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AGENDA CULTURAL

Portugal contemporâneo

O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, situado no Portão 10, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, inaugura a exposição temporária “Portugal Portugueses – Arte Contemporânea”. Considerada a maior exposição de arte portuguesa contemporânea já realizada no país, a mostra integra uma trilogia sobre a mais nova produção artística da África, de Portugal e do Brasil com patrocínio das empresas EDP Brasil, com apoio do Instituto EDP, Banco Itaú e Rainer Blickle, Leonardo Kossoy e Orandi Momesso.

 

“Portugal Portugueses” é a segunda exposição dentro da proposta da trilogia desenvolvida pelo curador da mostra, Emanoel Araujo, responsável por homenagear as principais raízes da cultura brasileira (africana, portuguesa e indígena) à luz de uma leitura contemporânea nas artes visuais. Esta grande mostra sucede “AfricaAfricans”, recentemente eleita pela Associação Brasileira de Críticos de Arte como a melhor exposição do ano de 2015.

 

Uma seleção de mais de 40 artistas, de profundos vínculos com o país lusitano, apresentará trabalhos que contemplam recortes artísticos diversos. Um grande destaque é a participação de artistas modernistas consideradas pelo curador a base da contemporaneidade portuguesa, mulheres que tornaram proeminentes a arte lusitana no circuito internacional através de obras surrealistas, geométricas e que se conectam com Brasil e a África.

 

 

Artistas participantes

 

“Portugal Portugueses” contará com obras de grandes nomes como: Albuquerque Mendes, Ana Vieira, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Cristina Ataíde, Didier Faustino, Fernando Lemos, Francisco Vidal, Gonçalo Pena, Helena de Almeida, Joana Vasconcelos, João Fonte Santa, João Pedro Vale e Nuno Alexandre, Joaquim Rodrigo, Joaquim Tenreiro, José de Guimarães, José Loureiro, José Pedro Croft, Jorge Molder, Julião Sarmento, Lourdes Castro, Manuel Correia, Maria Helena Vieira da Silva, Michael de Brito, Miguel Palma, Nuno Ramalho, Nuno Sousa Vieira, Orlando Azevedo, Paula Rego, Paulo Lisboa, Pedro Barateiro, Pedro Cabrita Reis, Pedro Valdez, Rui Calçada Bastos, Sofia Leitão, Teresa Braula, Tiago Alexandre, Vasco Araújo, Vasco Futscher e Yonamine.

 

 

A palavra do curador

 

“Por muitas razões a arte portuguesa tem um leque enorme de situações que nos comovem, talvez porque nela existam resquícios da África, do Brasil e dela mesma, naturalmente. Esta exposição celebra uma união inevitável de encontros e desencontros do que foi e do que é a nossa formação como povo, descoberto, colonizado e independente, por um português e um brasileiro, Pedro IV, rei de Portugal, que se tornou Dom Pedro I – Imperador do Brasil, e como esta independência que tão cedo foi, não nos afastou, mas consolidou as raízes profundas dessa invenção. Portugal é muito mais que um país, é uma aventura, como nos outros tempos memoráveis, senhor das conquistas e das descobertas, do Brasil e da África, pelo mundo afora. Portugal foi um terrível escravocrata, e se valeu da escravidão negra para desenvolver suas descobertas na América e na própria África, também foi um colonizador que se miscigenou e espalhou artes e ofícios.”, comenta Emanoel Araujo, fundador e Diretor Executivo Curatorial do Museu Afro Brasil.

 

“… A arte é uma antena para captar e expressar sentimentos aleatórios e arcaizantes. É através dela, e de seus laços no inconsciente coletivo, que manifestações representam os lados triangulares da invenção. E, é nessa invenção que “Portugal Portugueses” se arma para mostrar uma faceta desta arte portuguesa contemporânea, revelando a modernidade e a sua atualidade. Claro que, em se tratando de expressões artísticas, nem sempre as escolhas são totalmente abrangentes. São muitos os artistas seminais de uma grande história da arte portuguesa moderna e contemporânea. Evidentemente, esta exposição não tem um caráter didático e nem esgota o assunto diante da complexidade de tantos autores.”.

 

 

Sobre a exposição

 

O modernismo das artistas Maria Helena Vieira da Silva, Ana Vieira, Helena de Almeida, Paula Rego e Lourdes Castro, formam um núcleo poderoso de mulheres criadoras, que incorporam com suas obras e linguagens, uma valiosa contribuição à arte contemporânea portuguesa. É, a partir delas, que “Portugal Portugueses” se desenha, abrindo espaço, através de diferentes linguagens e estratégias como a geometria, instalações, esculturas, fotografias, desenhos e grandes painéis, reunindo consagrados nomes aos novos talentos que despontam. Dentre eles, podemos citar a instalação de João Pedro Vale e Nuno Alexandre. Feito de collants, tecido, ferro, arame, corda e espuma, “Feijoeiro” é uma instalação de grandes dimensões. Semelhante ao tradicional conto infantil, este enorme pé de feijão chama a atenção de adultos e crianças com suas cores fortes e vibrantes, um convite à interação.

 

Dentre os vários trabalhos selecionados, há aqueles com dedicada atenção aos diálogos entre o Brasil e o continente africano. É o caso do artista português, Vasco Araújo, conhecido no cenário artístico paulistano, seus trabalhos articulam questões políticas às heranças de um passado colonial. “O Inferno não são os outros” é uma obra que provoca a reflexão sobre os limites de nossas decisões e ações, colocando em cheque as barreiras entre aquilo que parece ser da ordem do privado, mas que está repleto de consequências na dimensão política do mundo, principalmente no mundo ocidental.

 

A série “Pau Brasil”, de autoria de Albuquerque Mendes, também compõe a mostra fazendo uma ponte entre Portugal e uma antiga colônia – o Brasil. Nela, o pintor expõe a diversidade de estilos humanos, explorando a miscigenação tanto em nosso país quanto em Portugal. Seus quadros retratam homens e mulheres negros, brancos e indígenas sempre em poses semelhantes, explorando tanto a diversidade étnica quanto propondo as semelhanças entre as pessoas.

 

A exposição traz também jovens artistas como Sofia Leitão e Teresa Braula. Leitão inicia seus primeiros trabalhos em 2003 e desde então mantém um delicado olhar sobre a cultura de seu país por meio de soluções visuais exuberantes. Suas grandes instalações já se destacaram quando foram expostas em cidades portuguesas como Porto e Lisboa. Para a mostra no Museu Afro Brasil, teremos a oportunidade de apreciar “Matéria do Esquecimento”. Já Teresa Braula, expoente artista no circuito europeu, apresenta suas investigações sobre o espaço e o lugar da memória.

 

Dentre os reconhecidos nomes da arte contemporânea portuguesa, o fotógrafo Jorge Molder apresenta a série “Dois Deles”, onde investigações sobre a auto representação se mesclam a própria presença do artista em meio a uma longa sequência de práticas reflexivas, sugerindo um complexo repertório visual.

 

Parcerias com galerias, colecionadores e os próprios artistas portugueses estão sendo importantes para a realização deste projeto, como é o caso da Galeria Filomena Soares, que possibilita conhecer importantes obras. Como a série de grandes painéis fotográficos “Explorers” do artista Didier Faustino e “Lookingback” da artista Helena Almeida, além da intrigante obra em vidro acrílico da artista Lourdes Castro e produções de Joaquim Rodrigo, Paula Rego e os desenhos em grafite de Pedro Barateiro.

 

 

 Homenagens

 

Simultaneamente a “Portugal Portugueses”, acontecerão no museu três homenagens póstumas a importantes personalidades portuguesas: Beatriz Costa, grande atriz de cinema e teatro, sua trajetória teve importante participação no teatro brasileiro; Rafael Bordalo Pinheiro, ceramista e caricaturista que criou importantes revistas no Brasil do século XIX, e também pelos 170 anos de seu nascimento; e Amadeo de Souza Cardoso, um pintor revolucionário, o Museu Afro Brasil apresenta uma reprodução dos desenhos do álbum XX Dessins, editados recentemente na exposição retrospectiva dedicada ao artista, realizada no Grand Palais de Paris.

 

Uma sala especial homenageará a artista portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, que viveu no Brasil no período entre 1940 e 1947, convivendo com outros artistas europeus residentes no país, além de intelectuais e pintores brasileiros.

 

 

Encontro com os artistas

 

No dia seguinte à abertura da mostra, a instituição realiza um encontro com alguns dos artistas convidados, para um debate com o público sobre suas produções e questões tratadas pela exposição.

 

 

 

Até 08 de janeiro de 2017.

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