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AGENDA CULTURAL

Pras: ordem e beleza

27/set

Taxi Borusse

Encontra-se em exposição na Sérgio Gonçalves Galeria, Rua do Rosário, Centro, Rio de Janeiro, RJ, uma instalação criada pelo artista francês Bernard Pras, que pela primeira vez exibe uma obra em site specific. Seis outras obras compõem a mostra. Bernard Pras é bem pouco ortodoxo, se autodenomina pintor mas em vez (ou além de) tintas, telas e pincéis, se apropria de todo tipo de objeto cotidiano para criar sua obra: instalações construídas com embalagens, brinquedos, tecidos, eletrodomésticos, talheres, parafusos e materiais que muitas vezes teriam o lixo como destino. O que, a princípio, pode parecer um caos sem sentido, adquire forma e conteúdo se for visto de um determinado ponto de vista – o mesmo da máquina com que fotografa sua obra, para que a torne eterna. É o seu “Inventário”. Normalmente as instalações são levadas para o local da mostra, entretanto, durante a confecção desse trabalho, a Sérgio Gonçalves Galeria transformou-se no ateliê do artista.

 

Pras expõe a instalação “Samba”, reprodução em 3D do quadro de mesmo nome de Di Cavalcanti, obra perdida no incêndio no apartamento do marchand Jean Boghici. “Uma homenagem à obra, ao artista e ao colecionador. Ele ficou muito tocado quando soube, ainda em Paris, da notícia do incêndio e das perdas”, conta o marchand Sérgio Gonçalves.

 

O lado curioso da mostra é que, como em todas as instalações de Pras, o artista consegue este efeito de “caos e ordem” através de recursos de ótica, como a perspectiva e a anamorfose. Na galeria, a contemplação será através de um pequeno buraco na vitrine da galeria, que estará coberta. Apenas dali, daquele pequeno ponto, a obra de Di Cavalcanti – e de Bernard Pras – toma forma e sentido.

 

Completando a mostra, no segundo andar da galeria, seis obras fotográficas (quatro inéditas no Brasil) do artista – como “Casablanca”, reproduzindo uma cena do filme com Ingrid Bergman e Humphrey Bogart; “Nuit étoilée”; reproduzindo a obra homônima de Van Gogh; e “Taxi borusse”. A Sérgio Gonçalves Galeria também está produzindo um livro do artista, a ser lançado em outubro.

 

Até 15 de novembro.

Ponto Cego/Miguel Rio Branco

Carro-doce

“Ponto Cego”, individual de Miguel Rio Branco, é uma das principais exposições de artes visuais realizadas pelo Santander Cultural, Porto Alegre, RS, em 2012. São 110 criações que representam a multiplicidade do artista, possuidor de um domínio no emprego de cores, fato de reconhecimento internacional como uma das maiores manifestações poéticas da arte contemporânea.

 

O recorte de obras produzidas entre 1986 e 2012 atesta o vigor da expressão criativa de Miguel Rio Branco. Trata-se de quase cinco décadas de criação do artista que nasceu na Espanha, em 1946, uma diversida poética da imagem e da fotografia que permitem refletir sobre o seu trabalho.

 

Paulo Herkenhoff, crítico de arte e curador da exposição, selecionou obras que traduzem a extensa produção fotográfica, pictórica, fílmica, de livros e projetos do artista. A disposição dos trabalhos não obedece ordem cronológica ou temática e muito menos por técnicas. A montagem é organizada para propiciar ao público um contato com o esforço vital do artista na elaboração de sua expressão.

 

Sobre o artista

 

Brasileiro nascido por acaso nas Ilhas Canárias, na Espanha (é filho de um diplomata, além de neto do gênio carioca das artes gráficas Jota Carlos), Miguel Rio Branco é frequentemente descrito como o único fotógrafo do país a integrar a agência Magnum. As fotos de Miguel Rio Branco são frequentemente mostradas em exposições e revistas internacionais e estão documentadas em 4 livros: “Dulce Sudor Amargo ” (85, México), “Nakta”, com poema de Louis Calaferte (96-Paraná), “Miguel Rio Branco” com ensaio de Davi Levi Strauss (ed. Apertur/ Cia das Letras) e “Silent Book” (ed. Cosac Naify) em 98.

 

Como pintor, realizou duas exposições, em 1964 na Galeria Alikerkeller, Berna, Suiça e em 1989, na Galeria Saramenha, Rio de janeiro, RJ. O artista já dirigiu 14 curtas-metragens e fotografou 8 longas, muitos deles premiados. No Brasil, Miguel Rio Branco participou de mostras em várias cidades, participando inclusive da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967, 1983 e 1998;  de exposições no MAM/RJ e na Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba, PR, em 1996; mostra de arte no MAM/RJ na Eco -92. No ano 2000, realizou exposições na Grécia, França, Espanha, Bélgica e Estados Unidos e participou do módulo de Arte Contemporânea do evento “Brasil+500″. Em 2010 foi inaugurado o pavilhão Miguel Rio Branco em Inhotim, MG.

 

Até 11 de novembro.

China: acervo Carvalho Hosken

25/set

A Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, abrigará a exposição “China Revelada” no Espaço Cultural Península. Em exibição, um total de 250 peças da arte chinesa, peças imtegrantes da coleção Carvalho Hosken; selecionadas por Liliu Castello Branco, curadora da mostra.

 

A Carvalho Hosken é responsável por um admirável e fascinante acervo que reúne peças como esculturas clássicas e obras contemporâneas dos mais variados estilos e épocas dos quatro cantos do mundo.

 

“Nesta exposição o público terá uma oportunidade única de apreciar peças que atravessaram os séculos, e que, graças ao espírito do colecionador, foram mantidas e agora estarão disponíveis para observação e admiração dos visitantes” afirma Liliu.

 

A mostra foi idealizada para que o público possa percorrer 400 séculos de arte chinesa e ao mesmo tempo conhecer e compreender essa união de duas culturas, a européia e a chinesa. E é nesse cenário que poderá ser admirado a perfeição técnica e o requinte das porcelanas e objetos que retratam a suntuosidade das Cortes Imperiais, além das delicadas flores, paisagens, pássaros e animais selvagens que ornamentam em ricos esmaltes. Entre as peças da coleção estão objetos em porcelana, esculturas em marfim, madeira e bronze, mobiliário, figuras humanas e animais, e as mais variadas técnicas que os chineses tão bem dominavam.

 

De 27 de setembro a 16 de dezembro.

Virada impressionista

“Impressionismo: Paris e a Modernidade” é o atual cartaz do CCBB, Centro, São Paulo, SP, e foi batizada informalmente de “Virada Impressionista”. A exposição traz, pela primeira vez ao Brasil, uma seleção de 85 obras-primas do acervo do Musée d’Orsay, de Paris, e ocupa todos os espaços do CCBB.

 

A mostra, que apresenta um panorama detalhado do movimento impressionista, reflete a história da pintura ocidental no período que compreende a segunda metade do século XIX e início do século XX. A exposição foi dividida em módulos temáticos que apresentam 85 obras de Cézanne, Gauguin, Pissaro, Monet, Degas, Manet, Toulosse-Lautrec, Renoir Vallotton, Lefebvre e Vincent Van Gogh, entre outros mestres. A curadoria é de Guy Cogeval, presidente do Musée d’Orsay; Caroline Mathieu, conservadora chefe do Musée d’Orsay e de Pablo Jimenez Burillo, diretor-geral da Fundación Mapfre. A visitação já atingiu a impressionante marca de mais de 100.000  espectadores.

 

Até 07 de outubro.

Três Individuais no Paço Imperial

21/set

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, centro cultural do IPHAN dirigido por Lauro Cavalcanti, inaugurou exposições individuais de três consagrados artistas cariocas. No térreo, a artista Cristina Salgado apresenta a instalação “Ver para olhar”. Na sala Terreiro do Paço, Luiz Aquila ocupa o primeiro pavimento com a retrospectiva “Quase tudo: a never ending tour”, celebrando 50 anos de carreira, com 200 obras. Em todo o segundo pavimento, Roberto Magalhães expõe 174 trabalhos sobre papel de 1958 a 2012, na mostra “Quem sou, de onde vim e para onde vou”. As exposições de Luiz Aquila e de Roberto Magalhães têm curadoria de Lauro Cavalcanti.

 

Mostra de Cristina Salgado

 

“Ver para olhar” é uma instalação constituída por 28 cadeiras, bancos e poltronas, em uma fila mais ou menos organizada e, sobre cada assento, repousa uma caixa antropomórfica de madeira de dimensões variadas. Como duas linhas horizontais, um facho de luz e uma longa lança de aço atravessam as caixas “sentadas” por cerca de 20 metros e alcançam uma última poltrona que funciona como anteparo para a luz projetada, revelando a imagem que percorreu todo o caminho e venceu os obstáculos. A imagem é a de uma mulher grande de mãos dadas com a filha pequena.

 

Mostra de Luiz Aquila

 

A retrospectiva de Luiz Aquila marca meio século de carreira nas artes plásticas e seus 70 anos de idade. “Quase Tudo, a never ending tour” cobre o período de  1962 a 2012, ocupando sete salas do Paço, entre pinturas, gravuras, desenhos, colagens, ilustrações para livros e outros meios.

A exposição foi montada por afinidade entre os trabalhos: 80  desenhos de todas as décadas e de várias técnicas formarão uma linha do tempo; um conjunto de obras com predominância do preto, cor rara na produção do artista; trabalhos inéditos; pintura em processo, e obras de grandes dimensões de coleções particulares e dos museus MAM-Rio e MAC-Niterói.

 

 

Mostra de Roberto Magalhães

 

“Quem sou, de onde vim, para onde vou” é o título de um pastel de 1992, de Roberto Magalhães e assim intitula-se também esta individual que celebra os 50 anos de carreira do artista, considerando a data de sua primeira exposição, em 1962.

Ocupando quatro grandes salas, a mostra reúne 174 desenhos de todas as técnicas:– óleo, pastel, guache, aquarela, grafite, nanquim, lápis de cor e esferográfica. Os trabalhos escolhidos saíram de um conjunto de cerca de três mil obras sobre papel da coleção particular do artista, datados de 1958, ano do primeiro desenho profissional de Roberto Magalhães, a inéditos de 2012.

 

Até 25 de novembro.

Novo livro de Visconti

Patinhos no lago

O mais expressivo representante da pintura impressionista no Brasil, Eliseu Visconti, terá sua vida e sua obra apresentadas em novo livro. São 276 páginas, compreendendo textos de diversos autores e imagens das obras mais representativas da carreira do artista. O lançamento coincide com a oportunidade única de podermos apreciar um conjunto de obras emblemáticas do impressionismo europeu, na exposição de 85 telas do acervo do Museu d’Orsay, em apresentação no CCBB de São Paulo e, em breve, no do Rio de Janeiro.

 

Admirado mundialmente, o movimento impressionista representa o grande salto das artes plásticas para a modernidade. No Brasil, entretanto, os artistas que primeiro se deixaram influenciar pela pintura impressionista foram injustiçados por uma historiografia que preferiu renegar tudo o que ocorreu nas artes plásticas anteriormente à Semana de 22. Enquanto as obras modernistas foram associadas a uma produção genuinamente nacional, designou-se que as obras de nossos artistas impressionistas seriam imitativas e tardias. Como se o expressionismo e o cubismo não tivessem por aqui aportados, tal qual o impressionismo, cerca de duas décadas após terem surgido na Europa. Uma revisão dessa história está em curso, defendida por renomados críticos e professores de arte, como Rafael Cardoso, Jorge Coli e Paulo Herkenhoff, reposicionando a importância dos artistas que abriram caminho para o modernismo no Brasil e assegurando para Visconti seu lugar entre os maiores pintores brasileiros.

Antonio Dias na Athena Contemporânea

20/set

Há 8 anos sem expor em uma galeria no Rio de Janeiro, Antonio Dias apresentará suas obras, pela primeira vez, na Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, espaço dirigido por Filipe e Eduardo Masini.

 

Em mais uma parceria curatorial de Vanda Klabin e a galeria, Dias exibe uma série de dez dípticos. São fotografias, produzidas no final da década de 80, impressas sobre tela, a partir de originais em polaróide. No processo, o artista faz intervenções sobre a superfície da foto enquanto ela está se revelando. Em seguida, estas imagens são digitalizadas, passam por ajustes de cor e a impressão sobre tela se dá sob luz ultravioleta, que faz com que a tinta se texturize mais na superfície do suporte.

 

Expoente da arte brasileira nas últimas décadas, Antonio Dias é autor de uma intensa e marcante produção em diversos suportes, que tiveram início a partir dos anos 60, e o transformaram em referência na história da arte contemporânea internacional. A sensualidade, o mistério, a evolução e as mutações das obras, através das mudanças sociais, culturais e políticas, são marcantes na criativa e admirada trajetória do artista.

 

Sobre o artista

 

Antonio Dias participou em 1965 da emblemática mostra “Opinião 65″, no MAM-Rio, quando também realizava a sua primeira exposição individual na Europa, onde ganhou o prêmio de pintura na IV Bienal de Paris. Ainda, no mesmo ano, recebeu o Prêmio Jovem Desenho Brasileiro, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Com estes destaques conquistados já no princípio de sua carreira e ao se mudar em 1968 para Milão, e posteriormente, ter residência oficial em Colônia, na Alemanha (sem abandonar seu ateliê na cidade italiana e sua ligação com o Rio de Janeiro), o artista alcançou relevante projeção internacional. Ao longo de 40 anos, Antonio Dias realizou numerosas exposições individuais e participou de muitas coletivas no Brasil e no exterior. O artista é conhecido por expressar poesia, política, sexualidade e reflexões que tornaram sua produção singular marcante  no cenário contemporâneo internacional.

 

De 20 de setembro a 19 de outubro.

Descobertas de Ranulpho

19/set

A Galeria Ranulpho, situada no Barro do Recife, Recife, Pernambuco, é um dos mais antigos espaços de arte profissional no país, sempre dedicada a um elenco permanente de artistas modernos. Agora, seu diretor, Carlos Ranulpho, igualmente curador da mostra, reuniu um número expressivo de seu leque de artistas na exposição denominada “Descobertas”, na qual participam os pintores Lula Cardoso Ayrez, João Câmara, Brennand, Reynaldo Fonseca, Cícero Dias, Rapoport, Virgolino, Aldemir Martins, Teruz, Armínio Pascual e Joaquim do Rego Monteiro. Os temas abordados são figuras, paisagens, animais e cenas cotidianas; trata-se de um verdadeiro encontro de gerações.

 

A palavra do curador

Carlos Ranulpho

 

O gosto pelo colecionismo não data de hoje. Reunir e compilar objetos é uma prática tão antiga quanto o homem. Tutankamon colecionava cerâmicas finas. Amenhotep III esmaltes azuis. Pedro, o Grande, mantinha em sua coleção atrações de carne e osso: um anão e um hermafrodita. Outrora as coleções eram privilégios das classes abastadas, hoje no meu dia a dia na Galeria tenho a oportunidade de conhecer colecionadores dos mais variados tipos: aqueles que possuem obras de um mesmo artista, aqueles que possuem obras de uma determinada época ou ainda aqueles que colecionam o que lhes enchem os olhos. E dessa relação minha com os colecionadores e os artistas surgem “DESCOBERTAS”.

 

Descobertas do meu gosto. Descobertas que aquele pintor dos florais é também o pintor de Joana d’Arc. Descobertas que aquele outro pintor figurativo, das meninas e das mulheres, é o mesmo do vaso com um pássaro. Por essas e outras descobertas, que podem ser constatadas nesse catálogo, é que realizo essa exposição reveladora.

 

Até 11 de outubro.

Milhazes encontra o público

Cabeça De Mulher

No próximo sábado, 22 de setembro, às 16h, Beatriz Milhazes, uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras contemporâneas, participa, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, de um bate-papo com Carlos Martins, curador do departamento de gravuras da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e com o público carioca, sobre sua produção, técnicas que utiliza e suas influências.

 

A palestra é uma oportunidade única de conhecer de perto um dos expoentes da arte contemporânea. O encontro terá entrada gratuita, com distribuição de senhas a partir das 13h.

 

Beatriz Milhazes está em cartaz na CAIXA Cultural com uma mostra de 17 gravuras de grandes dimensões pertencentes ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. .

 

A exposição “Beatriz Milhazes: Gravuras” fica em cartaz na Galeria 1 da CAIXA Cultural RJ, até 30 de setembro.

 

Sobre a artista

 

A pintora, gravadora, ilustradora e professora, Beatriz Ferreira Milhazes nasceu em 1960, no Rio de Janeiro, RJ. Formou-se em Comunicação Social, em 1981, pela Faculdade Hélio Alonso. Iniciou-se em artes plásticas ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1980, onde mais tarde veio a lecionar e coordenar atividades culturais. Além da pintura, dedicou-se também à gravura e à ilustração. De 1995 a 1996, cursou gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues.

 

Beatriz Milhazes participou das exposições que caracterizavam a Geração 80 – grupo de artistas que buscavam retomar a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, e teve por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral e Burle Marx, a padrões ornamentais e à art déco. Entre 1997 e 1998, foi artista visitante em universidades dos Estados Unidos. A partir dos anos 1990, destacou-se em mostras internacionais, nos Estados Unidos e Europa, e integra acervos de museus como o Museum of Modern Art – MoMa, Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Musem of Art, em Nova Iorque.

As florações de von Poser

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, Luz, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Floração”, mostra individual de Paulo von Poser, com curadoria de Haron Cohen, exibindo a multiplicidade criativa do artista plástico em 44 obras com suportes variados: desenho, aquarela, objeto e instalação.

 

Para a mostra, Paulo von Poser aproximou em seus trabalhos o símbolo da flor com a cidade e o sagrado feminino, unindo seus traços precisos à delicadeza encontrada na natureza e à expressão artística do divino presente no acervo do museu, numa sagração de boas vindas à Primavera.

 

A flor é um tema com forte presença na carreira do artista, especialmente as rosas. Grande parte das obras foi produzida especialmente para a mostra. A montagem “valoriza o vertical, o interior, o acúmulo, a sobreposição e a surpresa”, nas palavras do artista. “A cor da exposição é densa e saturada e a montagem final reforça nesta aglutinação cromática a própria essência do surgimento da flor, sua diversidade extrema, a velocidade e intensidade de sua evolução”, diz ainda.

 

A variedade de suportes com as quais Paulo von Poser compõe sua poética visual tem uma relação bastante próxima com a evolução das flores. O artista exibe “A Flor Pré-Histórica”, conjunto de grandes aquarelas, que, montadas com a série “Vasos e Madonas”, formam um extenso mural contínuo, no qual a flor é representada pela busca de sua ancestralidade simbólica e cromática. “Flor Relíquia”, rosas em forma de relicário em madeira e ferro, incita a curiosidade e convida à interação para a descoberta do segredo guardado em seu interior. A sala destinada à exposição traz ainda uma montagem com uma série de cerâmicas pintadas em faiança e baixo esmalte como tributo à santa padroeira do Brasil.

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo é apresentado e homenageado em dois desenhos centrais, além de ser tema de uma série inédita de desenhos de imagens de peças de seu acervo, feitas in loco este ano, especialmente para a exposição.

 

O artista 

 

Paulo von Poser nasceu em São Paulo e formou-se arquiteto pela FAU/USP em 1982. Iniciou sua relação com o desenho em 1978, ao ingressar na faculdade. A partir daí, se descobriu como artista plástico, fazendo em 1982 sua primeira exposição. Exposições, projetos gráficos, instalações, manifestações de arte pública, vídeos, cenários ilustrações, estampas, fotografias, cerâmicas, painéis de azulejos e aulas tem sido diferentes meios para sua arte pop e gráfica. Paulo expôs obras em diversas cidades brasileiras e em países como Alemanha, Peru, Bolívia e França. Os elementos que indicaram novos rumos para seu trabalho foram as grandes pedras do Rio de Janeiro – marcos da paisagem da cidade – e o Rio Pinheiros, em São Paulo, com suas pontes, margens e construções, ambiente em constante e intensa transformação urbana. Lançou em 2010 seu primeiro livro, “A Cidade e a Rosa”, onde, mais uma vez, homenageia suas duas paixões.

 

 

Até 11 de novembro.

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