Recorte da produção da artista Silvia Mecozzi.

04/nov

Olsen K e Galeria Lica Pedrosa, Higienópolis, São Paulo, SP, convidam para um recorte da produção da artista Silvia Mecozzi no dia 06 de novembro das 14 às 20h. 

Silvia Mecozzi nasceu em 1956, São Paulo, SP. Vive e trabalha em São Paulo, SP. Silvia Mecozzi é criadora de vários caminhos em sua produção artística. Explora variados suportes e técnicas que vão da gravura em metal, à escultura em pedra, até a vídeo-arte. Formada em artes visuais pela Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP) em 1981. Sua primeira individual, organizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 1994, quando recebeu o prêmio Revelação de Pintura da APCA.

A artista se apossa de inúmeros materiais da indústria, como também de materiais naturais; peles, pedras, ossos, ouro, chumbo, cobre. Seu ponto de partida é o corpo, partes do corpo, fluxos do corpo, abstrações e proximidades. Ao longo do seu percurso, Silvia Mecozzi construiu uma trajetória focada nas raízes humanas e atualmente seu trabalho discute questões a respeito da emblemática relação entre a materialidade do corpo vivo e da terra.

Em 2005 apresentou “ouriças” na Estação Pinacoteca (São Paulo) e em 2007 realizou individual na Galerie Sycomore Art, em Paris. Em 2009 integrou a mostra “libérer l’horizon, reinventer l’espace” na Cité Internationale des Arts (Paris), e expôs  a vídeo-instalação “olódòdó”, no Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador).

Participou também de inúmeras  exposições coletivas desde a década de 1990 entre elas “O Traje como Objeto de Arte”, no Palácio das Artes em Belo Horizonte e na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, ambas em 1990; e “Viagens e Identidades” (United Artists V), na Casa das Rosas em 1999. Entre 2000 e 2008, além de exposições coletivas,  como “Ópera Aberta”, na Casa das Rosas em 2002, e “Natureza Morta/Still Life”, na Galeria de Arte do Sesi. Expos individualmente no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, MARGS, em Porto Alegre, RS; e no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, integrou “Arte Contemporânea, uma Historia em Aberto” em 2004, assim como as exposições “Transparências” em 2007 e “Entre o Plano e o Espaço” em 2008, organizadas pela Galeria Raquel Arnaud.

 

À sombra do pó das estrelas.

(Under the Shadow of the Dust of the Stars)

À sombra do pó das estrelas, individual de Amilcar de Castro inaugura no dia 08 de novembro na Almeida & Dale, Vila Madalena, São Paulo, SP. A natureza cósmica dos materiais que fundamentam a poética do artista, considerado um dos pilares da escultura contemporânea brasileira, guia a exposição curada por Cristiano Raimondi. Realizadas entre 1970 e 1990, as obras apresentadas revelam a multidisciplinaridade de Amilcar e a formação de seu universo criativo.

Conexões entre escultura, pintura e espectador são estabelecidas na mostra, que destaca a correlação entre os processos pictóricos e escultóricos do artista. Cristiano Raimondi convida o público a “interpretações alegóricas e filosóficas” da abstração e geometria características da obra de Amilcar de Castro, marcada pela presença do tempo como fenômeno visível e invisível.

Até 10 de janeiro. 

 

Representantes da obra de Miriam Ines da Silva.

31/out

A Almeida & Dale, São Paulo, SP, anuncia a correpresentação internacional do espólio de Miriam Inez da Silva (1937, Trindade, GO – 1996, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), em parceria com a Travesía Cuatro.

“Para mim pintar é vida. Pinto o que amo e sinto no coração. O povo para mim, o Brasil, são uma atração grande demais. Curto ouvir causos, música popular e o mais importante, estou muito com gente, mas não importa a escala social. Minha pintura deve muito aos grandes mestres que tive em Goiás. E, no Rio, o Ivan Serpa”. 

Miriam Inez da Silva, O Popular, Goiânia, 1983

As pinturas e xilogravuras da artista conjugam referências à história da arte, a ícones da cultura pop e da literatura, assim como cenas que unem o fantástico ao cotidiano do interior – um repertório visual construído a partir de suas memórias de infância. Suas obras adquirem um caráter narrativo por meio da construção geométrica do espaço e da inserção de molduras e formas abauladas de cortinas nos vértices da tela, sugerindo um palco.

Formada pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Goiás nos anos 1950, e aluna de Ivan Serpa na década seguinte, Miriam conservou o apreço pelas técnicas artesanais de manufatura, como as envolvidas na confecção de ex-votos.

Entre as exposições mais recentes dedicadas à obra de Miriam Inez da Silva, destacam-se as realizadas na Travesía Cuatro, Madri, Espanha (2025); Cerrado Galeria, Goiânia (2024); Museu Nacional da República, Brasília (2021) e Almeida & Dale, São Paulo (2021). Seu trabalho também figurou em exposições coletivas na Pinacoteca de São Paulo (2025); Museo Madre, Nápoles, Itália (2024); Instituto Çarê, São Paulo (2022); MASP, São Paulo (2022, 2017, 2016); Fundación Juan March, Madri, Espanha (2018), além da Bienal da Gravura de Santiago, Chile (1969) e Bienal de São Paulo (1967, 1963).

 

O mundo como matéria em trânsito.

28/out

Almeida & Dale, Pinheiros, São Paulo, SP, anuncia a representação de Rodrigo Andrade (São Paulo, 1962).  Nome incontornável da arte contemporânea brasileira, Rodrigo Andrade tem desenvolvido uma obra marcada pela investigação profunda e pela livre experimentação com a pintura – em sua dimensão material, visual e histórica. O artista desenvolve uma reflexão contínua sobre seus fundamentos e possibilidades, explorando as relações entre matéria e expressão, gesto e repetição, imagem e sensação. Em sua prática, a superfície pictórica torna-se campo de permanente tensão, em que camadas espessas de tinta se adensam ou se dissolvem, configurando paisagens, espaços, objetos e grafismos em constante movimento. Suas composições, intensas e carregadas, refletem a pulsão e o caráter mutável da vida, assim como seu corpo de trabalho é um testemunho da vitalidade e da elasticidade da pintura contemporânea, incorporando múltiplas referências, técnicas, gêneros e temas. Entre o rigor conceitual e a manifestação intuitiva, entre a fisicalidade e a iconografia, sua obra busca sempre propor um olhar renovado sobre a história da pintura e sobre sua capacidade de pensar, representar e transformar as dinâmicas do mundo.

“Eu me sinto condenado a um movimento constante. Algo meio picassiano. No meu percurso fiz várias mudanças radicais, rupturas. Desde a grande guinada ocorrida logo em seguida à Casa 7, e até antes disso. Dá pra falar num movimento pendular, ou circular, entre figuração e abstração, mas as questões retornam sempre em outro nível, como uma espiral. (…) Meu processo é menos contínuo, por isso o momento forte da minha pintura é quando encontro uma forma nova de pintar. Procuro muito mais a descoberta e a habitação do território do que propriamente uma depuração. Nos anos 1980, quando começa sua trajetória, os trabalhos de Rodrigo Andrade eram marcados pelo vigor energético, pelo gesto forte e pela densidade matérica, traços que permaneceriam centrais em toda a sua obra. Naquela década, ao lado de amigos artistas, fundou o ateliê coletivo Casa 7, consagrado na 18ª Bienal de São Paulo – na emblemática instalação que ficou conhecida como “A Grande Tela”. Rodrigo Andrade, entrevista com Tiago Mesquita, 2014.

Desde então, Rodrigo Andrade mantém uma prática de experimentação e reinvenção de seu próprio vocabulário, em um movimento pendular entre a abstração e figuração, leveza e densidade, pintura e objeto, histórico e ordinário. Fotografias pessoais, imagens do noticiário, referências da história da arte e pinturas de outros artistas são absorvidas e reformuladas em composições carregadas de densas camadas matéricas e imbuídas de uma dimensão psicológica e emocional. A mutação é tanto o assunto quanto o método: suas pinturas resultam de um processo em que cada gesto se converte em outro, em que a mancha se torna bloco, o bloco se torna objeto e o objeto vira espaço, sublinhando o mundo como matéria em trânsito. Do mesmo modo, sua prática incorpora o ímpeto de transformação, abrindo-se sempre a novos caminhos e possibilidades existenciais. 

Rodrigo Andrade participou da 18ª e 29ª Bienal de São Paulo, do 24º e 29º Panorama da Arte Brasileira do MAM São Paulo; e teve retrospectivas em instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, e Museu Oscar Niemeyer, Curitiba. Suas obras integram coleções de instituições como o MAM São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; MAC Niterói; MAC USP; Museu de Arte da Pampulha; e Instituto Itaú Cultural.

 

São Paulo ganhou novo espaço.

27/out

A cidade de São Paulo inaugurou um novo espaço expositivo voltado à Arte Moderna e Contemporânea. Localizado no sétimo andar do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, o Espaço Milú Villela – Brasiliana: Arte Moderna e Contemporânea amplia o acesso do público ao Acervo Itaú Unibanco, considerado a maior coleção corporativa de arte da América Latina, com mais de 15 mil obras.

Com 280 m², o novo andar se junta ao Espaço Olavo Setúbal, inaugurado em 2014, e ao Espaço Herculano Pires, aberto em 2023, reforçando o compromisso da instituição em apresentar diferentes recortes da Arte e da Cultura brasileira. O espaço leva o nome de Milú Villela, psicóloga que presidiu o Itaú Cultural por quase duas décadas, entre 2001 e 2019. A entrada é gratuita.

A mostra inaugural, de longa duração, se chama “Brasil das Múltiplas Faces” e conta com curadoria de Agnaldo Farias e projeto expográfico do arquiteto Daniel Winnik. A exposição reúne 185 obras de 150 artistas, datadas de 1889 até os dias atuais. Nomes como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Tomie Ohtake, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Rosana Paulino e Adriana Varejão estão entre os destaques. Segundo Sofia Fan, gerente de artes visuais e acervos do Itaú Cultural, o novo espaço promove reflexões sobre identidade e diversidade por meio de diferentes narrativas visuais. “O foco em arte moderna e contemporâne traz uma continuidade destas relações, estimulando o olhar crítico e promovendo uma visita não linear e profundamente reflexiva”

Nova série de trabalhos de Luiz Zerbini.

20/out

A Natureza e o ambiente urbano.

A exposição de Luiz Zerbini, “Vagarosa Luminescência Voadora”, será inaugurada no dia 01 de novembro na Fortes D’Aloia & Gabriel, Barra Funda, São Paulo, SP,  apresentando uma nova série de trabalhos que ampliam sua investigação sobre as intersecções entre a Natureza e o ambiente urbano.

“Como em um inventário afetivo e botânico dos trópicos, o artista se volta mais uma vez para a paisagem – não como cenário idílico, mas como corpo vivo, habitado, tensionado por histórias visíveis e invisíveis. A floresta, os campos, as margens dos rios, os vestígios urbanos e os restos do que chamamos de civilização são traduzidos em esculturas e telas de grande dimensão, com padronagens geométricas e gestos orgânicos.” escreve Catarina Duncan no ensaio crítico que acompanha a exposição.

A mostra permanecerá em cartaz até 24 de janeiro de 2026.

 

Nova individual de Camille Kachani.

17/out

A Zipper Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, apresenta Uma Contra-História do Brasil, nova individual de Camille Kachani. A série revisita criticamente a elaboração do que se convencionou chamar de “história oficial” do país, propondo outra leitura a partir das margens – povos originários, africanos escravizados e fluxos europeus empobrecidos, cujas experiências foram em grande parte silenciadas no discurso oficial. 

Inspirado no procedimento de Michel Onfray ao formular uma “contra-história” da Filosofia, Camille Kachani desloca o foco do cânone para protagonistas invisibilizados. “Nestes trabalhos, tento recontar, por meio de alusões e símbolos, a história do País pelos olhos dos povos que, embora tenham formado ou construído o Brasil, não participaram da elaboração da História Brasileira”, afirma o artista. Em seu vocabulário visual, materiais naturais e artefatos culturais se entrelaçam, reabrindo disputas sobre quem nomeia, mapeia e narra o território.

A mostra reúne 12 trabalhos inéditos entre esculturas e objetos em técnica mista. Em “Pindoretama” (2025), título que evoca a nomeação tupi do território, o artista transforma o “solo” em tecido ou bandeira, abordando uma disputa simbólica. “Contra-História do Brasil” (2024) aproxima a diversidade genética de povos e a natureza de um país marcado por ciclos de predação. Em “Pau-Brasil” (2024), um tronco-escultura condensa a ambivalência entre mercadoria e mito de origem, fazendo emergir narrativas autóctones. “Desmapa I” e “Desmapa II” (2025) propõem cartografias sem reconhecibilidade, enquanto “Mundus Hodiernus I/II” (2025) inverte mapas-múndi para sugerir a repetição global de conquista e apagamento. Já “Brazilapopolo” (2025), “os povos do Brasil”, em esperanto, elabora, por meio de uma trama de plantas e sinais, a constituição mestiça do país.

Com humor ácido e precisão formal, Camille Kachani desarma a suposta neutralidade dos objetos. Ao “fazer brotar” galhos, raízes e inscrições de ferramentas, livros e móveis, suas esculturas encenam a fricção entre natureza e cultura, tradição e modernidade, apagamento e lembrança. Em vez de ilustrar a história, o conjunto a reconfigura por imagens – “uma arqueologia crítica do presente”, nas palavras do próprio artista.

Sobre o artista

Camille Kachani (Beirute, Líbano, 1963) é artista libanês-brasileiro. Vive e trabalha em São Paulo. Sua prática transita entre escultura, objeto, colagem e fotografia, investigando identidade, pertencimento e a transformação da natureza/cultura através de objetos do cotidiano e materiais orgânicos.

Até 20 de dezembro. 

Juntas, Almeida & Dale e Galleria Continua.

15/out

Carlos Garaicoa inaugura Double Exposure, sua primeira individual em São Paulo, SP,  em seis anos, que acontece simultaneamente na Almeida & Dale (Vila Madalena) e Galleria Continua (Higienópolis). 

A mostra, composta por trabalhos que transitam entre pintura, escultura e instalação, aborda temas centrais na produção do artista: a arquitetura, a matemática, a geometria e o tecido social das cidades. Entre eles, está um novo grupo de trabalhos em que imagens fotográficas passam por intervenções com tinta óleo e materiais diversos para criar cenas nas quais formas orgânicas irrompem da paisagem urbana. Já nas obras da série π=3,1416, Garaicoa retoma, de certo modo, sua origem como pintor, com peças que recaem no limiar da bi e tridimensionalidade, enquanto examinam a geometria e dialogam com vertentes do construtivismo e concretismo. Outro destaque, Toda utopia passa pela barriga, é uma instalação concebida entre 2008 e 2024, que toca em temas como isolamento e alimentação – em sua dimensão histórica na formação das sociedades e diante dos atuais conflitos que levam à escassez e à fome. Com obras inéditas e séries consagradas internacionalmente, Double Exposure reflete uma pesquisa artística coesa e, ao mesmo tempo, em constante reinvenção. 

Em cartaz até 10 de janeiro de 2026.

 

A relação entre arte, indústria e tecnologia.

Exposição coloca em diálogo artistas históricos e contemporâneos. Com obras de alguns dos principais nomes da arte brasileira do século XX, como Abraham Palatnik, Ascânio M.M.M., Claudio Tozzi, Francisco Brennand, Jacques Douchez, Lothar Charoux, Mauricio Nogueira Lima, Rubens Gerchman, Toyota, dentre outros, a Galeria Pró-Arte, Jardim América, São Paulo, SP, apresenta “Pelas engrenagens”, exposição coletiva que reúne artistas históricos para investigar a complexa relação entre arte, indústria e tecnologia no Brasil. A mostra permanecerá em cartaz até o dia 10 de novembro.

A proposta é lançar um olhar sobre a forma como esses artistas responderam aos processos de modernização e industrialização em países de origem colonial, estabelecendo diálogos entre a experimentação estética e a possibilidade de uma vida moderna.

“A ideia de que arte e indústria são capazes de estabelecer relações razoavelmente simétricas acontece, no terceiro mundo, às avessas. Se a industrialização dos grandes centros parte de transformações na demanda que implicam a exigência por adequação da oferta, a pressa das economias subdesenvolvidas por atingir o padrão de consumo do centro leva a ordem dos processos de pernas para o ar: as transformações partem da oferta para depois confrontarem a demanda. Pelas engrenagens reúne um conjunto de artistas que experimentaram a industrialização tardia dos países subdesenvolvidos e que, justamente por isso, são capazes de formalizar a convivência contraditória de uma urgência moderna edificada sob estruturas coloniais resistentes”, afirma Gabriel San Martin, que assina o texto crítico da mostra.

Partindo de diferentes abordagens para problemáticas relacionadas à mecanização, à serialização e às transformações sociais garantidas pela tomada de força da indústria no século passado, a seleção de obras apresenta recortes desses debates e reflete sobre algumas das implicações e impasses que persistem na realidade contemporânea. E, ao oferecer ao público a oportunidade de entrar em contato com passagens importantes da produção artística nacional, “Pelas engrenagens” se volta a diversas pesquisas desenvolvidas por esses artistas na busca por incorporar elementos da era industrial em suas produções, resultando em trabalhos que ainda hoje ressoam nas discussões sobre o nosso processo de modernização a partir do elo entre arte e tecnologia.

 

José Guedes entre Rothko, Fontana e Klein.

14/out

Nomes de referência na Arte Contemporânea, Rothko, Fontana e Klein impactaram a percepção do vazio e da cor. Inspirado na profundidade meditativa de Mark Rothko, na precisão cortante de Lucio Fontana e na imaterialidade vibrante do azul de Yves Klein que José Guedes criou seu espaço próprio – tensionado entre o visível e o que pulsa além da superfície. Artista cearense de expressão intensa e silenciosa, “José Guedes entre Rothko, Fontana e Klein” comprova esta construção entre tons, gesto e transcendência, na individual que ocupará até 1º de novembro a Sergio Gonçalves Galeria, Jardim América, em São Paulo, SP. A curadoria da exposição foi feita em conjunto pelo galerista Sergio Gonçalves e pelo artista, que selecionaram 29 obras em acrílica sobre tela.

Nas suas pinturas, a cor não é apenas aparência; é presença. O azul Klein se torna espaço, o corte se transforma em respiro, e a superfície revela aquilo que está além da matéria, subvertendo a nova dimensão proposta por Fontana em sua obra. O gesto que até então se dava em forma de cortes e furos, agora vira pincelada, uma nova provocação, convidando o espectador a interagir com a nova dimensão. O diálogo com Rothko se dá com traços mais delineados, marcantes, como se estivesse a desafiar o silêncio contido nos campos de cor, numa abordagem mais direta da expressão espiritual existente nas obras do mestre letão, naturalizado americano. José Guedes constrói um território próprio: simples e ao mesmo tempo cheio de mistério.

Sobre o artista.

José Guedes nasceu em Fortaleza, Ceará. Desde cedo já era autodidata na pintura. Com mais de 40 anos de carreira, suas obras estão nos acervos do Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Museu Iva, na Espanha. Recebeu um total de 18 prêmios, nacionais e internacionais. Participou de dezenas de exposições coletivas e individuais no Brasil. Além da pintura, ele também faz esculturas, instalações, vídeos e fotografia. Aguns dos mais importantes críticos brasileiros escreveram sobre seu trabalho, como Agnaldo Farias, Moacir dos Anjos, Tadeu Chiarelli, Priscila Arantes  Denise Mattar, Olívio Tavares de Araújo e Daniela Bousso e também estrangeiros como Nilo Casares, Hernan Pacurucu, Adrienne Samos e Carlos Rojas, entre outros. Ao longo de sua carreira José Guedes realizou exposições individuais e coletivas em museus brasileiros e internacionais como: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Paço das Artes, São Paulo, SESC Pinheiros, São Paulo, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Museu de Arte da Bahia, Salvador, Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Instituto Valenciano de Arte Moderna, Espanha, Musée d´Art Contemporain, Bordeaux, França, Museo Antropológico y de Arte Contemporaneo, Guayaquil, Museo Castillo de Mata, Las Palmas, Gran Canaria, entre outros. Criou intervenções urbanas em Fortaleza, Edimburgo, Glasgow e Paris, tem obras em importantes instituições como Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte de Santa Catarina, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museum of Latin American Art de Long Beach, Daros Latinamerica – Zurique, International Mobil Madi Museum – Budapest, IVAM de Valência, Espanha, entre outros. Entre seis prêmios, tem especial destaque o Palette D’Or, recebido no XXVII Festival International de la Peinture de Cagnes-Sur-Mer, França, em 1995. O artista foi premiado ainda no Salão de Abril, Fortaleza, nas edições de 1996, 1994, 1987, 1982, 1981, na Unifor Plástica em 1982, e no Prêmio Pirelli de Pintura Jovem, nas edições de 1985 e 1983,