O Brasil de Wilson Piran.

29/ago

A Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Wilson Piran – Estrelas”, curadoria da dupla Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto que segue até 11 de outubro.

O Brasil de Wilson Piran.

“Estrelas” não deixa de ser um potencializado desdobramento das etiquetas autoadesivas que Wilson Piran produziu nos anos 70 com nomes de artistas, críticos e escolas, quando questionava o sistema da arte, trabalho que de certa forma o levou depois à série “Constelação”, em que os nomes de artistas, em madeira recortada e colorida com purpurina, esplendiam constelados nas paredes do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (a obra pertence à coleção Gilberto Chateaubriand).

Desta vez são retratos realizados com purpurina sobre tela. Numa “explosão de cores”, a lista de artistas/estrelas agora já não se restringe ao sistema da arte plástica, estende-se a áreas como música, teatro, ciência, política, etc. Observam os curadores uma figuração que “instaura, de maneira subliminar, uma atitude de manifestação política onde a purpurina assume posição central”. Embora poucos tenham se dado conta desse detalhe importante, a obra de Piran sempre manteve um forte vínculo político. Entre os retratados do universo das artes visuais, esta sua nova série traz Tarsila, Portinari, Lygia Clark, Di Cavalcanti, Paiva Brasil, Oscar Niemeyer, a carnavalesca Rosa Magalhães e o colecionador Gilberto Chateaubriand. A curadoria separou quatro deles do conjunto principal, os únicos realizados em purpurina P&B – Cartola, Lygia Clark, Grande Otelo e Villa-Lobos. Ao todo, são 36 retratos. Até o momento – porque, como a série “Constelação”, espera-se que “Estrelas” se consolide como obra aberta, isto é, em expansão, e é essa a intenção do artista. As escolhas ficaram, por certo, entre figuras canônicas e de maior popularidade. O espectador pode se indagar o porquê deste ou daquele retratado em lugar de outros tantos merecedores de igual destaque, como na escolha de Pelé e não de Garrincha, de Carlos Drummond de Andrade e não de Cecília Meireles, de Tarsila e não de Djanira, de Juscelino Kubitschek e Darcy Ribeiro e não de Getúlio Vargas ou Lula, por exemplo. Mas essas são e serão indagações capciosas, uma vez que todo artista tem suas prerrogativas e premissas. Assim Piran nos sugere um país diverso alicerçado em figuras que nos moldaram na certeza e incerteza do que somos. É ainda o Brasil de Carmen Miranda e José Celso Martinez Corrêa, de Glauber Rocha e Leila Diniz, de Rita Lee e Mariele Franco, de Santos Dumont e Bibi Ferreira. Um Brasil por vezes frívolo, apelativo – como o de Chacrinha! -, mesmo assim bem nosso. E o grande mapa do Brasil igualmente multicolorido em purpurina, logo à direita de quem entra no espaço da galeria, é o contraponto que transborda: não custa imaginar, na sua miríade cintilante e distribuição de cores, o nosso povo inteiro ali representado e convidado a brilhar junto, como no carnaval, ao lado de suas estrelas.

Por André Seffrin.

Aberturas inéditas na Artur Fidalgo Galeria.

28/ago

 Os artistas representados pela Artur Fidalgo Galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, Lucas Rubly e Willy Reuter inauguram exposições individuais no dia 09 de setembro, ambas sob curadoria de Vanda Klabin. “Lucas Rubly: A opacidade do mundo”, primeira individual do artista paulista na galeria, reúne 17 pinturas inéditas em óleo e cera sobre tela, realizadas ao longo de 2025. Lucas Rubly investe em questões que envolvem silêncio e contemplação; mesmo com forma contida, seus trabalhos em pequenos formatos revelam narrativas diversas. Fruto de experimentações artísticas, “Willy Reuter: O engano do olhar” apresenta oito objetos em cerâmica, duas pinturas em técnica mista sobre linho e três desenhos sobre papel, conduzindo o espectador através de um universo particular e onírico.

Sobre as exposições e os artistas.

“Lucas Rubly: A opacidade do mundo”.

“As paisagens, as naturezas-mortas e as composições florais suavizadas são temas recorrentes de Lucas Rubly, e são também motivos pictóricos que não contêm uma dramaticidade do mundo ao redor, mas convidam a um demorado olhar pelas suas discretas variações tonais, conjugadas em reduzidos formatos. Os discursos que envolvem a experiência estética aproximam cadeias de ideias opostas umas às outras, elementos contrários que têm seus desdobramentos e seus sobressaltos, muitos são conflituosos. A produção artística de Lucas Rubly traz o seu próprio saber, ancorado no universo da natureza, tratado com valores plásticos que sugerem uma forma de poema legível. Na solidez de suas pinturas, a presença de elementos humanos é subtraída, as cores não colidem entre si, mas reina uma quietude, um exercício do silêncio, orgulhoso de sua solidão. Quase um cenário sussurrando à espreita de algum acontecimento. Um vazio instaura uma margem de opacidade onde as narrativas inconclusivas parecem florescer, subtraídas do fluxo cotidiano da vida, como se fossem lembranças tonais que fazem parte de seu repertório de formas e cores, impõem uma inesperada serenidade, como se fosse a representação de um mundo estável. Talvez o reconhecimento de uma intimidade, de um espaço à disposição das tintas, algo que ali reside à luz da memória, além das aparências”, afirma Vanda Klabin em parte de seu texto curatorial.

Lucas Rubly nasceu em São Paulo, SP, 1991. Graduado em Design Gráfico, Lucas Rubly tem se destacado no cenário artístico contemporâneo com foco expressivo em pintura, tendo iniciado sua pesquisa em 2021. Entre as exposições coletivas, participou de “Funil” (Casa SP-Arte) e “Surge et Venis” (Galeria Millan), em São Paulo, 2024. Destacam-se entre as individuais “Monumentos à Memória”, na Sea View Gallery, Los Angeles e “A Cor do sonho de Ontem” (Verve Galeria, SP), 2024.

“Willy Reuter: O engano do olhar”.

“A exposição de Willy Reuter focaliza um conjunto de suas esculturas recentes e pinturas. Essas obras apresentam elementos fragmentários que se superpõem através de disciplinado e meticuloso exercício de ateliê, quase artesanal, como se tatuasse a realidade que habita o seu imaginário. Ao adentrar o núcleo de sua poética, percebemos que ela incide no seu caráter híbrido, protagonizado por vizinhanças súbitas, sem aparentemente ter uma relação entre si, mas que desestabilizam o nosso olhar. Formado em Arquitetura, passa a frequentar a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Willy Reuter desenvolve suas experimentações artísticas com obras compostas por objetos ambíguos que adicionam fragmentos em um outro objeto, reativados em uma nova ordem. O objeto original perde a sua aparência natural, fica desprovido de seus usos anteriores e reconfigurados em outra composição pelo acréscimo de elementos díspares, de origens diversas e adentramos, então, nos recantos de uma realidade ampliada. Essas obras adquirem características híbridas ao renunciar as formas previsíveis, pois nascem de encontros inesperados com múltiplas possibilidades de interpretação, geram uma rede de estranhamento com matriz de acentos surrealistas. Nesse descompasso entre objeto original e suas novas sedimentações densamente populosas, cada elemento parece se manter isolado, porém conivente e passa a adquirir a aparência de verdadeiros objetos pictóricos, uma superfície coberta de signos e códigos a serem decifrados”, diz Vanda Klabin.

Willy Reuter nasceu em Minas Gerais, 1970. Formado em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, Rio de Janeiro. Na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), estudou com Luis Ernesto, Charles Watson e Daniel Senise. Seu trabalho é baseado em uma pesquisa profunda sobre o estilo manuelino – um movimento arquitetônico e decorativo que floresceu em Portugal durante o reinado de D. Manuel I. Já realizou algumas individuais ao longo de sua trajetória, com destaque para “Displacement”, na Tap Gallery (Austrália, 1998), “Metamorfose”, Centro Cultural Correios, (Rio de Janeiro, 2014), e “Fragmentos” na Fundação de Artes Niterói (Niterói, 2002).

Até 10 de outubro.

O percurso do Fatumbi.

Exposição inédita de Pierre Verger será inaugurada no Museu de Arte da Bahia (MAB), Corredor da Vitória, Salvador. A exposição “Fatumbi”, dedicada ao célebre fotógrafo e pesquisador, reúne registros inéditos, históricos e sensíveis das culturas afro-brasileiras e suas raízes africanas, com fotografias feitas por Verger no Nordeste do Brasil, no Benim e na Nigéria.

Durante a exposição, o público poderá conhecer correspondências, trechos de entrevistas e documentos inéditos que revelam a trajetória do artista. O percurso da exposição começa com a chegada de Pierr Verger à Bahia e Pernambuco, na década de 1940, segue para o Benim em 1948, onde ele é iniciado e passa a ser chamado de Fatumbi, e culmina nos anos 1960 e 1970, período em que se torna um elo entre continentes. O acervo composto de fotografias conhecidas e inéditas, algumas datam de quase 80 anos, resultado de pesquisas recentes nos arquivos da Fundação Pierre Verger, do Instituto Nacional do Audiovisual (INA) em Paris e do Instituto Fundamental da África Negra (IFAN), em Dacar.

A exposição integra as celebrações da Temporada França-Brasil 2025 e conta com curadoria de Alex Baradel e Emo de Medeiros. Além do material documental e fotográfico de Pierre Verger, a mostra apresenta uma sala especial intitulada FatumbIA, com 16 obras de Emo produzidas com inteligência artificial, articulando saberes e símbolos do Fá.

Exposição Crua na Abapirá.

Mostra pop-up marca o lançamento da série homônima, apresentando a obra e o pensamento dos artistas Ronald Duarte, Carla Santana, Marcelo Conceição, arorá e Eleonora Fabião.

Nesta quinta-feira, dia 28 de agosto, até sábado, dia 30 de agosto, será apresentada a exposição pop-up “Crua”, na Abapirá, Rua do Mercado 45, Centro, Rio de Janeiro, que marca o lançamento da série homônima, apresentando, de forma inédita, o pensamento de cinco artistas visuais fluminenses dirigida e idealizada por Ana Pimenta e João Marcos Latgé. “Crua” tem um formato livre, estimulando a criatividade dos artistas e apresentando ao público seus pensamentos e obras. “Crua pretende ser uma janela para o mundo de cada artista”, afirmam os diretores. O projeto é apresentado pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc.

A exposição será montada de forma instalativa, com cinco telas e uma projeção. No sábado, dia 30 de agosto, os artistas e os diretores participarão de uma conversa com o público, às 15h, na qual falarão sobre seus processos criativos e sobre a série. Ampliando ainda mais o acesso, a partir do dia 9 de setembro, os episódios serão lançados semanalmente nos perfis no Instagram e no YouTube @crua_arte, na seguinte ordem: Ronald Duarte (dia 9 de setembro), Carla Santana (dia 16 de setembro), Marcelo Conceição (dia 23 de setembro), arorá (dia 30 de setembro) e Eleonora Fabião (dia 7 de outubro).

Pinturas inéditas de Gabriela Melzer.

A Galatea, em parceria, anuncia a exposição “Gabriela Melzer: Delírios solares”, que ocorre entre 03 de setembro e 03 de novembro na Galeria Filomena do Hotel Rosewood, em São Paulo. Primeira individual da artista Gabriela Melzer na cidade, a mostra tem a curadoria de Marc Pottier e reúne pinturas inéditas que trazem o sol como figura central.

Em entrevista a Marc Pottier, Gabriela Melzer comenta:

“Vejo essa exposição como um desdobramento natural do que tenho explorado nos últimos tempos, mas com uma energia nova, um elemento extra. Trouxe o sol como símbolo central, não apenas como luz ou calor, mas como potência, vitalidade e força transformadora. Ao mesmo tempo, mantive diálogos que sempre estiveram presentes na minha pintura: limites e continuidade, fluidez e tensão, contrastes e opacidades, movimento, encontros e desencontros. Há também uma aceitação mais consciente da imperfeição, do inesperado.”

A expressão “Delírios solares”, que dá título à mostra e a um dos trabalhos apresentados, remete ao diálogo entre permanência e transformação, bem como ao entrelaçamento das noções de energia, caos e ordem que atravessam as obras. Espelhando o sol, organismo em constante mutação que carrega em si tanto vitalidade quanto colapso, as pinturas surgem de um processo que oscila entre impulso e consciência, intuição e cálculo. A palavra delírio, portanto, traduz a entrega a um fluxo imprevisível, em que formas e cores emergem de forças que ultrapassam o controle, revelando a beleza de um certo equilíbrio instável que move a criação.

Um artista da cerâmica.

Maragogipinho, povoado com pouco mais de 3 mil habitantes em Aratuípe, no poético Recôncavo Baiano, guarda um dos maiores tesouros da arte popular brasileira: a cerâmica. Com cerca de 200 olarias, o local abriga o maior polo cerâmico da América Latina, moldado há gerações pelos saberes afro-indígenas.

Nesse cenário de barro, tradição e resistência, desponta o mestre Almir Lemos, artista que transforma argila em poesia. Reconhecido pela artista plástica Adriana Varejão, que visitou Maragogipinho e se encantou com sua obra, Almir Lemos foi descrito como “um artista da cerâmica muito sensível, extremamente sofisticado e comprometido com sua pequena produção”.

Agora, Almir Lemos se prepara para um novo capítulo: ele será destaque no estande da galeria baiana Paulo Darzé durante a SP-Arte Rotas 2025, que acontece entre os dias 28 e 31 de agosto, na ARCA-SP, em São Paulo.

“No meu caso, o barro é bruto, não tem como eu direcionar. Por isso que as peças sempre são únicas, porque é o barro que direciona, eu sou apenas o condutor”, afirma o artista.

Cerâmica como herança viva

Em Maragogipinho, a cerâmica vai muito além do artesanato. É um legado ancestral dividido entre funções específicas e coletivas: os barreiros buscam o melhor material; os amassadores pisam o barro; os empeladores moldam as formas; e os mestres ceramistas dão vida à peça. O processo termina nas mãos das brunideiras, que polem e pintam as obras antes da queima. Almir Lemos é um desses condutores da memória. Suas peças falam de território, história e pertencimento. Agora, vão dialogar com o grande público do circuito nacional de arte contemporânea.

Fonte: Alô, alô Bahia.

Celebrando a Fotografia.

25/ago

A mostra de Klaus Mitteldorf, “MMXV”, na qual celebra cinco décadas de carreira profissional será vista na SP-Arte Rotas. A curadoria de Rubens Fernandes Júnior selecionou cerca de 100 imagens revelando a relação do conhecido fotógrafo tanto com a Arte quanto a Moda. Entre os destaques. As séries “Pandemia”, “Entre espelhos”  e “Identidades”.

Wilma Martins: territórios interiores.

22/ago

A Galatea, apresenta “Wilma Martins: territórios interiores”, individual da artista Wilma Martins, com obras da emblemática série “Cotidiano”, a ser inaugurada no dia 23 de agosto em sua unidade da rua Padre João Manuel, em São Paulo. A mostra conta com texto crítico assinado pela pesquisadora e curadora Fernanda Morse.

Desenvolvida entre 1974 e 1984, “Cotidiano” é considerada a série mais conhecida da artista. Nela, cenas de interiores domésticos – como salas, cozinhas e quartos – se entrelaçam com rios, plantas e animais, criando composições onde o real e o imaginário se encontram em harmonia. A brancura intimista dos espaços privados contrasta com a vitalidade orgânica da natureza, revelando um olhar poético e silenciosamente subversivo sobre os pequenos gestos da vida cotidiana.

A série foi redescoberta na exposição “Cotidiano e Sonho”, retrospectiva realizada em 2013, com curadoria de seu marido, Frederico Morais, importante crítico e historiador de arte brasileiro. Essa será a primeira exposição dedicada à artista desde a retrospectiva póstuma “Wilma Martins: território da memória”, realizada em 2023. É, também, uma oportunidade rara de ver um escopo tão abrangente da série “Cotidiano” reunido em uma só exposição.

Em cartaz até 18 de outubro.

Destaque na Bienal de São Paulo.

Nascido em Salvador, o artista plástico Sérgio Soarez, de 56 anos, será um dos destaques da 36ª Bienal de São Paulo, que acontece de 06 de setembro a 11 de janeiro de 2026. Com mais de três décadas de trajetória e pouca inserção no mercado formal, Sérgio Soarez foi escolhido pessoalmente pelo curador camaronês Bonaventure Soh Bejeng Ndikung antes mesmo da definição do elenco completo da mostra.

Com obras que misturam ferro e madeira, em diálogo com a mitologia afro-brasileira, o baiano já expôs individualmente no Museu Afro-Brasileiro, em Salvador, mas enfrentou longos períodos de invisibilidade e chegou a viver por três meses em um terreno baldio ao tentar espaço no circuito paulista. Para Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, Sérgio Soarez integra uma linhagem de grandes nomes como Abdias Nascimento, Rubem Valentim e Emanoel Araujo. “Ele traduz emoções em objetos melhor do que muitos artistas que conheço”, afirmou o curador ao Valor Econômico. Na Bienal, Sérgio Soarez apresentará 18 obras. Mesmo com o reconhecimento tardio, ele segue criando com consistência, explorando narrativas e símbolos ligados às culturas iorubá e banto.

Sobre o artista

Sérgio Soarez nasceu em Salvador, 1968. Mora em Salvador, é artista multidisciplinar, pesquisador, escritor, músico, ativista e arte-educador. A obra de Sérgio Soarez incorpora materiais reaproveitados e a iconografia de sua religião, o candomblé, na qual detém o título de ogã. O artista tem como referências Mestre Didi, Rubem Valentim e Emanoel Araújo. As esculturas, joias, ilustrações e elementos de cenografia de Sérgio Soarez foram apresentados em exposições coletivas dentre as quais, Afro como ascendência, arte como procedência no Sesc Pinheiros (São Paulo, 2014) e na 25ª Exposição Afro-Brasileira de Palmares (Londrina, 2011). A primeira exposição individual do artista foi realizada no Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia em 2014.

Fonte: Redação Alô Alô Bahia.

Duas exposições na Simões de Assis.

21/ago

A Simões de Assis, Jardins, São Paulo, SP, apresenta duas exposições com abertura no dia 30 de agosto. “É pela linha que se desenha: Geometrias Latino-Americanas”, coletiva que reúne obras de Olga de Amaral, Carmelo Arden Quin, Ana Teresa Barboza, Eamon Ore-Giron, Maria Leontina, Mano Penalva e Eduardo Terrazas.

Com texto crítico de Miguel López, a mostra aborda temas como pertencimento e migração, tradição e experimentação, tensionando preceitos modernos e a contemporaneidade. Em comum, esses artistas compartilham uma crença profunda na capacidade da arte de imaginar e representar diferentes ideias e modelos de mundo, por meio de linguagens variadas como pintura, escultura, suportes têxteis, mosaicos e móbiles.

Seus trabalhos exploram escalas que oscilam entre o micro e o macro, o terreno e o cósmico, o íntimo e o coletivo, confrontando diferentes perspectivas latino-americanas sobre geometria, abstração formal e intuitiva, iconografias espirituais e práticas artesanais.

Até 11 de outubro.

Mika Takahashi

Noctiluca

A Simões de Assis apresenta “Noctiluca”, primeira individual de Mika Takahashi em São Paulo. A artista investiga a relação entre os reinos da vida – Animalia, Plantae, Fungi e Archaea, dando ao espectador a chance de apreciar a qualidade aquosa e etérea que a artista desenvolve de maneira singular em suas pinturas.

Com influência tanto do impressionismo como da tradição visual japonesa, especialmente do período Edo, sua técnica é marcada por uma adaptação do sumiê, que mistura pinceladas intuitivas com sobreposições de camadas de tinta. Suas obras transitam entre ciência e ficção científica, dissolvendo o registro natural e explorando relações entre espécies e seus ambientes. A mostra conta com 11 obras inéditas e texto crítico de Lucas Albuquerque.

Até 11 de outubro.