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AGENDA CULTURAL

Ricardo Camargo exibe Edo Rocha

22/mar

O artista plástico e arquiteto Edo Rocha apresenta na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, a exposição “O Passado Presente”, uma síntese da sua produção artística de 1967 a 2013, período em que expressou sua emoção e pensamento por meio de diversos tipos de materiais e técnicas. Essas duas vertentes do seu trabalho podem ser identificadas entre as 22 obras selecionadas, entre telas, esculturas, aquarelas e transparências. Merece destaque uma série de sete relevos em papel sobre papel produzidos em 2012, nos quais mescla sinais de impulsividade, delicadeza e movimento.

 

Há dez anos Edo Rocha não fazia uma exposição em São Paulo. Sua última mostra foi Arquitetura e Arte. Mesmo com pouco tempo para dedicar ao ofício, ele nunca deixou de manifestar sua expressão artística desde quando começou a pintar aos 13 anos de idade. Edo Rocha aproveita o momento para dedicar a mostra a seus amigos e gurus Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, que interferiram de maneira definitiva em seu trabalho.

 

A palavra do artista

 

É incomum um artista falar sobre sua obra. Na verdade, quando ele quer comunicar sua emoção, ele faz a obra e não a explica. Comecei a pintar aos 13 anos e com 17 estava na IX Bienal de São Paulo. Ser um artista e arquiteto não é fácil, pois a arquitetura toma muito tempo e dedicação. Em 50 anos, pintei mais de 600 quadros e em 40 anos de arquitetura, mais de 900 projetos e mais de 10.000.000 de m² projetados, enfim, bastante trabalho. Esta exposição, “O Passado Presente”, tenta mostrar a releitura dos dois lados do meu trabalho, relacionado com o pensamento e a emoção.

 

Durante minha trajetória tive 2 W, amigos & gurus que interferiram de forma positiva no meu trabalho. O Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, coincidentemente os dois começavam com W e os 2 eram o extremo. Wesley, a emoção, provocação, irreverente e inusitado, o Willys, o concreto, racional, previsível e coerente.

 

Demorou algum tempo para que estas duas forças, aparentemente antagônicas, se harmonizassem em um único pensamento. Esta exposição junta o pensamento, a emoção, o sentimento e a sensação, de forma a permitir enxergar melhor o futuro.

 

Sobre o artista

 

Edo Rocha. Arquiteto, urbanista, artista plástico e fotógrafo. Formado pela FAU, é presidente da Edo Rocha Arquiteturas. Com uma trajetória artística de mais 50 anos, participou da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967 e 1969, realizou diversas exposições no Brasil e no exterior. É, desde 1980, membro do Conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MASP e ainda faz parte do Conselho da Associação dos Escritórios de Arquitetura, ASBEA.

 

Até 23 de março.

William Kentridge na FIC

 

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugurou sua primeira exposição temporária de 2013. O artista escolhido foi o sul-africano William Kentridge. A mostra, com curadoria de Lilian Tone e em parceria com Instituto Moreira Salles e Pinacoteca do Estado de São Paulo, ocupa dois andares e o átrio da Fundação. A exposição “William Kentridge: fortuna”, faz uma reflexão sobre a trajetória e contribuição do artista através da escolha de obras que destacam o seu processo de criação pouco convencional, mostrando ao público a variedade e a força da sua atividade multifacetada. Ao todo, serão mostradas 31 esculturas, 32 desenhos, 26 filmes e animações, 115 gravuras e dois vídeo instalações.

 

A partir da série de curtas-metragens “Drawings for Projection”, Kentridge tornou-se conhecido internacionalmente. Iniciado em 1989, esse trabalho é composto por dez filmes e continua sendo desenvolvido pelo artista, que finalizou a filmagem mais recente, “Other Faces”, em 2011. Esta será a primeira vez que os dez vídeos serão mostrados em conjunto, acompanhados por 23 desenhos criados especialmente para a série.

 

A mostra conta também com o vídeo e “flipbook” – livro de artista animado – “De Como não Fui Ministro d’Estado”, feitos para a exposição brasileira. A obra é uma intervenção de Kentridge, que desenhou sobre as páginas de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. A partir do dia 29 de agosto, a mostra será exibida na Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP.

 

Sobre o artista

 

Kentridge nasceu em 1955, em Johannesburgo. Estudou ciências políticas e estudos africanos na Universidade de Johannesburgo antes de entrar na Johannesburg Art Foundation e se voltar para as artes visuais. Durante esse período, dedicou-se intensamente ao teatro, concebendo e atuando em diversas montagens. Seu interesse pelo teatro e pela ópera perpassa toda sua trajetória e indica o caráter dramático e narrativo de sua produção artística, assim como o seu interesse em sintetizar o desenho, a escultura e o filme em uma única linguagem. Após ter influenciado artistas na África do Sul por mais de dez anos, Kentridge ganhou reconhecimento internacional no final dos anos 1990. Desde então, seu trabalho tem sido incluído em exposições e performances em museus, galerias e teatros em todo o mundo, como a mostra Documenta, em Kassel, na Alemanha, 1997, 2003, 2012, a Bienal de Veneza, 1993, 1999, 2005, exposições individuais no MoMA, de Nova York, 1998, 2010, no Museu Albertina, em Viena, 2010, no Jeu de Paume, em Paris, 2011, no Louvre, em Paris, 2010, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, 2005, e performances no Metropolitan Opera, em Nova York, 2010, e no La Scala, em Milão, 2011. Em 2011, Kentridge recebeu o prestigioso Kyoto Prize, em reconhecimento a suas contribuições no campo das artes visuais e da filosofia. Em 2011, foi escolhido como Membro Honorário da American Academy of Arts and Letters e recebeu o título de Doutor Honoris Causa da University of London. Em 2012, apresentou as Charles Eliot Norton Lectures, na Universidade de Harvard, em Cambridge, tornou-se membro da American Philosophical Society, da American Academy of Arts and Sciences, foi nomeado para o Dan David Prize, da Tel Aviv University, e recebeu o título de Commandeur dans l’Ordre des Arts et des Lettres do Ministério da Cultura e Comunicação da França.

 

Até 26 de maio.

Arte urbana

20/mar

 

O artista urbano Zezão abraça o Rio através de exposição individual na Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, “Lembranças de um passado Adormecido”, obedece a curadoria de Vanda Klabin. Composta de 12 obras em técnicas diversas como assemblage (colagem), em madeira (cabeceiras de camas) e pinturas. Ele explica que a cabeceira é o lugar onde as pessoas avaliam os papéis exercidos, um resgate das coisas esquecidas, dispensadas e deixadas de lado. Além de lembrar a casa, que, na psicanálise, representa a mãe. Esses objetos guardam as memórias das pessoas, por isso Zezão quis fazer intervenções nesses materiais.

 

Hoje, pode-se afirmar que a produção do artista urbano Zezão, que veio da periferia de São Paulo, está conquistando o mundo através de sua arte. Primeiro, Zezão conquistou o underground, em tampas de bueiro, escombros, prédios abandonados, becos e viadutos. Ao deixar ali seu flop, ou seja, sua marca registrada, uma assinatura em azul, chamou a atenção para um mundo urbano que muitos não querem ver.

 

Zezão já ganhou a admiração nacional e internacional: Em abril participa da Bienal do Livro em Frankfurt, onde foi convidado junto aos principais grafiteiros do Brasil (Os Gêmeos, Nunca, Speto, Onesto, Tinho e Alexandre Orion). A Bienal movimenta uma série de eventos na cidade, e como o grafite está em foco, sobretudo na Alemanha, pólo mundial de arte contemporânea, Zezão e os outros artistas farão uma grande exposição no Instituto Schirn-Kunsthalle Frankfurt e, além disso, assinarão intervenções pela cidade. Em maio Zezão vai pintar os canais de Londres, foi convidado pelo ex-curador da Tate Modern, Cedar Lewisohn, que já produziu uma série de livros sobre arte urbana, que incluem o trabalho de Zezão (Os Gêmeos na capa e Zezão na contra capa). Em junho participa do Hamburgo Wash Festival, evento de música arte, onde ano passado também foi prestigiado. Também em 2012 teve suas obras dentro de uma coletiva na Opera Gallery, em Londres e na Art Rio. Há dois anos ele foi convidado pelos galeristas Eduardo e Filipe Masini, da Athena Contemporânea, para ter seus trabalhos representados por eles.Vale lembrar que os trabalhos de Zezão, mesmo para galerias, são todos feitos com materiais como pedaços de carros velhos, bueiros abandonados, pedaços de barracos queimados e etc.

 

Até 27 de abril.

Lasar Segall no Rio

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição “Lasar Segall – Percursos no papel”, com 61 obras do artista, distribuídas entre desenhos, guaches, aquarelas e gravuras. Segall é considerado um dos nomes mais importantes do Modernismo brasileiro. O acervo, pertencente ao Museu Lasar Segall de São Paulo, inclui a série dedicada à prostituição no Mangue carioca da primeira metade do século XX. Com curadoria de Adrienne Firmo, a exposição reúne trabalhos realizados sobre papel diversas técnicas, dentre elas, a gravura, explorada pelo artista em diversas modalidades como xilogravura, ponta-seca, água-forte e litogravura. A montagem foi dividida em quatro blocos temáticos, escolhidos entre os tantos que preocuparam o artista: retratos, migração, dor e regozijo, além da série dedicada à prostituição.

 

“As aquarelas e guaches, de paleta e assuntos inúmeros, retratam desde o gado do interior paulista às cenas de guerra, em grande variância colorística, como, por exemplo, as figuras obscuras da morte da série “Visões de Guerra” ou as coloridas maternidades”, explica Adrienne Firmo.

 

Desenhista e gravador incansável, Lasar Segall deixou, em sua produção sobre papel, um legado pelo qual verificam-se os trajetos do artista e de sua obra. A exposição pretende trazer os caminhos percorridos por ele, ressaltar a singularide dos aspectos formais e estilísticos, no tratamento dos temas que lhe são caros, e permitir o contato do público com sua produção de sensível humanidade e singular solução formal.

 

Sobre o artista

 

Lasar Segall nasceu em Vilna, capital da Lituânia, em 21 de julho de 1891, e morreu em São Paulo, como cidadão brasileiro, em 2 de agosto de 1957. Foi pintor, escultor e gravador. Os temas mais significativos de sua obra são as representações pictóricas do sofrimento humano, como a guerra, a perseguição aos judeus e a prostituição, com influências do impressionismo, expressionismo e modernismo.

 

Segall realizou suas primeiras exposições em São Paulo e Campinas, em 1913. O artista é considerado um dos mais representativos na história do modernismo nacional, tanto pelo assunto de suas obras de intenso cunho político e social, focadas nas questões humanas e no choque entre a solidão do indivíduo e as hostilidades do mundo exterior, quanto por sua plasticidade vigorosa e resistente, que não se deixa subjugar por seus temas, repletos de sentimentos.

 

Até 28 de abril.

Individual de Maria Lynch

19/mar

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição da artista carioca Maria Lynch, uma das mais destacadas artistas de sua geração. Primeira individual da artista na galeria, a mostra, que ocupará todo o espaço expositivo, terá doze obras inéditas, produzidas especialmente para esta exposição. Serão dez pinturas em grandes dimensões, duas em formato menor, uma instalação e um vídeo.

 

No grande espaço térreo da galeria, com 200 metros quadrados, estarão oito pinturas em grande formato, em tintas óleo e acrílica sobre tela, com tamanhos que chegam a 1,80m x 2,25m. Na sala menor, também no térreo, estarão as pinturas “Espelho 1” e “Espelho 2”, feitas com a mesma técnica e medindo 1,40m x 1m.

 

Nas pinturas, com as cores fortes que são marca do trabalho da artista, há a silhueta de uma ou mais mulheres, todas brancas, que parecem estar se movimentando no meio da tela colorida.

 

“O meu trabalho gira em torno do universo lúdico e feminino, do erótico e de uma sublimação da realidade. Essas mulheres são projeções minhas e uma forma de anular o mundo pela ausência de sua identidade. Recrio uma ficção, uma alegoria de um excesso e ansiedade, junto a fragmentos do imaginário. A partir daí construí um repertório dessas formas e elementos que vão se metamorfoseando em sua morfologia, onde uma mídia contamina outra. Entre o gozo e a culpa, um paradoxo e uma ambigüidade”, explica a artista.

 

No terceiro andar da galeria, estará uma instalação, também inédita, feita em acrilon e tecido. Formada por tecidos coloridos, em tamanhos diferentes, as partes de encaixam formando uma espécie de centopéia. São três esculturas, que ocupam todo o espaço, de uma parede a outra.

 

No contêiner, que fica no terceiro andar da galeria, estará o vídeo “Um bosque chamado solidão”, produzido este ano especialmente para a exposição. “O vídeo é uma extensão do trabalho que retrato o corpo no processo de fragmentação, que vai de encontro com as lembranças da infância”, conta a artista.

 

Sobre a artista

 

Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1981, onde vive e trabalha. Maria é formada pela Chelsea College of Art & Design, Londres, onde concluiu pós-graduação e mestrado, em 2008. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Ocupação Macia”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e a performance “Incorporáveis”, no MAM Rio, ambas em 2012; a mostra “Retalhos”, na Galeria Candido Mendes Ipanema, também no Rio de Janeiro, em 2006, entre outras.  As principais exposições coletivas da quais participou encontram-se a “6ª Bienal de Curitiba”, em 2011; “Presente Futuro Vol III”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2010; “Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro e Performance “Incorporáveis”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2009; “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2008 e 2009; “Jerwood Drawing Prize”, no Jerwood Space, em Londres, em 2008, entre outras. Suas obras estão em importantes coleções públicas do Brasil, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Centro Cultural Candido Mendes, a Coleção BGA, e a coleção do Ministério das Relações Exteriores – Palácio do Itamaraty, Brasília.

 

Até 20 de abril.

 

Instalação na Caixa Cultural-Rio

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição “Lágrimas de São Pedro”, uma instalação composta por 6 mil lágrimas, formadas por bulbos de lâmpadas incandescentes cheios d’água presos ao teto em diferentes alturas e iluminação especial, simulando chuva.

 

A instalação, idealizada pelo artista baiano Vinícius S.A, expressa a relação lúdica entre o morador da zona rural e a chuva, e a fé do sertanejo manifestada na novena de São José, na qual cantigas e orações são oferecidas ao santo em pedido de chuva, que quando vem, é motivo de festa. O público percorrerá o caminho da instalação perpassando as 6 mil gotas, tendo as lágrimas acima da cabeça.

 

“Proponho com esse trabalho a criação de um ambiente onde o espectador penetra, envolvendo-se espacialmente na obra, possibilitando a interação entre arte e fruidor de maneira mais abrangente. Neste caso, é como se tivéssemos o poder de pausar a chuva, uma chuva de gotas grandes, limpas, transparentes, leves e com isso poder contemplar sua beleza, seu poder, seu símbolo, sua necessidade”, explica o artista Vinícius S.A.

 

Sobre o artista

 

Vinícius Silva de Almeida nasceu em 5 de setembro de 1983, em Salvador, onde vive e trabalha. Estuda Artes Visuais na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, UFBA. Em 2005, fez sua primeira exposição instalação “Lágrimas de São Pedro – Acalento ao Sertão Nordestino”, que recebeu menção especial no Salão Regional de Artes Visuais da Bahia em Feira de Santana, BA. Em 2006 participou de exposições coletivas, o Salão Regional de Artes Visuais da Bahia e a VIII Bienal do Recôncavo, com as instalações “Um minuto e meio” e “O pulso da Bienal”. Foi premiado nas duas ocasiões. Em 2008, a instalação intitulada “Sorria, você está sendo filmado!” foi premiada no Salão Regional de Artes Visuais da Bahia e integrou também a exposição Salões Baianos, na galeria Solar Ferrão em Salvador.  Em dezembro de 2008, participou com a instalação “Objeto Óptico #02” do conceituado 15º Salão da Bahia, sendo premiado com uma residência internacional em Haia, na Holanda. Em 2010, foi convidado a participar do livro “30 contemporâneos brasileiros”, do crítico Enock Sacramento.

 

Até 05 de maio.

Dois na Casa França-Brasil

14/mar

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, abre sua temporada de 2013, com a exposição “Contos sem Reis”, individual de Laercio Redondo, sob curadoria de Frederico Coelho. A mostra, que reúne um conjunto de obras heterogêneas interrogando o processo de construção de uma identidade nacional. Tomando sempre como ponto de partida livros, filmes, personagens ou acontecimentos históricos, a obra de Laercio assume como matéria a memória e seus apagamentos (voluntários ou não), revelando e expandindo esses processos invisíveis através de imagens e instalações. Em“Contos sem Reis”, o artista revolve a história da Casa França-Brasil, pensada como emblema da cidade do Rio de Janeiro, antiga capital do Império.

 

A mostra é composta por trabalhos de grandes dimensões, mas também por pequenas interferências na arquitetura e circulação do prédio, como, por exemplo, a abertura de uma tampa no piso, revelando, assim, uma antiga galeria subterrânea logo na entrada da Casa França-Brasil. Essa intervenção guarda as relações com a planta original do edifício e assinala sua proximidade com o mar e sua antiga função de Alfândega.

 

O salão central, de 200 metros quadrados, abriga a obra “Ponto Cego”, uma construção em madeira, em que se lê a palavra REVOLVER (no sentido de investigar, examinar). Feita com pequenas ripas de madeira, a peça tem 12 metros de largura por quatro de altura. Dependendo do ponto de vista do espectador no espaço, a palavra ganha ou perde legibilidade.

 

Na primeira das salas laterais da Casa, Redondo apropriou-se de imagens do livro“Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, do artista de Jean-Baptiste Debret (1768 -1848), para construir três outros trabalhos interligados – todos inéditos. Uma das obras se constitui de um arquivo ou uma biblioteca de referência que pode ser consultado pelos visitantes, em que 77 bancos de madeira têm os assentos impressos com paisagens de Debret sobre o Rio de Janeiro.

 

Concluindo a mostra, “Carmen Miranda – uma Ópera da Imagem” ocupa a segunda sala lateral da Casa. A escultura sonora investiga a imagem da cantora luso-brasileira, atriz da Broadway e de Hollywood. Pequenos alto-falantes presos aos móbiles emitem fragmentos de um texto sobre Carmen Miranda, escrito pela filósofa brasileira Márcia Sá Cavalcante Schuback, colaboradora de Laercio Redondo nesse projeto.

 

Sobre o artista

 

Laercio Redondo, nasceu em Paranavaí, Paraná, 1967. Formado pela Academia de Belas Artes de Varsóvia, Polônia, 1993-94, e pela FAAP de São Paulo, o artista concluiu o Mestrado na Konstfack, University College of Art, Crafts & Design de Estocolmo, Suécia 2001. Realizou diversas mostras individuais, entre elas, “Lembrança de Brasília”, Galeria Silvia Cintra + Box 4, Rio de Janeiro, 2012); “Listen to me”, no Kunsthalle Göppingen, Alemanha; Centro de Artes Visuales Pedro Esquerré, Matanzas, Cuba, 2005 e no Espaço Cultural Sergio Porto, Rio de Janeiro, 2002. Entre as exposições coletivas de que participou destacam-se: “MAC 50: Doações Recentes 1”, MAC-USP, São Paulo, 2013; “Solo Projects”, Museu Carmen Miranda|ArtRio, Rio de Janeiro, 2011; “Some found text and borrowed ideas”,Björkholmen Gallery, Estocolmo, Suécia, 2010; “Leibesubüngen – Vom tun und Lassen in der Kunst”, Galerie der Hochschule für Bildende Künste, Braunschweig e também no Museu de Arte de Heidenheim, Alemanha, 2008; “Geração da Virada”, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2006; XI Triennale Índia, Nova Delhi, Índia, 2005; “The Flip Book Show”, Kunsthalle Düsseldorf, Alemanha, 2005; “Im Bild”, Kunsthalle Göppingen, Alemanha, 2004; “Modos de usar”, Galeria Vermelho, São Paulo, 2003 e Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil, 2003. Foi artista residente em diversas instituições, como, IASPIS em Estocolmo, Suécia, em 2008, Programa Batiscafo em Havana, Cuba, em 2007, e na Akademie Schloss Solitude, em Stuttgart, Alemanha, em 2004-2005. Entre os prêmios conquistados estão: Prêmio Energisa, Usina Cultural Energisa, João Pessoa, 2012; II Prêmio Sergio Motta, São Paulo, 2002; Mostra Rio Arte Contemporânea, MAM-Rio, 2002 e Salão Nacional de Artes Plásticas, MAM-Rio, 1998. O artista  vive e trabalha entre Estocolmo, Suécia, e o Rio de Janeiro.

 

De 16 de março a 05 de maio.

 

 

Projeto COFRE

 

Daniel Steegmann Mangrané apresenta “Cipó, Taioba, Yví”

 

Na Casa França-Brasil, uma nova dinâmica curatorial colaborativa foi introduzida: o artista do Cofre tem sido escolhido pelo artista que ocupa o grande espaço expositivo da Casa, criando um contato direto entre as obras apresentadas. EmContos sem Reis”, Laercio Redondo cede parte do seu espaço para Daniel Steegmann Mangrané, que ocupará a área exígua do cofre, de apenas 2 x 2m. Steegmann apresenta uma instalação, feita especialmente para a Casa, intitulada “Cipó, Taioba, Yví”. A obra é um painel vertical folheado a ouro, afixado no interior do Cofre, na altura dos olhos do visitante. Sobre ele, são projetados slides de diversas sombras de plantas endêmicas das florestas do Brasil.

 

Sobre o artista

 

Daniel Steegmann Mangrané nasceu em Barcelona em 1977 e vive no Brasil desde 2004, entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Sua obra foi mostrada recentemente em individuais na Mendes Wood, São Paulo, 2011; Halfhouse, 2011, Barcelona; Centro Cultural Sergio Porto, Rio de Janeiro, 2010; Fundació La Caixa, Barcelona, 2008. Seus trabalhos participaram de coletivas, como a Bienal de São Paulo, A Iminência das poéticas, 2012, Galeria Diana Stigter, Amsterdam, 2012; RongWrong, Amsterdam, 2012; Espai d’Art Contemporani de Castelló, 2011, Galeria Estrany de la Mota, Barcelona, 2011; Galerie im Riegerungsviertel / Forgotten Bar Project, Berlim, 2010; Galerie KoraAlberg, Antwerp, 2010; Entes, Barcelona, 2009; After-the-Butcher, Berlin, 2009; Bienal de Teheran, 2008; Museo de Arte Contemporanea de Santiago do Chile, 2008 e Centro Cultural São Paulo, 2007. Steegamann recebeu ainda bolsas e prêmios, entre os quais, do MUSAC, Ciutat d’Olot, CoNCA, ABC Prize, Miquel Casablancas, José García Jiménez Foundation e o Akademie der Kunste. Além da prática artística, Daniel Steegmann Mangrané é um dos organizadores do programa acadêmico experimental Universidade de Verão no Capacete, Rio de Janeiro.

 

De 16 de março a 05 de maio.

Kilian Glasner na galeria Laura Marsiaj

13/mar

 

O estilo promissor e intrigante da obra de Kilian Glasner, um dos nomes mais promissores da nova safra de artistas plásticos pernambucanos, chega ao Rio de Janeiro através da exposição individual denominada “Obscura” em cartaz na Galeria Laura Marsiaj, Ipanema. Nesta primeira exposição individual no Rio de Janeiro, o artista, que já expôs na Europa com obras em importantes instituições como a Calouste Gulbenkian de Lisboa, 2010, apresenta dez desenhos que marcam uma nova fase em sua trajetória, à começar pelo material escolhido. Desta vez Kilian utiliza o nanquim preto para cobrir quase todo o papel, revelando cuidadosamente pequenos pontos de luz que formam desenhos impactantes.

 

Em “Obscura”, Kilian Glasner propõe uma reflexão filosófica investigando a relação do homem com a luz, capturando a presença da vida na luz de cada imagem. Uma preocupação constante do artista é manter em suas obras um canal de comunicação com o público. Ele procura deixar claro seus objetivos, com o intuito de “tentar entrar numa consciência coletiva”, dosando o subjetivismo em nome de objetivos didáticos.

 

Sobre o artista

 

Kilian Glasner nasceu em 1977 na cidade de Recife, PE. Sua obra foi premiada no 39º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, 1999, quando o artista tinha apenas 22 anos. Realizou seus estudos de graduação e mestrado na École Nacionale Superieure de Beaux-Arts, em Paris, onde morou entre 2000 e 2007. Em 2009 foi contemplado pelo Programa Rumos Artes Visuais no Instituto Itaú Cultural e participou de mostras em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Branco e Brasília. No mesmo ano realizou mostra individual no Instituto Cultural Santander, em Recife. Em 2010 realizou a obra “O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar”, na Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa. Em 2011 participou do programa “About Change the World Bank”, em Washington, além de mostra individual na galeria Moura Marsiaj, São Paulo. Em 2012 realizou individual na galeria Vitrine da Paulista, com projeto premiado pelo Instituto Caixa Cultural São Paulo. O artista mantém ateliê em Berlim e na Ilha de Itamaracá.

 

Até 06 de abril.

Denis Cosac na Tramas

Em exibição na Tramas Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, novos trabalhos do artista visual Denis Cosac, em cujo currículo consta a Faculdade de Arquitetura. No meio do caminho, resolveu mudar a direção e seguir pela estrada das artes plásticas. O que o fez mudar de ideia foi pensar que ele queria mais e além, tanto que hoje, além de ter se firmado no mercado de arte contemporânea, ainda trabalha como produtor musical. Sua arte já estampou paredes do Carroussel du Louvre, através do projeto Salon de la Société Nationale des Beaux-Arts, em 2011, onde ficou entre os 15 brasileiros selecionados. Denis destaca-se pela força da simplicidade de seu traço preto no branco, produzindo desenhos gráficos sobre tela. Apresenta sua arte através de estudos desenvolvidos utilizando croquis e perspectivas com traços humanizados, e isso veio da inspiração na arquitetura. Em sua trajetória estão uma série de coletivas como o 5º Salon D’Art Contemporain, Palais de Beaulieu, Lausanne, Suíça; Galeria Nádor, Budapeste, Hungria.; Brazilian Contemporary Art, Ward–Nasse Gallery, N.York, EUA; Affordable Art Fair, Los Angeles, EUA; “Re-Toques” –  Galeria Entrecores, SP, entre outras. Na atual exposição da Tramas, Denis exibe 13 trabalhos, entre eles uma instalação, onde dentro das características de sua trajetória, ainda vai agregar a sua experiência com a música. A fila de pessoas representa um sample, ou seja, uma amostra de áudio, e o público vai se deparar com telas relacionadas à objetos musicais, como o teclado. A exposição contará com instrumentos espalhados, como guitarra, além de cabos e plugs compondo o cenário. A mão solta do artista, aperfeiçoada através da arquitetura, dará ênfase à perspectiva e movimento. Tudo reflete a personalidade e way of life de Denis.

 

Segundo o crítico Felipe Scovino há algo veloz e intransigente, sutil e complexo nos desenhos de Denis Cosac. “Suas representações são silenciosas mas nunca disciplinadas, há uma relativa ambiguidade entre um traço ligeiro e persistente e a ideia de paisagem, e é nessa apreensão que percebemos a qualidade da sua obra, ou seja, sua principal vocação ao ser fabricada é dirigir o olhar e percepção justamente para o que ocorre no mundo”, completa Felipe.

 

As formas sem rosto mostradas pelo artista sugerem uma impossibilidade de se identificar nominalmente as figuras e isso nos encaminha rapidamente para uma zona em que percebemos que o outro não é tão distante de nós. As obras de Denis Cosac posicionam o desenho dentro de um repertório contemporâneo que o coloca com uma velocidade e um arrojo que são particularmente difíceis de serem conciliados. O artista de certa forma aponta um dado utópico: nesse descomprometimento de uma paisagem alegre e fervilhante (cujas menções a música ou a um ambiente sonoro é reforçado invariavelmente em sua obra), a imagem de uma massa homogênea não faz com que percamos o significado de nossas individualidades, mas pelo contrário, reforça uma natureza política solidária e utópica do indivíduo.

 

De 14 de março a 13 de abril.

Livro e exposição no Recife

11/mar

No catálogo da exposição que realiza em sua galeria no Recife, PE, o marchand Carlos Ranulpho recebe uma saudação do psicanalista e crítico de arte mineiro Carlos Perktold por seus “45 anos com Arte’. Afirma Perktold: “…Nosso marchand Ranulpho, cultivador de beleza e cultura em Recife, começou em 1968, o ano que não terminou, ano tão importante e decisivo politicamente pelo mundo afora. Importante para Recife, que recebeu Ranulpho com abraços e carinhos. Não foi somente a cidade, mas seus bravos e talentosos pintores, a começar por Vicente do Rego Monteiro, brilhante em tudo que fazia e amigo do “lado esquerdo do peito” do marchand”. O conhecido marchand lançou na ocasião o livro “Vicente do Rego Monteiro/Olhar sobre a década de 1960”, de autoria do crítico Jacob Klintowitz.

 

Até 05 de abril

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