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AGENDA CULTURAL

Três artistas na Inox

Chama-se “ Diálogo: Um Chão Para Brincar, Um Céu Para Voar”, exposição coletiva dos artistas Adrianna eu, Lívia Moura e Renato Bezerra de Mello, com curadoria de Isabel Portella,  na Galeria Inox, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Em exibição: cinco objetos, dois desenhos, um vídeo, uma fotografia e duas instalações. Um diálogo sutil entre esses três artistas. Ao se apropriarem sutilmente de suas poéticas eles criaram diálogos entre si, traçaram pontes, caminhos e comungaram das mesmas questões. O olhar desses artistas alcança outras verdades. Escadas, gaiolas e espirais guardam visões e ampliam o olhar do espectador.

 

Adrianna eu apresenta uma instalação e dois objetos que abordam o campo dos afetos, tema recorrente em seus trabalhos. Depois de uma visita ao oftalmologista e a possibilidade de “corrigir” seu grau, por meio de uma cirurgia, a artista decidiu não mudar nada para que seu olhar singular sobre o mundo se mantivesse. Logo depois, começou a esboçar uma série inteira de trabalhos relacionados a esse tema, que vai ser apresentando na Galeria Inox. São óculos antigos, suspensos no ar, que hora estão ligados por costura, hora pendem do teto da galeria na altura dos olhos, seguros por fios transparentes, hora se agrupam dentro de uma gaiola de pássaros. Para a artista, eles questionam as distâncias, os padrões, o que é perto e o que é longe na relação com o outro, com si mesmo e com o mundo.

 

Depois de alguns diálogos com o grupo, Lívia Moura teve uma sensação que a acompanha desde pequena, quando está para dormir, naqueles instantes de vigília. Uma sensação de ser extremamente minúscula em um espaço gigantesco ou ser gigantesca num espaço extremamente minúsculo. Desse sentimento, veio a instalação “Vigília”, criada em Lisboa e banhada na água benta do santuário de Nossa Senhora de Fátima. Quase como um altar, a escada de rendas brancas fica pairando no ar e se desmancha em uma nuvem. Ela não toca o chão, mas um fio ligado a ela chega até o chão e se espalha pela sala. No fim do fio está o rolo de linha que a tudo originou. As rendas são uma marca no trabalho da artista, onde atuam como uma rede de conexões com a grande paisagem, com a totalidade.

 

Renato Bezerra de Mello mostra um conjunto de obras em diferentes mídias (um vídeo, três objetos, um desenho e uma fotografia) tendo como ponto de partida o vídeo “Um chão para brincar”, no qual o artista trava um embate inglório com pequenos tubos de papel, muito leves, que tenta a todo custo manter de pé, sem muito sucesso. Este movimento contínuo evoca primeiramente a visão do perfil de uma grande cidade e suas constantes transformações, mas o espectador não deve se prender a isto, estabelecendo outras relações. Na sua queda os tubos emitem um belo som, compondo uma discreta peça musical surgida do acaso. Esses mesmos tubos serão apresentados na exposição, quer seja deitados sobre uma superfície plana (nos fazendo pensar numa maquete de uma pequena biblioteca de rolos em pergaminho); ou recolhidos em pequenos rolos condicionados em pequenas caixas, uns dentro dos outros. Além disso, numa alusão aos tubos também vai mostrar uma nova série de desenhos em grafite. Por fim, vai exibir uma fotografia escolhida entre várias que costuma fazer durante a elaboração de suas obras, um fragmento do seu processo de trabalho.

 

 

Adrianna Eu

 

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1972, onde reside e trabalha. É formada pela EAV-Parque Lage. Realizou sua primeira exposição individual em 2005, Trabalhos Recentes, Comemorativa de 20 anos do Paço Imperial/RJ. Participou de diversas exposições coletivas nacionais e internacionais. Tem como um de seus temas as relações das pessoas com a própria identidade. Gosta de pensar que sua trajetória é traçada pelo desejo.

 

 

Lívia Moura

 

Lívia Moura, 27 anos, nasceu e cresceu no Rio de Janeiro. Iniciou sua pesquisa poética nas artes plásticas aos 15 anos. Frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, formou-se no Instituto de Artes da UERJ. Atualmente, vive e trabalha entre o Brasil e a Itália. Seus desenhos são como uma planta de arquitetura que se desdobra em instalações e performances. O resultado é uma produção multimidiática que inclui livros, fotografias e vídeos. Em março, Lívia fará uma exposição invidual na galería Dino Moora, em Nápoles, Itália.

 

 

Renato Bezerra de Mello

 

Natural de Pernambuco, mora no Rio de Janeiro há 30 anos, tendo trabalhado como arquiteto no restauro de bens tombados até o início dos anos 2000, quando vivendo em Paris passou a dedicar-se exclusivamente às artes plásticas. Já fez exposições em varios lugares do mundo e no Brasil. No momento, participa de uma exposição coletiva Play, no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro, assim como da itinerância da 17ºBienal de Cerveira, em Portugal.

 

 

De 19 de fevereiro a 22 de março.

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