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AGENDA CULTURAL

Paula Klien em Berlim

14/jan

Há alguns anos distante das lentes do circuito de moda e celebridade, no qual se destacou como uma das maiores fotógrafas do meio, tendo registrado personalidades nacionais como os atores Alexandre Nero, Marjorie Estiano e o arquiteto Oscar Niemeyer, dentre mais de 200 outros nomes conhecidos, Paula Klien dá uma guinada em sua trajetória e realiza exposição individual.

 
Após meses de intensa criação, esta carioca de Ipanema vai apresentar sua primeira individual de pinturas, em fevereiro, na aquabitArt gallery, situada na Auguststrasse, referência do circuito de artes em Berlim.

 
Utilizando técnicas de nanquim, a solo “Invisibilities” vai reunir dez grandes pinturas sobre papel, outra em grande dimensão sobre tela medindo 1,80 X 1,48cm, dois backlights, e um trabalho de caráter tridimensional feito de espuma com pintura em nanquim.
Em sua carreira fotográfica, a artista já participou de duas bienais e assinou campanhas e editoriais nas revistas Vogue Brasil e Rolling Stones. É autora dos ensaios “Gatos e Sapatos” e “ It`s Raining Men”, participou também de projetos como “Shakespeare – Retratos de uma Festa Luminosa”, “ Mulheres de Verdade”, “Brasileirice” e “Natural do Rio”. Foi agenciada, no Brasil, pela ABÁ mgt e representada no exterior pela Production Paradise. A divulgação do evento é de Fábio Cezanne, da Cezanne Comunicação – Assessoria de Imprensa em Cultura e Arte.

Leda Catunda – I love you baby

21/dez

Ainda que tardiamente, discute-se hoje a grande discrepância entre a representação feminina e masculina nos acervos, museus e publicações de arte relativos às produções modernas e contemporâneas. Particularmente no Brasil, o fato chama atenção uma vez que é possível traçar um resumo da arte do século XX, tendo artistas mulheres como um dos pilares: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Lygia Clark, Mira Schendel, Tomie Ohtake e Anna Maria Maiolino são alguns exemplos.

 

O projeto “Nossas Artistas”, criado pelo Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, parte desta percepção e propõe uma sequência de mostras individuais dedicadas a artistas que fizeram e fazem a história da arte brasileira. Leda Catunda, São Paulo SP, 1961, inaugura o programa com a exposição “I love you baby”, sob curadoria de Paulo Miyada, também curador do Instituto Tomie Ohtake. Egressa da geração 80, Catunda é exemplar, segundo Miyada, da potência de uma obra que não se pode (ou deve) explicar exclusivamente pelo gênero da artista ou por qualquer generalização do “universo feminino”.

 

A mostra reúne mais de uma centena de trabalhos, realizados de 2003 a 2016, entre pinturas, colagens, gravuras, desenhos e objetos, além de obras feitas especialmente para as paredes das salas do Instituto. Neste conjunto, o uso do desenho como estrutura pictórica estabelece uma síntese inédita do transbordamento de imagens e matérias recorrente na obra de Catunda. Como uma catalizadora da cultura material, a artista constrói reflexões sobre assuntos tais como o consumo, as várias estridentes linguagens comportamentais, a efemeridade e a espetacularização, a partir da utilização de elementos cotidianos, como toalhas, tapetes, lonas, plásticos, camisetas, janelas, fórmicas, entre outros.

 

Nesses novos trabalhos, a artista ressalta ainda o auto-espetáculo fertilmente disseminado pelo uso das novas tecnologias. “Recentemente, ao deixar-se elaborar frente à sua pesquisa pictórica e à transformação gradual das noções de gosto, da moda, do popular, do consumo e do ornamento, a artista levou sua obra a entrar em potente ressonância com o mundo habitado por “pessoas imagens”, histericamente dedicadas a arrasar no look, tirar foto no espelho e, claro, postar no facebook”, explica Miyada.

 

Para o curador, ainda, “I love you baby” demonstra como Leda Catunda lida diretamente com o mundo atual, com seus encantos, fantasias, ilusões e mentiras. “A sensibilidade de Catunda nasce do convívio constante com a pintura, sua história e seus desdobramentos contemporâneos – e se expande em choque apaixonado pela abundância de imagens, marcas e estilos que rege o cotidiano de quase todo cidadão atual, dentro e fora das grandes cidades”.

 

 

 

 

Até 22 de janeiro de 2017.

Ricardo Nauenberg | Entre Terra

16/dez

Fotografia
Curadoria Marc Pottier

 

Centro Cultural Correios RJ

 

Abertura: terça, 20 de dezembro, 19h
Aventura visual

 

Imagens de um subterrâneo urbano desaparecido

 

Ricardo Nauenberg tem um extenso currículo em TV, cinema e design, mas no começo de sua formação artística a fotografia foi seu principal instrumento de trabalho. Em maio de 2015, ele decidiu voltar ao imediatismo do clique.O cenário escolhido foi o subterrâneo da construção da Linha 4 do metrô carioca, inaugurada em agosto desse ano para a Olimpíada: uma paisagem à qual o público não teve acesso e desapareceu definitivamente quando a obra ficou pronta.Entre milhares de cliques, Nauenberg e o curador Marc Pottier escolheram 89 para compor a mostra “Entre Terra”, que abreem 20 de dezembro no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, ocupando 600 metros quadrados de área expositiva. Acrescido de mais imagens, esse conjunto renderá também um livro a ser lançado no ano que vem.

 

As fotografias em cor e preto e branco não são sobre a obra de engenharia, mas sobre a capacidade de o homem interferir no meio ambiente. Nauenberg conta: “Decidi mergulhar em um ensaio sobre o tema e durante um ano fotografei essas interferências, procurando focar se eram cicatrizes (se mal feitas) ou tatuagens (se bem planejadas)… uma ação forte do homem no meio ambiente, com imagens e formas que surpreendem e que desapareceram, pois o processo se completaria em aproximadamente um ano”.

 

“Entre Terra” é um registro estético, distante do fotojornalismo. O que interessa a Nauenberg é, por exemplo, documentar uma paisagem transitória que ninguém captou, uma “Serra Pelada” submersa, como ele descreve. A lente de 600 mm, que achata planos, e a 7 mm, que distancia e cria linhas e perspectivas, foram sua escolha para se afastar do enfoque documental, jornalístico. Afinal, o que mais o atrai é a “interpretação do real” e não o factual.

 

O curador Marc Pottier diz que “[…] o que é essencial aqui é o que permanece invisível: a impressão, fotografia após fotografia, de um fascínio notável e imenso que vem da repetição e da revelação do poder de um artista que consegue impor a realidade a este mundo abarrotado com leis desconhecidas e a confirmação de que este trabalho é realmente o resultado de uma aventura espiritual profundamente vivida no limiar entre o consciente e o inconsciente. É a vitória do efêmero. Nas fotografias de Ricardo Nauenberg, o tempo parece já ter destruído a criação do homem.”Esse ensaio fotográfico sobre as variações humanas e geográficas foi realizado nas escavações do Itanhangá(Barra da Tijuca), da Antero de Quental e Igarapava (Leblon) e Praça Nossa Senhora da Paz (Ipanema).

 

 

Sobre o artista

 

Depois de uma rápida passagem pela pintura, estudando com Ivan Serpa, Ricardo Nauenberg se dedicou a colagens a partir de imagens reais. Na pesquisa por texturas e formas, passou, muitas vezes, a produzi-las com uma câmera fotográfica. Daí à fotografia pura foi um passo: estagiou no lendário estúdio Plug, de David Drew Zingg e Eduardo Clark, filho de Lygia Clark. Quem também trabalhava nesse estúdio como designer era um jovem alemão chamado Hans Donner, que acabou levando Nauenberg para a TV Globo, onde iniciou uma trajetória no design, na televisão e no cinema, seguida até hoje através de sua produtora de conteúdo Indústria imaginária.Durante dez anos na Globo, Nauenberg transitou do time de programação visual como diretor de arte a direção de Caso Verdade, Primo Basílio, de musicais como Free Jazz, Sting e Tina Turner e videoclips para o Fantástico. Deixou a TV Globo para se dedicar à montagem da TVA, primeira televisão a cabo no Brasil (do grupo Abril), e no desenvolvimento de série de ficção para a Rede Manchete.Com formação polivalente, em Design, Arquitetura e Economia, Nauenberg assina a criação e direção de séries de TV aberta e fechada sobre teatro, dança, meio ambiente e futebol; de espetáculos multimídias, de som e luz. É dele a criação e produção dos museus de Pierre Cardin na França, Japão, China e Austrália. Dirigiu o longa “O inventor de sonhos”, em 2013, com Sheron Menezes, Stenio Garcia, Icaro Silva, entre outros.Junto com a preparação da mostra Entre Terra, Ricardo dirige a série “Nas nuvens” (canal Arte 1), o doc “Cruzada São Sebastião” (Globo News) e a quarta temporada de “Audioretrato” (Music Box Brazil).“Nas nuvens” é sobre a feitura de super hits de Lulu Santos, Paralamas, Titãs, Paula Toller, Fernanda Abreu entre outros, nesse estúdio carioca histórico que dá nome ao programa. Em “Cruzada São Sebastião”, ele propõe uma radiografia humana desse “bairro” dentro do Leblon. “Audiorretrato”, já na quarta temporada, é um seriado sobre a “pessoa física” e não a jurídica de músicos brasileiros de tendências diversas.
De 21 de dezembro a 02 de março de 2017.

Otto Stupakoff: beleza e inquietude

A retrospectiva dedicada ao fotógrafo paulistano Otto Stupakoff, 1935-2009, com curadoria de Bob Wolfenson e Sergio Burgi, reúne cerca de 300 fotografias, além de publicações e vídeos apresentando sua extensa produção, realizada entre 1955 e 2005. Seu acervo está sob a guarda do Instituto Moreira Salles, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, desde 2008 e é composto por 16 mil imagens.
Pioneiro da fotografia de moda no Brasil, Stupakoff foi um dos fotógrafos brasileiros de maior projeção internacional. Além de ensaios de moda e retratos de celebridades internacionais do mundo das artes e da política, produzidos para revistas como Harper’s Bazaar, Life, Esquire, Glamour, Look e Vogue,Otto Stupakoff, que passou a parte mais produtiva de sua carreira vivendo em Nova York e Paris, deixou conjuntos menos conhecidos de retratos, nus, instantâneos de rua, fotografias de suas incontáveis viagens pelo mundo – inclusive pelo Ártico – e experimentações no limite do abstracionismo.
Para contemplar toda a sua trajetória, a mostra se divide em quatro grandes temas: seus anos de formação e primeiros trabalhos nos anos 1950; os anos de 1960 a 1970 e sua colaboração com as principais revistas de moda do mundo, como a Harper’s Bazaar e a Vogue francesa, além de retratos de personalidades como Jack Nicholson e Truman Capote; sua série de nus; e uma sala dedicada às viagens que fez.
Para o curador Sergio Burgi, “a obra de Stupakoff se associa com aquilo que Umberto Eco, no seu livro História da beleza, definiu como a beleza inquieta do Renascimento, em que forma, proporção e equilíbrio convivem com estranhamento e inquietação. As incursões de Otto nas artes plásticas ao longo de toda a sua trajetória, particularmente por meio de suas colagens e assemblagens, em paralelo às suas fotografias de naturezas-mortas e construções imagéticas quase surrealistas, convivem com fotografias verdadeiramente icônicas, de grande beleza e encantamento. Destacam-se, em especial, as imagens do universo feminino e da infância, em retratos, nus, fotografias de viagens e registros de seu âmbito familiar e íntimo, concebidas e realizadas dentro de uma linguagem fotográfica que transita entre a modernidadee a pós-modernidade. Inquietude, imaginação, liberdade e beleza formam, assim, a matéria-prima essencial da obra de Otto Stupakoff.”

 

 

 

Até abril de 2017.

Claudia Watkins nos Correios

15/dez

Neste dezembro, o público carioca volta a se encontrar com os trabalhos de Claudia Watkins, que, na exposição “OPUS CW XVI”, composta de apenas nove pinturas da artista. Na próxima terça-feira, 20 de dezembro, o Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, abre a exposição traz a série “Vasos e Flores”, últimos trabalhos de Claudia Watkins, nos quais ela explora cores, relevos e os limites entre o concreto e o onírico, que, para o artista Xico Chaves, se destacam pelo “lirismo impressionista (…) como se a poesia estabelecesse um laço romântico entre o passado e o presente, a permanência da linguagem já consagrada e sua atualidade efêmera”.

 

Claudia Watkins emprega pigmentos naturais e/ou industriais em seus trabalhos ou como ela diz ser obras “quase arqueológicas, de abstração quase simbólica”, até chegar ao “quase impressionismo”.

 

“Arte em sânscrito quer dizer fazer. Esta série resulta da progressão do que venho fazendo em pintura. Já tive como referência a arte rupestre, já passei por períodos monocromáticos. Agora, surge um momento de telas com cores e transparências aguadas, mais impressionistas, um aprendizado constante que a arte me proporciona”, diz Claudia.

 

A escolha do nome da mostra, é quase um verbete de arquivo: OPUS CW XVI ou Obras de Claudia Watkins, 2016. “Produzi a série este ano”, conta Claudia Watkins, que adotou Teresópolis para viver perto da natureza e dos animais, nunca deixando de dedicar-se à pintura e realizar exposições.

 
Sobre a artista

 

Começou a pintar nos anos 1990, quando passou a frequentar os ateliês de pintores como David Largman e Xico Chaves. Também participou, como acompanhante, no ateliê de artes do Museu do Inconsciente (criado pela psiquiatra Nise da Silveira),e esteve no London Project, de Charles Watson, em Londres.

Texto de Xico Chaves

 

Desde o início a pintura de Claudia Watkins compreende a ação direta e energética sobre o vazio da tela ou qualquer superfície. Projeta-se sobre o suporte decidida, como se fosse arrancar dele o que já está em seu imaginário. Múltipla na utilização de materiais pictóricos extrai do pigmento natural e industrial, ou da água e da resina acrílica, camadas que se reverberam em diversos planos, ora em linguagens abstratas, ora delineando sutilmente figurações simbólicas.

 

Para ela, o quadro é como um território poético a ser explorado, que deixa a descoberto sua própria extensão, como se expandisse sempre para fora, à procura de associações e narrativas abertas a diversas leituras. No entanto, captura e revela a constelação de imagens que compreende seu cotidiano e seu entorno, quase se desfazendo em pinceladas gestuais descontínuas, onde cor e forma interagem à procura do equilíbrio. A liquidez da tinta se dilui, ora em grossas camadas em primeiro plano, ora quase em aguadas que deixam a descoberto as colorações do fundo, o inconsciente, onde tem origem parte de sua investigação.

 

Espontânea e decidida, a escrita da pintura estabelece lugares inusitados em busca da reconfiguração de uma realidade não estática, onde o movimento é quase um improviso, quase improvável e sem resolução definitiva. A figura, delineada e simbólica, vem surgindo nas fases mais recentes de Claudia, que adquirem fisionomias etéreas em uma temática, mas não se apegam a resoluções demasiadamente explícitas, como na sequência de pinturas intitulada por ela de Madeixas, quando a água, os cabelos, o corpo e a natureza formam quase que uma só paisagem. Esta mimetização da figura parece simular a intenção consciente de estabelecer a narrativa de personagens que desejam falar de dentro para fora, mas sem a pretensão de ocupar um papel de protagonismo único. São emergências muitas vezes involuntárias, mas reais, submersas na semântica exposta pela abstração informal predominante.
 

Nesta exposição literalmente aflora a materialização da imagem objetiva e central onde a abstração cede seu espaço à figuração, mas esta inversão não exaure sua presença intensa e afirmativa. O lirismo impressionista se configura como se a poesia estabelecesse um laço romântico entre o passado e o presente, a permanência da linguagem já consagrada e sua atualidade efêmera. Vasos de flores, pura e simplesmente, mas estas flores parecem imaginárias sem abdicarem de sua presença cotidiana. Predominam na pintura os relevos da espátula, ferramenta que a artista sempre manuseou com destreza e a planura expressiva da tinta, que imprime profundidade e luminosidade. A linha do horizonte, eventualmente presente em algumas de suas paisagens, torna-se concreta e instaura o plano de apoio para a explosão de cores sobre o fundo semi- infinito, com ranhuras e diversas camadas de cor, como paredes envelhecidas, o passado, que se reflete ainda sobre a mesa. No presente, flor e fundo se interpenetram de forma compacta ou translúcida, com suas constelações florais intensas, híbridas, inquietas, sonoras, sensitivas, vivas.

 
De 20 de dezembro a 12 de março de 2017.

O Galpão exibe “Hallstatt”

14/dez

O Galpão, da Fortes D´Aloia& Gabriel, Barra Funda, São Paulo, SP, apresenta a mostra coletiva “Hallstatt”, cuja curadoria traz os nomes de Maria do Carmo M. P. de Pontes e KikiMazzucchelli. O elenco de expositores é composto por nomes nacionais e internacionais como Alexandre da Cunha, AmieSiegel, CandiceLin, CaraghThuring, Daniel Sinsel, ImanIssa, Joshua Sex, Manoela Medeiros, Mauro Restiffe, Nuno Ramos, Oliver Laric, Tamara Henderson e Tobias Hoffknecht.

 

 

Sobre a exposição

 
“Hallstatt” toma a noção de dualidade como ponto de partida para uma reflexão sobre o significado da repetição de signos, imagens e formas no contexto contemporâneo. A ideia de dualidade estrutura o pensamento ocidental desde o mito fundador da criação, estabelecendo-se como tema recorrente na literatura e na psicanálise a partir do século XIX. A exposição reúne a obra de treze artistas que, em suas práticas, lidam com o duplo por meio de diferentes estratégias, seja em seu entendimento mais fundamental – através de simetrias formais – ou filosóficos e existenciais: o duplo como um estado alterado de percepção, cópia, reciclagem ou índice de realidades paralelas. Ao propor mais questões do que respostas definitivas, a mostra visa ampliar a discussão em torno do tema, tão urgente em um momento em que verdades absolutas são cada vez mais propagadas – e o lugar da verdade, cada vez mais difícil de se identificar.

 
Hallstatt é um vilarejo cinematográfico situado à beira de um lago rodeado por montanhas na Áustria. Há cerca de cinco anos, passou a receber um enorme fluxo de turistas chineses – mais do que o habitual, mesmo para um lugar cuja principal economia é o turismo. Um deles, desavisado, revelou a um local que na província de Guangdong, na China, uma cópia idêntica de Hallstatt encontrava-se em estado já avançado de construção, para a surpresa dos menos de mil habitantes do vilarejo, que não haviam sido consultados. De fato, a China tem a prática de reproduzir monumentos ocidentais em seu solo, mas pela primeira vez copiava-se uma cidade inteira. Essa apropriação é especialmente simbólica considerando-se que Hallstatt possui a mais antiga mina de sal do mundo e um dos mais antigos sítios arqueológicos da Europa. De certa forma, trata-se assim da cópia por excelência: a apropriação da matriz de uma cultura.

 

 

Sobre os artistas

 
Alexandre da Cunha, Rio de Janeiro, 1969. Vive em Londres, é mais conhecido por esculturas que revisitam e ressignificam objetos cotidianos. Suas telas – que o artista enxerga antes como esculturas de parede do que como pinturas – seguem a mesma lógica ao incorporar materiais como esfregões, chapéus, conchas e escovas. A série Amazons (2014 – em andamento) tem como matéria prima toalhas de praia com estampas extravagantes. Cada uma das obras de Amazons reúne um grupo de toalhas a princípio idênticas, que Da Cunha tinge – dando a cada parte diferentes graus de nitidez – e costura em sequência, enfatizando noções de acúmulo e repetição.

 
AmieSiegel, Chicago, 1974. Vive em Nova York, trabalha majoritariamente com instalações audiovisuais que lidam, de diversas maneiras, com noções de dualidade. O vídeo Genealogies (2016) é uma espécie de arqueologia de referências da artista, em que ela articula a ideia de que há sempre citações a outras obras em projetos supostamente originais, tomando “O Desprezo”, filme de 1963 de Jean-Luc Godard, como estudo de caso. O clássico de Godard é também o tema de The NoonComplex (2016) uma projeção dupla acompanhada de um televisor em que ela desconstrói o filme, removendo digitalmente Brigitte Bardot da narrativa. O televisor mostra uma atriz reencenando os movimentos de Bardot, incitando o espectador a um processo dialético de sobreposição de imagens para obter uma narrativa completa.

 
CandiceLin, Concord, Massachusetts, 1979. Vive em Los Angeles, faz uso de diversos suportes para elaborar uma investigação minuciosa sobre o reino animal, focando sobretudo em fenômenos naturais e microrganismos como fungos e bactérias. Por exemplo, Hormonal Fog (Study #1) (2016, em colaboração com Patrick Staff) consiste em uma máquina de fumaça emitindo periodicamente uma substância que bloqueia a produção de testosterona. Nas colagens apresentadas em “Hallstatt”, a artista explora narrativas sobre fenômenos naturais que foram historicamente marginalizadas pela ciência: registros sobre homens que produzem leite materno, histórias sobre médiuns do sexo feminino que canalizam grandes figuras políticas, entre outras. Apresentadas como as amostras de espécies características dos museus etnográficos, esses trabalhos traçam uma história paralela da ciência que desafia categorias binárias tradicionais relativas ao gênero, às práticas culturais e à reprodução.

 
As pinturas de CaraghThuring, Bruxelas, 1972. Vive em Londres, perpassam noções de dualidade através de diferentes gestos. Por exemplo, o híbrido entre um vulcão e uma pirâmide – e, em nível mais fundamental, o tijolo que constitui esse híbrido – é uma imagem recorrente em sua obra. Outras de suas telas são inspiradas por composições de artistas canônicos, como Édouard Manet e FilippoBrunelleschi. Há ainda pinturas que Thuring enxerga simplesmente como duplas, uma precisando da outra para existir. Aqui, a artista mostra três telas quase idênticas nas quais retrata vulcões – versões em bordado de um desenho que ela realizou no início de 2016, que por sua vez é inspirado em guaches napolitanos do século XIX –, fagocitando a própria obra ao mesclar noções de fundo e figura. Thuring mostra também duas outras telas em que usa tijolos para construir figuras humanas executadas em escalas contrastantes: três homens diminutos posando em David Gandy (2014) e uma mulher agigantada em BrickLady (2013).

 
Daniel Sinsel, Munique, 1976. Vive em Londres, incorpora materiais orgânicos como sementes ou peles de animais em composições que perpassam a superfície bidimensional da tela, conferindo-lhes uma qualidade escultórica. Seus primeiros trabalhos, produzidos no início da década de 2000 – muitos dos quais retratavam jovens homens nus ou seminus – já apontavam explicitamente o seu interesse em explorar a noção de erotismo na pintura. Esse tema recorre em toda a sua produção, mesmo nos trabalhos onde a referência é menos evidente. Nas duas obras recentes apresentadas em “Hallstatt”, por exemplo, o erotismo é evocado a partir da relação criada entre aquilo que está dentro e fora da tela, daquilo que sua superfície oferece ou oculta ao espectador. Além disso, ao incorporar objetos cuja materialidade não é completamente identificável, cria uma espécie de trompl’oeil que levanta dúvidas sobre o que é realidade ou representação. Pintura/escultura, dentro/fora, realidade/representação são apenas alguns dos dualismos que perpassam a obra de Sinsel, calcada, acima de tudo, no jogo de sedução que o artista estabelece entre espectador e obra.

 
Na série de esculturas intitulada Lexicon (2012 -em andamento), ImanIssa, Cairo, 1979. Vive entre Cairo e Nova York, revisita obras de arte que são apresentadas na forma de estudos para remakes contemporâneos. Embora retenham os títulos dos desenhos, pinturas, esculturas e fotografias originais, os trabalhos resultantes não são reproduções fiéis ou cópias das obras originais, mas interpretações cujas formas diferem significativamente de suas fontes. Ao propor novas formas para esses trabalhos, Issa busca comunicar algo mais familiar e consistente com sua própria experiência a partir das ideias sugeridas pelos títulos. As esculturas são acompanhadas de legendas museológicas que contém breves descrições dos elementos originais, bem como sua procedência e data, oferecendo pistas sobre a identidade de seus duplos originais sem revelá-los completamente.

 
Joshua Sex, Dublin, 1985. Vive em Londres, é um pintor e escritor cuja pintura está intrinsecamente ligada a noção de reciclagem. Durante o seu mestrado no Royal CollegeofArts, em Londres (2011 – 2013), o artista passou a se apropriar de fragmentos de telas descartados nos corredores da universidade, usando-os como base para as suas composições. O que começou por necessidade ou diversão tornou-se um modus-operandi de Sex, que a partir de então passou a sempre necessitar dessas pistas na forma de vestígios para compor suas telas. O artista apresenta um conjunto de cinco pinturas realizadas entre 2012 e 2015.

 
As esculturas, pinturas, performances e instalações de Manoela Medeiros, Rio de Janeiro, 1991. Vive no Rio de Janeiro, têm como foco o corpo e suas relações com o tempo e o espaço. A alusão à pele e à permeabilidade são elementos recorrentes tanto nos trabalhos em que utiliza seu próprio corpo como nas instalações site-specific em que trabalha sobre as superfícies da parede para criar composições ambientais. Nessas últimas – a exemplo da instalação que a artista desenvolveu especificamente para “Hallstatt”, Manoela Medeiros descasca obsessivamente seções do revestimento das paredes e cria espelhamentos das formas produzidas pela sua ação, às vezes utilizando o próprio detrito de tinta produzido em sua feitura ou elementos tridimensionais incorporados ao trabalho.

 
As fotografias de Mauro Restiffe, São José do Rio Pardo, 1970. Vive e trabalha em São Paulo, são invariavelmente produzidas por meio de procedimentos analógicos e sempre em P&B, o que lhe permite obter uma gama de tonalidades e texturas muito mais ampla do que na fotografia digital. Ao longo das últimas três décadas, Mauro Restiffe desenvolveu um sólido corpo de trabalhos no qual a arte e a arquitetura são assuntos recorrentes. A arquitetura de Brasília e seu simbolismo cultural e político são pano de fundo para duas séries produzidas respectivamente à ocasião do empossamento do Presidente Lula (Empossamento, 2003) e do enterro de Oscar Niemeyer (Oscar, 2012), da qual uma das imagens está presente em “Hallstatt”. Ao registrar o mesmo local após um intervalo de tempo, o artista estabelece uma relação de dualidade entre as séries, que faz com que as imagens sejam atualizadas e ressignificadas. A exposição inclui ainda dois trabalhos da série Rússia (2015), que evidenciam o interesse de Restiffe em capturar imagens (pinturas, fotografias, etc) dentro da imagem fotográfica, ressaltando a relação dialógica entre espectador e imagem e a natureza ilusória da imagem.

 
Nuno Ramos, São Paulo, 1960, onde vive e trabalha, explora noções de dualidade, mimese, intertextualidade e repetição através de diferentes linguagens e materiais, que vão do texto à imagem, do som à encenação. Em “Hallstatt”, Nuno Ramos apresenta 3 cinzas (Ai, pareciam eternas!), uma instalação efêmera composta por cal, cinza e sal. O artista reproduz no chão do Galpão a linha da fachada de três casas em que morou ­­– a da avó, a da mãe e a casa onde os filhos nasceram – utilizando um pó diferente para cada contorno. Ao longo da exposição, as linhas desmancham-se e rearranjam-se com pisadas e vento. A obra alude a 3 lamas (Ai, pareciam eternas!), instalação site-specific realizada por Nuno Ramos em 2012 mas, sobretudo, ao deslocamento de lugares afetivos, da memória. O artista exibe também a obra “Un Coup de Dés”, que é uma versão em vidro e ácido do poema de Stéphane Mallarmé, “Un Coup de Dés Jamais N’Abolira leHasard” (1897), tido como o primeiro poema tipográfico da história. Na versão de Ramos, as lâminas de vidro são sobrepostas, permitindo que os versos, gravados no vidro em ácido, sejam lidos em sua totalidade. O artista contribui ainda com o ensaio Bonecas russas, lição de teatro, publicado originalmente em seu livro “Ó”, de 2008, e republicado no catálogo da exposição.

 
Desde o início de sua prática artística há cerca de dez anos, Oliver Laric, Innsbruck, Austria, 1981. Vive em Berlim, toma a cópia, apropriação e ressignificação como nortes de sua obra. Em “Hallstatt”, Laric mostra duas esculturas que integraram sua exposição recente no Secession, em Viena (Photoplastik, abril – junho de 2016), em que ele produz scans em 3D de esculturas públicas localizadas na mesma cidade – no caso, o Monumento à Auguste Fickert de Franz Seifert (1929) e Polar Bearand Seal, de Otto Jarl (1902) – e os reimprime em poliamida. O artista disponibiliza todos esses scans em um website, onde qualquer um pode baixá-los, apontando assim também para a noção de dispersão.

 
Tamara Henderson, New Brunswick, Canadá, 1982. Vive no Canadá, produz majoritariamente esculturas e instalações – por vezes funcionais – que ela imagina enquanto em um estado alterado de percepção, seja sob hipnose, barbitúricos ou durante o sono. Em “Hallstatt”, Henderson mostra duas grandes cortinas que produziu durante uma residência em HospitalfieldHouse, em Arbroath, na Escócia. As obras funcionam como um portal para uma realidade paralela imaginada pela artista, um elemento de transição que assinala o movimento de passagem de uma dimensão a outra. Cada uma das peças sintetiza o imaginário subjetivo associado a essas realidades, consistindo, nas palavras da artista, em “cartões postais de paisagens enxergadas através de escotilhas”.

 
Tobias Hoffknecht, Bochum, Alemanha, 1987. Vive em Colônia, formou-se na Kunstakademie de Dusseldorf, em 2013, onde estudou sob a orientação de RosemarieTrockel. Adotando uma estética minimalista, Hoffknecht produz instalações geralmente compostas de duplas de elementos escultóricos que criam diferentes relações entre o espectador e o espaço expositivo. Com acabamento preciso, suas peças se assemelham a ready-mades industriais, embora sejam trabalhos únicos fabricados de acordo com as especificações do artista. Assim, estabelecem um diálogo estreito com o design, muitas vezes evocando mobiliários ou interferindo diretamente na arquitetura do espaço expositivo. Em “Hallstatt”, Hoffknecht apresenta duas esculturas inéditas em madeira e aço inoxidável, materiais recorrentes em sua prática.

 
Ainda em exposição estão cinco duplas de pratos que pertencem a duas coleções particulares de São Paulo e datam entre 1750 e 1860. Alguns foram adquiridos já em pares; em outros casos, os colecionadores compraram um e esperaram anos até encontrar o seu duplo. Por serem manufaturados, cada peça apresenta pequenas diferenças em relação a seu par – uma flor maior, uma árvore com folhagem mais espessa e assim por diante – convidando o espectador a inspecioná-los minuciosamente, como em um jogo dos sete erros. Há uma exceção curiosa, em que a discrepância é a princípio óbvia; após uma análise próxima, percebe-se que enquanto ambas caldeiras apresentam diferentes cenas palacianas, suas bordas repetem o mesmo padrão.

 

 
Até 10 de fevereiro de 2017.

Foto de Katie van Scherpenberg

12/dez

O Oi Futuro, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a fotografia “Santana”, da artista Katie van Scherpenberg, no Grande Campo, espaço de arte pública mantido pelo centro cultural no Flamengo. Cobrindo a fachada lateral do prédio, com 10 metros de altura, a obra traz a imagem de um morcego em preto e branco. “Santana” tem curadoria de Alberto Saraiva e ficará em cartaz até 29 de janeiro de 2017.O trabalho é baseado numa foto analógica de 1998, feita com flash. “A imagem foi feita às cegas numa visita à casa do meu pai, na IIha de Santana, no Rio Amazonas. Entrei no quarto onde ele havia morrido quase 30 anos antes. Imagem de cego, sem saber, sem ver, ignorante e belo”, lembra a artista.

 

Sobre a artista

 
Pintora, gravadora e desenhista, com trabalhos experimentais de intervenção na paisagem desde 1983, Katie van Scherpenberg nasceu em São Paulo em 1940 e viveu a infância na Inglaterra. Estudou pintura na Academia de Belas Artes da Universidade de Munique, na Alemanha e em Salzburg, na Áustria. Katie morou também na Ilha de Santana, situada no Rio Amazonas, até 1973, quando veio definitivamente para o Rio de Janeiro. Foi uma das fundadoras da ABAPP (Associação Brasileira de Artistas Plásticas Profissionais) em 1976, tendo feito parte de sua diretoria até 1983.Além do trabalho em pintura, a artista desenvolve desde 1976 uma carreira como professora de Artes Plásticas, tendo lecionado em diversas faculdades e escolas de artes, incluindo a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde atua desde 1983.

 

 

Sobre o Grande Campo

 
O “Grande Campo” propõe uma aproximação do artista com o público por meio de uma intervenção na fachada que ocupa uma área superior a 120 m² e que possui uma iluminação especial, de modo que a obra pode ser vista e notada também durante a noite.

 

 

Até 29 de janeiro de 2017.

“Bursa” | Ramsés


No dia 13 de dezembro, das 17h às 22h, “A Estufa” + “Emma Thomas”, inauguram na Rua Wisard, 53, Vila Madalena,um programa de três meses de intervenções e instalações que se relacionam com as disfunções da ideologia do capital e também sua contraposição, a reconexão com a natureza. O próprio espaço expositivo como um site specific abriga ações, obras, performances e projetos que se relacionam com as investigações de ciclos, processos de transformação e impermanência.O artista e designer Ramsés Marçal inaugura esta parceria com uma série de esculturas que, em uma primeira camada, dialoga sobre o peso da existência e da cultura de consumo. A mostra “Bursa” fica em cartaz até 15 de janeiro.

 

 
“Bolsas de Pedra” – Ramsés Marçal

 

Texto: Fred Goyanna

 

Na atual relação entre arte e consumismo percebemos aspectos bem diversos daqueles observados nas primeiras produções da Pop Art, ainda nos anos 1960. Se antes tínhamos artistas com posturas irônicas e questionadoras, hoje assistimos à construção de uma afinidade mais sutil, e mais perigosa, entre os mundos das artes e do consumo. Sente-se, em parte da produção contemporânea, mais vontade de ser consumida do que de abordar, de maneira talvez incômoda, o fenômeno do consumismo e o seu vazio.

 

Ramsés Marçal nos apresenta bolsas de pedra.

 

É com esse objeto-fetiche que ele enfrenta a contradição e questiona a aparente impossibilidade da arte ser consumida e, ao mesmo tempo, questionar o próprio consumo. Mais que isso. Sem abrir mão da sua poética_ onde a violência, a morte, as dores de amores sempre estiveram presentes_ ele comenta “o peso de existir” enquanto extrai da pedra dura a leveza visual possível nesses tempos de consumo pesado.

 

A sua trajetória, que vai do pragmatismo do design à sublimação artística, é marcada pela presença dos conteúdos mais crus e mais pulsantes da vida. Neste trabalho, porém, é como se uma sensibilidade feminina tivesse se aproximado do artista. Uma mulher passou por aqui. Desfilando, vaidosa, vida afora ela esconde um segredo. De repente, num encontro, arma na mão, tudo se esclarece:

 

– A bolsa ou a vida!
– Como?!…
– Passa a bolsa!
– Toma! Ela é de pedra.
(Recife, outubro de 2016)

 

 
Sobre o artista

 

Ramsés Marçal, Recife, PE, Brasil, 1976.Atualmente vive e trabalha em Recife, estudou e trabalhou em Florença e São Paulo.Estudou na Florence Academy na Itália e desenho industrial na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Atua entre artes plásticas, design, montagem de mostras e projetos expográficos (FAAP, Oca, Bienal). Ministrou no 5ºInDesign, encontro Nacional dos Estudantes de Design, a oficina Criação de Texturas Tridimensionais, realizou palestra no Fórum Gestão do Design Belas Artes, entre outras atuações acadêmicas. Como artista, participou de diversos grupos de pesquisa e durante seus 10 anos em São Paulo, manteve um ateliê coletivo de produção onde junto com Miguel Sanches criou o projeto “Fogo”, para atuções conceituais na fronteira entre a arte contemporânea e o design. Participou de diversas mostras coletivas, entre elas nas galerias Emma Thomas, Baró e Moura Marsiaj.Após dois anos de pesquisa no sertão de Pernambuco e na zona metropolitana de Recife, retoma a observação sobre suas origens e cultura, utilizando os elementos do entorno como material para suas criações e inquietações existencialistas.

 

 
Sobre A Estufa

 

“A Estufa. Onde você se inspira e inspira.”

 

A Estufa é realmente um espaço alternativo, plural, onde acontecem exposições e eventos culturais. É também o showroom exclusivo da linha de tintas Terracor e uma fina loja de paisagismo, com muitas plantas, vasos e peças para jardins. A Estufa tem gente que projeta. Gente que ajuda você a tornar realidade aquilo que pensou. E mesmo o que você não pensou. Vá lá e dê uma olhada sem pressa. Converse. Sinta. Você vai gostar.

 

 
Sobre a galeria Emma Thomas

 

A galeria Emma Thomas foi inaugurada em 2006 com o intuito de ampliar a discussão em arte contemporânea, modificando e adaptando as práticas do meio a fim de aproximar a produção artística do público – democratizar o acesso ao conteúdo e ao consumo de cultura nacional. É uma das pioneiras no circuito de jovens galerias brasileiras trabalhando transversalmente com os artistas, curadores e coletivos, através da elaboração de mostras, palestras, cursos, feiras nacionais e internacionais. A galeria se caracteriza por sua pulsante atividade e como ambiente livre para a experimentação, amadurecimento, fortalecimento e consolidação da cena artística local. Ao longo dos últimos anos, acumulou diversos prêmios como Melhor Galeria Jovem em Buenos Aires (ArteBA), segunda melhor Galeria de São Paulo pela revista Época e pela Folha de São Paulo em 2015. Em 2016, a galeria abre um novo espaço de intercâmbio e mostras pop up no LowerEastSide, Nova York, e paralelamente em São Paulo atua fora do “cubo branco” em ocupações e intervenções nômades e colaborativas, como possíveis novas plataformas para o questionamento cultural.

 

 
Sobre os Colaboradores:

 
Este projeto é realizado nos moldes de economia colaborativa e agradece a todos os envolvidos pela parceria, apoio e profissionalismo. O Studio transdisciplinar MNMA, formado por Andre Pepato e Mariana Schmidt desenvolveram o projeto arquitetônico; a equipe do Galpão Wisard 53 das empresas Terracor e A Estufa fazem parte da estrutura, idealização, execução e apoio; a Brutal Agency de Paulo Peixoto desenvolve parte da comunicação e novas mídias; a colaboração e cenotécnica do Studio Chicão Guerrero; SURI Ceviche& Bar para a abertura do projeto.

 

Para a mostra Bursa:Trilha sonora Original composta por Berna Vieira – Estúdio Batuka;texto e voz de Fred Goyanna; esculturas, apoio de Paulo Artesanatos.

 

Agradecimentos do artista: Rita Marçal, Marisa Marçal, Berna Vieira, Fred Goyanna, Carol Monteiro, Keops Ferraz, Rafael Chamie, Vera Freire, Viviane David, Gustavo Peixoto, Giuliano Calife, Tácio Ferraz, Arminda Jardim, Miguel Sanches, Verucio Ferraz, Paulo Cabral, Fernando Lima, Maiara Lira, Rose Marçal, Roberto da Cruz, Roberto José, Paulo da Cruz, Patricia Marçal, Ridete Marçal, Rinalva Marçal, Paulo Sérgio Alves, Luan Victor, Margarida de Cândida, Ramos Mineiro, Lula Portela, equipe da Emma Thomas e a todos que colaboraram para a viabilização deste projeto.

 

Na Soleira da Noite


A Galeria Sancovsky, São Paulo, SP, apresenta “Na Soleira da Noite”, exposição coletiva composta por 10 artistas, entre eles os quais, Oswaldo Goeldi, Lucas Costa e Regina Johas. Com curadoria de Claudio Cretti, a mostra apresenta mais de 20 trabalhos entre pinturas, desenhos, fotografias, filmes e gravuras, que fazem uma reflexão poética sobre a ausência de luz na produção recente de arte.

 
Tendo em comum uma luz finita pequena, que surge na escuridão, ou simplesmente de uma paleta reduzida a cores escuras e noturnas, as obras exibem de forma simples a sobriedade de questões vindas do expressionismo moderno.

 
Dentro dessa seleção exclusiva feita por Claudio Cretti, as obras de Oswaldo Goeldi aparecem nesse conjunto como uma proposição poética para a produção contemporânea, que se volta para o mundo da mesma forma que se coloca no universo da arte, ou seja, as preocupações e inquietações desses artistas atualizam questões de nossos dias à luz da tradição.

 

 

Artistas

 
Fazem parte da exposição os artistas: Ana Bê Elorza, Flora Leite, Germana Monte-Mór, Karen de Picciotto, Lucas Costa, Mariana Galender, Oswaldo Goeldi, Pedro França, Regina Johas e Thomaz Rosa.

 
Até 23 de dezembro.

Lotus Lobo na Manoel Macedo

09/dez

Encontra-se em cartaz na Manoel Macedo Arte, Carlos Prates, Belo Horizonte, MG, a exposição “Constellação”, individual de Lotus Lobo. Compõem a exposição, trabalhos das décadas de 1960/70, além da produção recente da artista, que também responde pela curadoria. O critico de arte Rodrigo Moura, assina o texto de apresentação.

 

 

O conteúdo da mostra “Constellação”

 

Em exposição exemplares de “Maculaturas” – flandres e cartão – da década de 1970, e o fac-simile (versão impressa em fine art) da obra “Transformação / Mutação / Transformação/ Mutação”, de 1968.  Seguem obras da série recente de litografias “da Estamparia Litográfica” (2016) – impressões em caixas de papelão, papel cartão, papéis de embrulho. Nesta série as impressões foram orientadas pelo processo das Maculaturas dos anos 70, mas agora as sobreposições de formas/imagens de embalagens e rótulos da litografia industrial são direcionadas pela artista, mas sempre com intermédio de situações do acaso. São referências da Memória da litografia industrial sedimentadas em camadas sobre suportes diversos por vezes embalagens de produtos atuais. Junto às obras serão exibidos fragmentos de sua vasta coleção da litografia industrial (matrizes de zinco, impressões em papel, etc.).

 

Outro destaque é a criação de uma bobina com aproximadamente 15 metros de impressões. Confeccionada especialmente para mostra a bobina se compõe por impressões de imagens provenientes de matrizes de zinco com imagens do registro de cores de rótulos da Estamparia Juiz de Fora. Instalada sobre uma mesa a bobina poderá ser manuseada pelo espectador.

 

Após ter dedicado mais de 40 anos à linguagem litográfica, Lotus Lobo trabalha, atualmente, para a criação de um Centro de Memória da Litografia Industrial de Minas Gerais para disponibilizar o acesso a sua coleção particular de matrizes da litografia de rótulos industriais adquiridos em sua trajetória de pesquisa

 

 

Até 07 de janeiro de 2017.

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