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AGENDA CULTURAL

RETROSPECTIVA DE ANNA LETYCIA

02/ago

Anna Letycia

Uma artista que moldou sua carreira a partir de expressivos e sóbrios traços geométricos, Anna Letycia ganha retrospectiva no Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A exposição “Anna Letycia: gravuras”, abrange meio século da produção da artista passando por técnicas como gravura em metal, água-tinta, água-forte, relevo e ponta-seca.

 

Sobre a artista

 

Gravadora fluminense nascida em Teresópolis, em 1929, o escritor Anibal Machado dizia que de seus trabalhos emanava uma “atmosfera de silêncio”. Já o critico Frederico Moraes apontava “um máximo de despojamento nas obras, uma espécie de minimalismo gráfico, que revela uma sensibilidade muito apurada e uma beleza serena”.

Aluna de mestres da gravura como Goeldi e Iberê Camargo, na década de 1950, a artista dedicou-se ao ensino por mais de 20 anos. Desde 1956, ano de sua primeira exibição e ao longo das últimas décadas, Anna Letycia já realizou dezenas de exposições individuais e participou de importantes mostras e salões no país e no exterior. Mais recentemente realizou a exposição “Gravuras de Anna Letycia” no Instituto Tomie Ohtake, SP, em 2009 na Caixa Cultural Brasília, e após mostra no Museu de Arte Aloísio Magalhães no Recife.

 

Até 09 de setembro.

VERMELHO: PROGRAMAÇÃO MÚLTIPLA

31/jul

A Galeria Vermelho, Pacaembu, São Paulo, SP, apresenta “Imagens claras x Ideias vagas”, a nova exposição individual de Dora Longo Bahia. A ideia da representação do conflito norteia a nova mostra da artista. Na série de pinturas que integram a exposição, Dora Longo Bahia apresenta imagens de confrontos gerados por guerras e revoltas difundidas diariamente nos meios de comunicação. Simultaneamente, Mauricio Ianês apresenta um conjunto de trabalhos que exploram os limites da linguagem.

 

Em “Imagens claras x Ideias vagas”, Dora Longo Bahia segue abordando a representação da violência social. É o que ocorre nas duas pinturas “Ocupação (Alemão)” e “Ocupação (Brasileira)”, ambas de 2011, exibidas na sala 1 da galeria. As obras de grande formato apresentam imagens retiradas da internet da ocupação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em julho de 2011. A obra propõe uma reflexão sobre a espetacularização da violência pela mídia, questionando a compreensão da representação dos horrores da guerra, da dor e do conflito.

 

Procedimento semelhante aparece na série de 80 pinturas sobre papel pergaminho denominadas como “Desastres da Guerra”. O título da obra faz referência à série de gravuras “Los Desastres de la Guerra” criada por Francisco de Goya y Lucientes, no século XIX. Em “Desastres da Guerra”, Dora Longo Bahia apresenta imagens criadas a partir da leitura do livro de Susan Sontag “Diante da dor dos outros”, que aborda a sedução das imagens de violência e dor através da história. Na série, a artista agrega também os comentários que integram a obra de Goya.

 

Na série “Gel Poetics”, a artista apresenta pinturas criadas a partir de 2011, que repetem os mapas de países ou de regiões do planeta em situação de conflito interno ou com seus vizinhos. Sobre grandes superfícies de lona verde, surgem manchas vermelhas e brilhantes de países como a Colômbia, Sudão e Coreia do Norte.

 

No conjunto, “Imagens claras x Ideias vagas” redesenha o mapa do planeta a partir da ideia de representação do conflito, levantando questões cruciais para a compreensão da vida atual. A crueldade e violência que surgem nas pinturas de Dora Longo Bahia questionam – da mesma forma que no livro de Sontag – como imagens sobre situações de discórdia e violência podem levar à apatia. De sua reflexão surge uma formulação surpreendente e desafiadora: a relevância dessas imagens depende, em última instância, da maneira com as encaramos.

 

Na sala 3 da Galeria Vermelho, Mauricio Ianês apresenta o políptico “A Pedra Detrás da Fronte” criado a partir do livro “Sete Rosas Mais Tarde”, de Paul Celan, além das obras “Discurso”, “Fala” e “Voz”, criadas em neon e tinta a óleo.

 

Já na fachada da galeria Vermelho, o grupo de estudos criado por Dora Longo Bahia, composto pelos artistas Bruno Storni, Fernando Pirata, Felipe Salem, Gabriela Godoi, Giorgia Mesquita, Guilherme Neumann, Henrique César, Janaina Wagner, Keila Alaver, Marcos Kaiser e Paulo Pjota executará, durante todo o período da exposição, uma grande pintura e apresentarão projeções de filmes e vídeos. Filmes de Godard, Resnais, Philippe Mora, Lilina Cavani, Johan Grimonprez, Lars von Trier e Guy Debord.

 

 

De 31 de julho a 25 de agosto.

PRIMEIRA INDIVIDUAL DE ANDRÉ ANDRADE

O artista plástico André Andrade costuma ficar durante horas em frente à tv aguardando, ansiosamente, por interferências, ou seja, falhas de transmissão. O curioso é que o artista transforma isso em arte e irá mostrar essa série inédita em sua primeira exposição individual na Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Nessa exibição, com curadoria de Vanda Klabin, o artista expõe 10 quadros de alumínio relatando o que vem pesquisando e trabalhando: imagens que sofreram algum tipo de interferência, seja ela por corpo hídrico, por falhas na transmissão de tv a cabo, ou mesmo por interferência de vidraças de prédios. O artista fotografa essas interferências e depois trabalha esse material através da pintura automotiva sobre alumínio. Essa pesquisa, iniciada há dois anos, gerou duas séries de pinturas e uma de fotografia. O nome da mostra “Por que você não me contou sobre você?” nasceu a partir de duas imagens desconstruídas, de programas de tv diferentes, que se encontram no trabalho de André.

 

“Aonde a imagem se interrompe, a pintura se inicia. Ele vai se apropriar de imagens que,  por sua natureza,  são efêmeras e transitórias,  dos lapsos que criam desconexões , uma estabilidade fragmentária que cria uma interface com o seu fazer artístico” explica a curadora Vanda Klabin.

 

A palavra do artista

 

“Tenho deixado que uma certa contaminação externa faça parte do meu processo de trabalho. Processos randômicos que nos levam para lugares e escolhas que não teríamos por decisões próprias. Isso acaba por nos surpreender no dia a dia do atelier. Acho bom tirar o “EU” do trabalho.”

 

“Quando ganhamos algo (tipo um brinquedo) e queremos entender como ele funciona, desmontamos. Acho que o que faço é tentar entender a formação de uma imagem através de uma desconstrução causada por algum tipo de interferência, como se fosse um brinquedo que eu pudesse desmontar, só que no caso da imagem isso não é possível.  A pintura nos dá a possibilidade de construir uma imagem com matéria, e isso sempre me fascinou. Quando me deparo com uma imagem que sofreu uma interferência, acho muito instigante. Me desloca para um lugar não habitado, não comum, onde só a arte pode estar. Talvez o que eu queira mesmo é ser deslocado e também deslocar.”

 

Sobre o artista

 

Andre Andrade é carioca, engenheiro e migrou para as artes plásticas em 2003.  Viveu entre 2004 e 2005 na Noruega onde teve seu atelier na USF VERFTET, instituição multidiciplinar que reúne artistas de diversas áreas. Nesse período participou de exposições e ministrou workshops de pintura no Drammen Summer Festival e na Escola de Arte Asker Kunstfagskole. Desde 2006 vem participando de cursos como os ministrados por João Magalhães, Frans Manata  e Charles Watson no Parque Lage. Entre 2009 e 2011, participou do grupo de estudos de Charles Watson no atelier Mundo Novo. Ainda em 2011 foi um dos artistas selecionados para o Arte Pará com curadoria de Paulo Herkenhoff e participou da mostra de pintura “Pincelada“ na galeria Baró em São Paulo. Atualmente é um dos artistas selecionados para o curso “Projeto de pesquisa / A imagem em questão”, ministrados por Glória Ferreira e Luis Ernesto no Parque Lage. Em 2012, participou da SP – ARTE. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

De 02 de agosto a 01 de setembro.

A QUADRATURA DO CÍRCULO

30/jul

A Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP, retoma a série “A Revolução tem que ser feita pouco a pouco”, um programa anual de exposições, sob curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. A mostra propõe ao visitante diferentes leituras sobre a produção contemporânea, independentemente de seu quadro de artistas. A segunda parte das quatro que completarão a série “A quadratura do círculo”, apresenta obras que buscam fundir o transitório e o eterno. O curador partiu da célebre definição de Baudelaire, em “O pintor da vida moderna” afirmou: “a modernidade é o transitório, o fugitivo, o contingente, a metade da arte, cuja outra metade é o eterno e o imutável”.

 

Em “A quadratura do círculo”, Jacopo selecionou 15 trabalhos de cinco artistas que trazem uma situação, um evento ou um dado acessório ou pessoal, na maioria das vezes aparentemente insignificante mas que, ao ser incorporado à obra, torna-se “eterno e imutável”.

 

Francesco Arena usa lápide e nomes para ao contrário de tentar imortalizá-los, apagá-los, enquanto Nuno Sousa Vieira retira do armazém onde funcionou a fábrica do pai a matéria prima de suas esculturas. Por sua vez, o desenho realizado por Carla Chaim na parede da galeria, efêmero e, contudo, imortalizado em vídeo, traz as dimensões que resultam nas medidas do corpo da artista. Outro trabalho que guarda a memória do corpo é a série sobre papel concebida por Célia Euvaldo há mais de vinte anos, cujas formas eram definidas pela extensão de seu braço. Já Felix Gmelin tenta capturar em suas pinturas a essência de um enigmático vídeo caseiro feito pelo pai, muitos anos antes.

 

A palavra de Jacopo Crivelli Visconti

 

A frase que dá nome à série “A Revolução tem que ser feita pouco a pouco”, explica Jacopo, foi retirada de uma entrevista recente de Paulo Mendes da Rocha, que remetia à necessidade de uma revolução nas metodologias da construção civil e, metonimicamente, na cidade e na sociedade como um todo. “No novo contexto, a frase mantém seu fascínio, mas adquire outros significados, apontando, em primeiro lugar, para a necessidade constante de uma galeria de arte de transformar-se, acompanhando as mudanças incessantes da produção artística e (aqui também poder-se-ia falar em metonímia, ou até em premonição) da sociedade”.

 

“Fundir o transitório com o eterno, o que é contingente, efêmero, íntimo, único e pessoal, com o que é eterno, público e universal, é o desafio impossível, a quadratura do círculo proposta pelas obras que integram esta segunda parte de A revolução tem que ser feita pouco a pouco”, explica o curador.

 

Até 18 de agosto.

ADRIANA BARRETO

A galeria Amarelonegro Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição individual “Em preto e branco” de Adriana Barreto. Nesta mostra Adriana Barreto apresenta pinturas da série “Notações” além de esculturas, fotografias e um vídeo. A predominância das cores preto e branco nas suas pinturas e esculturas revela uma estética reducionista que caracteriza toda a sua produção.  As obras da artista conciliam meios diversos como a dança, o cinema ou as artes visuais. O confronto entre a matéria e as linhas destas pinturas sugere corpos em movimento numa dança contínua. Em suas esculturas, a organicidade das formas estão submetidas a um rigoroso exercício de equilíbrio. Tais como corpos, mantêm-se de pé pelo equilíbrio e pela gravidade. Noutros casos, tombam, mantendo-se totalmente ao chão. Transitando também pelos meios tecnológicos, Adriana apresenta a série fotográfica “No côncavo da mão” além do vídeo “O menor espaço para o corpo”. Em suas fotografias a mão é apresentada como um lugar-espaço orgânico capaz de moldar (e agregar) tudo que é matéria; no vídeo, uma bailarina caminha nas pontas dos pés lutando pelo equilíbrio e revelando lugares ao marcar cada passo.

 

Até 24 de agosto

ANGELO VENOSA NO MAM RIO

Angelo Venosa

A maior exposição individual do artista plástico Angelo Venosa, que está completando 30 anos de carreira, foi aberta no MAM-Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. A curadoria é de Ligia Canongia. Algumas das obras expostas foram criadas especialmente para esta ocasião. Foram reunidos 35 trabalhos de diversas fases sendo três deles inéditos.

 

No acervo apresentado, destacam-se três das quatro esculturas sem título apresentadas na edição de 1987 da Bienal Internacional de São Paulo. As figuras lembram tentáculos de animais marinhos, mas a comparação é rejeitada pelo autor. “Elas não fazem referência a algo; não representam nada fora delas mesmas”, diz o artista. Todas impressionam pelo tamanho: a maior delas, exposta como um pêndulo preso ao teto, tem 5 metros de altura. Em 30 anos de carreira, Angelo Venosa tem como marca obras que se transformam. Vidros em várias dimensões, esculturas gigantescas, semelhantes a fósseis pré-históricos. Uma fronteira entre o sombrio e o extraordinário.

 

O trabalho do artista vai além das aparências. Em muitas das obras, é possível enxergar a estrutura de um corpo. O escultor sugere quase sempre um jogo entre vida e morte, realidade e ficção.

 

Sobre o artista

 

Nascido em São Paulo, Angelo Venosa mudou-se nos anos 70 para o Rio de Janeiro, onde se formou na Escola Superior de Desenho Industrial. Em 1983 exibiu seus trabalhos para o público pela primeira vez como integrante de uma coletiva na Fundação Casa de Rui Barbosa. O artista, depois de trabalhar com pintura, tornou-se um dos poucos da Geração 80 a voltar sua produção inteiramente para a escultura. Dedicado às formas tridimensionais a partir de 1984, construiu uma sólida carreira. É o autor de cinco obras públicas espalhadas por quatro cidades brasileiras, a exemplo da popular “Baleia”, situada no fim da praia do Leme no Rio de Janeiro.

 

Até 23 de setembro.

CRUZ DIEZ: COR NO ESPAÇO E NO TEMPO

25/jul

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Estação da Luz, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Carlos Cruz-Diez: A cor no espaço e no tempo”, com cerca de 150 obras, entre pinturas, gravuras, ambientes cromáticos, desenhos e vídeos.

 

A exposição refaz a trajetória do artista, desde suas pinturas figurativas a óleo, raramente vistas, realizadas nos anos 1940, até explorações plenas de cor em movimento, anos 2000. Entre os trabalhos apresentados está a série cores físicas que consiste em uma sequência de linhas coloridas alinhadas verticalmente e de filtros refletores que são modificados conforme o ângulo da luz ambiente e da posição do observador, projetando, assim, a cor no espaço e criando um efeito que evolui continuamente, dependendo do deslocamento do observador.

 

Cerca de 50 “Fisicromias” são expostas pela primeira vez, revelando os oito estágios que marcam a evolução conceitual e tecnológica da série: desde madeira cortada e pintada à mão e peças de papelão até o emprego de tiras de alumínio e tecnologia de impressão digital. “Cor aditiva” e “Indução cromática”, ambas de 1963, são duas séries de trabalhos que estão inter-relacionadas e têm por base a impressão ou persistência retiniana, “afterimage”, que leva a retina do observador a produzir uma terceira cor virtual quando confrontada com duas cores complementares em um plano.

 

As peças que dão título à mostra, cor no espaço e no tempo, serão exibidas em três ambientes diferentes. No espaço central do museu, Octógono, os visitantes encontrarão “Cromointerferência”, 1964-2012. Trata-se de um grande espaço branco no qual dois planos de cor ondulam constantemente em faixas projetadas nas paredes e no piso, dissolvendo em cor os volumes ao redor, inclusive os corpos dos observadores. Ainda fora das salas de exposição, será apresentado “Transcromia”, 1965-2010, formada por conjuntos de lâminas que estarão dispostos em quatro vãos dos corredores que dão acesso à entrada da mostra. A última, “Cromosaturação”, 1965-2004, consiste em uma sequência de três espaços independentes em que Cruz-Diez isola a cor “crua” e cria um display com efeitos de puro cromatismo.

 

Completando a exposição, serão exibidos os projetos arquitetônicos de Cruz-Diez e suas intervenções no cenário urbano, desde calçadas para pedestres até usinas hidroelétricas, passando por silos de trigo e, ainda, dois vídeos sobre o processo do artista e sobre as máquinas e ferramentas ad hoc que ele inventou para realizar diversas obras.

 

A mostra traz uma seleção de obras que pertencem ao acervo da Cruz-Diez Foundation no MFAH, e ao Atelier Cruz-Diez em Paris e no Panamá, além de coleções públicas e particulares na Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália e nos Estados Unidos.

 

“Geralmente considerada no contexto da arte cinética, a importância da grande obra que Cruz-Diez produziu desde a década de 1950 vai além das questões de movimento, vibração e pura retinalidade. Desde o início, Cruz-Diez concentrou sua pesquisa e seus experimentos em uma questão crítica: a investigação da cor como um organismo vivo em constante estado de transformação. Esta exposição tem por objetivo mostrar suas conquistas inéditas e radicais nesta área,” afirma a curadora Mari Carmen Ramirez.

AVESSO DO AVESSO

A Galeria Movimento, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, recebe o ilustrador, designer e artista gráfico Mateu Velasco com a exposição ” Avesso do avesso”. A mostra reúne uma coleção de obras, editadas pelo marchand Ricardo Kimaid, criadas pelo artista durante o ano. As novas obras envolvem o telespectador na inquietação do artista com o “tempo” e a “vida corrida contemporânea” com a necessidade de pesquisar novos materiais e linguagens. Obcecado pelo universo humano e pelo comportamento urbano, Mateu é conhecido pelos personagens com cabeças pensantes cheias de cabelos e objetos voadores, cores que provocam poesia nas formas leves e delicadas.

 

Em ” Avesso do avesso”, Mateu Velasco expõe uma série de gravuras em metal, pinturas em madeira e telas inéditas. Nas obras criadas em madeira, o artista usa tinta, pastel, lápis de cor e acrílica com spray.

 

Mateu consegue refletir o dia-a-dia e decifrá-lo em suas obras. Daí surgem personagens lúdicos como mulheres nadando, fantasiadas, andando de skate ou simplesmente paradas olhando para o nada. No processo de construção das gravuras, ranhuras e texturas buscam imperfeições que foram deixadas no tempo e suas gravuras ganharam detalhes coloridos de tinta como pingo de chuva, aro de bikes e folhagens delicadas.

 

Durante a exposição e para criar na galeria o vazio do “avesso”, que simbolizam recomeço, repensar, vivenciar, Mateu cria um ambiente novo com elementos da natureza como tronco de árvores, folhas secas e som ambiente.

 

O artista que já criou estampas para marcas cariocas como Ecletic, Cantão,Maria Filó, Nike e Adriana Barra, acabou de desenvolver um mapa ilustrado do Rio de Janeiro com as comunidades pacificadas. O artista vê seu trabalho cada vez mais se distanciar do universo do grafiteiro.

 

“Eu procurava temas para as novas obras. Em como ia conduzir. Primeiro pintei, depois o processo se voltou para gravuras e ficou claro que eu estava falando do avesso do que vivemos hoje… Avessa é a natureza do ser humano. O ser humano é o próprio avesso! … Nao estou apegado a nenhum suporte. O próximo passo é transformar em tridimensional as gravuras em metal. Trabalho antigo, que já tinha retomado e que estou encantado”. Explica o artista.

 

 

De 02 a 31 de agosto.

TRAMAS EXIBE GUEL SILVEIRA

Guel Silveira

Chama-se “Dobras” a primeira exposição individual do artista plástico baiano Guel Silveira na Tramas Galeria de Arte, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Guel recebeu em casa suas primeiras orientações artísticas, pois é filho do também pintor, o sergipano Jenner Augusto, um dos ícones da arte moderna de Sergipe e da Bahia. Desconstruindo sua origem o artista nunca seguiu o estilo de seu pai e desenvolveu sua própria linguagem, criando um tipo de abstração, com formas espontâneas e geométricas ao mesmo tempo. A curadoria é do crítico de arte Geraldo Edson de Andrade, Presidente de Honra da Associação Brasileira de Críticos de Arte.

 

A palavra de Jorge Amado

 

“Num tratamento abstrato, Guel consegue que a forma se materialize em cor, num espaço onde volumes enumerados em sequência matemática buscam o infinito. Busca pesquisa, experiência iniciada, dura vontade de saber, de conhecer e descobrir. Todos os caminhos estão abertos ao moço Guel, a partir desta arte que contemplo, tomado pelo vigor e pela paixão do artista, dessa juventude esplêndida capaz de ser ao mesmo tempo negação e afirmação, o hoje e o amanhã”.

 

De 02 a 18 de agosto.

ERNESTO NETO EM SP

24/jul

O artista plástico Ernesto Neto cada vez mais apresenta e desenvolve instalações monumentais de perfeita interação com o público. O artista segue desenvolvendo pesquisas nessa direção, agora explorada de maneira ainda mais aprofundada e criativa como em “Não Tenha Medo do Seu Corpo” trabalho dividido entre o Galpão, Barra Funda, e a Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP. O artista trabalhou com uma equipe de dezoito assistentes na confecção do material, e os trabalhos possuem títulos bem-humorados, a exemplo de “NósTodosJuntos,VírgulaVirgulina”.

 

Em 2010, Ernesto Neto exibiu uma nova fase de sua carreira na mostra “Dengo”, que ganhou espaço no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A montagem apresentava camas e estalactites feitas de crochê com corda de poliéster e polipropileno com preenchimento de bolinhas de plástico. Naquele ano a exposição atraiu famílias inteiras e crianças.

 

Na atual exibição, para percorrer os espaços da galeria o visitante tem que tirar os sapatos, pisar num tapete e pode sentar-se em esculturas em forma de balanço. No segundo piso, relevos de parede utilizam utilizam bolas de gude. No galpão da Barra Funda estão as obras de grande porte, uma delas atinge 6 metros de altura.

 

Para Jonas Lopes, da Revista Veja-São Paulo “…ao proporcionar ao espectador não só o entretenimento da interatividade mas também prazer estético nas inúmeras variações cromáticas nas cordas, Neto comprova ser um dos mais talentosos escultores de sua geração”.

 

Até 18 de agosto.

 

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