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AGENDA CULTURAL

Mostra de Marina Rheingantz

31/out

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Terra Líquida”, quarta exposição individual de Marina Rheingantz exibindo pinturas inéditas de formatos variados, desde peças em grande formatos a outras de menores dimensões, que operam no limiar da figuração. São paisagens mínimas que remetem a falésias, serras, mares, charcos, campos e terras caipiras, lugares visitados e inventados que se descolam do real e incorporam a geometria e a textura da pintura.

 

Em “Terra Líquida”, trabalho que dá nome à exposição, emaranhados de poças d’água unificam a tela e criam caminhos entre elementos reconhecíveis que sugerem um clube hípico. Com mais de quatro metros de largura, é a maior pintura já executada por Marina, o que exigiu da artista um movimento constante de aproximação e distanciamento ao pintá-la, um movimento que se repete para o espectador. A composição sugere um processo de desconstrução de uma imagem com sucessivas camadas de pintura, resultando na reconstrução de uma memória.

 

No entanto, um olhar mais apurado revela o protagonismo da tinta no processo da artista. Marina não persegue uma ideia narrativa – ela deposita sobre a tela camadas de pinceladas robustas, trabalhando a superfície e ouvindo a pintura. Ao escutar a cor e a tinta, a imagem se insinua e a artista segue, agora sim de encontro a uma possível narrativa. A imagem não é o começo e nem o fim, ela acontece no meio do caminho.

 

Nas pinturas sobre linho da série “Bordados” as cores de fundo ganham tratamento quadriculado, como nos tecidos próprios para bordar, por meio de sutis alterações tonais e controladas pinceladas. Barras coloridas introduzem aos poucos novas cores no trabalho, enquanto linhas grossas traçam padrões assimétricos e sugestivas paisagens distendidas.

 

A abertura será pontuada pelo lançamento do livro “Terra Líquida”, pela Editora Cobogó, o qual abrange toda a produção da artista, com ensaio assinado pelo crítico e curador Rodrigo Moura.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Marina Rheingantz, nasceu 1983 em Araraquara, SP. A artista é graduada em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Integrou o grupo de jovens artistas paulistas conhecido como 2000e8, que reafirmou a força da pintura como linguagem artística nos anos recentes. Teve mostras individuais no Centro Cultural São Paulo (2012) e no Centro Universitário Maria Antônia (2011), entre outras. Exposições coletivas incluem Projeto Piauí (Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, 2016), Soft Power (KunsthalKAdE, Amersfoort, Holanda, 2016), Os muitos e o um (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2016) e No Man’s Land – Women Artists from the Rubell Family Collection (Contemporary Arts Foundation, Miami, 2015). Seutrabalho está em coleções como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Itaú Cultural.

 

 

De 05 de novembro a 22 de dezembro.

Diálogo estético/cultural em Paris

28/out

 

Dezoito artistas plásticos de diversas nacionalidades unem seus discursos estéticos em uma única cidade: Paris. Temas essenciais serão tantas vezes recontados sob o prisma da pluralidade cultural, estética e de suportes. Essa é uma das propostas de “La Beauté d’Un Tout”, exibição coletiva na Galerie de Nesle, Odéon/Pont Neuf. Em uma realidade em que coexistem tanta diversidade e tanta intolerância, o projeto promove, com muita beleza e sensibilidade, uma releitura mais harmônica das relações sociais.

 

Único artista brasileiro do grupo, Eduardo Sampaio participa da iniciativa com sua obra inédita “A Fé do Pescador”, inspirado nos versos das canções de Dorival Caymmi, levando ao projeto, mais do que uma estética, a musicalidade nacional. Apaixonado confesso pela figura humana, ele coloca a figura humana no centro de seu processo criativo.“A figura humana é uma fonte inesgotável de interpretações e beleza”, sintetiza Sampaio, que aceita pela segunda vez o convite para participar da iniciativa.

 

Com curadoria da Agapé Art, também integram o grupo Songmae An, Tzu-Fang Chen, Yi-Chun Chen, Eva Helmlinger, Didier Heslon, Donna Heslon, Sophie Eun Sun Huh, Young Suk Kum, Wilfrid Minatchy, Junseok Mo, Primavera, Claire Rousseau, Suzy Schlie, Myriam Schott, Yu-Hua Shen, Luwalhati Vergara e Cheng-Ying Wan.

 

 
A partir de 05 de novembro.

Fotografias de César Fraga

25/out

Uma viagem afetiva do fotógrafo e designer gráfico Cesar Fraga por nove países africanos resultou em uma exposição que lança um olhar sobre os lugares de memória do tráfico de escravos para o Brasil. A mostra “Sankofa: Memória da Escravidão na África”, em cartaz na Caixa Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta um total de 250 itens, incluindo 54 fotos, totens multimídia, textos com descrições dos países visitados e recursos de interatividade.

 

A curiosidade pelos fatos que antecederam a história da escravidão e o fascínio em relação às proximidades culturais entre o Brasil e os países africanos que comercializavam escravos foram os fios condutores que levaram César Fraga à expedição, na qual investigou as próprias origens. O fotógrafo e designer é bisneto de uma beneficiária da Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos das mulheres escravas nascidos a partir de 1871, quando essa legislação pré-abolicionista foi aprovada.

 

Durante um ano na África do Sul, ele percebeu a necessidade de dar sua contribuição para encurtar a distância cultural que separa o Brasil do continente africano. As fotografias que integram a exposição foram publicadas no livro “Do Outro Lado”, resultado da expedição de Fraga, que documenta a cultura e o cotidiano das localidades visitadas e, por vezes, sua correlação próxima com os costumes brasileiros.

 

“Grande parte do povo brasileiro vem da mistura entre colonizadores brancos, indígenas nativos e negros trazidos à força da África. Referências europeias não faltam, basta ligar a TV. Mas há muito ainda a se descobrir sobre nossos ancestrais índios e negros, os grandes silenciados da história. Foi assim que nasceu o projeto Do outro lado”, conta Cesar Fraga. Designer formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),  ele é fotógrafo autodidata e já atuou em projetos na América do Sul, Europa, África, Ásia e Antártica.

 

 

Roteiro

 

Elaborado pelo professor e escritor João Reis, considerado um dos mais importantes africanistas brasileiros, o roteiro da viagem abrangeu cidades e regiões protagonistas do tráfico de escravos. Entre 2013 e 2014, foram 60 dias percorrendo Cabo Verde, Senegal, Guiné-Bissau, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Angola e Moçambique, países de onde saíram boa parte dos 11 milhões de homens e mulheres vendidos como escravos – quase metade tendo o Brasil como destino –ao longo de 350 anos.

 

O nome da exposição – “Sankofa” – refere-se a um mítico pássaro africano de duas cabeças, que, segundo a concepção nativa, simboliza voltar ao passado para dar outro sentido ao presente.

 

 

 

Até 22 de dezembro.

Gaudí no Brasil

O Museu de Arte de Santa Catarina, Masc, Florianópolis, tornou-se a primeira cidade do país a receber a exposição “Gaudí, Barcelona 1900”, do arquiteto catalão Antoni Gaudí. A exposição conta com patrocínio da Arteris, com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte (SOL) e da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

 

 

Curadores destacam processos construtivos dos projetos de Gaudí

 

Os curadores da exposição, Raimon Ramis e Pepe Serra Villalba, destacam os processos construtivos dos projetos de Gaudí por meio de modelos tridimensionais que ressaltam detalhes de sua arquitetura. No design, móveis e objetos, que vão de maçanetas de metal a peças em cerâmica e madeira, mostram como a criação artesanal conseguiu fundamentar a indústria. O conjunto das obras reunidas do consagrado arquiteto catalão testemunha a invenção de uma original geometria, calculada a partir da observação e estudo dos movimentos da natureza. Com este princípio racionalista protagonizado pelo orgânico, Gaudí instaura uma estética moderna única que marcou definitivamente a cidade de Barcelona.

 

Para ilustrar ainda mais a potência de um período em que a capital da Catalunha surge como projeto moderno de cidade, os curadores selecionaram 26 trabalhos entre objetos e elementos decorativos concebidos pelos chamados ensembliers(artesãos de alto nível), além de 16 pinturas. São artistas contemporâneos a Gaudí, que desenvolveram suas obras conforme os preceitos do modernismo catalão. Entre eles destacam-se os pintores Ramón Casas e Santiago Rusiñol, e ensembliers como Gaspar Homar ou Joan Busquets, que decoraram e mobiliaram as casas da burguesia catalã do período.

 

Trata-se da mesma burguesia que colaborou para a inovação e processo de integração entre urbanismo, arquitetura, arte, design e indústria, atuando como mecenas dessa importante geração de artistas e artesãos que configuraram um dos movimentos mais férteis e representativos da cultura catalã. “Um momento em que foram construídos os fundamentos culturais da Catalunha atual, em que o processo industrial, o lado íntimo, o momento, o acaso, a mecanização, entre outros, vão ganhando espaço, e a atividade artística vai se abrindo a novas propostas”, explicam os curadores. Neste panorama, sugere ainda a dupla, a obra de Gaudí condensa o debate técnico, estético, ideológico e social da virada do século.

 

A exposição “Gaudí, Barcelona 1900” reúne 71 obras do mestre catalão, sendo 46 maquetes (quatro delas em escalas monumentais) e 25 peças entre objetos e mobiliário. Completam a mostra mais 42 trabalhos de outros artistas e artesãos de Barcelona, produzidos nos anos 1900. Os trabalhos expostos procedem do Museu Nacional de Arte da Catalunha, Museu do Templo Expiatório da Sagrada Família e da Fundação Catalunya-La Pedrera, Gaudí.

 

 

 

Até 30 de outubro.

Doação histórica

24/out

O MoMA recebeu uma doação histórica de arte latino-americana da Coleção Cisneros. A colecionadora venezuelana Patricia Cisneros anunciou a doação de 102 obras ao Museu de Arte Moderna, MoMA, de Nova York. São pinturas, esculturas e outras peças de autoria de 37 artistas do Brasil, Venezuela, Argentina e Uruguai, criadas entre as décadas de 1940 e 1990. No total, Patricia Phelps de Cisneros doou 102 obras, de diversos formatos e técnicas, incluindo trabalhos de 64 de artistas brasileiros.

 

 

Artistas brasileiros

 

A doação inclui telas, esculturas e trabalhos sobre papel realizados entre 1940 e 1990 por 37 artistas trabalhando no Brasil, na Venezuela, na Argentina e no Uruguai. Entre os brasileiros, há obras de Hélio Oiticica, Lygia Clark, Luiz Sacilotto, Ivan Serpa, Mira Schendel, Lygia Pape, Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Hercules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Aluisio Carvão, Willys de Castro, Rubem Valentim e Franz Weissmann.

 

 

Outros latinos

 

A doação inclui trabalhos dos venezuelanos Jesús Rafael Soto, Carlos Cruz-Díez e Alejandro Otero e do argentino Tomás Maldonado, entre outros. Patricia Cisneros faz parte do Conselho Diretivo do MoMA há varias décadas e participa de várias comissões de aquisição e gestão, incluindo o Fundo Latino-americano e Caribenho, do qual ela é presidente e fundadora.No últimos dezesseis anos, a Família Cisneros doou mais de quarenta obras ao museu.

FIAC 2016

21/out

FIAC 2016, Paris, França, chega com novidades e a presença de quatro galerias brasileiras. A edição deste ano da Foire Internationale d’Art Contemporain (FIAC), realizada anualmente no Grand Palais, sem dúvida é uma das mais importantes em quatro décadas do evento. Em meio a condições instáveis do mercado de arte e um clima de incerteza econômica, a FIAC tomou uma atitude ousada ao expandir sua presença nesta 43ª edição: introduziu o novo setor On Site, com esculturas e instalações.

 

O novo setor vai ocupar o Petit Palais, localizado em frente ao setor principal da feira, que acontece até domingo (23). On Site irá apresentar cerca de 40 obras, de 35 artistas, tanto no interior da Galerie Sud, Pavillion Sud e Jardin du Petit Palais, quanto na esplanada em frente ao Petit Palais. O setor foi pensando para que as galerias pudessem exibir estas obras em um contexto de museu e não em seus estandes de feira.

 

Apesar do ambiente econômico pouco favorável, a FIAC atraiu um total de 186 galerias participantes, de 27 países – 13 galerias a mais do que no ano anterior, sendo 43 estreantes. Quatro galerias brasileiras marcam presença nesta edição: Luciana Brito, Fortes Vilaça, Mendes Wood DM e Luisa Strina.

 

Fonte: Touche of class.

Arte, Valor e Mercado

Galeria Mamute promove no dia 27 de outubro, debate sobre arte e mercado de arte na Sala Multiuso Leste do Santander Cultural, Centro, Porto Alegre, RS. O curso oferece certificado de conclusão pelo PPGAV/UFRGS.O campo artístico tem tido dificuldade em compreender os processos de formação de valor da arte, considerando seus aspectos simbólicos e, principalmente, mercadológicos. Neste evento propomos abrir esta discussão a partir das pesquisas de duas especialistas focadas nestas problemáticas, no Brasil e no mundo, desde o início do século XX até a contemporaneidade. Um debate que diz respeito tanto a artistas, críticos, galeristas, produtores, colecionadores e demais interessados nas práticas artísticas.

 

 

A construção do valor na Arte Moderna e na Arte Contemporânea.

 

Com Maria Lucia Bueno – Mediação Maria Amélia Bulhões

Das 10h às 13h

 

A construção do valor na arte moderna e na contemporânea é um processo altamente complexo, que se desenvolve em diferentes escalas (local e transnacional) entre as instituições e o mercado, envolvendo uma constelação de agentes, eventos e operações. Nesta apresentação, embasada em pesquisas recentes e tendo como referências alguns casos exemplares, vamos abordar a questão a partir de três instâncias específicas:as coleções, as exposições e os arquivos.

 

 

Sobre a palestrante

 

Maria Lucia Bueno, é pesquisadora e professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde atua nos Programas de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens e  em Ciências Sociais. Realizou diversos estágios de pesquisa em nível depós doutorado no exterior, dos quais os mais recentes foram realizados no Institut d’études européennes (Université Paris 8, 2015-16) e no departamento de sociologia da New School for Social Research (New York, 2016), ambos financiados pela Capes. Com pesquisas nas áreas de sociologia da cultura e da arte, e história social da arte, publicou entre outros, Artes Plásticas no Século XX: Modernidade e Globalização (Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp/IMESP/FAPESP, 2001 e em versão eletrônica em Houston, ICAA/MFAH, 2015) e Sociologia das Artes Visuais no Brasil (São Paulo: Editora do Senac, 2012).

 

 

 

O Mercado e o Sistema de Arte Contemporânea no Brasil

 

Com Ana Letícia Fialho – Mediação Niura Borges

Das 14h30 às 17h30

 

O sistema da arte contemporânea no Brasil viveu recentemente um período bastante positivo, de grande visibilidade, dinamismo, expansão e internacionalização. Nesse processo, o crescimento do mercado e os interesses mobilizados por seus agentes (artistas, galeristas e colecionadores) parecem ter sido determinantes. Atualmente, o contexto nacional já não é tão favorável, a instabilidade política e a estagnação da economia estão afetando o campo da cultura, e há fortes indícios de retração dos investimentos públicos e privados no campo da arte contemporânea, enquanto o processo de internacionalização da produção e do mercado parece prosseguir. A fim entender o impacto dessas mudanças recentes na (re)configuração do sistema da arte no Brasil, neste seminário retomaremos dados de pesquisas que apontam para um forte desequilíbrio entre a esfera de produção, o mercado e as instituições.

 

 

Sobre a palestrante

 

Ana Letícia Fialho é Doutora em ciências da arte e da linguagem pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris (EHESS) e bacharel em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é gerente executiva do Programa Cinema do Brasil e pesquisadora associada ao Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP). Com mais de quinze anos de experiência profissional nas áreas de ensino, pesquisa e gestão cultural, já atuou junto a organizações como a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), o Fórum Permanente, a Fundação Iberê Camargo, a Bienal do Mercosul, o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, o Ministério da Cultura, entre outras.É co-autora do livro O valor da obra de arte (Metalivros, 2014).

 

Inscrições na plataforma:  https://goo.gl/LclyMi

 

 

 

Dia 27 de outubro de 2016

 

– Das 10h às 13h– Palestra com Maria Lúcia Bueno, Mediação de Maria Amélia Bulhões, com Coffee break.

 

– Das 14h30 às 17h30 – Palestra com Ana Leticia Fialho, Mediação de Niura Borges, com Coffeebreak

Gonçalo Ivo no MON

20/out

A metáfora de um corpo ou mais especificamente de uma pele na obra de Gonçalo Ivo é o ponto central da mostra “Gonçalo Ivo: A Pele da Pintura”, que poderá ser visitada no Museu Oscar Niemeyer, MON, Curitiba, PR, a partir de 28 de outubro. Com curadoria do crítico Felipe Scovino, a exposição apresenta mais de 100 obras, entre aquarelas, objetos e pinturas, que percorrem a trajetória do artista nas duas últimas décadas. Sob coordenação e supervisão de Flávia Simões de Assis e Waldir Simões de Assis Filho, a exposição “Gonçalo Ivo: A pele da Pintura” teve sua produção realizada por Rafaela Tascae expografia assinada pelo escritório da arquiteta Fernanda Cassou.

 

Gonçalo Ivo é um dos mais destacados artistas brasileiros da geração 80. Radicado na Europa há 15 anos, possui ateliês em Paris e Madri, alternando-se em temporadas de trabalho com o Rio de Janeiro, onde mantém seu ateliê na serra de Teresópolis. Sua obra é reconhecida internacionalmente, sendo exposta em destacadas galerias e museus do Brasil e do exterior. Recentemente seus trabalhos foram apresentados em diversas instituições como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Instituto Moreira Salles – São Paulo e Rio de Janeiro -, Espace Krajcberg, Paris e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

Para Juliana Vosnika, diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, a mostra é um convite para um mergulho na arte em sua camada mais profunda, “Estamos sempre buscando trazer para o nosso visitante o que há de mais prestigiado no cenário nacional e internacional. Esta mostra que apresenta obras de Gonçalo Ivo nos últimos 20 anos é um convite para uma experiência intensa que passa pela excelência técnica e pela inspiração diversificada de um pintor cuja história transcende as fronteiras do Brasil”, relata Juliana.

 

Em “Gonçalo Ivo: A Pele da Pintura”, a curadoria propõe a metáfora da pele como ponto da trajetória do artista, “É uma cor-matéria que vibra incessantemente e também se adequa como uma fina camada epidérmica sobre a tela-corpo. A cor confunde-se com a pele podendo ser na obra de Gonçalo, rugosa, desigual, seca, vibrante.”, analisa Felipe Scovino que reforça também as qualidades harmônicas e musicais da obra de Gonçalo, expressas na escolha dos títulos de algumas de suas obras: como contraponto, acorde, variações para coral e prelúdio. “A qualidade intervalar, que é construída por meio dos módulos de cor, me leva a crer que suas pinturas, agrupadas em um conjunto, podem ser lidas também como uma partitura.”, analisa o curador.

 

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no dia 15 de agosto de 1958, na cidade do Rio de Janeiro, Gonçalo Ivo é filho do poeta Lêdo Ivo e da professora Maria Leda Sarmento de Medeiros Ivo. Levado por seus pais desde a infância, visitou, com assiduidade, os ateliers dos artistas Abelardo Zaluar, Augusto Rodrigues, Emeric Marcier e Iberê Camargo. Estudou pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em 1975, sob a orientação de Aluísio Carvão (1920 – 2001) e Sérgio Campos Melo. Arquiteto, formado pela Universidade Federal Fluminense – UFF, exerce atividades como professor do Departamento de Atividades Educativas do MAM/RJ, entre 1984 e 1986, e como professor visitante da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – EBA/ UFRJ, em 1986. Trabalha também como ilustrador e programador visual para as editoras Global, Record e Pine Press. No decorrer de sua carreira, vem realizando diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. A partir do ano 2000 radicou-se em Paris, cidade que escolheu para se estabelecer com a família e montar atelier. Em 2013, instalou seu segundo atelier na Europa, situado em Madri, alternando períodos de trabalho entre França, Espanha e Brasil. Vários livros foram publicados enfocando sua obra, com textos de críticos brasileiros e internacionais. Gonçalo Ivo é representado em Curitiba, PR, pela Simões de Assis Galeria de Arte.

 

 

Sobre o curador

 

Felipe Scovino é crítico de arte e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui pós-doutorado em Artes Visuais e História e Crítica de Arte pela UFRJ, onde é professor no Programa de Pós- Graduação em Artes Visuais. Seu foco de trabalho é a arte contemporânea e a produção artística brasileira das décadas de 1960 e 1970. Recentemente realizou a curadoria das exposições “Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura”, apresentadas no CCBB de Brasília, Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, Museu de Arte Moderna de São Paulo e na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

 

 

 

De 27 de outubro a 26 de fevereiro.

Mostra de Eduardo Frota

 

Diferentemente das outras exposições de que participou em Porto Alegre, com grandes esculturas construídas a partir de pequenos módulos de madeira, desta vez o artista cearense Eduardo Frota utiliza a própria arquitetura do prédio para compor sua obra. As portas, os vidros das janelas internas, a escada que conduz à reserva técnica do acervo de máquinas, tudo foi removido de seu lugar de origem, para, na sequência, ser recodificado como se fosse desenho ou pintura nas paredes da Sala de Exposições. As partes, assim reinstauradas, dão outra fisicalidade ao todo, reinventando o espaço arquitetônico do velho galpão de madeira do Museu do Trabalho, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

 

A intervenção “Associações Disjuntivas” teve uma primeira versão em 2009 no Alpendre – Casa de Arte, Pesquisa e Produção, espaço de arte independente que existia em Fortaleza, do qual Frota foi um dos fundadores e coordenador do núcleo de artes visuais. Eduardo Frota é reconhecido nacionalmente sobretudo por suas esculturas em madeira, às vezes em escalas monumentais, como as peças que apresentou em 2002 na histórica 25ª Bienal de São Paulo, com curadoria de Paulo Herkenhoff, ou os carretéis gigantes que empilhou em 2005 no Museu Vale, em Vila Velha, no Espírito Santo.

 

 

De 19 de outubro a 27 de novembro.

Estandartes de Heberth Sobral

19/out

A Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, vai inaugurar a exposição “Estandartes”, de Heberth Sobral, sob curadoria de Marco Antonio Teobaldo, no dia 29 de outubro, a partir de uma inusitada releitura das obras de Jean-Baptiste Debret sobre os costumes de africanos escravizados no Rio de Janeiro. O artista cria as mesmas cenas retratadas pelo artista francês no passado, a partir do uso de peças de plástico da marca de brinquedos Playmobill. As nove obras da exposição são apresentadas em formato de estandartes de grandes dimensões, com forte influência dos festejos populares  e do Barroco de Minas Gerais, terra natal do artista.

 

Em 2010, Heberth Sobral exibiu pela primeira vez a série “Violência não é brincadeira”, na qual retratava cenas e tipos urbanos cariocas em situações de violência divulgadas nos meios de comunicação. A característica marcante dessas obras é o uso da estética do universo Playmobill que fazem as vezes dos personagens retratados pelo artista. Esta criação acabou por se tornar a marca registrada de Sobral, que continuou a explorar este recurso, partindo também para reproduções de cenas de obras de arte icônicas, e, posteriormente, na releitura de padronagens de azulejaria portuguesa que desenvolveu em uma residência artística em Cascais, Portugal.

 

De acordo com o curador da exposição, o artista teve uma grande dificuldade em encontrar no Brasil as figuras de Playmobill de personagens negros, deparando-se com o desafio em importá-las, para que pudesse criar seus dioramas e fotografá-los, com o enquadramento muito aproximado aos apresentados nas pranchas de Debret. Em alguns casos, foi necessário criar adereços de forma artesanal, como as máscaras de ferro, abanadores e algumas peças de vestuário. Em outros, houve intervenções para que a cenografia e figurino apresentassem aspectos de desgaste do tempo, como revela o curador Marco Antonio Teobaldo.

 

 

De 29 de outubro até 14 de janeiro de 2017.

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