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AGENDA CULTURAL

Suzana Queiroga no MAC Niterói

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Mirante da Boa Viagem s/n, Boa Viagem,  Niterói, RJ, apresenta a exposição “Olhos d’Água”,  de Suzana Queiroga, artista contemplada com o 5º Prêmio de Artes Marcantonio Vilaça – MINC – Funarte. A mostra apresenta uma grande escultura de ar (inflável) : “Olhos d’Água”, que será doada ao acervo do MAC  como contrapartida do prêmio. Sob a curadoria de Guilherme Vergara, também serão expostas três séries de sete desenhos, três vídeos e uma pintura todos inéditos.  Ainda em outubro a artista vai realizar uma exposição na galeria Artur Fidalgo e uma instalação em homenagem a Hilda Hilst na vitrine da Livraria da Travessa, Ipanema. “Olhos D’água” é um trabalho que se relaciona com a questão da morte do pai de Suzana, na década de 1960, em um acidente aéreo na Baía de Guanabara próximo ao aeroporto Santos Dumont, enquanto sua mãe ainda estava grávida da artista.  O MAC fica exatamente em frente ao aeroporto que seria o destino de um pouso que não aconteceu.

 

A palavra da artista

 

“A localização do museu foi essencial para esse projeto. Lido com essas memórias simbolicamente, o despedaçamento e dissolução do corpo no mar, o fado, a espera de quem jamais virá. É um contato cada vez maior que faço com minha origem portuguesa. Para mergulhar nessa proposta, precisei pesquisar e abrir recentemente, junto com minha mãe, os arquivos que ela não via desde a época do acidente, as matérias do jornal, as cartas de amor de um para o outro, os diários do meu pai, telegramas, enfim, toda uma sorte de coisas que fizeram com que eu pudesse passar a conhecê-lo, e houve sintonias incríveis, os desenhos dele em azul, diários dele com as capas no mesmo azul que eu uso, telegramas de minha mãe falando de azul. Aos poucos, conheço esse homem com uma memória construída no hoje, o que talvez revestirá, com algum tipo de membrana esse buraco enorme que sempre senti dentro do peito”, declara a artista.

 

“Neste momento estou  profundamente ligada a uma paleta de azuis profundos, azuis violetados, cinzas azulados e oceanicamente esverdeados. Minha relação com as cores agora só passa pelo que é céu, densidade atmosférica, ar, nuvem, e também mar, oceano e profundidade. Tenho um respeito tão grande pela cor, que é como se essa fosse algo que pairasse acima de tudo, pois a cor é a própria luz, e o seu comportamento mutante, desviante, relativo e infinitamente plural é de uma poesia imensa a qual penso que poucos artistas conseguem tocar. Sinto que não é uma operação meramente técnica ou objetiva, não basta saber as misturas e conhecer os pigmentos. Existe uma resposta maior que a cor me dá e que é proporcional ao quanto eu consigo me aproximar mais e mais delicadamente de seus sutis momentos de transformação vibracional. A cor “ideia” logo me vem como algo pronto, idealizado, e plenamente dominado, porém, a cor que “realmente” torna potente as minhas intenções diante de um trabalho somente será obtida a partir de uma busca, revalidada a cada instante, num percurso no qual é exigida a totalidade de minha atenção”, completa.
Suzana Queiroga começou a trabalhar com infláveis há 10 anos, pelo anseio de ampliação dos limites da pintura. “Ver a pintura fora do plano, no espaço. O material transparente, os reflexos do espaço em torno na película de PVC colorido se relaciona com aspectos da pintura, tais como transparências, manchas e pinceladas”, explica.

 
 
De 05 de outubro a 08 de dezembro.

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