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AGENDA CULTURAL

A mão do povo

01/set

Masp recria histórica mostra de arte popular montada por Lina Bo Bardi

 

Um São Jorge encara o público na entrada. Atrás e ao lado dele no primeiro andar do Masp estão tablados cheios de carrancas, ex-votos, tachos de alambique, colheres de pau, joias de escravas. No fundo, um Cristo agoniza na cruz que pende do teto. É o fim apoteótico da mostra ressuscitada agora num remake de exatidão obsessiva, milimétrica.

 

Quase meio século depois da primeira montagem de “A Mão do Povo Brasileiro”, pesquisadores examinaram fotografias de época e listas de empréstimos para recriar com total fidelidade uma das mostras mais ambiciosas e controversas da história do museu.

 

Quando levou esses objetos de arte popular à exposição inaugural do Masp na avenida Paulista, Lina Bo Bardi já tinha alguma noção do potencial explosivo de seu gesto.

 

Ela chegou a montar uma mostra parecida em Roma, quatro anos antes, mas o evento foi interditado por ordem de agentes da ditadura, que discordavam dessa visão do Brasil quando tentavam emplacar a ideia de um país moderno, uma futura potência. No dia da abertura, que não ocorreu, o jornal “L’Espresso” concluía que “a arte dos pobres apavora os generais”.

 

Em 1969, Bo Bardi desafiou mais uma vez os militares. Mais do que uma exposição, a mostra que abriu o museu foi uma espécie de manifesto cenográfico, em que sua idealizadora tentava mostrar objetos ditos do povo na mesma caixa resplandecente de vidro e concreto que abrigava quadros renascentistas e impressionistas.

 

“É importante entender esse momento”, diz Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp. “Era o centro financeiro do Brasil, onde estavam obras-primas da arte europeia, e essa produção popular estava ali em contraste, em fricção radical com aquilo. Tem um dado subversivo que permanece, porque isso ainda é marginalizado, menosprezado. A gente vê certo preconceito com esse material.”

 

No caso, um preconceito que vem se dissolvendo, dada a multiplicação de mostras do tipo em museus e galerias, que vêm bancando uma revisão da ideia de arte popular. Isso passa também pela implosão de rótulos como “naïf” ou “outsider”, termos até há pouco comuns para indicar obras de nomes de fora do circuito tradicional das artes visuais.

 

Mesmo às vezes beirando o fetiche pelas ideias de Bo Bardi, o Masp parece se esforçar para liderar esse movimento, querendo superar, nas palavras de Pedrosa, a “distinção entre arte e artefato”. Tanto que o museu planeja uma integração desses acervos, infiltrando carrancas e outros objetos do tipo entre os cavaletes de vidro do segundo andar, reservado à arte dos grandes mestres aceitos pela história.

 

Nesse sentido, o remake de “A Mão do Povo Brasileiro” é o primeiro passo na retomada da relação entre o alto e o baixo clero da coleção, mas também joga luz sobre o pensamento de Bo Bardi. “Nos esboços, a Lina anotava coisas como ‘refletor de teatro’, ‘luz dramática'”, observa Tomás Toledo, um dos organizadores da mostra. “Ela tinha uma preocupação cenográfica.”

 

Isso se revela tanto na simetria dos tablados que sustentam os objetos quanto na ordem das peças, que lembra uma procissão religiosa. Flanar pelos corredores do primeiro andar do museu dá a sensação de ser um voyeur num desfile de formas incongruentes, de roupas de vaqueiro a peças de cerâmica, arte plumária, brinquedos, placas de feira e moendas de pedra.

 

No fundo, Bo Bardi quis arrebatar mais pelo acúmulo e pelo espanto dos volumes do que pelas peças individuais. Existe ali, como lembra Pedrosa, um horror ao vazio.

 

E à distância. Tanto que a arquiteta preferiu santos de procissão a figuras de altar, mais íntimas da multidão, e as luzes da galeria foram rebaixadas a uma tonalidade mais quente. O que ressurge no Masp é a exaltação dessa mão calejada e inquieta do povo. (Texto de Silas Martí).

 

 

 

De 1º de setembro a 29 de janeiro de 2017.

Portugal contemporâneo

O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, situado no Portão 10, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, inaugura a exposição temporária “Portugal Portugueses – Arte Contemporânea”. Considerada a maior exposição de arte portuguesa contemporânea já realizada no país, a mostra integra uma trilogia sobre a mais nova produção artística da África, de Portugal e do Brasil com patrocínio das empresas EDP Brasil, com apoio do Instituto EDP, Banco Itaú e Rainer Blickle, Leonardo Kossoy e Orandi Momesso.

 

“Portugal Portugueses” é a segunda exposição dentro da proposta da trilogia desenvolvida pelo curador da mostra, Emanoel Araujo, responsável por homenagear as principais raízes da cultura brasileira (africana, portuguesa e indígena) à luz de uma leitura contemporânea nas artes visuais. Esta grande mostra sucede “AfricaAfricans”, recentemente eleita pela Associação Brasileira de Críticos de Arte como a melhor exposição do ano de 2015.

 

Uma seleção de mais de 40 artistas, de profundos vínculos com o país lusitano, apresentará trabalhos que contemplam recortes artísticos diversos. Um grande destaque é a participação de artistas modernistas consideradas pelo curador a base da contemporaneidade portuguesa, mulheres que tornaram proeminentes a arte lusitana no circuito internacional através de obras surrealistas, geométricas e que se conectam com Brasil e a África.

 

 

Artistas participantes

 

“Portugal Portugueses” contará com obras de grandes nomes como: Albuquerque Mendes, Ana Vieira, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Cristina Ataíde, Didier Faustino, Fernando Lemos, Francisco Vidal, Gonçalo Pena, Helena de Almeida, Joana Vasconcelos, João Fonte Santa, João Pedro Vale e Nuno Alexandre, Joaquim Rodrigo, Joaquim Tenreiro, José de Guimarães, José Loureiro, José Pedro Croft, Jorge Molder, Julião Sarmento, Lourdes Castro, Manuel Correia, Maria Helena Vieira da Silva, Michael de Brito, Miguel Palma, Nuno Ramalho, Nuno Sousa Vieira, Orlando Azevedo, Paula Rego, Paulo Lisboa, Pedro Barateiro, Pedro Cabrita Reis, Pedro Valdez, Rui Calçada Bastos, Sofia Leitão, Teresa Braula, Tiago Alexandre, Vasco Araújo, Vasco Futscher e Yonamine.

 

 

A palavra do curador

 

“Por muitas razões a arte portuguesa tem um leque enorme de situações que nos comovem, talvez porque nela existam resquícios da África, do Brasil e dela mesma, naturalmente. Esta exposição celebra uma união inevitável de encontros e desencontros do que foi e do que é a nossa formação como povo, descoberto, colonizado e independente, por um português e um brasileiro, Pedro IV, rei de Portugal, que se tornou Dom Pedro I – Imperador do Brasil, e como esta independência que tão cedo foi, não nos afastou, mas consolidou as raízes profundas dessa invenção. Portugal é muito mais que um país, é uma aventura, como nos outros tempos memoráveis, senhor das conquistas e das descobertas, do Brasil e da África, pelo mundo afora. Portugal foi um terrível escravocrata, e se valeu da escravidão negra para desenvolver suas descobertas na América e na própria África, também foi um colonizador que se miscigenou e espalhou artes e ofícios.”, comenta Emanoel Araujo, fundador e Diretor Executivo Curatorial do Museu Afro Brasil.

 

“… A arte é uma antena para captar e expressar sentimentos aleatórios e arcaizantes. É através dela, e de seus laços no inconsciente coletivo, que manifestações representam os lados triangulares da invenção. E, é nessa invenção que “Portugal Portugueses” se arma para mostrar uma faceta desta arte portuguesa contemporânea, revelando a modernidade e a sua atualidade. Claro que, em se tratando de expressões artísticas, nem sempre as escolhas são totalmente abrangentes. São muitos os artistas seminais de uma grande história da arte portuguesa moderna e contemporânea. Evidentemente, esta exposição não tem um caráter didático e nem esgota o assunto diante da complexidade de tantos autores.”.

 

 

Sobre a exposição

 

O modernismo das artistas Maria Helena Vieira da Silva, Ana Vieira, Helena de Almeida, Paula Rego e Lourdes Castro, formam um núcleo poderoso de mulheres criadoras, que incorporam com suas obras e linguagens, uma valiosa contribuição à arte contemporânea portuguesa. É, a partir delas, que “Portugal Portugueses” se desenha, abrindo espaço, através de diferentes linguagens e estratégias como a geometria, instalações, esculturas, fotografias, desenhos e grandes painéis, reunindo consagrados nomes aos novos talentos que despontam. Dentre eles, podemos citar a instalação de João Pedro Vale e Nuno Alexandre. Feito de collants, tecido, ferro, arame, corda e espuma, “Feijoeiro” é uma instalação de grandes dimensões. Semelhante ao tradicional conto infantil, este enorme pé de feijão chama a atenção de adultos e crianças com suas cores fortes e vibrantes, um convite à interação.

 

Dentre os vários trabalhos selecionados, há aqueles com dedicada atenção aos diálogos entre o Brasil e o continente africano. É o caso do artista português, Vasco Araújo, conhecido no cenário artístico paulistano, seus trabalhos articulam questões políticas às heranças de um passado colonial. “O Inferno não são os outros” é uma obra que provoca a reflexão sobre os limites de nossas decisões e ações, colocando em cheque as barreiras entre aquilo que parece ser da ordem do privado, mas que está repleto de consequências na dimensão política do mundo, principalmente no mundo ocidental.

 

A série “Pau Brasil”, de autoria de Albuquerque Mendes, também compõe a mostra fazendo uma ponte entre Portugal e uma antiga colônia – o Brasil. Nela, o pintor expõe a diversidade de estilos humanos, explorando a miscigenação tanto em nosso país quanto em Portugal. Seus quadros retratam homens e mulheres negros, brancos e indígenas sempre em poses semelhantes, explorando tanto a diversidade étnica quanto propondo as semelhanças entre as pessoas.

 

A exposição traz também jovens artistas como Sofia Leitão e Teresa Braula. Leitão inicia seus primeiros trabalhos em 2003 e desde então mantém um delicado olhar sobre a cultura de seu país por meio de soluções visuais exuberantes. Suas grandes instalações já se destacaram quando foram expostas em cidades portuguesas como Porto e Lisboa. Para a mostra no Museu Afro Brasil, teremos a oportunidade de apreciar “Matéria do Esquecimento”. Já Teresa Braula, expoente artista no circuito europeu, apresenta suas investigações sobre o espaço e o lugar da memória.

 

Dentre os reconhecidos nomes da arte contemporânea portuguesa, o fotógrafo Jorge Molder apresenta a série “Dois Deles”, onde investigações sobre a auto representação se mesclam a própria presença do artista em meio a uma longa sequência de práticas reflexivas, sugerindo um complexo repertório visual.

 

Parcerias com galerias, colecionadores e os próprios artistas portugueses estão sendo importantes para a realização deste projeto, como é o caso da Galeria Filomena Soares, que possibilita conhecer importantes obras. Como a série de grandes painéis fotográficos “Explorers” do artista Didier Faustino e “Lookingback” da artista Helena Almeida, além da intrigante obra em vidro acrílico da artista Lourdes Castro e produções de Joaquim Rodrigo, Paula Rego e os desenhos em grafite de Pedro Barateiro.

 

 

 Homenagens

 

Simultaneamente a “Portugal Portugueses”, acontecerão no museu três homenagens póstumas a importantes personalidades portuguesas: Beatriz Costa, grande atriz de cinema e teatro, sua trajetória teve importante participação no teatro brasileiro; Rafael Bordalo Pinheiro, ceramista e caricaturista que criou importantes revistas no Brasil do século XIX, e também pelos 170 anos de seu nascimento; e Amadeo de Souza Cardoso, um pintor revolucionário, o Museu Afro Brasil apresenta uma reprodução dos desenhos do álbum XX Dessins, editados recentemente na exposição retrospectiva dedicada ao artista, realizada no Grand Palais de Paris.

 

Uma sala especial homenageará a artista portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, que viveu no Brasil no período entre 1940 e 1947, convivendo com outros artistas europeus residentes no país, além de intelectuais e pintores brasileiros.

 

 

Encontro com os artistas

 

No dia seguinte à abertura da mostra, a instituição realiza um encontro com alguns dos artistas convidados, para um debate com o público sobre suas produções e questões tratadas pela exposição.

 

 

 

Até 08 de janeiro de 2017.

Ponto Transição

31/ago

O Centro de Artes Visuais da Funarte / MinC realiza, a exposição “Ponto Transição”, que reúne trabalhos de 30 artistas e coletivos contemporâneos de diversas linguagens e tendências, articulados em um circuito de espaços no interior da Fundição Progresso. As obras foram selecionadas pelos curadores artísticos Luiza Interlenghi, Sonia SalcedodelCastillo e Xico Chaves, do Centro de Artes Visuais da Funarte/MinC, a partir do grande universo de artistas que participaram nos últimos doze anos de editais da instituição, em um amplo processo de mapeamento da produção de artes visuais que envolveu críticos de todo o país. “Ponto Transição” integra a programação cultural dos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro, e os trabalhos expostos compreendem intervenções urbanas, poemas visuais, fotografia, audiovisuais, videoinstalações, esculturas, objetos, trabalhos de coletivos artísticos e outras formas de múltipla expressão.  Haverá ainda uma intensa programação de performances e conversas abertas ao público, com artistas e pensadores.

 

Muitas obras foram feitas especialmente para esta exposição, como é o caso dos artistas Alex Hamburger, Alexandre Dacosta, Ana Muglia, Franklin Cassaro, Helena Trindade, Hugo Houayek, João Modé, Raul Mourão, Ricardo Basbaum, com João Camillo Penna, Thomas Jeferson, Coletivo Vade Retro Abacaxi, Valéria Costa Pinto, Victor Arruda e Wlademir Dias-Pino, com Regina Pouchain. Outros artistas irão recriar trabalhos emblemáticos, como Ana Vitória Mussi, Armando Queiroz, Chang Chi Chai, Eduardo Coimbra, Elisa de Magalhães, Irmãos Guimarães, Marcio Zardo, Marcos Bonisson, Marcos Chaves, Martha Niklaus, Ricardo Aleixo, Ronald Duarte, Suzana Queiroga, Tchellod`Barros e Tina Velho. A Galeria Transparente, projeto com curadoria de Frederico Dalton, terá um território na exposição para uma programação própria de performances, com os artistas Nivaldo Carneiro, TetsuoTakita, Rodrigo Munhoz, Pedro Paulo Domingues, Helena Wassersten, Crioulos de Criação, Coletivo S.T.A.R., Clarisse Tarran& Edu Mariz, Monica Barki, Lilian Amaral e André Sheik.

 

Para Xico Chaves, diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, “…a exposição traduz um momento de transição das artes visuais, que o Brasil representa bem”. “Estamos em uma transição mundial, global. As artes visuais estão acolhendo experimentações que não podem ser realizadas no campo de outras linguagens. Nas artes visuais essas manifestações encontram uma liberdade e um espaço de concepção e amplitude irreversíveis”, afirma. “Neste momento de transição, você vai encontrar uma diversidade múltipla, e não uma sequência de performances similares”. Ele destaca que a Funarte “tem como função estimular o que não está no mercado”. “Institucionalmente tem que atender a esses processos de experimentação”.

 

“Ponto Transição” também coloca em evidência o trabalho curatorial. Xico Chaves acentua que “esta é uma oportunidade de trazer a curadoria de volta à instituição, que conta com profissionais altamente qualificados”. “A Funarte criou um campo de expansão permanente, aceleradíssimo, em que foi tudo incorporado: poesia visual, performances, intervenções urbanas, coletivos, uma nova abordagem sobre o objeto, novas tecnologias, obras que não se classificam de uma forma só, sem excluir as expressões artísticas convencionais.

 

 

 

Arte em campo instável

 

Luiza Interlenghi situa a exposição em um recorte da arte em campo instável, área que pesquisa há quatro anos. “Buscamos mostrar as poéticas de artistas que se posicionam em uma transição, entre espaços tradicionais da arte e os não artísticos, galerias e ruas, subvertendo a relação do trabalho com as instituições”, explica. “Outra discussão que está presente em trabalhos de vários artistas é a liquidez de fluxo, de sociedade de transição, de uma cultura movente, que demanda sempre um posicionamento individual a cada momento”. Ela ressalta que esta é uma discussão já travada nas ciências sociais por ZygmuntBauman e Anthony Giddens, mas “que permite um olhar para esta produção contemporânea que lida com este fato de uma maneira poética, lúdica, às vezes crítica”. “A curadoria acolheu a transição, os processos, as linguagens dos artistas, e dialogou com o espaço da Fundição. Vai haver um espaço de reflexão, de conversa, de estar, uma sala multiuso, com vídeos, publicações de arte, disponíveis para o público”, destaca.

 

 

Poesia expandida

 

Sonia Salcedo acentua que as obras da exposição lidam com essa questão da arte fora do cubo hermético, branco. “Buscamos reunir elementos das artes visuais que tratassem desse aspecto, esta confluência dessas linguagens mais transitórias, que deu origem a esta proposta de ‘Ponto Transição’, ao invés de objetos de arte convencionais”. Ela acentua que a expografia não será apenas uma arquitetura expositiva, e sim “uma extensão, no espaço, do conceito curatorial”. “A exposição lida com essas camadas de um processo de hibridização da arte, no qual as categorias, os modos antes evocados para uma classificação, essas barreiras são destituídas, desmoronam, e nos estilhaços há uma migração de linguagem, meios, suportes, em que se encontra um terreno muito profícuo da poesia expandida, que é pra onde converge meu entendimento do fazer curatorial”, explica. Ela acrescenta que a curadoria buscou “familiarizar o espaço com a poética que cada artista está desenvolvendo”. “Não existe um roteiro, uma circulação linear”, diz.

 

 

De 1º a 18 de setembro.

13º ano da Gentil Carioca

Em sua quarta exposição individual na galeria A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, o artista Thiago Rocha Pitta exibe ao público os afrescos e vídeos da série “Mapas temporais de uma terra não sedimentada”, onde se vê o registro do desenvolvimento independente, exceto por ligeiras intervenções do artista, dos movimentos diversos de terrenos erodidos e variados. Estes registros são característicos do trabalho do artista que estimula a observação e reflexão dos elementos naturais.

 

A exposição conta ainda com “A Parede Gentil” que assinada pela artista Lenora de Barros apresentando a obra “XÔ DOR” e o lançamento da 68° edição da “Camisa Educação”, por Leonardo Lobão (Ateliê Gaia / Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea).Durante a abertura da exposição a galeria A Gentil Carioca comemora seu 13° ano prazerosamente ao lado dos parceiros, amigos, colecionadores e amantes da arte em geral que acompanham sempre e cada vez mais sua marcante trajetória cultural.

 

 

Sobre o artista

 

Formado em Pintura pela Escola de Belas-Artes da UFRJ, em 2003, frequentou diversos cursos livres na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage. Hoje com obras nos museus como MoMA em Nova York, Thyssen-BornemiszaArtContemporary em Viena e HaraMuseum em Tóquio.

 

 

De 03 de setembro a 08 de outubro.

Valor – Palestra

A formação de valor na arte contemporânea. O Ateliê397, com apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, via ProAC, convida a todos os interessados para o encerramento do seminário: “A formação do valor nas artes visuais”, com a mesa “O desafio do equilíbrio no sistema da arte”. A conversa com Regina Pinho, Tadeu Chiarelli, Thais Rivitti e Fabio Cypriano, com a mediação de Tatiana Ferraz acontecerá na próxima quarta-feira, dia 31 de agosto às 20hs. A entrada é gratuita e sem inscrição.

 

Serviço: A formação de valor na arte contemporânea

 

Local: Ateliê397 – Rua Wisard, 397 – Vila Madalena – São Paulo – SP

 

Múltiplos397 Edição 2016

O projeto “Múltiplos397” é uma iniciativa do Ateliê397, Vila Madalena, São Paulo, SP, que, desde 2010, visa estimular a produção de novas obras, promover a formação de novos públicos, incentivar o colecionismo como prática cultural e divulgar trabalhos de artistas contemporâneos. O projeto também colabora com a continuidade dos demais projetos do espaço.

 

Desde sua criação, o “Múltiplos397” lançou trabalhos de artistas com trajetórias relevantes no meio de arte brasileiro. Nas suas edições anteriores, participaram do projeto os artistas Leda Catunda, Nino Cais, Nazareno, Marcelo Amorim, Fabio Flaks, Luiz Roque e Laura HuzakAndreato.

 

Esta nova edição do “Múltiplos397” conta com dois trabalhos: “Queima”, da artista Débora Bolsoni, e “Arenito”, dos artistas Antônio Ewbank, Chico Togni e Edu Marin. Estão disponíveis para venda vinte exemplares de cada trabalho.

Vergara exibe fotografias

30/ago

Art Weekend

29/ago

De 02 a 04 de setembro, às vésperas da Bienal de São Paulo, ocorre a primeira edição da Art Weekend. O evento é uma versão soft da Virada Cultural. Durante três dias, 35 galerias estendem seu horário de funcionamento para receber aberturas, coquetéis, mesas-redondas e visitas guiadas. A entrada é gratuita.

 

Para organizar o rolê, o Art Weekend oferece quatro roteiros. São eles: Itaim Bibi (Andrea Rehder Arte Contemporânea, Carbono Galeria, Choque Cultural, Fólio Galeria, Luciana Brito Galeria, Galeria Lume, Galeria Marília Razuk, Galeria Mario Cohen, Galeria Nara Roesler),

 

Centro/Barra Funda (BFA Boatos Fine Arts, Galeria Fortes Vilaça (Galpão), Galeria Jaqueline Martins, Galeria Sé e Galeria Vermelho),

 

Jardins (Almeida e Dale, ArtEEdições, Baró Jardins, Bergamin & Gomide, Casa Nova Arte, Casa Triângulo, DAN Galeria, Frente, LuisaStrina, Marcelo Guarnieri, Mendes Wood DM, Paulo Kuczynski Escritório de Arte, Rabieh e Zipper)

 

e Pinheiros/ Vila Madalena (Bolsa de Arte de Porto Alegre, Blau Projects, Central, Choque Cultural, Eduardo Fernandes, Fortes Vilaça, Leme, Mezanino, Millan e Raquel Arnaud).

 

 

 

Livro de artista

Na quarta-feira, 31 de agosto, às 11 horas, será lançado na Pinacoteca Barão do Santo Ângelo, no Instituto de Artes da UFRGS, Centro, Porto Alegre, RS, o livro “O livro de artista e a enciclopédia visual”, baseado na tese de doutorado de Amir Brito Cadôr, pesquisador e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Na obra de Cadôr, o estudo dos livros de artista é apresentado sob a forma de uma enciclopédia, que é ao mesmo tempo um manual de construção de uma Enciclopédia Visual. São mais de 70 verbetes distribuídos em 12 capítulos temáticos, que tratam das poéticas do arquivo, da coleção e do inventário, além da arte da memória, a montagem e a alegoria contemporânea. A poesia visual, a metalinguagem e os paratextos editoriais são destacados em outros capítulos. São abordadas também a produção e a transmissão de conhecimento através de imagens, assim como o uso de mapas, pictogramas e diagramas em livros de artista. São reproduzidas mais de 150 obras, sendo que a maioria dos livros estudados pertencem à Coleção Livro de Artista da UFMG.

 

“Meu objetivo foi colocar os livros de artista em relação uns com os outros, percebê-los como parte de um sistema de conhecimentos e aproximá-los de conceitos associados à prática enciclopédica… Procuro mostrar como se dá a produção e transmissão de conhecimento por meio de imagens, pensadas do ponto de vista dos artistas que se apropriam de ilustrações técnicas e de procedimentos científicos para instaurar a dúvida mais do que produzir certezas”, afirma Amir Brito Cadôr, que falará sobre sua pesquisa no lançamento.

 

O design do livro é da Casa Rex, de Gustavo Piqueira. A publicação tem 656 páginas e foi editada pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Na Galeria Marcia Barrozo do Amaral

26/ago

Wilson Piran costuma destacar a riqueza visual da geometria, cuja simplicidade não elimina a intensidade e o encantamento. O artista costuma impactar o visitante fazendo-o refletir sobre a necessidade de recuperar o lúdico e a alegria na arte. Com a série “Volúpias”, Piran comemora 40 anos no cenário da arte contemporânea em mostra inédita na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, com abertura marcada para o dia 13 de setembro. O dicionário define “Volúpia” como o grande prazer dos sentidos e sensações, formas e cores, e é o que Piran vem buscando através de esculturas em aço inox, produzidas com corte a laser, que vem sendo estudadas por ele há alguns anos. Em cores primárias e em aço inox aparente, as 14 peças permitem explorar possibilidades, sem uma posição definitiva.

 

 

Ao longo desse percurso o artista realizou sucessivas pesquisas de materiais, tais como papel, decalques, madeira, tecidos, purpurinas, acrílico, entre outros, apresentando trabalhos de caráter conceitual, mas sempre aliados à matéria. Com estes trabalhos participou de várias exposições coletivas e individuais, recebeu prêmios e tem obras incluídas em coleções importantes, tais como a coleção Gilberto Chateaubriand, coleção Luiz Chrysostomo de Oliveira e a coleção Randolfo Rocha. “Constelação”, obra que integra a coleção Gilberto Chateaubriand no MAM RJ, é emblemática desse período e apresenta nomes dos principais artistas brasileiros, realizados em madeira recoberta de purpurina, num verdadeiro work in progress, pois vem ao longo dos anos incorporando nomes de artistas das novas gerações. “Constelação” foi exposta pela primeira vez, na sua forma original, em 1982, na galeria de Marcia Barrozo do Amaral.

 

 

Novas pesquisas levaram o artista a explorar o papel cartão e o plástico poliestireno, com recortes, dobras e curvas que se entrelaçam em formas sinuosas e sensuais. “Senti a necessidade de procurar um material mais resistente que me permitisse realiza-los de forma mais estruturada. Surgiu o aço inox, e através dele venci o desafio de realizar formas maleáveis, apropriadas para o jogo visual pretendido, de exploração das sinuosidades, dos volumes, dos espaços vazios, das cores”, conta Wilson Piran.

 

 

A palavra do crítico

 

“Artista com forte influência da pop art, Piran acrescenta sensualidade, comunicação e encantamento nessa trigonometria provocante; seus objetos se deslocam diante do nosso olhar, brincam, dançam, tremulam repletos de musicalidade. Curvas niemeyerianas, bichos e trepantes, farfalhantes, eles abraçam o universo popular, cestarias, fuxicos, alma barroca popular brasileira. E assim eles se apresentam ao público: retratos do Brasil, sofisticados e simples, concretos e misteriosos, prenhes de beleza e sedução, brinquedos encantados que traduzam a nossa formação mestiça. E se, hoje, a arte não se proclama mais como a voz da transformação, esses recentes trabalhos de Wilson Piran colaboram para a realização de um presente mais sensível, bonito e verdadeiro”, destaca Marcus de Lontra Costa, que assina o texto da mostra.

 

 

De 13 de setembro a 15 de outubro.

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