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AGENDA CULTURAL

INTERAÇÕES COM O MEIO

14/jun

A mostra “Meu Meio”, no Museu do Meio Ambiente, Jardim Botâncio, Rio de Janeiro, RJ, estará em cartaz com o selo da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio + 20 e faz parte do calendário oficial. O evento marca a reabertura -após dois anos-, do Museu do Meio Ambiente e tematiza a delicada relação entre homem e meio ambiente, com mostra imersiva e ações de ativismo midiático, integrando artistas, curadores e designers de renome nacional como Carlos Nader, Angelo Venosa, Leandro Lima e Gisela Mota. Projeto internacional, idealizado e coordenado por Marta Porto, a curadoria é de Marcello Dantas.

 

Ocupando todo o segundo andar do museu, a exposição é dividida em quatro salas. Na primeira, chamada de “O Equilíbrio”, o visitante é desafiado a ficar em pé em pranchas que representam elementos da natureza e, a cada movimento, imagens geradas por projetores aparecem nas paredes. Ali, ele se depara com a responsabilidade de se manter em harmonia com o meio e notar que um simples movimento pode desequilibrá-lo. Na segunda sala, imagens da natureza são projetadas em um boneco de fibra para mostrar como desastres ambientais podem afetar o homem. Na terceira, o desafio do visitante é desviar de raios laser coloridos, pisando sobre o mapa mundi e sendo confrontado com os problemas dos dias atuais: os refugiados, a escassez de água, os problemas de saúde e bem estar das populações urbanas e rurais, o consumo exacerbado e o lixo.

 

Na quarta e última sala, serão exibidos três vídeoinstalações, assinadas por Carlos Nader, Angelo Venosa, e pela dupla Leandro Lima e Gisela Mota. Os artistas criaram suas obras sobre os temas CORPO, FLORESTA e ÁGUA, respectivamente. A curadoria é de Marcello Dantas.

 

A idealizadora e responsável pela série, Marta Porto, explica: “…nesta edição onde o Meio Ambiente é a tônica, partimos da ideia de vivências, de interações. Interações do homem consigo próprio, com seu meio, com suas crenças e valores que traduzidas em ações e atitudes impactam o mundo ao redor com suas redes infinitas de conexões e efeitos. Afinal, não existe meio ambiente sem gente”.

 

De 15 de junho a 12 de agosto.

PINTURAS CEGAS DE TOMIE OHTAKE

Tomie Ohtake

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, apresenta em seu 4º andar, a exposição “Pinturas cegas”, individual de Tomie Ohtake. Realizadas entre 1959 e 1962, as pinturas cegas de Tomie Ohtake compõem um grupo de obras criadas com os olhos vendados. Apesar da riqueza de sentidos que as pinturas emanam, foi só em 2011 que elas receberam um olhar atento para então se tornarem objeto de exposição particular. Assim, a Fundação Iberê Camargo apresenta em seu espaço expositivo este conjunto pouco antes visto, mostrando uma faceta peculiar do trabalho de Tomie Ohtake.

 

As cerca de 30 obras que a Fundação Iberê Camargo agora exibe, representam a experiência de imersão da artista em questões que se estabelecem entre luz e sombra, presença e falta. Sua produção se deu na tentativa de ajustar o olhar ao ponto cego (região no campo visual do disco ótico no qual a visão entra em colapso), e dialogar com o acaso e a intencionalidade. Na cegueira, ela buscou o fazer através do não-ver, materializando pictoricamente questões de profundidade e transparência.

 

Pode-se reconhecer nas pinturas cegas, além do dinamismo, a presença de elementos constantes ao longo de toda a produção posterior da artista, como o seu diálogo com o tempo, a importância do gesto e certa tensão em relação ao espaço.

 

Tomie Ohtake nasceu em 1913, na cidade de Kyoto, no Japão. Ao visitar um irmão no Brasil, em 1936, ela foi impedida de retornar ao país devido à Guerra do Pacífico. Estabelecida em território brasileiro, Tomie começa a pintar, já por volta dos 40 anos, por influência do artista japonês Keiya Sugano. Aos 50, sua carreira já era reconhecida e sua obra era difundida em diferentes países e cidades. Seu currículo contabiliza mais de 90 exposições individuais e participações em mais de 20 bienais internacionais ao redor do mundo.

 

 

Texto do curador Paulo Herkenhoff:

 

Existe uma região no campo visual do disco ótico no qual a visão entra em colapso, o ponto cego – punctum cecum – também chamado de escotoma fisiológico. No início da década de 1960, Tomie Ohtake confrontou sua pintura com questões óticas e oftalmológicas para discutir o estatuto de seu saber pictórico ao vedar os olhos para pintar. Era como se buscasse ajustar seu olhar ao ponto cego e a partir dele se engajar na experiência. A essas obras denominamos, conforme o testemunho da artista sobre seus procedimentos e método de trabalho, de “pinturas cegas”, feitas sob um estado de não-ver.

 

Esta série forma um corpus estimado em pouco mais de trinta telas, uma singularidade na história da arte brasileira. Na época em que foram produzidas, de 1959 a 1962, artistas como Willys de Castro e Mira Schendel interessaram-se pela experiência de Ohtake. Malgrado sua importância intelectual, o conjunto permanece desconhecido pelo grande público e ignorado mesmo por segmentos da historiografia, posto que até aqui só mereceu referência em textos dedicados a outras questões da obra de Ohtake, mormente o substrato espiritual em sua pintura.

 

No final da década de 1950, o crítico de arte Mário Pedrosa retorna ao Brasil, depois de passar um largo período no Japão em processo de pesquisa de sua história da arte, buscando estabelecer um diálogo com a produção contemporânea ocidental de então. Quando chega ao País, passa a propor e a reivindicar que os artistas brasileiros, de origem nipônica ou não, dessem maior atenção a certos aspectos da cultura japonesa: a caligrafia, a pintura sumi, a arquitetura, o espírito Zen, entre outras questões. Pedrosa também volta sua atenção para alguns nomes de origem japonesa, como Tomie Ohtake.

 

Em sua obra, contudo, Ohtake não reduz sua pincelada à relação formal com a pincelada de escritura ideogramática. Ela desloca a questão para uma relação entre valores e procedimentos Zen e a concepção do signo pictórico em seu processo de constituição de linguagem. Por isso, as vendas nos olhos tinham o sentido de realizar uma ação pictórica no limite da percepção. O pincel não buscava demarcar território ou produzir a figuração possível. Tratava-se da pura experiência da passagem do tempo no processo Zen. A pintura de Ohtake nos submete a um paradoxo poético, é simultaneamente produção de linguagem e de conhecimento, experiência do não saber e da intuição.

 

De 14 de junho a 12 de agosto.

GOELDI: SOMBRIA LUZ

13/jun

 

O Museu de Arte Moderna, MAM-SP, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, apresenta “Goeldi, Sombria luz”, exposição dedicada à obra de um dos expoentes máximos da corrente expressionista no Brasil, Oswaldo Goeldi. Com cerca de 200 trabalhos, entre gravuras originais e desenhos produzidos dos anos 1920 até sua morte, a retrospectiva inédita mostra a visão obscura do maior gravurista do país e sua veia expressionista, trazida da capital suíça onde passou sua juventude e infância. Paralela à exposição, está em cartaz também no MAM, “O ateliê de Goeldi”, que remonta seu espaço de criação no Leblon, Rio de Janeiro, RJ, exibindo instrumentos de trabalho e objetos pessoais sob a organização de Lani Goeldi, sobrinha-neta do artista, além de documentos, cartas, fotografias e uma prensa . Meio século depois de ter sido encontrado morto no quarto onde morava de favor no bairro do Leblon, esta é a maior retrospectiva já realizada de sua obra. A curadoria é de Paulo Venâncio Filho.

 

Criados a partir da década de 20, quando a produção do gravador atingiu a maturidade, os trabalhos foram arranjados por afinidade temática e plástica. O percurso leva o visitante a uma trajetória em zigue-zague, passando por cruzamentos e becos, temas comuns no universo sombrio de Goeldi. “A intenção foi criar uma exposição que não tivesse começo ou fim definidos”, diz o curador. Predominam as xilogravuras de alto contraste, com atmosfera marginal e melancólica na qual a luz luta para ganhar seu espaço. Sobressaem ainda os exemplares do início dos anos 30, época em que o artista começou a explorar a cor, e a sessão dedicada ao mar e aos pescadores.

 

“Um europeu sentimental exilado”, como ele mesmo se definia, Goeldi era filho do cientista Emílio Augusto Goeldi. Cresceu e começou sua carreira na Suíça. Ao voltar para o Rio, em 1919, recusou a euforia artística do período entreguerras. Chegou a ilustrar revistas e livros, como a “Obra Completa”, de Fiódor Dostoievski, publicada pela Editora José Olympio em 1937. Foi ainda professor na Escolinha de Arte do Brasil e na Escola Nacional de Belas Artes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ali abriu uma oficina de xilogravura, que mais tarde deu origem ao curso de graduação em gravura da instituição.

 

De 15 de junho a 19 de agosto.

 

RETROSPECTIVA DE IONE SALDANHA

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, apresenta no atrio e em seu 3º andar, a exposição “Ione Saldanha: o tempo e a cor”, retrospectiva da artista que, “situando-se no limiar entre o moderno e o contemporâneo, encontrou sobretudo na cor o lirismo de sua expressão artística”. Com este caráter panorâmico sobre a produção da artista, a exposição apresenta desde suas figuras e fachadas dos anos 1940 e 1950 até o amadurecimento do uso da cor em sua obra, passando pelas aproximações construtivas que inspiraram seu trabalho. “Ione Saldanha: o tempo e a cor” apresenta obras em suportes tradicionais e experimentais, lançando um olhar amplo sobre trajetória da artista. As décadas de 1960 e 1980 ganham foco por tratarem-se de períodos em que a produção de Ione atingiu uma poética madura e particular, materializada pelo uso sensível da cor. A curadoria é de Luiz Camillo Osório.

 

Nascida em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 1919, Ione ainda criança viu a família envolvida no movimento de 1923, que marcou a história do estado pelo conflito entre chimangos e maragatos. Devido às ligações políticas, o pai da artista integrou o governo de Getúlio Vargas em 1930, o que determinou a ida da famíçia para o Rio de Janeiro – cidade onde Ione Saldanha residiu até seu falecimento, em 2001. O flerte com a arte se deu desde cedo, através dos primeiros estudos com Pedro Corrêa de Araújo e das viagens a Florença e Paris para realizar cursos de afresco. Durante os anos 1950 e 1960, participou de exposições em diversas cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago do Chile, Roma, Berna e Houston. No início de sua trajetória, as obras são marcadas por um figurativismo de cores escuras que aos poucos deram lugar à geometria lírica, conferindo também outro ritmo cromático para as pinturas. O protagonismo da cor, do pigmento, vai assumindo diferentes faces no decorrer do desenvolvimento da poética da artista.

 

Foi no ano de 1968 que ela expôs pela primeira vez os característicos bambus e ripas pintadas. A partir do uso de suportes experimentais, Ione incorporou algumas das características da contemporaneidade para dentro de sua produção, sem distanciar-se de certo caráter formal do concretismo e do uso da cor. Transitou, assim, entre o moderno e o contemporâneo, como bem observou o curador Luiz Camillo Osório.

 

Texto do curador Luiz Camillo Osório:

 

A obra da artista Ione Saldanha segue ainda desconhecida do grande público e à margem da história da arte brasileira recente. Nascida em Alegrete no Rio Grande do Sul, mas tendo vivido grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, teve sua formação marcada pela sensibilidade cromática de Volpi e pela desconstrução figurativa de Vieira da Silva. Passados dez anos de sua morte, está na hora de rever seu percurso artístico.

 

A exposição, tendo caráter retrospectivo, procurará realizar um recorte panorâmico em sua trajetória, desde suas figuras e fachadas das décadas de 1940 e 1950, desdobrando-se pelo flerte construtivo no começo da década seguinte, até sua grande aventura de liberação da cor do final dos anos 1960 até a década de 1990.

 

Sua obra consegue combinar o rigor formal da tradição concreta com a experimentação constante de novos materiais e suportes, sem abrir mão, entretanto, da dimensão lírica da cor. Trata-se, portanto, de uma artista que viveu de dentro a passagem do período moderno para o contemporâneo.

 

Apesar da concentração nas décadas de 1960 e 1980, quando sua obra atinge maturidade poética, procuraremos nesta exposição traçar o seu desenvolvimento desde a década de 1940, mostrando seu período formativo e a longa maturação de sua sensibilidade para a cor. Combinando desenhos, estudos, pinturas e a experimentação com os mais variados suportes – ripas, bambus, bobinas e empilhados. Sua obra está presente nas principais instituições e coleções brasileiras, predominantemente no Rio de Janeiro e em São Paulo.

 

De 14 de junho 12 de agosto.

UMA NOVA LEITURA DE IBERÊ CAMARGO

12/jun

Convite da exposição

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, exibe em seu 2º andar, a exposição “O “outro” na pintura de Iberê Camargo”. O “outro” na pintura de Iberê Camargo apresenta ao público visitante a alteridade na produção do artista. Propõe-se uma desconstrução do estereótipo do excesso e da tonalidade sombria que cerca a produção de Iberê, ao mostrar que sob o “caos” pictórico está a ordem construtiva deste processo. Entre os momentos em que  configura-se este outro, a curadora Maria Alice Milliet destaca as vielas de Santa Tereza, os objetos alinhados sobre a mesa, o raio de sol sobre a parede do ateliê. A ideia da duplicidade já habitava os pensamentos de Iberê Camargo. No mês em que faleceu, março de 1994, o artista escreveu o conto “O duplo”, em que narra em primeira pessoa uma perseguição protagonizada pelo  outro.  Assim, ele constatou seu próprio medo em encarar-se: “Falta-me coragem para ver o outro que vive fora de mim”, termina a pequena história.

Procurar o não visível na obra de Iberê se torna um desafio proposto pela exposição, que tem como fio condutor as afinidades que o artista desenvolveu durante a vida e que se apresentam em sua produção.  O conjunto contempla 69 obras e é guiado por estas diferentes formas de proximidade. A pintura metafísica de Giorgio de Chirico e a construção geométrica de André Lhote exemplificam estas similaridades, mas foi com a obra de Giorgio Morandi que Iberê estabeleceu um íntimo diálogo. Esta relação afinada se construiu a partir de gravuras e pinturas nas quais Iberê apresentou objetos comuns de maneira solene, valorizando processos pessoais e sensoriais na produção artística. Apropriar-se de um olhar diferente para a pintura de Iberê é a provocação lançada na exposição.

 

De 14 de junho de 2012 a 10 de março de 2013.

 

“O duplo”, um conto de Iberê Camargo

Sentado num dos primeiros bancos do ônibus número 15, Praça São Salvador–Rio Comprido, vejo surpreso, e logo com crescente espanto, minha imagem refletida no retrovisor, com traje e movimentos que não são meus. Para afastar a possibilidade de uma alucinação, faço, como prova, exaustivos gestos propositadamente exagerados, que a imagem refletida não repete.

– Um sósia? Mas esse é semelhante, jamais idêntico.

Meu desassossego, meu espanto crescem.

O outro, com roupa e movimentos diferentes, permanece tranquilo, impassível, alheio à minha presença e parece nem se importar em ser réplica.

– Ele não me terá visto? Impossível, estamos próximos. Ele talvez ocupe um assento à minha frente. Não sei.

A ideia do indivíduo de ser dois apavora.

Já agora preso de um terror incontrolável, soo a campainha do coletivo e desço precipitado, sem olhar para trás, sem sequer ousar localizá-lo: falta-me coragem para ver o outro que vive fora de mim.

ANIMAIS CAPTURADOS

A exposição “Captura”, de René Machado, nas galerias do primeiro andar do Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, mistura ficção e realidade. Se em um primeiro momento suas obras despertam o sentimento de bom humor, por meio dos coloridos personagens de cartoon, por outro, denunciam um comportamento violento e repulsivo do homem contra a natureza. O tema  justifica a inclusão da mostra na programação oficial da Rio+20.

 

De acordo com o curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, “o artista  estabelece em sua pintura algumas questões relacionadas à sua produção, como a utilização de recursos tecnológicos para, tal qual numa caçada, capturar no ambiente web imagens fotográficas e de personagens de desenhos animados”. Manipuladas digitalmente em seu computador e impressas sobre telas, o artista cria cenas para a sua primeira exposição individual, que revelam o ser humano como um animal predatório e cruel. A partir desta ideia, foi produzida uma série com obras de proporções variadas, em que a tinta branca reafirma a importância do ponto focal da obra sobre a ação retratada. É nesta área branca que René Machado também impõe o vazio da barbárie humana, com um certo vigor nas pinceladas em camadas. O artista passa para o plano tridimensional com elementos reais e fictícios para criar objetos com a mesma dualidade de suas pinturas. Personagens de pelúcia e borracha são apresentados nas situações mais adversas: enjaulados ou estraçalhados.

 

Ainda misturando os planos da realidade e da fantasia, dois vídeos são exibidos na terceira sala, na qual um deles permite a interatividade do visitante.O salão principal será ocupado por trabalhos em óleo e acrílica sobre tela; em outra sala, objetos que buscam, assim como em suas pinturas, misturar ficção e realidade onde armadilhas aprisionam bichos de pelúcia, enquanto que na terceira sala um video interativo provoca o visitante a poluir o meio ambiente.

 

René Machado é um artista visual com formação em publicidade e que atua na preservação do bioma do Pantanal Matogrosense.

 

De 14 de junho a 22 de julho.

RIO+20: SIRON FRANCO NO MAM RIO

A exposição  “Brasil Cerrado”, de Siron Franco, que integra o hall de atividades culturais da Rio+20, foi criada especialmente para o evento, através de convite pessoal feito pela ministra do  Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Trata-se de uma videoinstalação multissensorial gratuita no MAM, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.

 

A exposição ocupa mais de 600m2 de área montada do salão principal do museu, distribuídas em quatro salas e dois mega painéis. A mostra conta com sonorização dos espaços, aplicação de essências, presença de elementos sensoriais como água e calor nos ambientes e foi concebida para aproximar o visitante das belezas do cerrado e explicitar a urgência de sua preservação. De forma criativa e lúdica, o artista apresenta um novo e belo mundo ao visitante: insetos, flores, pássaros, animais, texturas, cores e odores do cerrado apresentados em grandes projeções com alta definição, esculturas, fotos e textos que conduzem a um passeio profundo por um universo onde a natureza é soberana. A destruição que assola o cerrado dá a tônica da segunda parte da instalação.  A sensação de perda e de urgência fica clara e o visitante passa a entender as necessidades imperativas das ações de proteção ambiental do bioma do Cerrado, o segundo maior do país. “A intenção é provocar conforto e desconforto. Apresento o acolhimento que a natureza nos proporciona e também a destruição que o homem vem causando”, afirma Siron Franco. Ao fim da visita, o público pode ver mapas da degradação, em tempo real, via satélite, diretamente do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE.

 

Siron Franco é pintor, desenhista e escultor e nasceu em Goiás Velho, GO, passou sua infância e adolescência em Goiânia. Desde cedo, o cerrado tornou-se uma de suas paixões, marcando forte presença em seu trabalho. Dono de uma técnica impecável, Siron possui mais de 3.000 obras criadas, além de instalações e interferências, representadas nos mais importantes salões e bienais internacionais.  As serigrafias foram criadas pela Lithos, Rio de Janeiro.

 

De 12 a 23 de junho.

GELEIA DA ROCINHA PRENDE OS BICHOS

O pintor Geleia da Rocinha exibe na galeria Cela, no andar térreo do Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “É o bicho na cabeca”. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. Concebida em 2008, a ideia partiu da lista dos vinte e cinco animais do jogo que, apesar de existir na sombra da ilegalidade, segue mobilizando a cultura popular. Cada uma das telas em acrílica, retrata um bicho com o respectivo número, trazendo para o presente a habilidade do pintor letrista que se projetou no circuito das artes. José Jaime Costa, Geléia (como assina em seus trabalhos), elabora um trabalho autobiográfico, em que retrata a sua realidade e a do meio em que vive. Com a exposição “É o bicho na cabeça”, não poderia ser diferente. De acordo com o curador da mostra, “seus animais fogem de qualquer  convenção estabelecida nos livros de Zoologia, uma vez que são constituídos de traços humanos, figurinos e padronagens multicoloridas, ou ainda, adquirem uma morfologia híbrida de outros animais. Exibir este conjunto de obras na galeria Cela, do Centro Cultural Justiça Federal é a oportunidade que o artista encontrou para subverter a ordem do Jogo do Bicho”.

 

Até  15 de julho.

LEILA DANZIGER NA COSMOCOPA

11/jun

Convite exposição

A exposição “Todos os nomes da melancolia”, de Leila Danziger é a primeira individual da artista na Cosmocopa Arte Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Leila faz parte do elenco da galeria de Alvaro e Maice Figueiredo desde setembro do ano passado e tem mostrado uma altíssima coerência, apuro, sensibilidade e qualidade nos trabalhos que vem apresentando. A exposição apresenta uma escritura da melancolia, realizada a partir de objetos de arquivos pessoais e signos apropriados da História da Arte. O livro “Banzo”, de Coelho Netto, publicado originalmente em 1912, ganha uma terceira edição ao ser apagado seletivamente pela artista, dando origem a uma pequena instalação. Representações da melancolia retiradas de obras de Debret, De Chirico, Domenico Fetti e Tarsila do Amaral são transformadas em carimbos, e assim passeiam por diversos tempos e espaços, como, por exemplo, as páginas do jornal francês “Libération”, da década de 1980, que tratam o tema da memória e do esquecimento, assunto recorrente no trabalho da artista. A mostra reúne duas séries fotográficas, “Vanitas” e “Leituras da melancolia”, uma instalação de mesa, “Banzo, 3ª. Edição”, um vídeo, “Vanitas” e dois objetos de parede, “Balangandãs” e “Amarelinha”. Na mesma ocasião, a Cosmocopa inaugura oficialmente seu novo Acervo Transparente.

 

De 14 de junho a 16 de julho.

CONVERSA COM O PÚBLICO

Regina de Paula

A artista Regina de Paula e a psicanalista Tania Rivera recebem o público na Sala de Leitura para uma conversa sobre a exposição “Miragens”. A exposição encontra-se em cartaz no Cofre da Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ. “Miragens” remete ao efeito ótico que ocorre nas paisagens desérticas e dá a falsa impressão da visão de um lençol d’água onde os objetos se acham refletidos. Alude também à visão fantástica e enganosa.

 

Regina de Paula ocupa o Cofre da Casa França Brasil com uma imensa quantidade de areia, contida por uma placa de acrílico, com a altura de 1,45m, que acompanha o movimento de abertura da porta para o interior do cofre. Ao adentrar a ocupação da artista neste espaço confinado, que possibilita a contemplação a apenas uma pessoa por vez, o espectador se depara com uma superfície quase plana de areia, limitada por paredes que quase podemos tocar. Em lugar do efeito ótico, a obra se abre à imaginação. A matéria (areia) integra a poética da artista ao fazer referência à paisagem da cidade, mais especificamente ao bairro de Copacabana, onde Regina de Paula vive desde a infância. É a partir de sua experiência nos lugares que a artista elabora seus trabalhos – que se desdobram em fotografias, vídeos, desenhos e instalações.

 

Data e local: 13 de junho, às 18h30 – Sala de Leitura, Casa França-Brasil.

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