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AGENDA CULTURAL

Anjos com armas na Pinakotheke SP

30/out

A Pinakotheke, Morumbi, São Paulo, SP, exibe a exposição “Anjos com armas”, apresentando 42 obras dos artistas Sergio Camargo (1930-1990), Lygia Clark (1920-1988), Mira Schendel (1919-1988) e Hélio Oiticica (1937-1980), pertencentes a diversas coleções particulares. A curadoria de “Anjos com armas” é de Max Perlingeiro, que explica que a exposição tem como alguns pontos de partida o fascínio do crítico e curador britânico Guy Brett (1942-2021) pela produção artística brasileira, e seu importante papel em sua internacionalização. Guy Brett foi o responsável por exposições de Sergio Camargo, Lygia Clark e Mira Schendel na lendária galeria Signals (1964-1966), em Londres, de que era sócio junto com o amigo e artista filipino David Medalla (1942-2020), entre outros artistas e curadores, e depois, na galeria Whitechapel, na capital inglesa, pela primeira mostra internacional de Hélio Oiticica.

Guy Brett é celebrado também na publicação “Angels with Guns” (“Anjos com Armas”), do historiador e filósofo Yve-Alain Bois, que publicou no ano passado (na revista “October”, do MIT) o ensaio sobre a produção de Guy Brett e sua profunda amizade com David Medalla. O livro, traduzido para o português, será lançado até dezembro pelas Edições Pinakotheke junto com o catálogo da exposição. O artista Luciano Figueiredo é colaborador do projeto.

Até 16 de dezembro.

Instituto Cervantes apresenta Pablo Sycet

Concebida como uma aventura emocional, a exposição “Sala de Mapas”, exibição individual de Pablo Sycet que apresenta obras usando técnica mista sobre papel, explora suas memórias afetivas resgatando lembranças de suas primeiras visitas a algumas cidades do Brasil, há duas décadas. Tomando o avião como ponto de partida e suporte da trama, o artista acabou expandindo sua experiência de viagem para outras cidades que foram fundamentais (e sentimentais) para o futuro do pintor. Na mostra que será apresentada, a partir do dia 07 de novembro, no Instituto Cervantes, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Pablo utiliza fragmentos aleatórios da cartografia de São Paulo, Havana, Istambul, Lisboa, Nova Iorque, Madri e Granada. Por ocasião da primeira exibição desta exposição, foi publicado “Map Room”, poema homônimo de Juan Manuel Bonet, acompanhado de algumas pinturas desta série. A mostra itinerante, que já foi exibida no Instituto Cervantes de São Paulo, conta com a colaboração da Fundação Olontia.

“Procurei recuperar e recriar no papel, aquelas sensações vivenciadas em primeiras incursões àquelas cidades. Vários anos se passaram até que eu pudesse projetá-las nesta ficção pictórica representada. São os traços mais íntimos de uma outra educação sentimental”, explica.

Sobre Pablo Sycet

Quando os mapas ainda não eram instrumentos de uso diário, exceto para profissionais do turismo e disciplinas acadêmicas ligadas à geografia, Pablo Sycet Torres nascia, em 1953, em Huelva, pequena cidade portuária ao sul de Espanha, sem qualquer tradição familiar no mundo da arte. Pablo Sycet Torres é um artista visual espanhol de muitas facetas. Embora a pintura seja a sua principal manifestação artística, também atua como curador de exposições, editor, designer gráfico, letrista de inúmeras canções e produções musicais, além de ser um dos arquitetos em atividade artística na capital desde os anos da Movida Madrileña (movimento disruptivo cultural importantíssimo na Espanha, tendo Almodóvar como um dos personagens de destaque). Desenvolveu sua carreira profissional em Madri, realizando a primeira exposição individual “Gestos”, em 1978, na Galeria Antonio Machado. Em 1982, obteve uma bolsa do Ministério da Cultura espanhol; três anos depois obteve outra bolsa, desta vez do Comitê Misto Hispânico Norte-Americano para Cooperação Cultural e Educacional para residir em Nova York. Sycet é um dos pintores andaluzes mais representativos da geração dos anos 1980. Sua atividade principal há mais de 40 anos, a pintura se agrega a um amplo leque de áreas complementares como a edição, a tipografia, o design gráfico, a fundação de galerias de arte, a organização de exposições, letras de músicas, produção musical e a criação e programação da Galeria Sandunga em conjunto com o artista Julio Juste. Manteve durante muitos anos uma estreita colaboração com o crítico e curador de arte Quico Rivas, participando em alguns dos seus projetos.

Até 15 de dezembro.

Toyota no Paraná

27/out

O “Espaço Arco-Irís” será inaugurado no Parque Geminiani Momesso, no Paraná. Nele, a obra de Yutaka Toyota celebra união entre Brasil e Japão no museu a céu aberto que chega para fortalecer a posição do Paraná no roteiro cultural e artístico brasileiro. Em 28 de outubro, o Parque Geminiani Momesso, localizado em Ibiporã, PR, inaugurará a obra “Espaço Arco-Íris”, de Yutaka Toyota. O artista nipo-brasileiro criou a obra para a comemoração do Centenário do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão. Composta por 10 blocos dourados – cada um representa uma década – e uma “alça” em aço que remete ao casco do navio que transportou imigrantes japoneses para o Brasil, a ponta da escultura instalada no Japão está direcionada para o sentido geográfico do Brasil e a ponta da nova escultura a ser inaugurada em solo brasileiro será direcionada para o país asiático. A peça tem 10 metros e pesa cerca de três toneladas, duas toneladas a menos do que a original. Dado seu peso e altura, a instalação ocorre em etapas, nas quais as partes de aço serão transportadas separadamente e a pintura finalizada in loco. As duas bases da escultura são firmadas no chão a partir de blocos de concreto cobertos por terra, invisíveis ao observador.

Sobre Yutaka Toyota

Nasceu em Tendo na província de Yamagata ao norte do Japão. Em 1954, graduou-se na Universidade de Artes de Tóquio. Imigra em 1958 ao Brasil após trabalhar no Instituto de pesquisas industriais de Shizuoka. Faz as primeiras pinturas abstratas no início da década de 60 no Brasil já com conceitos cosmológicos, ponto central dos seus trabalhos até hoje. Após receber o prêmio do I Salão Esso de Artistas Jovens – “II Prêmio” (de pintura) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1965, resolve ir à Itália. Aproxima-se da vanguarda europeia e seu trabalho bidimensional torna-se tridimensional, fixando na Itália por 5 anos. Retorna ao Brasil após ser convidado para participar, em 1969, da X Bienal Internacional de Arte de São Paulo e recebe dois prêmios aquisição, o Itamaraty e o Banco de Boston. Participa de diversos salões de arte moderna e ganha outros importantes prêmios, em seguida, fixa seu ateliê em São Paulo e naturaliza-se brasileiro no dia 11 de janeiro de 1971. Em 2016 monta um novo estúdio em São Paulo para criação e produção de obras monumentais de alto padrão. Yutaka Toyota está em contínua criação executando uma infinidade de projetos e obras autorais a partir de seu ateliê em São Paulo para o mundo.

Sobre o Parque Geminiani Momesso

Empresário, colecionador e incentivador das artes, Orandi Momesso, fundou o Parque Geminiani Momesso e a organização sem fins lucrativos Instituto Luciano Momesso, que tem a responsabilidade de administrar o museu a céu aberto. Construída ao longo de cinco décadas, a Coleção Orandi Momesso é um importante acervo de arte brasileira, reunindo cerca de 5 mil obras, relevantes trabalhos de uma grande diversidade de artistas, em praticamente todos os períodos da arte brasileira, incluindo clássicos, pré-modernos, modernistas e contemporâneos. A 25 km de Londrina, o parque é um paraíso ecológico formado por uma área 1.355 milhão metros quadrados, dos quais 121 mil são de mata virgem que encontram o Rio Tibagi, um dos mais importantes da região. A área foi doada por Orandi Momesso e está sendo paulatinamente transformada no centro cultural com o projeto do importante paisagista Rodolfo Geiser. Com um olhar aguçado, Orandi Momesso teceu uma das coleções de arte mais relevantes do Brasil. O Parque carimba o legado deste trabalho de mais de cinco décadas ao salvaguardar o acervo em acesso público e, além disso, dedicar um espaço cultural e biodiverso à sua terra natal. O patrimônio de Momesso conta com peças de grandes artistas como Angelo Venosa, Emanoel Araújo, Gilberto Salvador, José Resende, Nicolas Vlavianos, Rubem Valentin e Victor Brecheret, além de mobiliário colonial e moderno de Lina Bo Bardi e Rino Levi.

“É um parque dedicado às artes brasileiras, acho que isso é o mais relevante, é o diferencial. Ao mesmo tempo, há uma gama de artistas ali que vieram do exterior, mas que fizeram sua história no Brasil e se tornaram parte desse território. O parque tem esse valor em relação ao fortalecimento da arte nacional”, afirma Gianni Toyota, filho do artista e diretor do projeto.

Neste sábado

26/out

A conversa com a curadora e artistas na exposição “O que há de música em você”, na Galeria Athena, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, será neste sábado, 28 de outubro, às 19h, entre a curadora Fernanda Lopes e os artistas Andro Silva, Atelier Sanitário (Daniel Murgel e Leandro Barboza), Hugo Houayek, Natália Quinderé (Seis gentes dançam no museu) e Rafael Alonso, como parte da exposição “O que há de música em você”, que, devido ao sucesso, acaba de ser prorrogada até o dia 02 de dezembro. A conversa será gratuita e aberta ao público.

A mostra “O que há de música em você” apresenta edições únicas de icônicas obras de Hélio Oiticica, produzidas em 1986. Elas participaram da primeira exposição póstuma de Hélio Oiticica (1937-1980), organizada pelo Projeto HO, na época coordenado por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Wally Salomão, que se chamava “O q faço é música” e foi realizada na Galeria de Arte São Paulo. Desde então, essas obras permaneceram em uma coleção particular, e agora voltam a público, depois de 37 anos, sendo o ponto de partida para a exposição “O que há de música em você”.

A exposição apresenta um diálogo com fotografias, vídeos, objetos e performances de outros 20 artistas, entre modernos e contemporâneos, como Alair Gomes, Alexander Calder, Aluísio Carvão, Andro de Silva, Atelier Sanitário, Ayla Tavares, Celeida Tostes, Ernesto Neto, Felipe Abdala, Felippe Moraes, Flavio de Carvalho, Frederico Filippi, Gustavo Prado, Hélio Oiticica, Hugo Houayek, Leda Catunda, Manuel Messias, Marcelo Cidade, Rafael Alonso, Raquel Versieux, Sonia Andrade, Tunga e Vanderlei Lopes. Na fachada da galeria está a grande obra “Chuá!!!”, de Hugo Houayek, feita em lona azul, simulando uma queda d´água.

Nuances de realidades cotidianas

A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, anuncia sua próxima exposição: “Hoje acordei linda”, um duo entre Ana Júlia Vilela e Roxinha. Com texto crítico de Paula Borghi, a mostra será inaugurada no dia 07 de novembro e poderá ser visitada até 24 de fevereiro de 2024.

O título faz referência a uma das obras de Roxinha e expõem a forma dual de se encarar a contemporaneidade: ora de forma otimista, ora pessimista. Como observado por Paula Borghi, baseando-se na anedota sobre “O Dia da Boa Notícia” do portal iG (contada recentemente no episódio 42 do podcast Rádio Novelo Apresenta), “sempre há de haver boas e más notícias. […] Por exemplo, num dia se acorda linda e no outro se indaga se todos os homens odeiam as mulheres”.

As pinturas de Ana Júlia e Roxinha, com uma variedade de tons pastéis, exploram as nuances de suas realidades cotidianas. De gerações diferentes, as artistas compartilham, muitas vezes, formas semelhantes de encarar o mundo. Ana Júlia nasceu logo após a popularização da internet doméstica, o que a torna intimamente familiarizada ao consumo e produção de texto e imagem conforme a linguagem de deboche das redes sociais. Em contrapartida, Roxinha vem de uma época e sociabilidade muito distintas, quando “os memes eram feitos analogicamente, tal como nas frases de caminhão”, como coloca Borghi.

A exposição “Hoje acordei linda” apresenta pinturas sobre tela e madeira com discursos paralelos, muitas vezes em tom irônico, que abordam temas diários e triviais, permeados por questões relacionadas ao gênero feminino e aos discursos feministas.

Sobre as artistas

Ana Júlia Vilela nasceu em 1996 em Belo Horizonte, MG. Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), desenvolve sua poética principalmente na pintura e desenho. Seu trabalho transita entre o gráfico e o pictórico entendendo a tela tanto como superfície quanto janela. Aproveitando da linguagem instantânea das redes sociais em uma iconografia própria, repleta de formas fluidas e narrativas não lineares que intercalam humor e cultura pop, desenvolve um universo próprio com um leque de possibilidades temáticas.

Maria José Lisboa da Cruz nasceu em 1956 em Lagoa de Pedra, Alagoas. Conhecida como Roxinha, começou a trabalhar no fim da adolescência no cultivo de macaxeira, feijão e milho. Quebrou brita em pedreira e foi gari por quase duas décadas. Aos 59 anos começou a desenhar, e, em pouco tempo, expandiu fisicamente sua produção, substituindo as pequenas folhas de papel pelas paredes e muros de sua casa. Em 2021, passou a pintar em pedaços de MDF e materiais que encontrava em terrenos baldios durante suas caminhadas com um de seus filhos e o marido. Em 2023, fez sua primeira exposição individual, “Roxinha, uma vida de novela”, no Museu do Pontal, Rio de Janeiro, RJ.

Direitos autorais em debate na FIC

25/out

Os limites da liberdade artística e da apropriação de obras anteriores a partir do Caso Andy Wharhol é tema de debate da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

No dia 31 de outubro, terça-feira, das 19h às 21h, a Fundação Iberê Camargo sedirá um debate inédito sobre a decisão da Suprema Corte norte-americana, com potencial de impactar a criação na arte contemporânea. O evento, coordenado pela representação no Rio Grande do Sul da ABPI – Associação Brasileira da Propriedade Intelectual, terá ainda o apoio do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS e da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os interessados poderão assistir às palestras presencialmente, no auditório da Fundação Iberê Camargo, ou através da plataforma Zoom. As inscrições são gratuitas.

Com o tema “Liberdade Artística e o Caso Andy Wharhol”, a ABPI vai debater os limites da liberdade artística e da apropriação de obras anteriores na arte contemporânea, após a recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos no caso entre a Fundação Andy Warhol para Artes Visuais e a fotógrafa Lynn Goldsmith, envolvendo um retrato do cantor Prince. Os juízes – 7 a 2 votos – decidiram que a Fundação Andy Warhol, voltada à promoção da obra do pai da Pop Art americana, desrespeitou a lei de direitos autorais quando licenciou a reprodução de obra baseada em fotografia do astro musical Prince, de autoria de Lynn Goldsmith. O caso vinha sendo observado de perto no mundo da arte e na indústria do entretenimento.

A partir dessa polêmica decisão, o evento abordará as várias perspectivas sobre a liberdade artística nas artes visuais na atualidade: a do artista, a do curador, a do colecionador e a das instituições, bem como o ponto de vista da legislação sobre direitos de autor.

Emilio Kalil, diretor-superintendente da Fundação Iberê Camargo, abrirá o evento ao lado de Claudia Lima Marques, diretora da Faculdade de Direito da UFRGS. Com mediação de Rodrigo Azevedo, representante Seccional da ABPI no Rio Grande do Sul, o debate contará com a participação do curador islandês Gunnar Kvaran, Francisco Dalcol, diretor-curador do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS e o artista Guilherme Dable.

Para entender o caso

Andy Warhol (1928-1987) se tornou um dos ilustradores mais bem sucedidos da década de 1950. Mas foi a partir dos anos de 1960 que as características de suas obras ganharam maior notoriedade e o tornaram um ícone para a História da Arte e ajudaria a consolidar a Pop Art como movimento artístico de vanguarda. Explorando técnicas de reprodução mecânica como meios de produção e criação artística, criou pinturas serigráficas e outras obras reverenciadas – e financeiramente valiosas – inspiradas em fotos de celebridades, como Marilyn Monroe, Elvis Presley, Rainha Elizabeth 2ª, Elizabeth Taylor, Pelé, Mao Tse Tung, Muhammad Ali e a litigiosa série “Orange Prince”.

Em 1984, Andy Warhol foi convidado pela revista Vanity Fair para criar uma obra que ilustrasse um artigo sobre o cantor Prince. Ele se baseou numa fotografia em preto e branco do cantor tirada em 1981 pela fotógrafa Lynn Goldsmith. Na época, a revista pagou a Lynn 400 dólares em taxas de licenciamento e prometeu usar a imagem apenas naquela edição. Em 2016, quando Prince morreu, a Fundação Andy Warhol para Artes Visuais licenciou outra obra retratando o astro da música a partir daquela mesma foto, agora para a editora Condé Nast, grupo dono da Vanity Fair, que pagou à instituição 10 mil dólares. Lynn Goldsmith não recebeu nada e alegou que seus direitos autorais foram desrespeitados. O caso passou por tribunais inferiores e distritais antes de chegar na Suprema Corte, cuja decisão se concentrou especificamente na obra licenciada por Andy Warhol para a Condé Nast e considerou sua finalidade comercial – o que foge do pressuposto de que haveria caráter “transformador”, do ponto de vista artístico, na nova obra.

A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner; apoio da Renner, Dell Technologies, Pontal Shopping, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal.

Duas referências culturais

24/out

A Simões de Assis convidar para a abertura da mais nova exposição em sua sede de Curitiba, PR. “Vai Saudade: Heitor dos Prazeres & Zéh Palito” reúne obras inéditas do pintor paulista, inspiradas por trabalhos históricos do artista carioca.

A mostra conta com texto crítico de Ademar Britto, que aproxima a produção de Zéh Palito e Heitor dos Prazeres por meio da celebração da cultura negra no Brasil. Seja pela lendária contribuição para o surgimento do samba, seja pela elegância e atuação no campo da moda, seja pelas pinturas nas quais retratava favelas, rituais religiosos, bailes de carnaval, rodas de choro e outras festas populares, Heitor dos Prazeres foi um grande protagonista e também promotor das vivências típicas dos subúrbios do Rio de Janeiro. Zéh Palito, por sua vez, nascido quase 100 anos depois de Heitor, começou sua carreira na pintura de rua, realizando murais e grafites no interior paulista. Seu interesse pelo viés público da pintura o levou a expandir sua pesquisa a outros países e, em seguida, para as telas. Na contramão das correntes do embranquecimento cultural do país, Zéh Palito retrata personagens com dignidade, plenitude e, sobretudo, elegância, de forma semelhante a de Heitor dos Prazeres, vestidos à risca para os bailes de Carnaval, rodeados pelos elementos típicos dos botecos ou ainda rodeados por referências da música, da cultura pop e da sociedade de consumo.

A abertura da exposição contará com uma roda de samba cantando os sucessos do conjunto “Heitor dos Prazeres e Sua Gente”, além de composições clássicas e icônicas de nomes como Cartola, Noel Rosa e Pixinguinha.

Até 16 de dezembro.

Proteção e liberdade

23/out

A artista plástica e arquiteta Cláudia Castro Barbosa inaugurou a individual “Janelas”, no Centro Cultural Candido Mendes, Ipanema. São 15 trabalhos que retratam metáforas entre o dentro e o fora.

A palavra da artista

“A paisagem se replica sob diferentes lembranças e humores, tendo como tema a contraposição das montanhas com o espaço urbano, do dia com a noite, do abstrato e do geométrico frente ao caos da natureza, além de um fascínio pela visão do primitivismo do mar e do céu, separados pela linha do horizonte. A intenção é proporcionar ao observador uma ilusão de proteção e, ao mesmo tempo, de liberdade”.

A mostra permanecerá em cartaz até 17 de novembro.

Exposição e livro

Chama-se “O fardo, a farda, a fresta”, a nova exposição individual de Rivane Neuenschwander na Fortes D’Aloia & Gabriel, Galpão, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, abrirá no próximo sábado, dia 28 de outubro.

Na mostra, em cartaz até 16 de desembro, Rivane Neuenschwander aborda a persistência contemporânea de estruturas herdadas dos anos da ditadura militar no Brasil (1964 – 1985) por meio da tradução de relatos e lembranças ambientadas no período em configurações visuais. Lançamento do livro “Reviravolta de Gaia” de Rivane Neuenschwander e Mariana Lacerda, Editora Cabogó e M-1edições.

Celebrando Guimarães Rosa

Acontecimento original no Instituto Ling, Porto Alegre, RS, para celebrar o aniversário de 60 anos da obra de Guimarães Rosa, a professora Kathrin Rosenfield convidou os artistas visuais Maria Tomaselli, Marcos Sanches e Raul Cassou para criarem suas próprias visões dos pequenos milagres que o escritor tirou da existência e imortalizou em seus textos. O evento é uma homenagem aos “causos” narrados nos 21 contos do livro “Primeiras Estórias”. O evento também terá atrações musicais, com a presença especial dos músicos Stefania Johnson (flauta), Guilherme Sanches (pandeiro) e Mathias Pinto no violão 7 cordas. Além da exibição única das obras, vamos mergulhar nos textos e nas questões suscitadas pelo autor, a partir de uma roda de conversa com os três gravuristas e as críticas literárias Regina da Costa da Silveira e Kathrin Rosenfield. Com entrada franca, o evento acontecerá no dia 28 de outubro, às 16h. Faça sua inscrição pelo site.

Sobre Kathrin Rosenfield

É professora titular de Filosofia e Literatura na UFRGS, autora de vários livros sobre literatura, filosofia e arte. Aborda com perspectivas filosóficas, antropológicas e psicanalíticas autores de diversas literaturas. Seu ensaio “Desenveredando Rosa – a obra de J. G. Rosa” ganhou o Prêmio Mário de Andrade. Atualmente, Kathrin Rosenfield traduz obras ficcionais e ensaísticas do romancista austríaco Robert Musil. Trabalha em projetos vinculando a pesquisa acadêmica e dramaturgia com o público amplo.

Sobre Regina da Silveira

Possui graduação em Letras Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1976), mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990) e doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997) – UFRGS; Pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura (2017) – UFRJ. Tem experiência na área de Letras, em Programa de Pós-graduação Mestrado e Doutorado em Letras, como professora na UNIRITTER de 1993 a 2017, literatura brasileira, literatura comparada, literaturas africanas de língua portuguesa, desenvolvendo pesquisas sobre Guimarães Rosa, animismo, realismo animista. Professora aposentada, participa como professora colaboradora do Grupo de Pesquisa e do Grupo de Trabalho Vertentes do Insólito Ficcional, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ. Participa do Conselho Consultivo Estudos Literários da Editora Dialogarts Publicações, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

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