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AGENDA CULTURAL

Revisitando vínculos históricos

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, Luz, São Paulo, SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, em parceria com a E-Manuscrito, lançou o livro “Por uma Descolonização da Imagem – o marfim africano na arte colonial do Oriente”, de autoria do Prof. Dr. Jorge Luzio. A publicação aborda a arte colonial através dos marfins, bem como os processos desta circulação nos contextos do Império português. O autor, por meio de sua pesquisa, permite ao leitor margear dois continentes, África e Ásia, além de conectá-los ao Atlântico, convidando-o a refletir sobre os vínculos históricos entre mundos aparentemente tão distantes, como a Índia e o Brasil, tendo o continente africano como ligação entre eles.

A obra inclui estudos conjuntos em história dos dois continentes africano e asiático, com inserções e paralelos com história ambiental e museologia. Os estudos permitem uma análise desde o comércio das presas de elefantes na economia colonial e a força desse comércio sobre a fauna africana, até as temáticas voltadas aos estudos de iconografias a partir do acervo da coleção de marfins do Museu de Arte Sacra de São Paulo. O terceiro bloco de textos apresenta um repertório iconográfico com parte das obras do acervo, a serem observadas a partir das referências artísticas de culturas da Índia pré-colonial. Isso auxilia o leitor a assimilar a complexidade do debate proposto sobre a arte colonial no Oriente português.

“Por uma Descolonização da Imagem – o marfim africano na arte colonial do Oriente” destaca a importância das novas abordagens da museologia com as questões decoloniais, construindo alternativas de metodologias e práticas pedagógicas com horizontalidade e engajamento. O pensamento decolonial se desprende de uma lógica de um único mundo possível e se abre para uma pluralidade de vozes e caminhos. “Descolonizar a Imagem não é algo fácil, tampouco simples, enquanto tarefa propositiva de novos diálogos que florescem da percepção e da observação visual no confronto com o que a Imagem poderá trazer: a ambivalência do deleite e da dor. No caso dos marfins, não há como deixar de se analisar os efeitos da mercantilização sobre os animais, seus ecossistemas e toda uma cadeia de destruição”, explica Jorge Luzio.

O evento de lançamento foi uma oportunidade para refletir sobre a complexidade das relações históricas e visuais entre diferentes continentes e culturas, além de ampliar o debate sobre o papel dos museus e da educação na construção de uma sociedade mais plural e inclusiva e também para visitar uma pequena exposição montada em vitrines selecionadas no MAS/SP com peças do acervo da instituição. O evento estará aberto ao público e terá a presença do autor.

“Descolonizar a Imagem é, portanto, também ser por ela visto, em jogos de espelho, pois como a vemos diz muito de nós mesmos; é enxergar, por fim, para além do que os olhos nos revelam, ou seja, como a História se desloca no tempo, e como carrega consigo as rupturas e as permanências, mesmo quando não a vemos num primeiro olhar”.  Jorge Luzio

 

Sinopse do livro

Este livro é uma coletânea de artigos e textos inéditos do autor, que tem como ponto de partida um estudo sobre a coleção de marfins do Museu de Arte Sacra de São Paulo. A obra discute temas relevantes para a pesquisa sobre marfins, como o mapeamento de acervos, o colecionismo e a investigação em inventários, centros de documentação e arquivos coloniais, em diálogo com a perspectiva decolonial. Além disso, busca estabelecer conexões entre a História da Arte e a Educação, estimulando a interação entre Escola, Museologia e núcleos de pesquisa. Aproximando-se de áreas como História da África, História da Ásia e História Ambiental, a obra propõe novas abordagens para os estudos sobre marfins, suscitando reflexões sobre o papel da arte na sociedade, a preservação do patrimônio e o ensino de História. Com uma linguagem clara e acessível, o autor propõe avanços significativos na área de estudos de marfins e na relação entre arte e educação. A publicação dá sua contribuição como elemento adicional como fonte à pesquisa em arte e história.

 

 

 

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