim Rosa | Véio | Vicente Ferreira | Waldomiro de Deus | Willi de Carvalho | Zé Cordeiro | Zé do Chalé | Zezinha | Zezinho de Tracunhaém.

 

Até 13 de junho.

Projeto “Metrópolis”

18/abr

Depois de passar por Veneza, Berlim, Munique e São Paulo, “Metrópolis” desembarca em solo porto-alegrense. Em cartaz no Museu do Trabalho, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, esse projeto internacional culminou na criação de um excepcional livro de artista, realizado em cooperação com o Centro Internazionale della Grafica, de Veneza. “Metrópolis” é uma metáfora para o verdadeiro tema do livro: a cidade, o espaço urbano, a convivência de muitas pessoas e um lugar que se torna um ponto de comunicação e trocas. Para fazer esse mapeamento, 303 artistas de todo o mundo abordaram o tema, tendo um único pré-requisito: os trabalhos tinham que ser feitos no formato 20cm x 20cm.

 
As obras foram produzidas em todas as técnicas gráficas que permitam uma tiragem: xilogravura, linoleogravura, litografia, serigrafia, gravura em metal e tipografia. Os participantes são de diversos países, entre eles Austrália, Japão, Estados Unidos, Itália, Alemanha, Rússia, Polônia, Hungria, Inglaterra, França, Espanha, Tunísia, Canadá, México e Brasil.

 

O resultado desse trabalho é um livro de artista em formato leporello, que se alonga por cerca de sessenta metros de comprimento, juntando 303 peças gráficas, encadernado nas oficinas do Centro Internazionale della Grafica. A sequência dos trabalhos, obedece a critérios artísticos e estéticos decididos pelo idealizador e curador do projeto Andreas Kramer.

 

Colaboraram com a organização da exposição em Porto Alegre os artistas Francisco Maringelli e Ottjörg A.C., com apoio de BD Divulgação e Goethe-Institut Porto Alegre.

 

Até 15 de maio.

Galeria Ipanema: 50 anos

15/abr

A Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, dá continuidade à celebração de seus 50 anos de atividades com a exposição “50 anos de arte”, com cerca de quarenta trabalhos de artistas emblemáticos do espaço de arte aberto em 1965, como Portinari, Raymundo Colares, Milton Dacosta, Djanira, Iberê Camargo, Guignard, Volpi, Bandeira, Beatriz Milhazes, Cruz-Diez, Di Cavalcanti, Krajcberg, Weissmann, Ione Saldanha, Jesus Soto, Pancetti, Luis Tomasello, Lygia Clark, Lygia Pape, Mabe, Maria Leontina, e Sergio Camargo.

 

Grande parte das obras não é vista pelo público há muitos anos, pertencentes a coleções privadas e sem participar de exposições. Há várias raridades, como o óleo sobre tela “Paisagem de Brodowski”, de 1940, de Portinari, que passou a integrar nos anos 1980 a Coleção Gilberto Chateaubriand pelas mãos da galeria. Esta tela havia pertencido inicialmente a Assis Chateaubriand, que a mantinha na sala de jantar de sua casa na Avenida Atlântica, em Copacabana, e estava em posse de outro colecionador. Sergio Camargo está representado com duas obras de parede: “Relief 13-83”, de 1965, que esteve na Bienal de Veneza de 1966, e “Untitled (Nº 462)”, de 1978, de 2m de comprimento, a maior de uma série que só tem outras duas no mundo, ambas em coleções nos EUA.

 

Ao longo de seus 50 anos de história, a Galeria Ipanema teve um contato privilegiado com grandes artistas modernos e com a nova geração emergente. Realizou as primeiras exposições individuais de Raymundo Colares, em 1969, e de Paulo Roberto Leal, em 1971, ainda no Hotel Copacabana Palace, espaço que ocupou desde sua inauguração em 1965, até 1973. A colaboração com diversas coleções privadas, sempre trabalhando com grandes nomes da arte, é outra característica da Galeria Ipanema.

 

Quando foi inaugurada, em um espaço do Hotel Copacabana Palace, em 1965, a Galeria Ipanema – então “Galeria Copacabana Palace” – viu surgir suas companheiras de atividade na época: a Petite Galerie, de Franco Terranova, a Bonino, de Alfredo e Giovanna Bonino, e a Relevo, de Jean Boghici. Luiz Sève, sócio-fundador que está à frente da Galeria Ipanema até hoje, teve contato com todos os artistas trabalhados pela galeria, apenas Portinari (1903-1962) e Guignard (1896-1962) já haviam falecido antes de sua inauguração. A galeria foi uma das precursoras a dar visibilidade ao modernismo, representando por muitos anos, com uma estreita relação, os artistas Volpi e Di Cavalcanti. O venezuelano Cruz-Diez é representado pela galeria, que mantém um precioso acervo, fruto de seu conhecimento de grandes nomes como Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Jesús Soto, Mira Schendel, Guignard, Pancetti, Portinari, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Lygia Pape, Amelia Toledo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Dionísio del Santo, Antônio Bandeira, Heitor dos Prazeres, Vasarely, Rubens Gerchmann, Nelson Leirner, Waltercio Caldas, Franz Weissmann, Ângelo de Aquino, Geraldo de Barros,  Heitor dos Prazeres, Joaquim Tenreiro e Frans Krajcberg.

 

A exposição “50 anos de arte” reunirá obras pertencentes a coleções particulares e de seu próprio acervo, que dão um panorama da abrangência da atuação da galeria.

 

 

Breve histórico

 

Fundada por Luiz Sève, aos 24 anos, que cursava o último ano de engenharia na PUC, e sua tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro, a Galeria de Arte Ipanema teve como terceiro sócio Luiz Eduardo Guinle, e se instalou em 1965 em um dos salões do Copacabana Palace, passando depois para o térreo do Hotel, na Avenida Atlântica, onde permaneceu até 1973. Em 1968, Frederico Sève, irmão mais moço de Luiz Sève, entrou na sociedade no lugar de Luiz Eduardo Guinle. Com direção de Frederico Sève, a Galeria de Arte Ipanema manteve também um espaço em São Paulo, entre 1972 e 1989, na Rua Oscar Freire, em uma casa projetada por Ruy Ohtake especialmente para este fim, e depois na Rua da Consolação. Frederico permaneceu na sociedade até 2002.

 

Atualmente, Luiz Sève dirige a galeria ao lado de sua filha Luciana, no número 173 da Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, até finalizar a construção do espaço que tem projeto arquitetônico assinado por Miguel Pinto Guimarães, previsto para 2017.

 

 

De 19 de abril a 19 de maio.

Millôr no IMS/Rio

“Millôr: obra gráfica”, Instituto Moreira Salles, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, é a primeira retrospectiva dedicada aos desenhos do humorista, dramaturgo e tradutor Millôr Fernandes. Em 500 originais, os curadores Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires mapeiam os principais temas que estiveram presentes ao longo de 70 anos de produção do artista.

 

Com a mostra também será lançado um livro com o mesmo título, organizado pelos curadores da exposição. Além de reproduzir os originais, o volume de 288 páginas traz ensaios críticos e uma cronologia de vida e obra de Millôr. Os desenhos, feitos na maior parte para ser publicados na imprensa, revelam a força e a complexidade de uma obra fundamental para a arte brasileira. O livro foi lançado no dia 13 de abril.

 

“O livro, felizmente, ficou a cara do conceito da exposição”, afirma Paulo Roberto Pires. “É o trabalho de um artista gráfico, que achava que sua obra encontrava plena realização não numa galeria, mas nas páginas de revistas e jornais”. Tendo isso em mente, os curadores-organizadores optaram por não criar um livro de arte tradicional, mas um objeto nascido dessa cultura impressa, em que além dos desenhos – a atração principal – se destacam também as imperfeições dos originais, as marcas de corte, as notas de Millôr. Para Paulo Roberto, “no livro você vê o artista em movimento, como se estivesse por trás de seu ombro no estúdio”.

 

Assim como a exposição, o livro divide a obra de Millôr em cinco grandes conjuntos, dos autorretratos à crítica implacável da vida brasileira, passando pelas relações humanas, o prazer de desenhar e a imensa e importante produção do “Pif-Paf”, seção que manteve na revista O Cruzeiro entre 1945 e 1963. É uma visão de conjunto sobre uma obra que, de forma fragmentada, fez e faz parte da vida dos brasileiros.

 

 

A partir de 16 de abril.

Acontece no Paraná

12/abr

Encontra-se em cartaz no Museu de Arte Contemporânea do Paraná  -MAC-PR-, a mostra “A cor no espaço, o espaço na cor”, com obras de 62 artistas, e “Alumbramento”, do artista Luis Lopes, com cerca de 20 pinturas.

 

Com curadoria de Ronald Simon, a exposição “A cor no espaço, o espaço na cor” tem origem em um segmento de obras do acervo na qual a cor e o espaço conduzem a organização das obras, sua composição, sem levar em conta a dicotomia figuração/abstração. Mesmo não se atendo à história da arte contemporânea, a exposição registra passagens importantes de alguns movimentos da arte como a pop-art brasileira, o abstracionismo geométrico, o expressionismo abstrato, etc. Entre os artistas em exposição estão: Alfredo Volpi, Amilcar de Castro, Andréia Las, Bia Wouk, Cristina Mendes, Domicio Pedroso, Fernando Bini, Fernando Burjato, Fernando Velloso, Guilmar Silva, Helena Wong, Henrique Leo Fuhro, Leila Pugnaloni, Luiz Áquila, Marcus André, Mário Rubinski, Pietrina Checcacci, Samico, Sérgio Rabinovitz, Uiara Bartira, Werner Jehring.

 

A mostra apresenta ainda uma sala especial com pinturas de Osmar Chromiec – importante artista para a história da arte paranaense – e uma série de esboços e estudos de obras, recentemente doados ao museu.

 

Na exposição “Alumbramento”, Luis Lopes abre mão do figurativismo e faz da luz corpo e espírito. Pinta a memória e para isso se vale da sombra para prestigiar a luz. Sua pintura se apresenta de imediato, mas não se entrega por inteiro à primeira vista em sua narrativa poética. Há uma dança de cores a ser desvendada.

 

 

Até 12 de junho.

Na galeria do IBEU

A Galeria de Arte IBEU, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, duas exposições individuais simultâneas das artistas Leandra Lambert e Mari Fraga: “Passagens Atlânticas” e “Tempo Fóssil”, com curadoria de Cesar Kiraly e Michelle Sommer, respectivamente. As artistas foram selecionadas através do edital do Programa de Exposições Ibeu 2016/2017.

 

Em sua segunda individual, “Passagens Atlânticas”, Leandra Lambert apresenta fotografias da série “Entremundos (pelo olho do bicho)”, uma composição sonora e objetos poéticos como as “Luvas de Areia” e a “Gargantilha de pedras portuguesas, asfalto, monóxido de carbono e engasgos”, relacionados à experiência de suas três Atlânticas: a avenida, em Copacabana, a mata e o oceano.

 

A exposição relaciona diversas concepções do termo “passagem” a esse universo: a passagem dos corpos pelos ambientes, o transitório, a passagem do tempo; a noção de passagem literária, passagens entre ficção e história; a passagem de um estado a outro, de uma matéria a outra, transformação; lugar de transição e devir, espaço do que antecede o desconhecido.

 

A galeria apresenta, no mesmo período, a exposição individual “Tempo Fóssil”, da artista Mari Fraga, com curadoria de Michelle Sommer. A partir de uma pesquisa sobre o elemento Carbono, a artista atravessou diversos materiais – nanquim, grafite e carvão – para recentemente se debruçar sobre a energia e os materiais fósseis, como petróleo, asfalto, carvão mineral e gás natural. “O trabalho acabou por adentrar a esfera da política a partir de uma trajetória de investigação da matéria”, conta a artista.

 

A exposição exibirá o vídeo “63 Perfurações”, de 2015. Neste trabalho é observada uma sessão de acupuntura sobre um mapa mundi marcado nas costas da artista por exposição à luz solar. Inédito no Brasil, “63 Perfurações” foi exibido na SU Gallery Konstfack, galeria em Estocolmo, Suécia, em 2015. A distância radical entre as escalas do humano e do planeta desafia nossa percepção de espaço e tempo, temática que é explorada nas obras “Cálculos para Acupuntura Planetária”, de 2015 e na escultura inédita “Fosso Fóssil”. Por fim, a escultura também inédita “Gerações” marca o encontro entre uma madeira nova e uma pedra de carvão mineral – resquícios de florestas que ocuparam o planeta Terra há milhões de anos.

 

No seu processo artístico, Mari Fraga desenterra fragmentos de petróleo, betume, carvão mineral, madeira sedimentada, sal. Molda, então, a matéria que estava escondida sob a terra como as raízes das árvores. Da matéria fóssil, unidas entre si pela presença do elemento químico Carbono, emerge  plasticidade, em suas distintas temporalidades. O Carbono é o nó poético – com cor, rugosidade, textura e crítica – que está contido na escala fractal das obras, em sua maioria inéditas, de Tempo Fóssil”, diz a curadora  Michelle Sommer no texto de apresentação da mostra.

 

 

 

Sobre as artistas

 

Leandra Lambert – É artista multimídia em atividade desde 2009 e compositora-performer em música eletrônica/experimental desde o início dos anos 90. Participou de exposições e eventos no Brasil, EUA, França, Chile, Cuba, Noruega e Rússia. Sua primeira exposição individual foi “Danças Atlânticas”, no CCJF, Rio de Janeiro. Doutoranda em Artes, em co-tutela UERJ / Paris 1 Panthéon-Sorbonne.

 

Mari Fraga – É artista e pesquisadora. A ação humana na natureza é o foco de sua prática recente, que problematiza as fronteiras entre o natural e o artificial. Doutoranda em artes pelo PPGArtes UERJ, desde 2012 é editora da Revista Carbono, publicação online que propõe diálogos entre pesquisas artísticas e científicas. Foi curadora dos Encontros Carbônicos, em 2014 e 2015.

 

 

Até 20 de maio.

Lugar perdido da memória

08/abr

Gabriel Wickbold Studio & Gallery, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, expõe 32 obras da fotógrafa sérvia Isidora Gajic na mostra “Teias e Tramas”, com curadoria de Miguel Rio Branco. Em suas fotoso tempo é o fio condutor, a conexão entre os elementos e suas construções.. Nesta série, a escrita e as imagens, juntas, criam outros entendimentos, composições fluídas além da descrição, atingindo outra densidade. Na poética presente, o mar vira lâmina de chumbo, a neve transforma-se em luz celestial, permitindo que as portas da imaginação se abram para outras dimensões, além do que consideramos realidade.

 

Em  “Teias e Tramas”, o tempo e suas conexões com os elementos, suas construções, criam ficções e fricções: em ritmos suaves quase melódicos, porém com uma densidade dramática. “Na criação fotográfica atual existem equívocos primários, que limitam a nossa alma, que tentam nos levar a um mundo medíocre de selfies”, conceitua Isidora.

 

Histórias pessoais são o formato favorito do trabalho de Isidora Gajic. Ela transforma sentimentos e relacionamentos em fotografias. Usando imagens como uma forma de poesia visual, que desfoca autobiografia e ficção, ela cria livros artesanais, colagens, e diálogos visuais com imagens. Nas obras da artista, os conceitos básicos que se espera de uma fotografia: onde? Quando? O que é? Não são mais necessárias: a leitura é outra, a emoção prende e leva a um lugar perdido da memória, lugar sem referências. Segundo a fotógrafa, “se tentarmos ver nas imagens aqui construídas em grupos, apenas documentos do que ocorreu, estaremos nos diminuindo, caindo no erro das multidões que nem sequer vivenciar o presente sabem mais, apenas o captam para, congelado, servir de troféu”, diz a artista.

 

Sobre seu trabalho, o curador Rubens Fernandes Junior diz: “Isidora Gajic faz suas primeiras incursões em seu arquivo e por sua vez reúne algumas pulsões que provocam sensações diversas. Sua imagens – neve, teias de aranha, tramas irregulares, águas em movimentos aleatórios, entre outras situações – são provocativas. Em quase todas elas encontramos aquilo que o poeta russo Vladmir Maiakowski chamou de “fendas do acaso”, ou seja, situações visuais que promovem não apenas associações e situações inesperadas, mas também, distintas possibilidades poéticas e perceptivas”.

 

Seu colega curador e fotógrafo conceituado, Miguel Rio Branco, sintetiza: “A obviedade dos conceitos que são algo por demais presentes na arte contemporânea, algo que facilita a pseudo compreensão dos objetos de arte, não se encontram aqui: temos sim, caminhos abertos a várias interpretações que é a base da verdadeira poesia”. A coordenação é de Gabriel Wickbold.

 

 

Até 13 de maio.

Recorde

07/abr

Uma tela da pintora Beatriz Milhazes é o recorde nacional de preço alcançado por um trabalho de artista brasileiro. O fato aconteceu na noite de abertura da 16ª edição da Feira SP-Arte atingindo a soma de R$ 16 milhões.

SP-Arte

06/abr

A 12ª SP-Arte sedimentou seu lugar como uma das mais importantes feiras da América do Sul, trazendo neste ano cerca de 120 galerias ao deslumbrante Pavilhão da Bienal desenhado por Oscar Niemeyer no Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP.

 

A Feira reúne mais de 120 das principais galerias de arte do Brasil e do mundo, além do novo setor dedicado ao Design e a continuidade de projetos curatoriais consagrados.

 

Chegou a semana das artes mais badalada do ano. Em paralelo, diversas galerias e museus da cidade inauguram exposições e promovem eventos que tornam o calendário artístico da cidade ainda mais agitado.

 

A feira começa na quinta-feira , dia 07,  e vai até 10 de abril. De visitas noturnas a apresentações de performances, o evento também inspira uma movimentada agenda pela capital.

Seminário Internacional

O “Seminário Internacional Cidade em Transe”, que terá a participação de artistas, fotógrafos, curadores, geógrafos, assistentes sociais, historiadores, entre outros profissionais, o seminário discutirá a cidade sob diferentes perspectivas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Salão de exposições 2.3 – segundo anda, nos dias 06 e 07 de abril. A organização é de Laura Burocco e MAM Rio com o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, através da Superintendência de Museus. O seminário apresentará ainda diálogos estabelecidos por alguns artistas em diferentes cidades onde tiveram ocasião de trabalhar, com uma atenção especial à cidade do Rio de Janeiro.

 

O seminário terá a participação dos artistas Pablo Ares, Guga Ferraz e Pedro Victor Brandão, do fotógrafo Mauricio Hora, do historiador Claudio de Paula Honorato, da curadora Beatriz Lemos, da assistente social Evelyn Serra Parente, entre outros.

 

“Perspectivas desafiadoras sobre a questão urbana, para além da esfera acadêmica, têm surgido nos últimos anos em trabalhos de numerosos artistas. Essas práticas, que acabam se envolvendo na concepção e na espacialidade da vida urbana, criam um diálogo entre o material e o imaterial, o objetivo e o subjetivo, o sujeito e o objeto, as ideologias e as representações, procurando formas diferentes de comunicar a experiência urbana”, afirma Laura Burocco.

 

“A partir do entendimento do espaço que incorpora o quadro físico, e também o mental e o social, os trabalhos apresentam as próprias práticas de ocupação. Nesse sentido, interessa revelar a mútua interferência entre a cidade e o artista; o trabalho e o espectador; entre a realidade e sua representação”, diz Laura Burocco.

 

No dia da abertura do seminário, foi lançado o livro “Trajetória: cursos e eventos MAM Rio”, de Elizabeth Catoia Varela, curadora do Departamento de Documentação e Pesquisa MAM Rio. A publicação traz os cursos e eventos realizados pelo MAM Rio ao longo dos 67 anos de existência do museu, que tiveram grande importância no cenário artístico carioca e nacional. A documentação foi tratada e inventariada a fim de que sua divulgação reforce a missão do museu e também contribua para futuras pesquisas sobre o cenário cultural da cidade e do país.

 

Programa:

 
DIA 06 DE ABRIL DE 2016 – CIDADE MUNDO

 
14h – Abertura – Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand, presidente do MAM; Mariana Várzea, Superintendente de Museus, da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro; Elizabeth Catoia Varela, curadora do Departamento de Documentação e Pesquisa MAM; e Luiz Pizarro, artista plástico e curador de Educação do MAM.

 

14h20 – O território da cidade: um convite à ação • A cidade e suas transformações: Produção alienadora e indícios de insurgência, por Álvaro Ferreira; • Mapeamento coletivo: o uso de dispositivos gráficos para ativação de práticas colaborativas e relatos críticos sobre os territórios, pelo coletivo Iconoclasistas/ Pablo Ares.

 

16h30 – Diálogos entre Espaços Outros • A garantia de direitos das pessoas em situação de rua, por Evelyn Parente / Secretaria do Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro • Cidade e estéticas marginais, por Stanley Vinicius • Apologia à bagunça: Rastros de contramemória na metrópole especulada, por Raphael Soifer.

 

 

DIA 07 DE ABRIL DE 2016 – CIDADE RIO  

 

14h – Práticas de Ocupação da Cidade • Arte e esfera pública. Arte como gatilho sensível para a produção de novos imaginários, por Brigida Campbell • Projeto Pedregulho: uma experiência de residência, por Beatriz Lemos • O projetor como ferramenta de ação direta, por Coletivo Projetação / Ernesto Fuentes Brito • Imagem e desvios na paisagem, por Pedro Victor Brandão • Arte-intervenção, suportes inusitados, diálogo com equipamentos urbanos e a gentrificação do grafite, por Mario Band’s.

 

 

16h40 – Entre realidade e representação: a região portuária do Rio de Janeiro • História, memória, patrimônio, escravidão e reparação na pequena África: O caso do cemitério dos Pretos Novos, por Claudio de Paula Honorato • Zona Imaginária, por Mauricio Hora • O Corpo do Processo, por Guga Ferraz.

 

 

17h30 – Debate | Encerramento Fernando Cocchiarale

 

 

Sobre os participantes:

 

Laura Burocco – Formada em Direito pela Universidade de Milão, tem especialização em Políticas Internacionais e Desenvolvimento pela Universidade de Roma; pós-graduação em Sociologia Urbana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e um Master in Building Environment em Habitação pela Universidade de Witwatersrand WITS, de Johannesburg. Sua área de pesquisa: políticas urbanas e desenvolvimento, criatividade, vigilância, ações coletivas e cidadania insurgente, intervenções políticas em arte pública.

 

Álvaro Ferreira – É pesquisador 1D do CNPq. Tem graduação em geografia pela Uerj (1996), mestrado em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR/UFRJ (1999) e doutorado em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (2003). Fez Pós-Doutoramento com o professor Horacio Capel na Universitat de Barcelona (2009). É professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Professor Associado da Uerj.

 

Pablo Ares – Artista, designer gráfico e um dos fundadores do grupo Iconoclasistas. Desenha cartografias desde 2000 e criou diversos dispositivos gráficos e visuais apresentados em oficinas de mapeamento coletivo, realizadas na América Latina e na Europa. Com Iconoclasistas, participou de diversas mostras de arte em países como Espanha, Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Chile, México, Brasil, Argentina, Líbano, Equador, Austrália, entre outros.

 

Evelyn Serra Parente – Assistente social formada pela UFF em 2002. Atualmente diretora do Centro Pop Barbara Calazans e do Centro Interprofissional de Apoio à Criança e ao Adolescente (Ciaca).

 

Stanley Vinicius – Formado em artes cênicas com habilitação em cenografia e indumentária pela Escola de Belas Artes/UFRJ. É mestre em aumstrategien – Arte em espaço público pela Kunsthochschule, Berlim. Desde 1991, vive na Alemanha, onde atua como cenógrafo e artista visual realizando trabalhos em artes cênicas, artes visuais e videoinstalação. Claudio de Paula Honorato – Mestre em História pelo PPH/UFF e doutorando em História pela PPGH/UNIRIO, é coordenador do Núcleo de Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, coordenador do Curso de Pós-graduação Lato-sensu em História da África e professor de História da África da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Duque de Caxias – Feuduc. Atuou como consultor na elaboração do dossiê de candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio da Humanidade para o Comitê Cientifico da Unesco e membro efetivo da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil OAB/RJ.

 

Mauricio Hora – Nascido e criado no Morro da Providência, é fotógrafo de renome internacional, com mais de 20 anos dedicados à fotografia. Foi autor e fotógrafo do “Projeto Favelité”, que em 2006 cobriu as paredes da estação do metrô Luxemburgo, em Paris.

 

 
Guga Ferraz – Artista visual, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É graduado em escultura pela Escola de Belas Artes/UFRJ. A partir do ano 2000, passa a integrar o grupo “Atrocidades Maravilhosas”, realizando trabalhos de intervenção urbana na cidade do Rio de Janeiro. A intervenção é o meio mais utilizado pelo artista, questionando temas como a violência urbana, as relações entre indivíduo e cidade e a própria cidade como lugar.

 

Raphael Soifer – Performer e pesquisador norte-americano, radicado no Brasil desde 2007. Seu trabalho tem como foco a vida social e política das ruas, as estéticas de poder, a memória incorporada e a interatividade urbana. Suas performances incluem “Tradição é aquilo que diz que não acaba nunca” (2015); “Pesquisas lapianas: Pombagiras” (2011); e “Cada um no seu quadrado” (2010), explorações da crescente privatização e militarização do espaço público carioca.

 

Pedro Victor Brandão – Artista visual, trabalha com fotografia, performance e práticas sociais. É graduado em Fotografia pela Universidade Estácio de Sá (2007-2009) e atendeu aos cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2005-2010 e 2015). Desenvolve séries de trabalhos considerando diferentes paisagens políticas em pesquisas sobre economia, direito à cidade, cibernética social e a atual natureza manipulável da imagem técnica.

 

Mario Band´s – Formado em comunicação social, publicidade e propaganda, foi estudante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. É um comunicador, arte-educador e grafiteiro. Artista interventor urbano com obras marcadas pelo intenso uso da geometria e precisão no trabalho com luz, sombras e cores.

 

 
Brígida Campbell – Artista, pesquisadora e professora do curso de graduação em artes vsuais da Escola de Belas Artes da UFMG. Doutoranda em artes visuais na Escola de Comunicações e Artes da USP. Mestre em Arte e Tecnologia da Imagem pela EBA-UFMG.

 

Beatriz Lemos – Mestre em História Social da Cultura (PUC-Rio). Em colaboração com o MAM/Rio, coordenou o projeto de catalogação dos documentos e da obra de Márcia X (1959-2005). Atua como curadora especializada em artes e redes digitais. Durante o primeiro semestre de 2015, realizou a etapa de pesquisa Lastro pela América Central, viajando com 12 artistas e três curadores brasileiros, entre Panamá, Costa Rica, Guatemala e México. Desde setembro de 2015, integra o programa Curador Visitante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, que desenvolve para a Biblioteca e Centro de Documentação e Pesquisa.

 

Coletivo Projetação – O Projetação é um coletivo autônomo de mídia-ativismo que luta pela democratização da cultura e dos meios de comunicação. Tendo o projetor como ferramenta e acreditando na força da ação direta, o grupo usa qualquer superfície da cidade para gerar reflexão e produzir contra informação, mostrando uma realidade que não é vista nos grandes meios de comunicação. Ao participar de manifestações, organizar cineclubes e fazer outras ações audiovisuais, tem como objetivo: divulgar as pautas daqueles que lutam contra o machismo, o genocídio indígena, a criminalização da pobreza, a violência e o genocídio do povo negro e da favela, pelo direito à moradia, pelas causas LGBT e pelo fim da militarização da PM, por exemplo.

 

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