Pinturas de Carlos Muniz

08/mar

Expoente da arte abstrata brasileira, Carlos Muniz apresenta trabalhos recentes na Galeria Patricia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Vanda Klabin. Passadas quase quatro décadas desde quando estiveram juntos em uma exposição nos idos dos anos 1980, Carlos Muniz, Patrícia Costa e Vanda Klabin voltam a se encontrar profissionalmente na individual “Carlos Muniz: O Olhar Abstrato”, com abertura marcada para o dia 04 de abril. A relação dos três profissionais de arte vem de longa data: antes da galerista Patrícia Costa, Carlos Muniz foi representado pela galeria de Paulo Klabin, então casado com a curadora e historiadora (e onde Patrícia também trabalhava). Para celebrar esse revival, foram selecionadas duas obras desta época, pertencentes ao acervo pessoal do artista. A mostra estará em cartaz até 30 de abril.

Da produção recente de 2023, ele mostrará um recorte com cerca de 15 obras inéditas em tinta acrílica, incluindo dípticos, trípticos e polípticos de grandes e médios formatos – alguns chegam a medir até três metros. A contraposição dos planos, as linhas paralelas simétricas que exploram cores primárias, sempre com muita precisão, são características marcantes em sua trajetória. Carlos Muniz se divide entre a residência em Montes Claros e o Rio de Janeiro, onde mantém ateliê em Botafogo. Sua filha Lúcia Muniz, cantora que foi revelação no programa “The Voice Kids” em 2019, fará uma apresentação no dia da abertura, às 19h, ocasião em que será lançado um filme documentário sobre a carreira do artista, dirigido pelo cineasta Pedro Paulo Mendes.

“Carlos Muniz compõe a sua nova gramática visual no zigue-zague dos padrões anunciados pela geometria e pelas vibrações cromáticas. Passamos a observar o mundo através desses exercícios geométricos coloridos, que trazem uma nova irradiação do seu olhar abstrato. A pintura e suas infinitas possibilidades se imbricam no amplo leque de experimentações que caracteriza a arte contemporânea. Uma geometria transitiva sempre antecedeu as suas pinturas, seja na elaboração do quadrado, do círculo ou do triângulo, repletos de um forte cromatismo, seja pela evidência de segmentos desiguais que revelam um acento existencial e trazem à tona, as assimetrias do mundo, o que contribui efetivamente para o florescimento de seu pensamento visual”, diz a curadora, Vanda Klabin.

Sobre o artista

Natural de Montes Claros (MG), Carlos Muniz é artista visual e cirurgião plástico. Começou retratando o bucólico interior mineiro, aderiu à sua tendência espontânea com o traço geométrico, passando a pintar quadrados e retângulos. Há mais de 15 anos começou a executar esculturas tridimensionais em aço com pintura automotiva. Uma delas se encontra exposta no Parque da Catacumba, na Lagoa, no Rio de Janeiro. O artista já participou de 30 salões de arte, quase 30 exposições individuais e cerca de 40 exposições coletivas no Brasil e em países como Japão, Portugal, Estados Unidos e África do Sul. Ao longo da carreira como artista, recebeu diversos prêmios: V Bienal Nacional (Santos/SP), XII Salão Nacional de Arte Plásticas FUNARTE/IBAC (Rio de Janeiro e Brasília), Salão de Arte Biosintética (São Paulo), entre outros. Sob influência da pintura de Raymundo Colares – artista renomado e seu conterrâneo -, suas obras alcançam o minimalismo abstrato, com um geométrico claro e intenso. Suas formas abstratas e concretas já haviam ocupado o espaço urbano durante a Copa do Mundo de 2014, com esculturas de grandes proporções na Praça Paris. Carlos Muniz já expôs suas obras em países como Japão (“Quatro Pintores Geométricos Brasileiros”, com Manfredo de Souzanetto, Ronaldo Macedo e Luiz Dolino), Estados Unidos (“Gallery 54″), Portugal (“Fundação Medeiros e Almeida”) e Londres (“Galeria 32/Embaixada do Brasil”), começou pintando há mais de 40 anos e fez parte da Geração 80.

Diáspora asiáticas no Instituto Tomie Ohtake

Como aponta o diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake, Perdizes, São Paulo, SP, Paulo Miyada, em um espaço cultural que recebe o nome de Tomie Ohtake, pensar as diásporas asiáticas é uma tarefa inevitável. Os numerosos conflitos, crises, invenções, revoluções e guerras ao longo do século XX foram determinantes tanto para a diáspora de importantes parcelas da população asiática quanto para o afluxo de imigrantes de diversas partes do mundo ao Brasil – tendo o estado de São Paulo como um destino comum para muitos fluxos diaspóricos devido a suas dinâmicas econômicas e sociais. “É um processo conflituoso, com perdas e trocas que atravessam as gerações e são definidas pela constante transformação”, completa Paulo Miyada. O programa Diásporas asiáticas procura somar forças a esse processo ao sublinhar o impulso criativo de artistas vindos da China, da Coreia do Sul e do Japão (ou mesmo nascidos aqui, em famílias imigrantes), exemplares de seus fluxos migratórios e, ao mesmo tempo, casos singulares dentro da história da arte brasileira. O programa foi produzido com recursos captados via Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.

Diásporas asiáticas compreende três mostras, sendo duas individuais: Chen Kong Fang (Tung Cheng, China, 1931 – São Paulo, SP, 2012) e Hee Sub Ahn (Seul, Coreia do Sul, 1940), e uma coletiva, com trabalhos dos ceramistas nipo-brasileiros Akinori Nakatani, Alberto Cidraes, Hideko Honma, Katsuko Nakano, Kenjiro Ikoma, Kimi Nii, Kimiko Suenaga, Luciane Sakurada, Marcelo Tokai, Mário Konishi, Megumi Yuasa, Mieko Ukeseki, Renata Amaral, Shoko Suzuki e Tomie Ohtake. Ao lado das obras dos ceramistas, será possível apreciar haicais do artista Kenichi Kaneko que dedicou suas criações a cada um deles. O programa ainda conta com uma publicação, que apresenta algumas obras públicas de Tomie Ohtake e conta com textos inéditos dos curadores e um texto comissionado de Lais Miwa, pesquisadora que vem se destacando no debate acerca da presença e da visibilidade da população asiática no contexto brasileiro.

Hee Sub Ahn – O Caminho

Hee Sub Ahn – O caminho, com curadoria de Catalina Bergues e Julia Cavazzini, exibe pela primeira vez o trabalho da artista em um contexto institucional. A partir dos mais de cinquenta anos de criação intensa, selecionou-se um recorte das obras produzidas principalmente na década de 1980, poucos anos após sua chegada. Segundo as curadoras, a produção de Hee Sub Ahn é atravessada pelas memórias do lugar de origem, e pela nova comunidade aqui construída no bairro do Bom Retiro, no qual a artista ocupa papel central. “A disciplinada e rotineira criação artística de Hee se torna um íntimo ritual de dar significado ao que percebe em seu entorno”, destacam Catalina Bergues e Julia Cavazzini.

Chen Kong Fang – O Refúgio

Chen Kong Fang – O refúgio tem curadoria de Paulo Miyada e Yudi Rafael e se debruça sobre a carreira e a obra desse artista que construiu sua vida no Brasil, desenvolvendo a sua prática pictórica no cenário artístico paulistano por cerca de cinco décadas. A exposição, primeira retrospectiva do artista em uma instituição brasileira, reúne um conjunto de mais de cem obras, entre pinturas a óleo e sumi-ês produzidos entre o final dos anos 1940 e o início da última década. Segundo os curadores, ao invés de um partido cronológico organizado em fases sucessivas, a mostra enfatiza como o artista, que concebia a pintura como um caminho, fez de seu labor uma lida constante com gêneros pictóricos consolidados. “Tomando partido da reabertura experimental pelas vanguardas modernas, Fang imprimiu sua dicção própria nas ideias de retrato, paisagem e natureza morta”, completam. Essa exposição conta com o patrocínio da CTG Brasil.

Tocar a Terra – Cerâmica Contemporânea Nipo-Brasileira

A mostra Tocar a terra – cerâmica contemporânea nipo-brasileira, com curadoria de Rachel Hoshino e assistência de Ana Roman, elege a cerâmica para tratar do tema diáspora japonesa – “por ser ela, simultaneamente, matéria e metáfora: o terreno no qual se aporta, se planta e se habita é a terra tocada com arte pelo ethos nipônico”, explica a curadoria. São obras de 15 artistas baseados no estado de São Paulo cujas atividades, pesquisas e repertórios são influenciados pelas tradições do Japão, independentemente de sua ascendência. Segundo as curadoras, para além de forma e símbolo, é a experiência de energia latente que faz com que sementes e brotos sejam temas recorrentes em suas obras. “Muitas delas são deixadas em ambiente natural, onde continuam sua metamorfose, sob os efeitos de intempéries e da ocupação por outros seres”. Disso, ressalta Rachel Hoshino, resulta outro importante conceito nipônico: “wabi-sabi” (侘び寂び), ideal estético-filosófico segundo o qual o belo reside no imperfeito, no impermanente e no incompleto. “A plasticidade da argila, o respeito pelo tempo e a consciência da interdependência entre tudo fazem com que a cerâmica seja prática favorável ao diálogo do ceramista com a sua história, seu entorno e consigo próprio”, completa Rachel Hoshino.

Até 26 de maio.

Exposição/homenagem na Pinakotheke Cultural

A exposição “Anjos com armas”, na Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 11 de maio, cerca de 50 obras dos artistas Sergio Camargo (1930-1990), Lygia Clark (1920-1988), Mira Schendel (1919-1988) e Hélio Oiticica (1937-1980. A curadoria é de Max Perlingeiro, com a colaboração do artista Luciano Figueiredo.

A mostra é um tributo ao crítico e curador britânico Guy Brett(1942-2021), que desempenhou papel decisivo na internacionalização da arte brasileira, ao criar, junto com o artista filipino David Medalla(1942-2020), e outros amigos, a lendária galeria Signals, que de 1964 a 1966 exibiu obras desses fundamentais artistas que são Lygia Clark, Hélio Oiticica, Mira Schendel e Sergio Camargo. Quatro obras que estiveram originalmente na Signals, estarão expostas na Pinakotheke Cultural: “Bicho-Contrário II” (1961), “Espaço Modulado nº 4″ (1958) e “Espaço modulado nº8″ (1959), de Lygia Clark, e “Relief” (1964), de Sergio Camargo.

Na abertura de “Anjos com armas”, estará presente o crítico, historiador e filósofo da arte Yve-Alain Bois (Constantine, Argélia, 1952), pesquisador no prestigioso Institute for Advanced Study, em Princeton, EUA, quando será lançada a dupla publicação “Anjos com Armas” – dois volumes envolvidos por uma “luva” – bilíngüe (port/ingl), em formato de 21 x 27 cm. O primeiro, com 132 páginas, traz na íntegra o texto “Anjos com Armas” (“Angels with Guns”), de Yve-Alain Bois. Quando o filósofo enviou o texto para a tradução em português, ele instigou a Pinakotheke a montar uma exposição com base no ensaio, que trata-se de um texto muito amoroso sobre a importância da Signals e a amizade.

O volume 2, com 128 páginas, contém as imagens das obras da exposição, e fotografias de época, como as que mostram a Signals. Os textos são de Guy Brett sobre os artistas Sergio Camargo, Lygia Clark, Mira Schendel e Hélio Oiticica, apresentação de Max Perlingeiro, e ainda um texto de Luciano Figueiredo, que em 2017 organizou, com Paulo Venâncio Filho, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Guy Brett: a proximidade crítica”, em “reconhecimento ao longo interesse intelectual e afetivo do crítico por nossos artistas”, assinala Max Perlingeiro.

Outros destaques da exposição são os “Bichos”, de Lygia Clark, em alumínio: “Bicho caranguejo” (1960) e “Bicho-contrário II” (1961); o conjunto de sete “Metaesquemas” de Hélio Oiticica, de 1957 a 1959; o conjunto de seis “Relevos” de Sergio Camargo, entre eles o “Relevo nº 172″ (Fenditura spazio orizzontal e lungo), de 1967; os seis trabalhos da série “Monotipias” dos anos 1960 de Mira Schendel, além de seu “Caderno de artista” (1966), o “Diário de Londres”, no qual a artista usa, “ao que parece, pela primeira vez, as letras decalcadas (letraset)”, como afirmou Taisa Palhares, no catálogo da exposição “O espaço infindável de Mira Schendel” (2015), na Galeria Frente.

Lançamento de livro de Cristina Canale

A Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, tem o prazer de convidar, no dia 14 de março, às 19h, para o lançamento do livro “Faces”, dedicado à produção da pintora Cristina Canale às séries de retratos, com textos dos curadores Galciani Neves e Victor Gorgulho, 224 páginas e 130 imagens. Radicada em Berlim há mais de trinta anos, Cristina Canale é considerada uma das mais importantes artistas brasileiras, e uma das expoentes da Geração 80. No lançamento de seu livro, ela irá conversar com o curador Victor Gorgulho.

O livro “Faces” reúne 103 obras criadas por Cristina Canale desde 2006, além de detalhes que destacam as pinceladas com texturas das tintas, colagens de tecidos e o seu caderno de anotações, que dá muitas pistas sobre seu processo criativo. As obras são majoritariamente de faces de mulheres – corpo-paisagem, como definiu Galciani Neves -, e a artista conta que começou a fazer esses retratos há mais de dez anos, mas que só há sete passou a mostrá-los.

“Os retratos começaram a partir de um momento no processo que passei a focar nas partes do corpo separadamente, criando narrativas a partir só de pés, mãos, e… rostos. Meio que a parte pelo todo… Daí para entrar nos retratos como um território iconográfico foi um pulo”, explica. “O retrato é um território vasto que vai da abstração à narrativa. Alguns foram feitos a partir de pessoas bem conhecidas, mas sem preocupação de figurar estes personagens. Apenas usei elementos da imagem”, comenta.

Marcelo Lago no Ateliê 31

Um dos nomes da geração de escultores do Rio de Janeiro na década de 1980, o artista Marcelo Lago inaugura a exposição individual “Esculturas, Pinturas, Gravuras” no Ateliê 31, Cinelândia, Centro, Rio de Janeiro, RJ, no dia 15 de março. Nessa mostra, Marcelo Lago apresenta 22 obras que compõem a sua trajetória, além de trabalhos recentes e inéditos. A mostra permanecerá em cartaz até o dia 15 de abril e a curadoria é assinada por Shanon Botelho.

“Para este momento Marcelo Lago nos propõe uma reflexão sobre a mutabilidade dos materiais – metais, bonecos de plástico, lambris, corpos e outros – e de três conceitos que fundamentam a sua pesquisa visual: Energia, Memória e Movimento”, descreve o curador. A produção dos trabalhos de Marcelo Lago tem processos longos. Ele utiliza diversas materialidades que envolvem desde fibra de vidro, plástico, chapa de alumínio, até motor de aquário. “Sou eclético com relação aos materiais, normalmente tenho uma ideia e busco a solução para a fatura, mas cada material tem sua própria linguagem, que sempre contribui com a poética final”, revela Marcelo Lago.

A obra mais recente e ainda inédita que será apresentada na mostra é “Energia Primal” (2024), da série Energias, uma escultura vertical em PVC e tinta automotiva, medindo 160 x 60 x 3 cm, na qual o artista propõe uma interrupção da ordem (linhas paralelas que se encontram no infinito), através da energia mais contundente possível, o calor. Mas ainda na exposição será possível encontrar outros trabalhos pouco vistos, como é o caso da série “Memórias, Sonhos e Reflexões”, que esteve no Paço Imperial (2005) e em função de uma greve ficou apenas duas semanas em cartaz. Embora tenha na escultura uma marca registrada, sendo um dos principais nomes de sua geração, o desenho sempre esteve presente na dinâmica do artista. “Sempre desenhei, desde muito jovem, mas nunca expus, pois depois que comecei a trabalhar com a três dimensões, e já faz mais de quarenta anos da minha primeira exposição individual, toda minha energia ficou direcionada na escultura e suas relações com o espaço”, diz o artista. Os desenhos da série “Sondas Espaciais” (2011), foram escolhidos para serem apresentados ao público pela primeira vez. “Movimento nesta exposição significa o momento atual de Marcelo Lago, um artista aguçado no exercício de suas capacidades criativas, em constante movimento em busca de novos materiais, formas de comunicar e de constituir objetos tridimensionais dotados de verdade e afeto”, define Shannon Botelho.

Sobre o artista

Marcelo Lago nasceu em 1958, no Rio de Janeiro. Participou da icônica exposição “Como Vai Você Geração 80?”, na EVA do Parque Lage, Marcelo Corrêa do Lago dá continuidade a uma geração de escultores do Rio. Suas peças se integram à paisagem urbana, como “Intervenção Vermelha”, grande tubo de aço pintado que durante quatro anos “abraçou” toda a fachada da Casa de Cultura Laura Alvim, na praia de Ipanema, ou o “Grande Painel Azul” que foi feito para sua primeira exposição no Paço Imperial, mas que a pedido de seu diretor, Lauro Cavalcante, ficou instalado no atrium por 12 anos. Tem trabalhos também no jardim da PUC Rio, no metrô Barra Funda, em São Paulo, Museu da República, em Brasília, no jardim do Museu Mineiro, em Belo Horizonte e na Praça Paris, Centro do Rio, onde permaneceu por três anos. Marcelo Lago mora e trabalha em Petrópolis, desde 1984, onde além do ateliê, desenvolve atividades como professor de escultura contemporânea, curadoria e produção cultural.

Siron Franco no Recife

A Galeria Marco Zero, Boa Viagem, Recife, PE, apresenta exposição individual de Siron Franco, premiado artista goiano com sua produção revisitada com curadoria de Agnaldo Farias.

Poetizar a vida, manter-se aberto para o mundo e sentir e refletir o seu entorno e o que está dentro de si. Esses são princípios que norteiam a produção de Siron Franco (1947) desde que começou a produzir arte, ainda na infância. Sua obra, inquieta e provocadora, nunca cedeu a classificações ou correntes, exprimindo-se por diferentes mídias e suportes. Para marcar o retorno do artista a Pernambuco, após quase três décadas desde sua última individual, a Galeria Marco Zero apresenta “Siron Franco – De dentro do Cerrado”, exposição que reúne cerca de 50 obras em pintura e escultura. A mostra estará aberta ao público a partir do dia 13 de março.

Nascido em Goiás Velho (GO), Siron Franco vive e produz em Goiana. A vivência no cerrado do Brasil, com sua exuberância, tradições e contradições, permeia seu trabalho de múltiplas maneiras, seja nos seres grotescos, que misturavam figuras humanas com bichos, no início da sua carreira, ou na denúncia da exploração desenfreada da natureza, como na série “Césio”, em referência ao acidente radiológico ocorrido em 1987, em Goiana.

A palavra do curador

“Siron nunca tratou o político como uma questão menor. Ele sempre teve uma visão de Brasil que ultrapassava o país urbano e, nesse sentido, fez vários trabalhos que traziam questões urgentes, de cunho social, como a causa indígena. Ele se interessa pelo que acontece ao seu redor, se incomoda. A natureza é muito presente na sua obra, de uma maneira muito particular. Desde que surge no cenário artístico, ele consegue se impor pintando o grotesco, se arriscando em diferentes mídias, no seu próprio tempo. Trabalhou com o figurativo, o abstrato, com a escultura, o vídeo, sempre no seu tempo, sem seguir tendências”, explica o curador Agnaldo Farias.

A palavra do artista

“É uma alegria muito grande voltar a Pernambuco, estado que sempre me inspirou muito artisticamente. Fiquei muito feliz quando me deparei com a seleção presente na exposição porque me dá, também, a oportunidade de me relacionar com os trabalhos de outra forma. No meu ateliê, tenho uma gaveta na qual guardo desenhos desde a época em que era garoto. Quando reencontro algumas dessas obras, percebo que temas que estão aparecendo nos meus trabalhos do momento, já estavam em mim há décadas. Então, considero ter muita sorte em poder exercer o meu ofício, aos 76 anos. Me considero um aprendiz constante e o que me move é o mistério da vida”.

Os talentos da Galeria TATO

06/mar

Coletiva traz obras de 28 artistas que participam de duas turmas da Casa Tato, que se consolidou como um dos programas de desenvolvimento de talentos de maior prestígio na arte visual brasileira. A mostra abre no dia 09 de março, com curadoria de Katia Salvany e Sylvia Werneck, na Barra Funda, novo circuito de arte na capital paulista.

A Galeria TATO, Barra Funda, São Paulo, SP,  – polo de atração e desenvolvimento de talentos na arte contemporânea -, inaugura a coletiva “Que dizer de nós?”. A mostra, que permanecerá em cartaz até 30 de março, reúne cerca de 30 obras de artistas participantes de duas edições da Casa Tato, projeto principal da galeria, com foco na inclusão de artistas promissores no sistema da arte. A curadoria é de Katia Salvany, que responde pela Casa Tato 9; e de Sylvia Werneck, responsável pela Casa Tato 10; com assistência de João Pedro Pedro.

A mostra apresenta obras dos seguintes artistas: Adriana Nataloni (Argentina), Alessandra Mastrogiovanni (SP), Alexandre Vianna (SP), Anna Guerra (PE), Anna Vasquez (BA), Bet Katona (RJ), Bianca Lionheart (SP), Danilo Villin (SP), Desirée Hirtenkauf (RS), Diogo Nógue (SP), Edu Devens (RS), Flávia Matalon (SP), Gela Borges (MG), Giovanna Vilela (SP), Glenn Collard (SP), Isaac Sztutman (SP), Isabel Marroni (RS), Jamile Sayão (SP), Janice Ito (SP), Jaqueline Pauletti (SC), Júnia Azevedo (RJ), Laura Martínez (México), Luciano Panachão (SP), Marcelus Freschet (SP), Marina Marini Mariotto Belotto (PR), Neto Maia (BA), Rogo (TO) e Tomaz Favilla (SP).

Criado em 2020, com o objetivo de dinamizar a carreira de artistas promissores, o programa Casa Tato chega à sua décima edição. “Ao longo de seis meses, os participantes fazem uma imersão de mais de 100 horas em encontros e trocas com diversos profissionais do sistema da arte do Brasil e do exterior”, explica Tato DiLascio, diretor da galeria e idealizador do projeto. Entre os curadores convidados participam: Agnaldo Farias, Alice Granada, Andrés Duprat, Daniela Bousso, Francela Carrera, Filipe Campello, Javier Villa, Lorraine Mendes, Lucas Benatti, Ludimilla Fonseca, Marcello Salles, Nancy Rojas, Paula Borghi e Rejane Cintrão.

Na exposição, os artistas participantes das edições 9 e 10 da Casa Tato se encontram no meio do caminho. O primeiro grupo conclui seu ciclo de acompanhamento, enquanto o segundo o inicia. “Com pesquisas bastante específicas e poéticas variadas, podemos dizer que, em seus trabalhos, os grupos partilham da vontade de esmiuçar o cotidiano e, com sorte, vislumbrar algum nexo na aventura de existir”, diz Katia Salvany. “Lidar com o transitório, encontrar o lugar do corpo na urbe, tentar refazer o elo rompido com a natureza ou compreender a memória são algumas das questões abordadas pelos artistas. As linguagens plásticas são tão variadas quanto os caminhos escolhidos para o mergulho em seus processos”, resume Sylvia Werneck.

 

Exposições de Paulo Pasta e Iberê Camargo 

05/mar

 

Paulo Pasta retornou à Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. Em diálogo com sua exposição, Paulo Pasta fez a curadoria de obras de seu professor e amigo Iberê Camargo para “Eclipses”. São 19 obras, algumas de grandes dimensões, em que percebe cores crepusculares na produção do pintor. As duas aberturas ocorreram no dia 02 de março. O artista e Lorenzo Mammì, um dos nomes mais importantes da crítica cultural brasileira, conversaram sobre a sua produção.  

Após um hiato de dez anos, Paulo Pasta, um dos artistas mais respeitados e bem-sucedidos do país, retornou à Fundação Iberê Camargo – em exibição até 19 de maio – para celebrar 40 anos de trajetória. A exposição “Paulo Pasta Para que serve uma pintura conta com 40 trabalhos de formas distintas faixas horizontais e verticais, quadros, retângulos que desafiam o artista a enfrentar a superfície das telas. A pintura de Paulo Pasta é uma forma de construir um lugar, um ambiente que se transforma conforme as variações de cor e de luz.    

Por outro lado, suas combinações cromáticas, marcadas por baixos contrastes e passagens suaves entre um tom e outro, acabam por tensionar os limites dessas divisões. Paulo Pasta cria a sensação de que áreas do quadro parecem pulsar para fora da tela, como se quisessem se espalhar pelo mundo. Seu processo de construção, em algumas obras, inclui também a utilização da cera, que tira o brilho do óleo, dando “lentidão” para a cor. O trabalho de acrescentar e testar misturas dá origem aos tons impuros e únicos que caracterizam sua pintura.   

No catálogo da mostra, Lorenzo Mammì, doutor em Filosofia pela USP, onde é professor de História da Filosofia Medieval desde 2003, escreve: “Os retângulos não são apenas combinações de linhas e planos: parece que alguma vez, num passado semiesquecido, foram alguma coisa como portas, vigas, colunas, reais ou pintadas, sem que o pintor nos diga (o saiba) o que foram. O mesmo quanto às cores. Elas funcionam, em parte, como timbres musicais, determinando a estrutura do espaço. É um princípio da pintura tonal: cada instrumento de uma orquestra tem um som específico que faz com que pareça mais próximo ou distante. Instrumentos mais carregados de harmônicos (sons secundários que envolvem o som principal) parecem naturalmente mais longínquos: uma trompa será sempre mais distante que um trompete, um oboé de uma clarineta. Da mesma forma, um vermelho, no limite inferior do espectro cromático, será sempre mais encorpado que um azul, que pertence ao limite superior; portanto, o vermelho será mais profundo, o azul mais superficial. Mas o uso da cor nas pinturas de Pasta não leva em conta apenas essas relações físicas e sim, também, o caráter afetivo que toda cor carrega e que é dado tanto pelas experiências anteriores de cada um, quanto, no caso das pinturas, por ser o resultado de uma série de operações e decisões calculadas. Nos trabalhos de Pasta, estas não se revelam por rastros do movimento do pincel na superfície da tela, que costuma ser muito lisa, mas pelo esforço perceptível com que cada cor procura um ajuste com aquelas que estão ao redor. As cores de Pasta são geralmente muito elaboradas, fruto de uma combinação minuciosa de pigmentos. Se, uma vez distendidas na tela, elas parecem simples, é porque atribuímos boa parte de suas características à luz atmosférica, e não à matéria pictórica. Nesse sentido também, as obras de Pasta conservam algum ilusionismo.”   

 

Os Eclipses de Iberê pelo olhar de Pasta  

Em diálogo com sua exposição, Paulo Pasta fez a curadoria de obras de seu professor e amigo Iberê Camargo para “Eclipses”. São 19 obras, algumas de grandes dimensões, em que Pasta percebe cores crepusculares: “Iberê lançava mão da matéria, quase um barro original, de onde tudo poderia brotar. Suas cores também não estariam dissociadas dessa matéria, lugar do qual, no dizer de Ferreira Gullar, elas surgiriam “como gemas sujas da noite, arrancadas ao caos” (…) A melhor metáfora, para mim, sobre as cores de Iberê, é a do eclipse. Para além do aspecto noturno de seus trabalhos, a luz construída por ele parece não iluminar, não aquecer, mais ou menos como a sugestão de um sol que foi fechado.”   

Paulo Pasta conheceu Iberê Camargo no início da década de 1990, em um workshop com artistas consagrados, no Centro Cultural São Paulo. A partir daí, começaram a trocar cartas e telefonemas. Para Paulo Pasta, aquele encontro foi a confirmação de sua vocação, a prova da existência da pintura, e do pintor.  “Naquele momento (que conheceu Iberê), ele representou, para mim, a confirmação da vocação, a prova da existência da pintura, do pintor. No final da década de 1970, quando comecei a fazer faculdade, existia um predomínio da arte conceitual. Também nesse sentido, Iberê representava uma exceção: ele vivia a vida da própria pintura, perfazendo uma relação simbiótica entre arte e vida. Na contramão das tendências nacionais/populares, ele se evidenciava como uma espécie de outsider, construindo uma visão singular dentro da pintura brasileira. Seu realismo era uma escavação interior, o que fazia repercutir, em seu trabalho, um raro acento subjetivo e expressionista. Desde então, eu o vi como uma espécie de exilado, buscando arquitetar uma “pintura grande”, no Brasil, enfrentando o mal-estar de ser um pintor em um contexto carente de tradição (ou, pelo menos, a tradição que ele gostaria). Iberê buscava, assim, criar um lugar de origem, onde memória e autobiografia pudessem se unir para fundar essa espécie de pátria real: a de pintura. Concentrando-se na experiência da pintura e do pintor, e longe de quaisquer bairrismos, sua obra revelava, por meio do seu fazer obsessivo, a gênese do próprio indivíduo, uma verdadeira condensação do próprio tempo. (…) Também penso as cores de Iberê como sendo crepusculares. Elas nos remeteriam a uma escuridão primordial, mesmo porque, na sua prática, o pintor anoitecia as cores, criando uma espécie de blackout. Só assim, talvez, ele poderia terminar uma pintura e se reconhecer nela. Possivelmente, a melhor metáfora, para mim, sobre as cores de Iberê, seja a do eclipse. Para além do aspecto noturno de seus trabalhos, a luz construída por ele parece não iluminar, não aquecer, mais ou menos como a sugestão de um sol que foi fechado. A palavra eclipse vem do grego, que significa despedida, abandono. A experiência com as cores de Iberê, para mim, obedeceria a esse mesmo conteúdo poético. Nelas, no seu sentido de não cor, somos desertados da luz solar, apesar de toda a intensidade reinante”, escreveu Paulo Pasta.    

 

Sobre o artista 

 

Paulo Pasta nasceu em 1959, em Ariranha, São Paulo, e hoje vive e trabalha na cidade de São Paulo. Formou-se no curso de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1983, tornando-se mestre e doutor pela mesma universidade. Em 1984, realiza sua primeira exposição individual na Galeria D. H. L., em São Paulo. Recebe a Bolsa Emile Eddé de Artes Plásticas do MAC/USP, em 1988. Impacta na formação de uma nova geração de pintores através de relevante atividade docente, lecionando pintura na Faculdade Santa Marcelina e desenho na Universidade Presbiteriana Mackenzie, na USP e na Fundação Armando Álvares Penteado FAAP. Atualmente, ministra um curso livre de pintura. Entre as exposições individuais realizadas, destacam-se: Pintura de bolso, Millan, São Paulo (2023); Recent Paintings, David Nolan Gallery, Nova York, EUA (2022); Paulo Pasta, Cecilia Brunson Projects, Londres, Reino Unido (2022); Correspondências, Millan, São Paulo (2021); Paulo Pasta: Luz, Museu de Arte Sacra de São Paulo (2021); Projeto e Destino, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2018); Lembranças do futuro, Millan, São Paulo (2018); Setembro, Palácio Pamphilj, Roma, Itália (2016); Correntes, Sesc Belenzinho, São Paulo (2014); A pintura é que é isto, Fundação Iberê, Porto Alegre (2013); Sobrevisíveis, Centro Cultural Maria Antonia, São Paulo (2011); Paulo Pasta, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2008) e Paulo Pasta, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006). Entre suas participações em exposições coletivas estão: Abstração: a realidade mediada, Millan, São Paulo (2022); Os Muitos e o Um, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2016); Quase figura, quase forma, Galeria Estação, São Paulo (2014); 30x Bienal, Pavilhão da Bienal, São Paulo (2013); Europalia, International Art Festival, Bruxelas, Bélgica (2011); Matisse Hoje, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009); Panorama dos Panoramas, Museu de Arte Moderna de São Paulo MAM-SP (2008); MAM [na] Oca, Oca, São Paulo (2006); 3ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2001); Brasil +500 Mostra do Redescobrimento, Pavilhão da Bienal, São Paulo (2000); Panorama das Artes Visuais, Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe o Grande Prêmio (1997); Havana São Paulo, Junge Kunsthaus Lateinamerika, Haus der Kulturen Der Welt, Berlim, Alemanha (1995); XXII Bienal de São Paulo (1994) e III Bienal de Cuenca, Equador (1991). Suas obras integram importantes coleções, entre as quais: Museu Reina Sofía, Madri, Espanha; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo MAC/USP; Museu de Arte Moderna de São Paulo MAM-SP; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro MAM-Rio; Museu de Belas-Artes do Rio de Janeiro; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, SP;  Instituto Itaú Cultural, São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Kunsthalle, Berlim, Alemanha, e Kunstmuseum Schloss Derneburg, Hall Art Foundation, Holle, Alemanha.   

 

Sobre o crítico Lorenzo Mammì  

Lorenzo Mammi é formado em Matérias Literárias pela Universidade dos Estudos de Florença e doutor em Filosofia pela USP, onde é professor de História da Filosofia Medieval desde 2003. Como crítico de música e de arte, organizou e publicou ensaios em diversos livros, como Volpi (Cosac Naify, 1999), Carlito Carvalhosa (Cosac Naify, 2000) e Carlos Gomes (Publifolha, 2001). Parte expressiva deles foi reunida nos livros “O que resta: arte e crítica de arte” (Companhia das Letras, 2012), com foco em artes visuais e “A fugitiva” (Companhia das Letras, 2017), que reúne os ensaios musicais. De 1999 a 2005, foi diretor do Centro Universitário Maria Antonia (USP), em São Paulo. De 2015 a 2018, foi curador-chefe de Programação e Eventos do Instituto Moreira Salles.  

 

  

 

Paisagem de um Mundo Partido

04/mar

“Paisagem de um Mundo Partido”, é o título da exibição individual
que a artista plástica argentina Gloria Seddon, inaugura no dia 07 de
março, permancendo em cartaz até 19 de abril, no Edifício Argentina,
Sala Antonio Berni , no Consulado da República Argentina.
Naturalizada brasileira, a artista convidou Alexandre Murucci para
fazer a curadoria desta exposição que celebra seus 25 anos de carreira.
Nestes trabalhos recentes, assim como em outros anteriores, a artista
parte de conceitos intensos que resultaram nas séries: “Urbana”,
“Erótica”, “Psicanalítica” e “Ecológica”, sendo algumas delas
figurativas e outras, abstratas. Em “Paisagem de um mundo partido”,
a artista parte da verificação de uma “grieta” sócio política no mundo
contemporâneo para criar obras abstratas, mas não alheia ao mundo
concreto da realidade.

A palavra da artista
“Na série apresentada nesta individual trago um questionamento sobre
o “mundo partido”, algo que esteve sempre presente em mim. Foi o
que me incitou a criar obras que, mesmo abstratas, pudessem despertar
este sentido no espectador. Sempre procurei uma transcendência,
superar questões que na adolescência eram mais subjetivas e
existenciais; hoje, através da arte, são mais políticas e sociais,
inerentes à cidade”.

A palavra do curador
“Ao reabrir o embate pictórico de seu percurso para buscar um olhar
panorâmico de sua produção dos últimos 25 anos, Gloria Seddon
mergulhou numa viagem ao mesmo tempo genômica e emocional. Em
sua individual de ampla latitude, a artista revisita fases de sua
investigação a partir de um trabalho, que, longe de ser seminal em sua
trajetória, foi um ponto de reflexão no conjunto de sua obra. Dividida
em núcleos entrelaçados por similar vocabulário, Gloria discorre

influências acumuladas ao longo da vida, num mergulho em sua
arqueologia de formação, revelando mentores, admirações e
nostalgias, que a levaram inclusive, até o trabalho de seu pai, artista
por vocação poética da existência, a quem homenageia dando lugar de
honra a um dos seus trabalhos, assim como comentando no vídeo que
estará presente na exposição, as impactantes vivências familiares. Ao
focar uma produção intensa para esta exposição de ares monumentais,
Seddon se deparou com seu pluralismo como base de sua assinatura,
mas também com sua gênese, clara quando vemos a evolução de seu
pensamento plástico, o adensamento de sua pintura, a ampliação de
seu vocabulário e a experimentação em seus limites de abordagem –
ora mais psicológicos, ora narrativos”. Alexandre Murucci.

Sobre a artista
Artista visual, escritora e psicanalista, Gloria Seddon realizou o curso
de Especialização em História da Arte e da Arquitetura do Brasil
(2003-5), titulou-se Doutora em História Social da Cultura na PUC/RJ
(2008-13) e, desenvolveu-se tecnicamente na arte pictórica com
Rubem Gerchman e Maria Teresa Vieira (1975-80); e na EAV com
Fernando Cocchiarale, Anna Bella Geiger, Luís Ernesto, Afonso
Tostes e outros, (1990-2000). Entre as exposições realizadas
destacam-se as individuais: “Retrospectiva”, Atelier da Artista (1999);
“Do sonho à Arte”, Centro Cultural da Universidade Santa Úrsula,
(2000); “Erótica”, Sala Antonio Berni, no Consulado da Argentina,
(2002), e as coletivas com o Grupo Bikoo-Kai (1998-2009) na Sala
Antonio Berni e no Museu Nacional de Belas Artes (2002); “Uma vez
a Arte”, Sala Antonio Berni, com psicanalistas/artistas da Escola
Brasileira de Psicanálise – AMP “Os dejetos Du-Champ na Clínica
psicanalítica” (2011); na Galeria Zagut, curadoria de Augusto
Herkenhoff (2019-22); em O Lugar (2019-23); no “Festival
Internacional de Esculturas – RJ”, Centro Cultural dos Correios Rio,
curadoria de Paulo Branquinho (2019); Museu da República, “Criarte”
curadoria de Martha Niklaus (2019) e “Zum Zum”, curadoria de
Frederico Dalton (2019); no Espaço Cultural dos Correios/Niterói,
curadoria de Norma Mieko Okamura, “Biozius”, (2022); na Triplex,

curadoria de Raimundo Rodrigues (2023); “Paisagem do Mundo
Partido”, curadoria de Alexandre Murucci no Espaço Cultural dos
Correios/Niterói (2023-24). Fundadora do Fórum de Artes e Políticas e
do Bloco Vade Retro, participou de leilões e bienais de arte. Em 11 de
abril de 2023, foi agraciada com a Medalha de Criatividade na
Exhibition in the Dundas Street Gallery, Artcom Expo, em Edinburgh,
Escócia.

 

Expressão e extravasão de Maxim Malhado

29/fev

Estará aberta ao público a partir do dia 05 de março, na Paulo Darzé Galeria, Rua Chrysippo de Aguiar 8, Corredor da Vitória, Salvador, BH, com o título de “Até onde a vista alcança”, a exposição de pinturas e esculturas de Maxim Malhado.

Para o crítico e curador Ricardo Resende, “…a arte para Maxim é sua maneira de desver o mundo, como também era para o poeta, artista mesmo, Manoel de Barros. Era também uma maneira de subverter a vida enfadonha daquele interior de Sítio Novo, cidade onde cresceu na Bahia. Sonhar, desenhar, pintar e esculpir são a sua forma de expressão e extravasão máxima dos sentimentos. Os que despertavam sua curiosidade pelo mundo e os que o afligiam. Um mundo que é só imagem, e até mesmo imagem de uma imagem, nada de nada. Os homens, por sua vez, não passam de imagens, sonhos…”, e concluindo na apresentação no catálogo da exposição que a sua obra “…é a de um menino que via coisas e imaginava mais coisas ainda depois das coisas que via, um claro desejo de sustentar espaços”. A mostra, cumprirá temporada até 05 de abril.