No Centro Cultural São Paulo 

28/mai

O Centro Cultural São Paulo, Paraíso, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Objetos sobre arquitetura gasta”, a primeira exposição individual do artista plástico André Griffo na cidade. Na exposição, que integra I Mostra do Programa de Exposições 2017 do centro cultural, o artista apresenta obras produzidas recentemente, sendo quatro pinturas, uma delas inédita, e uma instalação. “Os trabalhos fazem parte da minha atual pesquisa e este projeto almeja estabelecer um relacionamento com o público que permita o seu engajamento na proposta artística”, diz o artista.

 

André Griffo, que é representado pela galeria Athena Contemporânea desde 2013, já realizou exposições em importantes museus e centros culturais, como no Museu de Arte do Rio (MAR), no Museu da República e na Caixa Cultural, ambos no Rio de Janeiro. Também participou de uma mostra coletiva no Paço das Artes, em São Paulo.

 

Em “Objetos sobre arquitetura gasta”, o artista exibe quatro pinturas que representam espaços desocupados, vestígios ali deixados. “O processo é iniciado com a procura de edificações desabitadas para o registro fotográfico (e posterior reprodução em pintura) dos locais onde sejam percebidos sinais das ocupações passadas, evidentes na arquitetura e ou nos objetos remanescentes”, explica o artista, que busca o silêncio em suas obras.

 

A instalação “Predileção pela alegoria – Andaimes”, de 2016, feita em ferro, encontra-se nos jardins do centro cultural. A obra, que já foi apresentada nos jardins do Museu da República, no Rio de Janeiro, é composta por andaimes utilizados para construção e reparo de edificações, que são modificados com a inclusão de elementos provenientes da arquitetura gótica. Existe um contraponto entre o que é funcional e o que é estético. “Os ornamentos, elementos combatidos pela arquitetura funcionalista, modificam a estrutura dos andaimes, uma vez que suas aparições tornam-se corpos estranhos à armação, ao mesmo tempo que a estrutura modular modifica a natureza decorativa dos arcos, inserindo os elementos estéticos num contexto que não lhes são nem um pouco usual”, conta o artista. Para André Griffo, existe um diálogo entre as obras da exposição, mesmo se tratando de suportes diferentes. Além de todas tratarem do tema da Arquitetura, em uma das pinturas, por exemplo, há elementos góticos, que também estão presentes na instalação.

 

 

 

Sobre o artista

 

André Griffo foi bolsista no Programa de Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, 2013, com Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale e Marcelo Campos, mesmo ano em que realizou suas primeiras exposições individuais “Commando”, pelo edital de ocupação da Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani, Prefeitura de Jundiaí, SP e “Reúso e Retardo”, na Galeria Athena Contemporânea no Rio de Janeiro. Em 2015,realizou as exposições individuais “Intervenções pendentes em estruturas mistas”, Palácio das Artes, BH, “Predileção pela Alegoria”, na Galeria Athena Contemporânea e “Engenho Maratona”, na Universidade de Barra Mansa, RJ. No ano passado, participou das exposições coletivas “Ao Amor do Público I – Doações da ArtRio (2012-2015) e MinC/Funarte”, no Museu de Arte do Rio (MAR), instituição que possui obra do artista em seu acervo, e “Intervenções”, no Museu da República, Rio de Janeiro. Outra mostra coletiva que integrou, foi “Instabilidade Estável”, em 2014, proposta pela curadora Juliana Gontijo para a Temporada de Projetos do Paço das Artes, em São Paulo. Em 2015, participou da exposição coletiva “Aparição no Espaço”, na Caixa Cultural, Rio de Janeiro, de curadoria de Fernanda Lopes e recebeu o Prêmio Especial do Júri no 47º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, SP . Entre os prêmios, em 2012, recebeu o da Leitura Pública e Análise de Portfólios no 44º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, SP e foi indicado ao Prêmio Investidor Profissional de Arte, PIPA, em 2014.

 

 

 

Até 27 de agosto.

Individual de Marina Weffort

15/mai

A galeria Cavalo, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Tecido”, a primeira mostra individual de Marina Weffort na cidade. Nessa exposição a artista reúne 10 obras inéditas, parte de sua pesquisa na elaboração de composições geométricas através do minucioso desfiamento de tramas sintéticas. Como resultado dessa investigação, Marina cria trabalhos que são algo entre finas membranas orgânicas, que se movimentam e reagem ao ambiente no qual são expostas, e desenhos estruturais, que se relacionam com as linhas arquitetônicas do antigo casarão de Botafogo onde a galeria se localiza.

 

Os trabalhos são esticados na parede e sustentados por alfinetes, mas apesar da real tensão que arma cada um, a geometria presente neles é atraentemente maleável – talvez por ter sido construída das lacunas do plano inicial. Através da incisão, Marina decide quais fios obedecerão as direções cartesianas e quais passarão a se comportar independentemente, consoando com os corpos dos espectadores.

 

 

De 18 de maio a 24 de junho.

 

Tendência: Wine Paint

08/mai

O Riso Bistrô, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, oferece noite lúdica e harmoniza arte e vinho em parceria com a Vinho & Co. O Wine Paint, inspirado no Paint Nite, nova iorquino, com a participação de Rogério Fernandes, um dos expoentes da nova geração da arte contemporânea  brasileira. Além de incentivar, ele irá orientar os participantes a pintarem as suas próprias telas. A ideia é aguçar a criatividade de cada um vivenciando esta experiência acompanhada dos selecionados vinhos. Este encontro, com vagas limitadas, vai ocorrer no pátio externo do bistrô e em seu salão interno no próximo dia 09 de maio. Cada pessoa ganhará material especial para pintura, além de um exclusivo avental assinado pelo pintor e vai poder levar sua obra de arte para casa.

 

Para entusiasmar os novos pintores, vinhos, como o Inês Rosê – inspirado nas praias do Mediterrâneo – e o espumante Adolfo Lona Brut Branco Charmat serão degustados e acompanhados de comidinhas assinadas pelo chef João Frankenfeld. Entre elas, crocantes chips de batata doce, acompanhados de um saboroso e leve couscous de couve-flor e um dos clássicos do bistrô: o Canapé Z – receita de família do chef, com inspiração na gastronomia alemã.

 

O ambiente do Riso Bistrô – misto de galeria de arte e restaurante de cozinha contemporânea – idealizado pelos sócios Jorge de Sá e Daniella Santos – também vai servir de inspiração para os participantes do Wine Paint. Obras de arte estão expostas em vários locais, como na parte externa, que remete às varandas e jardins de inverno dos cafés de Paris.

 

Piauiense radicado em Minas Gerais, Rogerio Fernandes é reconhecido internacionalmente por causa de seus muralismos, telas, gravuras e produtos diversos. Como designer, trabalhou como diretor de arte em agências de publicidade. Após este período, a arte tornou-se sua grande paixão.Seu estilo tem grande influência da xilogravura de cordel com tons de realismo fantástico. Algumas vezes estabelece conexões e diálogos que interagem com a história da arte mundial e seus ícones, em uma junção da arte contemporânea com personagens do imaginário popular. Um dos artistas mais completos de sua geração, Rogério Fernandes alcançou visibilidade como muralista, cenógrafo escultor e pintor. O artista tem em seu currículo inúmeras exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Ao final, os convidados levam sua obra de arte e um avental assinado pelo artista.

Pinturas de Gais Ama

04/mai

A Artur Fidalgo galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Desculpe o transtorno, estamos trabalhando para sua melhor comodidade” do artista Gais Ama com curadoria de Vanda Klabin. A mostra contará com fotomontagens e pinturas feitas através do recolhimento de ícones do passado como recortes de revistas que rementem aos anos 1950 e 1960. A exposição apresenta um conjunto de obras inéditas intituladas pelo próprio artista de fotomontagens e pinturas. Gais Ama criou um novo espaço para a sua arte transitar, ampliando o campo de sua poética: aqui o seu trabalho se constrói a partir do recolhimento dos restos de um passado, da apropriação de ícones jornalísticos, recortes de revistas como O Cruzeiro e Manchete, que remontam aos anos 1950 e 1960, que recebem também uma intervenção de tinta acrílica.

 

De 04 de maio a 05 de junho.

Rodrigo de Castro, primeira individual

A Um Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura, no dia 09 de maio, a primeira exposição individual no Rio de Janeiro do artista plástico Rodrigo de Castro. Com curadoria de Vanda Klabin, serão apresentadas cerca de 15 pinturas inéditas, em óleo sobre tela, produzidas este ano. Mineiro, o artista atualmente vive em São Paulo e é filho do consagrado escultor Amilcar de Castro.  

 

“Ao longo de dezessete anos de atividade artística, a sua gramática pictórica se transformou em um campo fértil de pesquisa e inovações. O artista investiga a relação fluida dos campos cromáticos, contrapõe ritmos e problematiza o espaço interno aliado a um rigoroso jogo de derivações geométricas”, afirma a curadora Vanda Klabin, que acompanha a trajetória de Rodrigo há muitos anos, pois era muito próxima de seu pai, de quem fez diversas curadorias.

 

Rodrigo de Castro participou de importantes exposições coletivas no MAM Rio, no Centro Cultural São Paulo e na Funarte, onde foi premiado no 11º Salão Nacional de Artes Plásticas, na década de 1990. Dentre seus projetos futuros, está a exposição “5 artisti brasiliani geometria”, que será realizada em novembro, no Palazzo Pamphilj, em Roma. A exposição, que também terá a participação de Maria-Carmen Perlingeiro, Suzana Queiroga, Luiz Dolino e Manfredo de Souzanetto, seguirá para a Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, em 2018.

 

 

 

Obras em exposição

 

Rodrigo de Castro apresentará sua mais recente produção, em que dá continuidade à pesquisa com as cores e o espaço, que vem desenvolvendo desde o início de sua trajetória. As linhas, as cores e as formas são elementos presentes em suas pinturas. “São diálogos com as áreas de cor, com a proporcionalidade delas”, explica o artista.

 

A maioria das pinturas possui cores fortes e vibrantes, mas haverá também algumas obras em preto e branco e outras com pequenos pontos de cor. “Como componente essencial, a cor é tratada pelas suas qualidades visuais, seja para organizar a superfície da tela, seja para dinamizar o ritmo da construção e da geometria, com infinitas possibilidades de ordenação do espaço. A construção de extensas áreas cromáticas, indicativas de suas luminosidades e contrastes, traz a predominância das cores primárias – vermelho, azul e amarelo – ou as não cores, preto, cinza e branco”, diz a curadora.

 

Além de formas geométricas e de grandes áreas de cor, linhas finas, com cores diversas, também estão presentes em várias pinturas. “As linhas não dividem as áreas, elas na verdade marcam ou delimitam mais a geometria, o estudo das áreas, as formas”, afirma o artista. A curadora Vanda Klabin completa: “A constante presença das linhas negras ou coloridas, dispostas de forma horizontal ou vertical, não representa linhas de força, mas serve para acentuar as relações métricas proporcionais e amplificar as zonas cromáticas. Todos os elementos que compõem o quadro tendem a se contrair ou a se dilatar até encontrar o seu equilíbrio, formando uma superfície homogênea, um verdadeiro plano geométrico”.

 

O artista destaca que suas pinturas possuem poucos elementos, mas que estes “conversam entre si”, sendo cada um deles fundamental para a construção do quadro. Seu processo de trabalho é longo. “Uso tinta a óleo, que demora para secar, então é um trabalho lento. Além disso, antes de pintar, há uma fase de estudo das cores, que não saem direto do tubo de tinta. O azul, por exemplo, misturo muito até chegar na tonalidade que quero, assim como o amarelo”, conta o artista.  

 

Rodrigo de Castro teve muitas influências em sua trajetória artística. “A formação do seu olhar tem referências culturais no ideário da tradição construtiva e na linguagem geométrica do neoplasticismo. Encontra ressonâncias nas obras de artistas que pontuaram a vanguarda da contemporaneidade, como Kazimir Malevich, Piet Mondrian, Josef Albers, Henri Matisse, Mark Rothko, entre outros. Rodrigo de Castro manifesta sua profunda admiração por Claude Monet e Vincent van Gogh – pela intensidade da cor de um lado e a poesia da luz, de outro. Segundo o artista, ambos realizam a mesma coisa: acordes perfeitos de luz e cor”, conta Vanda Klabin. Rodrigo ressalta que também recebeu influências do pai e de artistas amigos dele com os quais conviveu desde a infância. No entanto, ao longo de sua trajetória, foi criando uma linguagem própria. “Pintura é uma atividade solitária. Com o tempo, você vai deixando de lado as influências e descobrindo um caminho próprio”, diz o artista.

 

 

Sobre o artista

 

Rodrigo de Castro nasceu em Belo Horizonte, em 1953. Vive e trabalha em São Paulo. Iniciou sua carreira na década de 1980. Sua pintura é rigorosa, sugere precisão. Mas ele recusa a associação de seu trabalho com o matemático e o científico. Gosta do que chama de geometria sensível. Arte que vem da sensibilidade. Acredita que a vivência essencial do artista é com sua alma e consciência. Considera essencial nesse processo: a importância da prática, defende que o fazer ensina, que teoria só ensina teoria. Seu desafio é ser mais do que reprodução de uma teoria. O artista experimenta relações de cores, desequilíbrios, harmonia e estruturas não complementares. No geral, suas pinturas são produto de estudos. Pesquisa cujo ponto de partida é a busca de construção com áreas de cor que instalem relações de contraste, profundidade, vibração luminosa e espaciais. Artista premiado, no 11º Salão Nacional de Artes Plásticas, Funarte, no Rio de Janeiro e agraciado com o Prêmio Principal, no 13º Salão de Arte de Ribeirão Preto, Rodrigo de Castro participou de diversas mostras individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, entre elas, uma exposição no MAM Rio, na década de 1990, ao lado de artistas como Nuno Ramos, Carlito Carvalhosa, Paulo Pasta, entre outros.

 

 

Sobre a curadora

 

A carioca Vanda Klabin é formada em Ciências Políticas e Sociais pela Puc/Rio e em História da Arte  e arquitetura  pela UERJ. Fez pós-graduação em Filosofia e História da Arte (PUC/Rio). Trabalhou como coordenadora adjunta da Mostra do Redescobrimento – Brasil 500 anos; diretora  geral do Centro de Arte Contemporânea Hélio Oiticica e coordenadora assistente do curso de pós graduação  em História da  Arte e Arquitetura  da PUC/Rio por muito  anos. Realizou diversas mostras coletivas  tais como A Vontade Construtiva na Arte Brasileira, 1950/1960, Art in Brazil 1950/2011, Festival Europalia – Palais des Beaux- Arts (Bozar) – Bélgica, Bruxelas, Outubro 2011, entre muitas outras. Responsável pela curadoria e montagem de diversas exposições de artistas nacionais e internacionais como: Iberê Camargo, Alberto da Veiga Guignard, Eduardo Sued, José Resende, Carlos Zilio, Frank Stella, Antonio Manuel, Mira Schendel, Richard Serra, Luciano Fabro, Mel Bochner, Guilhermo Kuitca, Amilcar de Castro, José Resende, Walter Goldfarb, Nuno Ramos, Jorge Guinle, Antonio  Bokel, Laura Belém, Niura Bellavinha, Alexandre Mury. Fernando de la Rocque, André Griffo, Joana Cesar, Leonardo Ramadinha,  Luiz Aquila, Alfredo Volpi,  Henrique Oliveira, Antonio  Dias, Lucia Vilaseca, Daniel Feingold, André Griffo, Maritza Caneca, Renata Tassinari, Célia Euvaldo,  entre outras.

 

 

Sobre a galeria

 

A Um Galeria foi inaugurada em dezembro de 2015, pela colecionadora Cassia Bomeny, com o objetivo de apresentar arte contemporânea, expondo artistas brasileiros e internacionais. A galeria trabalha em parceria com curadores convidados, procurando elaborar um programa de exposições diversificado. Tendo como característica principal oferecer obras únicas, associadas a obras múltiplas, sobretudo quando reforçarem seu sentido e sua compreensão. Explorando vários suportes – gravura, objetos tridimensionais, escultura, fotografia e videoarte. Com esse princípio, a Um Galeria estimula a expansão do colecionismo, com base em condições de aquisição, bastante favoráveis ao público. Viabilizando o acesso às obras de artistas consagrados, aproximando-se e alcançando um novo público de colecionadores em potencial. A galeria também abre suas portas para parcerias internacionais, com o desejo de expandir seu público, atingindo um novo apreciador de arte contemporânea, estimulando o intercâmbio artístico do Brasil com o mundo.

 

 

De 09 de maio a 24 de junho.

Coleções do MAM-Rio

02/mai

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta, a partir do próximo dia 6 de maio, com entrada aberta ao público, a exposição “A volta das coleções do MAM”, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, que reúne quase 100 obras em séries, conjuntos, múltiplos, sequências e associações de 24 artistas de diferentes nacionalidades e gerações. Para os curadores, a exposição permite ao visitante uma compreensão dos processos poéticos desses artistas.

 

Os artistas presentes na exposição são: os brasileiros Alair Gomes, Antonio Dias, Antonio Manuel, Athos Bulcão, Cabelo, Carlos Zilio, Geraldo de Barros, Gilvan Samico, Ivan Grilo, Jac Leirner, Mário Fontenelle, Milton Machado, Raymundo Collares, Rosangela Rennó, Vicente de Mello e  Waltercio Caldas; os alemães Bernd & Hilla Becher, Grete Stern, Josef Albers, Wolf Vostell; a norte-americana Diane Arbus; o taiuanês Hsieh Tehching  e o espanhol Juan Pratginestós.

 

Todos os trabalhos pertencem às três grandes coleções do Museu – a própria, a de Gilberto Chateaubriand e a de Joaquim Paiva, que somam mais de 16 mil obras. Com a abertura desta exposição, o terceiro andar do MAM passa a ser destinado,  exclusivamente, à exibição de seu acervo.

Patrocínio: Lei de Incentivo à Cultura e mantenedores do MAM: Petrobras, Bradesco Seguros, Rede D´Or São Luiz e Organização Techint. Realização: Ministério da Cultura, Governo Federal – Ordem e Progresso.

 

 

De 06 de maio a 06 de agosto.

 

A Sugestão em Cor

A Galeria Oscar Cruz exibe a mostra coletiva “A Sugestão na Cor: Entre a Abstração e a Figuração”. A exposição investiga a relação cromática no trabalho de dez artistas de diferentes países. Produzidas nos últimos quinze anos, as obras reunidas tem a cor como elemento central na relação entre a abstração e a figuração.

 

Em todas as obras, a justaposição de cores decorre de decisões estéticas  mas também teóricas. Algumas mais abstratas outras mais figurativas, nenhuma delas se encaixa confortavelmente em nenhuma das duas categorias. É como se uma única realidade não bastasse para despertar o espectador para uma interação mais profunda, para uma experiência absolutamente pessoal com a obra.

 

Alguns dos artistas exploram a abstração diretamente pela perspectiva da história da arte, como é o caso do inglês Michael Stubbs, que faz uso de repetidas camadas de tinta e estêncil, e também da brasileira Luisa Editore, com suas complexas construções geométricas. Cores vivas em pinturas abstratas formam a base da obra da argentina Graciela Hasper. Para Hasper, uma pintura não é uma representação do mundo, mas sim uma representação de ideias. As pinturas de sua conterrânea Mariana López também se utilizam de cores fortes e vibrantes, mas já contam com uma justaposição de abstração e figuração como forma de inspirar narrativas entre ficção e realidade.

 

A pintura da brasileira Mariana Palma, por sua vez, é um imersão sensorial na experiência visual do tato. Nesta obra, Palma nos apresenta uma surrealista composição de elementos que remetem a objetos que existem no mundo real, sem no entanto fazer qualquer sentido por si só ou mesmo em conjunto. A fisicalidade destes elementos é gritante: tecidos de seda ricamente estampados, entalhes góticos, pastilhas de vidro brilhantes, pelo de animais, decorações frias de alabastro e ferro, e outros elementos convivem juntos em cores intensas que saltam ao espectador. Tudo isto porém sem nos permitir qualquer identificação exata; nem abstrata nem figurativa, a obra mostra a sua força em seus estímulos visuais.

 

Interessada em temas sociais e culturais como teorias de gênero, a argentina Adriana Minoliti lança mão tanto do abstrato quanto do figurativo para construir uma cena de realidade virtual. Se utilizando de cores fortes e formas geométricas como linguagem, fica a cargo do espectador extrair significados da imagem—e, consequentemente, sem perceber dar a ela sentido de vida real.

 

Também figurativa, o interesse de Monica Millán passa pela tradição do desenho de representação da natureza e da cultura dos bordados. Com a mistura impossível de cores, mais do que belas imagens de flores, plantas e animais, a obra desperta uma incerteza sobre o que se vê e propõe mais um mundo imaginário, romântico e lúdico do que uma representação do mundo real.

 

Ao restringir a composição de sua obra, Hildebrando de Castro deixa a sua pintura intencionalmente ambígua, flertando com a herança concretista ao mesmo tempo em que nos revela apenas o suficiente para sugerir a representação de um edifício modernista. E seu uso de cores fortes nos tons de terra vão de encontro ás formas geométricas e artificiais da imagem. Ao remover qualquer indício de edifício habitado, nos resta apenas formas abstratas e espaços vazios.

 

Com suas pinturas pequenas e evocativas o pintor inglês Gareth Cadwallader, produz tanto obras abstratas quanto figurativas. Aqui, Cadwallader reduz ao máximo a representação da capa da revista National Geographic, deixando apenas um retângulo laranja dentro de uma moldura amarela. Duas cores e uma forma, o retângulo. Lançando mão de um ícone tão reconhecido, esta pintura aparentemente simples e abstrata é mais do que isso.

 

A obra de Luiz Alphonsus é uma pintura cósmica. A tela pintada de um intenso azul real texturizado é interrompida por formas geométricas contornadas pelo que parece ser poeira interestelar. Uma paisagem abstrata de um espaço que apenas podemos imaginar. É um véu sobre o desconhecido.

 

 

Paula Cruz

 

 

 

 

De 16 de maio a 14 de julho.

Ecce Homo na Verve Galeria

A Verve Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura a mostra coletiva “Ecce Homo”, com participação de Alex Flemming, Allis Bezerra, Florian Raiss, Francisco Hurtz, Gabriel Wickbold, Guilherme Licurgo, Hudinilson Jr., João di Souza, Leonilson, Marcelo Auge, Maurício Coutinho e Paulo von Poser. Sob a curadoria de Ian Duarte Lucas, 16 trabalhos apontam o masculino como tema e apresentam diversas visões acerca deste território e suas incontáveis possibilidades, por meio de colagens, desenhos, esculturas, fotografias e pinturas.

 

 

Ao longo da História, uma pluralidade de descrições identitárias foram imputadas ao homem – por muito tempo, em caracterizações restritas aos distintos papéis sociais por ele representados na sociedade. “Além das tentativas a fim de defini-lo a partir de sua identidade biológica, coexistem ainda inúmeras teorias discutidas no campo da psicanálise e da sociologia”, comenta Ian Duarte Lucas. Até a contemporaneidade, vemos a evolução de conceitos sobre o masculino, combinados e justapostos, e passamos a entender que certamente não há uma única resposta.

 

 

Neste contexto, “Ecce Homo” busca ressaltar a construção do indivíduo masculino em sua singularidade, a despeito de conceitos e definições generalizadas, apresentando obras de artistas homens que revelam a memória, a descoberta da sexualidade, o resgate de elementos simbólicos, a construção e o questionamento de imagens e o desejo de pertencimento – paralelamente às pequenas e grandes narrativas que originaram suas identidades como artistas, refletidas em trabalhos que tratam deste universo.

 

 

Em um tempo em que as próprias fronteiras de gênero são questionadas, a exposição ressoa a pergunta essencial de Nietzsche em sua famosa obra Ecce Homo: “Como se chega a ser o que se é?”. Histórias, por vezes muito pessoais, despertam a reflexão nos espectadores, ao contarem um pouco do caminho percorrido por cada artista no sentido de encontrar respostas a esses questionamentos. Coordenação de Allann Seabra.

 

 

 

De 03 de maio a 24 de junho.

Ibeu 80 anos

25/abr

Bairro com vocação artística que abriga ateliês e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, ganhará um reforço de peso no início do mês de maio, quando a tradicional Galeria de Arte Ibeu, abre suas portas em uma casa da Rua Maria Angélica. Motivos para comemorar, há de sobra: trata-se da exposição que marca os 80 anos do Ibeu, “A Insistência Abstrata, nas coisas”, mostra coletiva com acervo do Ibeu e curadoria de Cesar Kiraly.
Foram selecionadas onze obras emblemáticas dos artistas Anna Maria Maiolino, Bruno Belo, Claudia Hersz, Eloá Carvalho, Gisele Camargo, Lena Bergstein, Manoel Novello, Paula Huven, Raul Leal, Rosângela Rennó e UbiBava. “O acervo da Galeria foi obtido através de doações dos artistas que nela expuseram ao longo dos anos. Isso fornece à coleção um caráter intensamente afetivo”, avalia Kiraly. Para ele, o maior desafio é o de estabelecer um sentido combinado, que não existiria sem a sua imaginação. Como o nome indica, nesta “A Insistência Abstrata, nas coisas” são privilegiadas obras abstratas, algumas delas inéditas, de artistas que fazem parte do cânone da arte brasileira, como Ubi Bava, Anna Maria Maiolino e Lena Bergstein, combinadas com as de artistas abstratos contemporâneos, que recentemente tiveram individuais no Ibeu, como Manoel Novello e Gisele Camargo.

 

“A intenção é mostrar como os objetos abstratos estão presentes no cotidiano, e como fazem parte da materialidade das coisas, peças de construção da vida comum. A relação entre as figuras tem a ver com a resistência do abstrato, mas também com o empréstimo lírico de um registro para o outro. O abstrato ora segura o fôlego, como na pequena tartaruga do Bruno Belo, ora aporta no âmbito conceitual, na maleta ‘duchampiana’ da Claudia Hersz”, complementa o curador.
A história da galeria
A Galeria em Copacabana foi inaugurada em março de 1960. Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, IberêCamargo, Josef Albers, Alexander Calder, Antonio Manuel, Lygia Pape, Artur Barrio, entre muitos outros ícones, já tiveram seus trabalhos expostos por lá. Nas décadas anteriores, antes da inauguração do espaço em Copacabana, o Ibeu promovia arte através de parcerias com espaços como o Instituto dos Arquitetos do Brasil, Ministério da Educação e Associação Brasileira de Imprensa.

 

 

Acessibilidade e mesma área expositiva mantida em projeto de arquiteto
No novo espaço de 52m², projetado pelo arquiteto Maurício Castello Branco e iluminado por Rogério Emerson, não houve perda de área expositiva linear em relação à estrutura anterior, em Copacabana. Além disso, o acesso ficou bem mais fácil e a sinalização externa foi beneficiada pelo fato de estar instalada em uma casa.
Programação do ano já está definida
Segundo Renata Pinheiro Machado, Gerente Cultural do Ibeu, a Nova Galeria de Arte Ibeu contará com projetos de exposições individuais e coletivas, mantendo sua história nas artes visuais, que começou em 1940. “Nomes como o de Julia Kater e Pedro Tebyriçá figuram entre os aprovados no edital de ocupação de 2016/2017, como também o de Maria Fernanda Lucena, premiada na última coletiva “Novíssimos”. Aliás, o próprio Salão de Artes Visuais Novíssimos 2017 tem data de abertura marcada entre julho e agosto”.

 

 

 

De 02 de maio a 09 de junho.

O caos de Loro Verz

A Galeria VilaNova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, inaugura a exposição “FELIZMENTE NÃO CONSIGO TE ESQUECER”, do artista plástico, cartunista, designer e ilustrador Loro Verz. Com curadoria de Bianca Boeckel, 14 obras são apresentadas nesta individual, cujo tema permeia o caos interior de quem se vê incapaz de sair de determinada zona de conforto, a aflição gerada por planos em relação ao futuro e a infinidade de caminhos que se pode escolher para seguir em frente.

 
Nesta nova mostra da Galeria VilaNova, são exibidas peças que evidenciam o desconforto traduzido em cores e formas variadas, sobrepondo imagens e camadas de tonalidades com traços ora abstratos, ora representativos. Além de telas quadradas e em formatos tradicionais, Loro Verz talha as bordas de algumas obras, como se o conteúdo das mesmas extrapolasse os limites dos suportes que utiliza. Formado em Artes Plásticas, Loro Verz desenvolve seu trabalho seguindo um método por ele denominado “Free Jazz imagético”, pelo qual a criação se torna algo inteiramente intuitivo, livre de definições e amarras, o que acaba por refletir suas visões e experiências pessoais. “Arte é o reflexo de como penso, uma espécie de mapa interno. É o inconsciente tomando conta e mostrando suas cores verdadeiras. É um estado entre a razão e a não-razão. Cada obra é uma surpresa, um exercício de experimentação.”

 
O título “FELIZMENTE NÃO CONSIGO TE ESQUECER” faz alusão a algo que não desapareceu por completo, o que abre espaço para o desconforto. O caos representa o ponto de partida, no sentido de se definir outras possibilidades, as quais se sobrepõem na formação de novas perspectivas e rotas. Tais elementos estão diretamente ligados à produção de Loro Verz, desde seus quadrinhos até as telas da presente exposição.

 
Por sempre buscar novos materiais e formas de se expressar, a experiência do artista se torna uma grande experimentação. Assim, ele descreve seu ateliê como sendo, na verdade, um laboratório. Em uma realidade que, infelizmente, escancara o egoísmo cada vez mais presente nas Artes Plásticas, o resultado desta alquimia de imagens cabe ao espectador decifrar, uma vez que cada um possui uma leitura distinta daquilo que lhe é apresentado. Nesta imensidão de possibilidades, conceitos permanecem suspensos e são formados, individualmente, na cabeça de quem tem acesso às obras.

 
Partindo do pressuposto de que quanto mais experimentações, mais rico é o vocabulário de uma pessoa ou artista, Loro Verz conclui: “Experimentar é uma ferramenta básica de sobrevivência”.

 

 
De 25 de abril a 06 de junho.