O mundo como matéria em trânsito.

28/out

Almeida & Dale, Pinheiros, São Paulo, SP, anuncia a representação de Rodrigo Andrade (São Paulo, 1962).  Nome incontornável da arte contemporânea brasileira, Rodrigo Andrade tem desenvolvido uma obra marcada pela investigação profunda e pela livre experimentação com a pintura – em sua dimensão material, visual e histórica. O artista desenvolve uma reflexão contínua sobre seus fundamentos e possibilidades, explorando as relações entre matéria e expressão, gesto e repetição, imagem e sensação. Em sua prática, a superfície pictórica torna-se campo de permanente tensão, em que camadas espessas de tinta se adensam ou se dissolvem, configurando paisagens, espaços, objetos e grafismos em constante movimento. Suas composições, intensas e carregadas, refletem a pulsão e o caráter mutável da vida, assim como seu corpo de trabalho é um testemunho da vitalidade e da elasticidade da pintura contemporânea, incorporando múltiplas referências, técnicas, gêneros e temas. Entre o rigor conceitual e a manifestação intuitiva, entre a fisicalidade e a iconografia, sua obra busca sempre propor um olhar renovado sobre a história da pintura e sobre sua capacidade de pensar, representar e transformar as dinâmicas do mundo.

“Eu me sinto condenado a um movimento constante. Algo meio picassiano. No meu percurso fiz várias mudanças radicais, rupturas. Desde a grande guinada ocorrida logo em seguida à Casa 7, e até antes disso. Dá pra falar num movimento pendular, ou circular, entre figuração e abstração, mas as questões retornam sempre em outro nível, como uma espiral. (…) Meu processo é menos contínuo, por isso o momento forte da minha pintura é quando encontro uma forma nova de pintar. Procuro muito mais a descoberta e a habitação do território do que propriamente uma depuração. Nos anos 1980, quando começa sua trajetória, os trabalhos de Rodrigo Andrade eram marcados pelo vigor energético, pelo gesto forte e pela densidade matérica, traços que permaneceriam centrais em toda a sua obra. Naquela década, ao lado de amigos artistas, fundou o ateliê coletivo Casa 7, consagrado na 18ª Bienal de São Paulo – na emblemática instalação que ficou conhecida como “A Grande Tela”. Rodrigo Andrade, entrevista com Tiago Mesquita, 2014.

Desde então, Rodrigo Andrade mantém uma prática de experimentação e reinvenção de seu próprio vocabulário, em um movimento pendular entre a abstração e figuração, leveza e densidade, pintura e objeto, histórico e ordinário. Fotografias pessoais, imagens do noticiário, referências da história da arte e pinturas de outros artistas são absorvidas e reformuladas em composições carregadas de densas camadas matéricas e imbuídas de uma dimensão psicológica e emocional. A mutação é tanto o assunto quanto o método: suas pinturas resultam de um processo em que cada gesto se converte em outro, em que a mancha se torna bloco, o bloco se torna objeto e o objeto vira espaço, sublinhando o mundo como matéria em trânsito. Do mesmo modo, sua prática incorpora o ímpeto de transformação, abrindo-se sempre a novos caminhos e possibilidades existenciais. 

Rodrigo Andrade participou da 18ª e 29ª Bienal de São Paulo, do 24º e 29º Panorama da Arte Brasileira do MAM São Paulo; e teve retrospectivas em instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, e Museu Oscar Niemeyer, Curitiba. Suas obras integram coleções de instituições como o MAM São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; MAC Niterói; MAC USP; Museu de Arte da Pampulha; e Instituto Itaú Cultural.

 

São Paulo ganhou novo espaço.

27/out

A cidade de São Paulo inaugurou um novo espaço expositivo voltado à Arte Moderna e Contemporânea. Localizado no sétimo andar do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, o Espaço Milú Villela – Brasiliana: Arte Moderna e Contemporânea amplia o acesso do público ao Acervo Itaú Unibanco, considerado a maior coleção corporativa de arte da América Latina, com mais de 15 mil obras.

Com 280 m², o novo andar se junta ao Espaço Olavo Setúbal, inaugurado em 2014, e ao Espaço Herculano Pires, aberto em 2023, reforçando o compromisso da instituição em apresentar diferentes recortes da Arte e da Cultura brasileira. O espaço leva o nome de Milú Villela, psicóloga que presidiu o Itaú Cultural por quase duas décadas, entre 2001 e 2019. A entrada é gratuita.

A mostra inaugural, de longa duração, se chama “Brasil das Múltiplas Faces” e conta com curadoria de Agnaldo Farias e projeto expográfico do arquiteto Daniel Winnik. A exposição reúne 185 obras de 150 artistas, datadas de 1889 até os dias atuais. Nomes como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Tomie Ohtake, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Rosana Paulino e Adriana Varejão estão entre os destaques. Segundo Sofia Fan, gerente de artes visuais e acervos do Itaú Cultural, o novo espaço promove reflexões sobre identidade e diversidade por meio de diferentes narrativas visuais. “O foco em arte moderna e contemporâne traz uma continuidade destas relações, estimulando o olhar crítico e promovendo uma visita não linear e profundamente reflexiva”

Nova série de trabalhos de Luiz Zerbini.

20/out

A Natureza e o ambiente urbano.

A exposição de Luiz Zerbini, “Vagarosa Luminescência Voadora”, será inaugurada no dia 01 de novembro na Fortes D’Aloia & Gabriel, Barra Funda, São Paulo, SP,  apresentando uma nova série de trabalhos que ampliam sua investigação sobre as intersecções entre a Natureza e o ambiente urbano.

“Como em um inventário afetivo e botânico dos trópicos, o artista se volta mais uma vez para a paisagem – não como cenário idílico, mas como corpo vivo, habitado, tensionado por histórias visíveis e invisíveis. A floresta, os campos, as margens dos rios, os vestígios urbanos e os restos do que chamamos de civilização são traduzidos em esculturas e telas de grande dimensão, com padronagens geométricas e gestos orgânicos.” escreve Catarina Duncan no ensaio crítico que acompanha a exposição.

A mostra permanecerá em cartaz até 24 de janeiro de 2026.

 

Nova individual de Camille Kachani.

17/out

A Zipper Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, apresenta Uma Contra-História do Brasil, nova individual de Camille Kachani. A série revisita criticamente a elaboração do que se convencionou chamar de “história oficial” do país, propondo outra leitura a partir das margens – povos originários, africanos escravizados e fluxos europeus empobrecidos, cujas experiências foram em grande parte silenciadas no discurso oficial. 

Inspirado no procedimento de Michel Onfray ao formular uma “contra-história” da Filosofia, Camille Kachani desloca o foco do cânone para protagonistas invisibilizados. “Nestes trabalhos, tento recontar, por meio de alusões e símbolos, a história do País pelos olhos dos povos que, embora tenham formado ou construído o Brasil, não participaram da elaboração da História Brasileira”, afirma o artista. Em seu vocabulário visual, materiais naturais e artefatos culturais se entrelaçam, reabrindo disputas sobre quem nomeia, mapeia e narra o território.

A mostra reúne 12 trabalhos inéditos entre esculturas e objetos em técnica mista. Em “Pindoretama” (2025), título que evoca a nomeação tupi do território, o artista transforma o “solo” em tecido ou bandeira, abordando uma disputa simbólica. “Contra-História do Brasil” (2024) aproxima a diversidade genética de povos e a natureza de um país marcado por ciclos de predação. Em “Pau-Brasil” (2024), um tronco-escultura condensa a ambivalência entre mercadoria e mito de origem, fazendo emergir narrativas autóctones. “Desmapa I” e “Desmapa II” (2025) propõem cartografias sem reconhecibilidade, enquanto “Mundus Hodiernus I/II” (2025) inverte mapas-múndi para sugerir a repetição global de conquista e apagamento. Já “Brazilapopolo” (2025), “os povos do Brasil”, em esperanto, elabora, por meio de uma trama de plantas e sinais, a constituição mestiça do país.

Com humor ácido e precisão formal, Camille Kachani desarma a suposta neutralidade dos objetos. Ao “fazer brotar” galhos, raízes e inscrições de ferramentas, livros e móveis, suas esculturas encenam a fricção entre natureza e cultura, tradição e modernidade, apagamento e lembrança. Em vez de ilustrar a história, o conjunto a reconfigura por imagens – “uma arqueologia crítica do presente”, nas palavras do próprio artista.

Sobre o artista

Camille Kachani (Beirute, Líbano, 1963) é artista libanês-brasileiro. Vive e trabalha em São Paulo. Sua prática transita entre escultura, objeto, colagem e fotografia, investigando identidade, pertencimento e a transformação da natureza/cultura através de objetos do cotidiano e materiais orgânicos.

Até 20 de dezembro. 

Juntas, Almeida & Dale e Galleria Continua.

15/out

Carlos Garaicoa inaugura Double Exposure, sua primeira individual em São Paulo, SP,  em seis anos, que acontece simultaneamente na Almeida & Dale (Vila Madalena) e Galleria Continua (Higienópolis). 

A mostra, composta por trabalhos que transitam entre pintura, escultura e instalação, aborda temas centrais na produção do artista: a arquitetura, a matemática, a geometria e o tecido social das cidades. Entre eles, está um novo grupo de trabalhos em que imagens fotográficas passam por intervenções com tinta óleo e materiais diversos para criar cenas nas quais formas orgânicas irrompem da paisagem urbana. Já nas obras da série π=3,1416, Garaicoa retoma, de certo modo, sua origem como pintor, com peças que recaem no limiar da bi e tridimensionalidade, enquanto examinam a geometria e dialogam com vertentes do construtivismo e concretismo. Outro destaque, Toda utopia passa pela barriga, é uma instalação concebida entre 2008 e 2024, que toca em temas como isolamento e alimentação – em sua dimensão histórica na formação das sociedades e diante dos atuais conflitos que levam à escassez e à fome. Com obras inéditas e séries consagradas internacionalmente, Double Exposure reflete uma pesquisa artística coesa e, ao mesmo tempo, em constante reinvenção. 

Em cartaz até 10 de janeiro de 2026.

 

A relação entre arte, indústria e tecnologia.

Exposição coloca em diálogo artistas históricos e contemporâneos. Com obras de alguns dos principais nomes da arte brasileira do século XX, como Abraham Palatnik, Ascânio M.M.M., Claudio Tozzi, Francisco Brennand, Jacques Douchez, Lothar Charoux, Mauricio Nogueira Lima, Rubens Gerchman, Toyota, dentre outros, a Galeria Pró-Arte, Jardim América, São Paulo, SP, apresenta “Pelas engrenagens”, exposição coletiva que reúne artistas históricos para investigar a complexa relação entre arte, indústria e tecnologia no Brasil. A mostra permanecerá em cartaz até o dia 10 de novembro.

A proposta é lançar um olhar sobre a forma como esses artistas responderam aos processos de modernização e industrialização em países de origem colonial, estabelecendo diálogos entre a experimentação estética e a possibilidade de uma vida moderna.

“A ideia de que arte e indústria são capazes de estabelecer relações razoavelmente simétricas acontece, no terceiro mundo, às avessas. Se a industrialização dos grandes centros parte de transformações na demanda que implicam a exigência por adequação da oferta, a pressa das economias subdesenvolvidas por atingir o padrão de consumo do centro leva a ordem dos processos de pernas para o ar: as transformações partem da oferta para depois confrontarem a demanda. Pelas engrenagens reúne um conjunto de artistas que experimentaram a industrialização tardia dos países subdesenvolvidos e que, justamente por isso, são capazes de formalizar a convivência contraditória de uma urgência moderna edificada sob estruturas coloniais resistentes”, afirma Gabriel San Martin, que assina o texto crítico da mostra.

Partindo de diferentes abordagens para problemáticas relacionadas à mecanização, à serialização e às transformações sociais garantidas pela tomada de força da indústria no século passado, a seleção de obras apresenta recortes desses debates e reflete sobre algumas das implicações e impasses que persistem na realidade contemporânea. E, ao oferecer ao público a oportunidade de entrar em contato com passagens importantes da produção artística nacional, “Pelas engrenagens” se volta a diversas pesquisas desenvolvidas por esses artistas na busca por incorporar elementos da era industrial em suas produções, resultando em trabalhos que ainda hoje ressoam nas discussões sobre o nosso processo de modernização a partir do elo entre arte e tecnologia.

 

José Guedes entre Rothko, Fontana e Klein.

14/out

Nomes de referência na Arte Contemporânea, Rothko, Fontana e Klein impactaram a percepção do vazio e da cor. Inspirado na profundidade meditativa de Mark Rothko, na precisão cortante de Lucio Fontana e na imaterialidade vibrante do azul de Yves Klein que José Guedes criou seu espaço próprio – tensionado entre o visível e o que pulsa além da superfície. Artista cearense de expressão intensa e silenciosa, “José Guedes entre Rothko, Fontana e Klein” comprova esta construção entre tons, gesto e transcendência, na individual que ocupará até 1º de novembro a Sergio Gonçalves Galeria, Jardim América, em São Paulo, SP. A curadoria da exposição foi feita em conjunto pelo galerista Sergio Gonçalves e pelo artista, que selecionaram 29 obras em acrílica sobre tela.

Nas suas pinturas, a cor não é apenas aparência; é presença. O azul Klein se torna espaço, o corte se transforma em respiro, e a superfície revela aquilo que está além da matéria, subvertendo a nova dimensão proposta por Fontana em sua obra. O gesto que até então se dava em forma de cortes e furos, agora vira pincelada, uma nova provocação, convidando o espectador a interagir com a nova dimensão. O diálogo com Rothko se dá com traços mais delineados, marcantes, como se estivesse a desafiar o silêncio contido nos campos de cor, numa abordagem mais direta da expressão espiritual existente nas obras do mestre letão, naturalizado americano. José Guedes constrói um território próprio: simples e ao mesmo tempo cheio de mistério.

Sobre o artista.

José Guedes nasceu em Fortaleza, Ceará. Desde cedo já era autodidata na pintura. Com mais de 40 anos de carreira, suas obras estão nos acervos do Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Museu Iva, na Espanha. Recebeu um total de 18 prêmios, nacionais e internacionais. Participou de dezenas de exposições coletivas e individuais no Brasil. Além da pintura, ele também faz esculturas, instalações, vídeos e fotografia. Aguns dos mais importantes críticos brasileiros escreveram sobre seu trabalho, como Agnaldo Farias, Moacir dos Anjos, Tadeu Chiarelli, Priscila Arantes  Denise Mattar, Olívio Tavares de Araújo e Daniela Bousso e também estrangeiros como Nilo Casares, Hernan Pacurucu, Adrienne Samos e Carlos Rojas, entre outros. Ao longo de sua carreira José Guedes realizou exposições individuais e coletivas em museus brasileiros e internacionais como: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Paço das Artes, São Paulo, SESC Pinheiros, São Paulo, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Museu de Arte da Bahia, Salvador, Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Instituto Valenciano de Arte Moderna, Espanha, Musée d´Art Contemporain, Bordeaux, França, Museo Antropológico y de Arte Contemporaneo, Guayaquil, Museo Castillo de Mata, Las Palmas, Gran Canaria, entre outros. Criou intervenções urbanas em Fortaleza, Edimburgo, Glasgow e Paris, tem obras em importantes instituições como Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte de Santa Catarina, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museum of Latin American Art de Long Beach, Daros Latinamerica – Zurique, International Mobil Madi Museum – Budapest, IVAM de Valência, Espanha, entre outros. Entre seis prêmios, tem especial destaque o Palette D’Or, recebido no XXVII Festival International de la Peinture de Cagnes-Sur-Mer, França, em 1995. O artista foi premiado ainda no Salão de Abril, Fortaleza, nas edições de 1996, 1994, 1987, 1982, 1981, na Unifor Plástica em 1982, e no Prêmio Pirelli de Pintura Jovem, nas edições de 1985 e 1983,

Arte ao ar livre.

13/out

O Parque da Luz, em São Paulo, SP, recebe a 14ª Mostra 3M de Arte. A exposição gratuita reúne obras site-specific de seis artistas brasileiros sob o tema “Biomorfos: a Reinvenção do Ser”, com curadoria de Ana Carolina Ralston.

Entre os participantes está o artista baiano Ayrson Heráclito, que apresenta três esculturas em aço inox de sua aclamada série “Juntó”, acompanhadas de desenhos e poemas em torno das combinações entre 16 orixás. As obras unem tradição ancestral e afrofuturismo, ampliando sua pesquisa atualmente em exibição na galeria Portas Vilaseca, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, em sua individual “Oríkì Ìwòran”, com curadoria de Lisette Lagnado.

Instalada nos jardins e espaços históricos do Parque da Luz, a 14ª Mostra 3M de Arte antecipa as comemorações do bicentenário do local e segue em cartaz até 26 de outubro. Também participam os artistas Leandra Espírito Santo, Leandro Lima, Licida Vidal, Luiz Zerbini e Rafa Bqueer.

 

Parceria anunciada em corepresentação.

09/out

A Almeida & Dale, São Paulo, SP, anuncia a corepresentação de Rayana Rayo (1989, Recife, PE) em parceria com a galeria Marco Zero, de Recife. 

A obra de Rayana Rayo nasce de processos profundamente pessoais. Suas pinturas, que evocam paisagens ou organismos vegetais, constituem um bioma próprio, que responde a experiências sensíveis e a elaborações subjetivas. Rayana Rayo parte de formas fundamentais e de uma paleta de cores rebaixada para criar fabulações em suas pinturas, das quais emergem formas que aludem a montes, ilhas, paisagens aquáticas e abissais, além de plantas, bichos e outros seres que se destacam do fundo e cintilam na superfície da tela. 

De caráter onírico, suas representações não buscam correspondência imediata com o mundo exterior. Ainda que este seja sugerido em suas formas, para a artista, a pintura se afirma como um instrumento de materialização de memórias, desejos e experiências cotidianas, ao mesmo tempo em que estabelece diálogo com a tradição artística pernambucana. “Nunca é algo dado, eu sempre faço escolhas no momento e que tem a ver com o meu momento durante a pintura. Se eu estou triste, se eu estou feliz, se eu estou querendo trazer um problema muito sério, se eu estou querendo desejar algo e intenciono esse algo. (…) E tenho também uma vontade de trazer potência para aquela materialidade. Não é só uma pintura, é um objeto que eu empodero. Então, é um pouco de mim de uma maneira energética dentro da pintura”.  

Sobre a artista.

Atualmente, Rayana Rayo apresenta Yo soy semilla, individual na galeria Travesía Cuatro, em Guadalajara, no México. Em São Paulo, a artista exibe a pintura, Descansando um pouco (2025), comissionada para a exposição A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant, com curadoria de Ana Roman e Paulo Miyada, no Instituto Tomie Ohtake. Também a convite da instituição, a artista realizou uma residência promovida pela Édouard Glissant Art Fund, na residência onde viveu o poeta e filósofo na Martinica. Ainda em 2025, Rayana Rayo realizou a exposição Nas restingas, onde sonha o coração, com curadoria de Galciani Neves, na galeria Marco Zero; além de participar da coletiva Entre colapsos e encantamentos, na Galeria ReOcupa, em São Paulo. Participou, ainda, de Surge et veni, Millan, São Paulo (2024); Invenção dos reinos, Oficina Francisco Brennand, Recife (2023); Solar nascente, Solar dos Abacaxis, Rio de Janeiro (2022), entre outras. Sua obra integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo e do REC Cultural, em Recife.

 

Macaparana é o novo artista representado.

A Simões de Assis São Paulo, Curitiba e Balneário Camboriu, SC, anuncia a representação de Macaparana (n. 1952). José de Sousa Oliveira Filho, pintor e escultor, tornou-se mais conhecido como Macaparana, nome artístico adotado em referência à cidade onde nasceu, no interior de Pernambuco, a 120 km da capital do estado.

Sua obra se desenvolve em diferentes suportes, como papel, tela, madeira, acrílico, vidro e cerâmica. A geometria, ora reta, ora curvilínea, dá forma à triângulos, quadrados, retângulos, hexágonos e formas inventadas, que se articulam e se repetem em suas composições visuais. O artista opera a linha do desenho projetada no espaço, estabelecendo um diálogo entre o bidimensional e o tridimensional em uma geometria não rígida, influenciada por Torres García e marcada por uma abordagem espontânea e investigativa do gesto. 

Seu trabalho está presente nas coleções do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM, São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu de Arte Contemporânea MAC – USP, São Paulo; Museu de Arte Brasileira Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, São Paulo e Fundação Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto.